Saúde

Mola Hidatiforme (gravidez molar): causas e tratamentos

Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 12/08/2021
Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 12/08/2021
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O que é Mola Hidatiforme

Também conhecida como gravidez molar ou gravidez em mola, a mola hidatiforme é um tumor ocasionado devido a uma complicação da gestação e que faz parte de um conjunto de condições chamado Tumores Trofoblásticos Gestacionais. Normalmente, essa doença ocorre durante o processo de fertilização do óvulo com o espermatozoide e, por mais que seja uma condição rara, é possível de acontecer.

As células que são designadas a formar a placenta se desenvolvem de uma maneira completamente anormal e, então, o que acaba se formando é um amontoado de células e, infelizmente, não um bebê. Por esse motivo, a gestação acometida por mola hidatiforme não possui maneiras de ir adiante e precisa ser interrompida o quanto antes. Na maioria dos casos, esse tumor é benigno, mas em 1% a 3% dos casos ele pode se tornar maligno.

Índice – neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:

  1. O que é Mola Hidatiforme
  2. As causas e tipos da doença
  3. Quais são os fatores de risco
  4. Sintomas da Mola Hidatiforme
  5. Diagnóstico e tratamento da Mola Hidatiforme
  6. Possíveis complicações
  7. O abalo emocional após uma gravidez com Mola Hidatiforme
  8. Prevenção
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As causas e tipos da doença

A mola hidatiforme é causada por um problema na informação genética do óvulo com o espermatozóide. Atualmente, há duas classificações para a doença: a mola hidatiforme completa e a mola hidatiforme parcial. Confira abaixo como cada uma se desenvolve:

Mola hidatiforme completa

Em uma gestação normal, o óvulo fertilizado conta com 23 pares de cromossomos, isto é, 23 da mãe e 23 do pai. Já em uma gravidez que sofre com a mola hidatiforme completa, o óvulo não recebe os cromossomos da mãe e, os do pai, vem de forma duplicada. Com isso, não há a formação do embrião e nem da placenta, o que se nota são vários cistos juntos no útero que se assemelham a um cacho de uva.

Mola hidatiforme parcial

No caso da mola hidatiforme parcial, o óvulo conta com os cromossomos da mãe, mas os do pai vem igualmente duplicados. Sendo assim, o total de cromossomos passa a ser de 69, e não 46 como em gestações normais. A causa para essa condição é devida da entrada de dois espermatozóides no óvulo ou, ainda, da duplicação dos cromossomos do espermatozóide.

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Quais são os fatores de risco

Por mais que a mola hidatiforme possa se desenvolver em qualquer gestação, alguns fatores de risco podem contribuir para que isso aconteça:

  • Mulheres que moram no México, no sudeste da Ásia e nas Filipinas possuem maior propensão a desenvolver a mola hidatiforme;
  • Mulheres brancas possuem maior risco do que mulheres negras;
  • Mulheres acima dos 40 anos;
  • Mulheres que já tiveram mola hidatiforme anteriormente;
  • Mulheres com histórico de abortos espontâneos.

Sintomas da Mola Hidatiforme

Os sintomas apresentados na doença são semelhantes, tanto na forma parcial quanto na completa. Porém, os sintomas da mola hidatiforme parcial são bem mais amenas do que as da forma completa. Dentre esses sintomas estão:

  • Sangramento vaginal: quase todas as mulheres possuem sangramento durante a gravidez, porém as que possuem mola hidatiforme costumam liberar coágulos sanguíneos ou corrimento marrom.
  • Anemia: quando há hemorragia em demasia, o corpo da mulher não consegue substituir os glóbulos vermelhos de maneira rápida quanto a perda e, isso, acaba levando a paciente a um quadro anêmico.
  • Inchaço abdominal: o útero e o abdômen de uma mulher com mola hidatiforme aumentam de forma muito brusca a partir da 6ª semana de gestação.
  • Cistos ovarianos: um hormônio é produzido em excesso quando há a presença do tumor, a gonadotrofina coriônica humana (HCG), e ele acaba causando cistos preenchidos com líquidos, formados nos ovários.
  • Vômitos: quase todas as gestações são acompanhadas por náuseas e vômitos, porém em casos de mola hidatiforme, isso acaba sendo mais recorrente do que o normal.
  • Pré-eclâmpsia: esse sintoma pode ocorrer devido a uma complicação de uma gravidez normal (normalmente no terceiro trimestre de gestação), mas quando aparece logo no início, é preciso ir a uma consulta médica o quanto antes. A pré-eclâmpsia pode  se apresentar através de hipertensão arterial, dor de cabeça, reflexos exagerados, inchaço nas mãos e nos pés e perda de proteínas na urina.
  • Hipertireoidismo: o hipertireoidismo acontece somente em mulheres que possuem um nível muito elevado do hormônio HCG e pode ser caracterizado com certos sintomas, como a taquicardia, o aumento da temperatura da pele, sudorese, intolerância ao calor e tremores leves.
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Diagnóstico e tratamento da Mola Hidatiforme

