Saúde

O que é Endometriose, Sintomas, Tratamento, Cura e Mais

Publicado em: 30/06/2017Última atualização: 02/07/2019
Publicado em: 30/06/2017Última atualização: 02/07/2019
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Endometriose: você sabe o que é?

A endometriose é um problema de saúde muito comum entre mulheres jovens, que se encontram em seu período fértil. A doença costuma vir acompanhada de muita dor e, devido a isso, pode afetar a qualidade de vida da paciente, que irá sofrer constantemente com fortes cólicas menstruais.O problema pode surgir após a primeira menstruação, mas é mais comum que o seu aparecimento aconteça entre os 13 e os 45 anos de idade. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia, ele afeta aproximadamente seis milhões de brasileiras.Ela é caracterizada pelo crescimento inadequado do endométrio, tecido que recobre a parte interna do útero e se desenvolve mensalmente para possibilitar uma possível gravidez. Quando ela não acontece, o endométrio começa a descamar, gerando a menstruação. Mas, quando ele cresce e se acumula em outras regiões, como os ovários e trompas, o problema recebe o nome de endometriose, sendo possível que ele aconteça inclusive na bexiga.
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Os tipos de endometriose

Profunda:

Considerado o tipo mais grave, a endometriose profunda é a responsável pelos sintomas intensos e frequentes que são sentidos. O problema costuma formar nódulos que atingem o reto, os órgãos genitais e inclusive o intestino. As mulheres com endometriose profunda sofrem grandes chances de se tornarem inférteis. A correção dos sangramentos pode ser complicada, por isso é necessário analisar os riscos que o procedimento pode causar.

Ovariana:

Pequenos cistos acabam sendo formados com o sangue que se aloja nos ovários a cada ciclo menstrual. Com isso, eles acabam crescendo cada vez mais no decorrer dos meses. O seu tamanho pode afetar drasticamente a fertilidade da mulher, por isso é necessário buscar por opções de tratamento o quanto antes. Na maior parte das vezes acaba sendo indispensável a retirada dos cistos formados.

Superficial:

Um dos tipos mais leves, consiste na formação de pequenas lesões na região pélvica. O seu diagnóstico é extremamente complicado devida a sua superficialidade. Na maior parte das vezes as mulheres acabam descobrindo a sua existência a partir da realização de cirurgias que analisam o local. Apesar de não ser considerado grave, quando é descoberto, é necessário que ele seja acompanhado frequentemente por um médico ginecologista.

Septo reto-vaginal:

Esse tipo é muito raro e acomete a região entre o reto e a vagina. Ainda existem poucas informações à respeito de como o tecido endometrial chega nessa região.

Endometriose de parede:

Acontece frequentemente após a realização de procedimentos cirúrgicos. É comum o aparecimento de cistos que se localizam próximos à região da cirurgia.

Endometriose pulmonar ou pleural:

Um dos casos mais raros. A endometriose pulmonar consegue alcançar vasos sanguíneos localizados no pulmão. O problema é grave e muitas vezes pode causar tosse com sangue.
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Possíveis fatores de risco

Mulheres que apresentam casos da doença na família estão mais propensas a desenvolver o problema. Estudos divulgados pela Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia concluíram que esse fator pode interferir no seu aparecimento em aproximadamente 51% dos casos analisados, principalmente entre mulheres com irmãs gêmeas.Quando isso acontece, o surgimento da endometriose pode ser diagnosticado com maior facilidade, considerando que o histórico familiar pode auxiliar o médico responsável. Com a realização de alguns exames anuais se torna viável o controle da sua incidência e também os seus sintomas.Além disso, é possível que outros fatores interfiram, como: possuir ciclos menstruais irregulares, períodos menstruais muito longos (com mais de 7 dias de duração), não ter tido nenhuma gravidez, possuir algum tipo de anomalia no útero.A doença é classificada em diferentes níveis, como: leve, moderada e severa. Entenda melhor cada caso:

Leve:

As dores e os sintomas são suportáveis e, na maior parte das vezes, a paciente não necessita do uso de medicamentos.