Muitas gestações acometidas com mola hidatiforme são diagnosticadas através dos sintomas relatados acima. Porém, para que ela seja comprovada, o médico especialista na doença – que pode ser tanto um ginecologista ou um obstetra – poderá solicitar 3 tipos de exames:

  • Exame pélvico;
  • Ultrassonografia pélvica;
  • Exames de sangue para medir o nível do hormônio característico da gestação.

Após diagnosticada a doença, ela deverá ser tratada através da curetagem, procedimento feito para retirar todo o tecido anormal do útero da mulher. Como já explicado, por conta da mola hidatiforme, a gestação é impossibilitada de ir adiante, pois as células fecundadas não se tornam em um bebê.

Em alguns casos, uma segunda curetagem é necessária para a retirada de sobras do tecido. Após esse procedimento, a paciente deverá realizar exames de sangue a cada 6 meses para monitorar o nível do HCG até ele ser zerado.

Possíveis complicações

Após a curetagem realizada na paciente, algumas complicações podem vir a se desenvolver:

  • Mola hidatiforme invasiva: se desenvolve a partir do crescimento do tecido molar na camada do músculo do útero. Esse tecido pode migrar pela corrente sanguínea, atingindo órgãos como o pulmão, fígado e cérebro.
  • Doença trofoblástica gestacional persistente: por mais que aconteça em situações mais raras, essa condição se dá quando células anormais provenientes do tumor retirado permanecem no corpo da mulher. Em caso de ocorrência, ela deverá ser tratada através  da quimioterapia.
  • Coriocarcinoma: extremamente incomum, o coriocarcinoma é um tipo de câncer tratável e que pode ser ocasionado tanto a partir de uma gravidez com mola hidatiforme quanto de uma normal ou até mesmo de um aborto espontâneo.

O abalo emocional após uma gravidez com Mola Hidatiforme

Mesmo que a gravidez molar não gere uma criança, a perda experimentada através dela é algo bastante significativa para uma mulher. Sonhos, planos e esperanças são interrompidos de uma só vez e o emocional da paciente ficará abalado incontestavelmente. Abaixo, relatamos algumas dicas de como lidar com essa perda:

  • - O luto será experimentado não só pela paciente, mas também por todos os envolvidos;
  • Frases de consolo talvez não ajudem, mas é preciso ter em mente de que as pessoas, ao menos, estão tentando ajudar;
  • Grupos de apoio e aconselhamento podem ser benéficos nessa situação;
  • Certifique-se de sempre ter o acompanhamento médico para verificar se a saúde está estável por conta da doença.

Prevenção

Como já mencionado, a mola hidatiforme pode se desenvolver em qualquer gestação, porém é uma condição muito mais observada em mulheres que tenham menos de 20 anos ou mais de 40. Diante disso, a única maneira de se prevenir a doença é através da utilização do preservativo durante as relações sexuais. Caso a gravidez seja desejada, é preciso que um profissional esteja em contato para que os cuidados pré-natais sejam realizados a fim de prevenir não só essa condição, mas outras tantas.

Muitas mulheres conseguem desenvolver uma gravidez normal após a molar, só que, para isso, é necessário a espera de um período para que uma nova gestação seja realizada. Esse período pode variar de 6 meses, em casos de mola hidatiforme tratadas sem a quimioterapia, até 1 ano, em casos de pacientes que trataram a doença com a quimioterapia.

Compartilhe este artigo com os seus conhecidos! Por mais que a mola hidatiforme seja uma condição rara, ela pode se desenvolver em qualquer pessoa e, essa, precisa estar informada sobre a doença.

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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