Moderada:

Normalmente a paciente necessita do uso de medicamentos com frequência.

Severa:

Mesmo com o uso de substâncias analgésicas a paciente continua sentindo fortes dores, que chegam a ser, em alguns casos, insuportáveis.

Causas mais comuns

Existem algumas hipóteses levantadas por médicos, onde são apontadas possíveis causas para o seu aparecimento, entre elas estão:

Menstruação retrógrada:

O fluxo sanguíneo da menstruação acaba realizando um percurso errado, indo até as tubas uterinas e, com isso, vazando para outros locais próximos à região como os ovários e até mesmo o intestino.

Imunidade baixa:

Quando existem problemas no sistema imunológico o organismo sente dificuldade para funcionar da forma correta e também passa a produzir células do endométrio no local errado.
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Principais sintomas

Entre os sintomas mais frequentes, é comum que as mulheres sofram com casos de infertilidade e dor intensa, principalmente durante as relações sexuais. A quantidade de pacientes que relatam esses sintomas chega a alcançar até 60%. Mas, também existem outros sinais que podem indicar a sua existência:
  • Cólicas menstruais frequentes e intensas;
  • Dores abdominais fortes no período pré-menstrual;
  • Sensação extrema de cansaço;
  • Sangramento intenso e abundante durante a menstruação.
  • Presença de nódulos ou cistos.
  • Sensação de dor durante a micção;
  • Constipação e dor intestinal;
  • Náuseas e vômitos durante os quadros mais graves de dor.

Como diagnosticar o problema

Se você apresentar algum dos sintomas descritos acima, é recomendável marcar uma consulta médica com um ginecologista o quanto antes. O diagnóstico muitas vezes pode ser complicado, por isso é essencial que a partir dos primeiros sintomas a paciente já procure ajuda médica, para evitar o agravamento da situação.Durante a consulta ginecológica pode-se detectar alguns casos de endometriose a partir do exame de toque vaginal. Mas, na maior parte das vezes, é necessária a realização de uma ultrassonografia transvaginal para garantir um diagnóstico mais concreto.

Tipos de exame

  • Exame pélvico: consiste na procura por alterações na região, principalmente nos ovários e nas trompas.
  • Ultrassonografia transvaginal: busca por possíveis cistos na região pélvica.
  • Ressonância magnética: costuma ser utilizado principalmente para diagnosticar casos de endometriose profunda.
  • Laparoscopia: a partir de uma pequena cavidade realizada pelo médico, é possível analisar a estrutura do tecido da cavidade abdominal.
  • Colonoscopia: o exame busca por alterações na parte interna do intestino.
  • Cistoscopia: com o uso de endoscópio o médico irá realizar uma análise das vias urinárias da paciente.

Opções de tratamento

A endometriose é um problema crônico e que dificilmente receberá uma cura definitiva. Após o diagnóstico médico, são apresentadas opções de tratamento para que a paciente decida a melhor alternativa. Além das diferentes opções é importante que sejam levados em conta fatores com: idade, gravidade do problema e a vontade da paciente de ter filhos futuramente.Normalmente, são sugeridos procedimentos cirúrgicos (em situações mais graves) ou o tratamento à longo prazo com o uso de medicamentos. Nesses casos é provável que sejam recomendados: analgésicos e anti-inflamatórios (para diminuir as dores frequentes) ou ainda o uso de métodos anticoncepcionais, como pílulas ou DIU. Entre os medicamentos utilizados para o tratamento da endometriose, pode-se citar:

O que é melhor: procedimento cirúrgico ou tratamento clínico?

Pacientes que decidem pelo procedimento cirúrgico dificilmente terão que lidar com o problema novamente. O que acaba sendo um dos seus grandes pontos positivos, apesar disso, é necessário levar em conta os riscos que podem ocorrer durante a cirurgia. Nos casos de pacientes que desejam engravidar é possível planejar com o médico a preservação do útero e também dos ovários, para evitar possíveis problemas.Os tratamentos hormonais, apesar de não proporcionarem a cura a longo prazo, podem ser mais cômodos e menos arriscados. O uso de hormônios específicos (pílula, adesivos e anéis vaginais) podem ajudar a reduzir consideravelmente ou por completo o sangramento menstrual, fato que ajuda a impedir o agravamento dos casos de endometriose. Mas, para que isso aconteça é necessário que o tratamento seja acompanhado periodicamente pelo médico responsável.A laparoscopia é uma das alternativas menos agressivas na hora de tratar as lesões, pois a partir de uma pequena cavidade feita pelo médico é possível analisar a estrutura da região em questão e, se necessário, cauterizar pontos necessários, como cistos(responsáveis pelo sangramento).É comum que muitas mulheres imaginem que a retirada do útero possa ser uma solução plausível e mais eficaz, porém, é importante ressaltar que mesmo que o procedimento seja realizado, o problema pode continuar acontecendo.Isso acontece porque os hormônios continuam sendo produzidos pelos ovários e, consequentemente, o endométrio continua sendo produzido. Por isso, é comum o desaparecimento da doença em mulheres que já estão na menopausa, fase em que os hormônios (como o estrogênio) não são mais produzidos.

Tratamento contínuo

É importante que a paciente tenha consciência de que o tratamento muitas vezes é constante, principalmente quando consiste no uso de substâncias para amenizar os sintomas. Por isso, deixar de tomar os medicamentos corretamente pode fazer com que o problema retorne. Apesar disso, essa situação não se enquadra nos casos de procedimentos cirúrgicos, já que na maioria das vezes, os focos do problema conseguem ser eliminados por completo.

Endometriose e a gravidez

Mulheres com endometriose também costumam sofrer com a infertilidade. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia, entre 50% e 70% das mulheres com o problema costumam ser diagnosticadas com infertilidade.Entre os motivos relacionados, estão: alterações que acabam impedindo a capacidade de ovulação da mulher, mudanças que afetam as estruturas do útero, ovários e trompas.

Opções alternativas

Apesar de ser muito mais comum a indicação de medicamentos e procedimentos cirúrgicos para melhorar os quadros da doença, é possível que com a ajuda de alguns métodos alternativos a situação melhore consideravelmente. Por isso, é indicado que a paciente procure alterar sua rotina diária, quando esta se encontra muito inativa, e acrescente a prática de alguma atividade física. O aumento da frequência dos exercícios pode ajudar a diminuir as dores e inclusive a incidência da endometriose. Além disso, é possível que alguns métodos alternativos como a acupuntura melhorem o quadro e aumentem a qualidade de vida das pacientes.Tomar mais cuidados na hora de se alimentar também pode ser benéfico. O consumo de vitaminas com ação antioxidante e anti-inflamatória podem ajudar a controlar os sintomas sentidos, desde que acompanhados de outras recomendações médicas. Confira as vitaminas mais indicadas:
  • Vitamina C e Zinco: são responsáveis pela ação antioxidante que protege o organismo contra os radicais livres. Além disso, a sua ação anti-inflamatória ajuda a reduzir as dores e sintomas sentidos. O seu consumo frequente ajuda a fortalecer o sistema imunológico e a acelerar o processo de cicatrização de machucados. Quando a alimentação é inadequada, pode ser aconselhado o seu consumo por meio de suplementos alimentares, como vitaminas.
  • Vitamina A e E: também atuam nos processos inflamatórios e oferecem a redução das cólicas sentidas. Além das opções encontradas em suplementos alimentares, é indicado o seu consumo proveniente de verduras, legumes e frutas.
  • Vitaminas do complexo B: também atua no combate do processo inflamatório. Pode ser encontrado em suplementos alimentares ou em grãos integrais e peixes.

Atenção! 

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.A endometriose é um problema muito comum e que necessita de cuidados. Muitas mulheres não levam a sério a importância de analisar os seus ciclos menstruais. Ficar atenta aos sintomas sentidos durante o mês pode ser essencial na hora de diagnosticar mudanças no organismo. Ficou com alguma dúvida? Mande para a gente e tentaremos responder o quanto antes. Além disso, lembre-se, procure um médico sempre que for preciso.
Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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