Saúde

Artrite reumatoide: qual o tratamento? Veja causas e sintomas

Publicado em: 22/02/2019Última atualização: 01/09/2020
Publicado em: 22/02/2019Última atualização: 01/09/2020
Foto de capa do artigo
Aproximadamente 1% da população mundial sofre com dores e limitações decorrentes da artrite reumatoide. Só no Brasil há, em média, 2 milhões de pessoas.Dores, dificuldades de movimento e alterações na estrutura óssea são apenas alguns dos sintomas e complicações relacionados à doença.Porém, engana-se quem acha que a condição só acontece com gente mais velha. Apesar de ter uma relação direta com o envelhecimento, a artrite reumatoide pode ocorrer também em crianças e adolescentes.
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O que é Artrite Reumatoide?

A artrite reumatoide (AR) é uma doença crônica, autoimune e sistêmica caracterizada pela inflamação das articulações.Não se sabe exatamente o que desencadeia a alteração, mas, assim como outras condições autoimunes, o organismo começa a ser atacado pelas próprias células de defesa.Aos poucos, as articulações de todo o corpo (mas principalmente das mãos) vão sendo afetadas pela inflamação.O resultado é que dores, inchaços e redução da mobilidade acometem o paciente.Considerada uma condição sistêmica, com o tempo, a doença pode causar deformidades nas estruturas e afetar também outros tecidos e órgãos.As alterações causadas pelas frequentes inflamações podem causar lesões ósseas e articulares irreversíveis, o que pode resultar em deformações que reduzem a qualidade de vida do paciente.Por se tratar de uma doença sistêmica, as inflamações podem ocorrer também em outros lugares, como em volta do coração, no pulmão e até mesmo nos olhos.Ainda não há cura, mas a artrite reumatoide pode ser controlada com medicamentos antirreumáticos.Em geral, as condições que afetam as estruturas articulares (reumatismo) são atribuídas às pessoas mais velhas.Porém, a artrite reumatoide é uma doença autoimune e, por isso, pode se manifestar em qualquer idade, incluindo nas crianças.Ainda assim, o envelhecimento está associado à doença, que tem maior incidência a partir dos 40 anos.No CID-10, a artrite reumatoide podem ser encontrada sob o código M05.
  • M05 — Artrite reumatoide soro-positiva;
  • M05.3 — Artrite reumatoide com comprometimento de outros órgãos e sistemas;
  • M05.9 — Artrite reumatoide soro-positiva não especificada;
  • M06.0 — Artrite reumatoide soro-negativa;
  • M06.9 — Artrite reumatoide não especificada;
  • M08.0 — Artrite reumatoide juvenil.
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Tipos

A artrite reumatoide pode ser subclassificada em alguns tipos. São eles:

AR soro-positiva

O fator reumatoide está associado às lesões em diferentes tecidos e órgãos, mas vale ressaltar que não é ele o causador ou o determinante da artrite reumatoide.Quando os exames detectam o fator no sangue do paciente, o quadro é considerado AR soro-positiva.A maioria dos pacientes com artrite reumatoide tem o tipo positivo, mas não é o fator que determina a doença. Isso porque pessoas sem nenhuma alteração ou patologia reumática podem apresentar níveis do fator reumatoide.Porém, de acordo com a Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro, pacientes com o tipo positivo tendem a apresentar sintomas mais graves e mais acometimento da saúde do que aqueles do tipo negativo.

AR soro-negativa

Nesses pacientes, os exames que detectam o fator reumatoide estão negativados, mesmo na presença de sintomas. Por isso, o diagnóstico é feito sobretudo com base nos exames laboratoriais e de imagem.

Artrite reumatoide juvenil

Atualmente, a denominação correta da artrite reumatoide juvenil é Artrite idiopática juvenil.A condição acomete crianças e adolescentes de até 16 anos, sendo que entre todas as artrites crônicas, é a mais frequente na infância.Em geral, a doença é bastante semelhante àquela que ocorre em adultos (artrite reumatoide) e, da mesma forma, as causas não são completamente conhecidas, por isso é chamada de idiopática.
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Quais as causas?

A artrite reumatoide é uma doença autoimune, ou seja, acontece quando o sistema imunológico se confunde e começa a atacar o próprio organismo.Não se sabe exatamente o que desencadeia a alteração do organismo, mas, entre as possibilidades, está a herança genética.A articulação e ponto que liga os ossos. A cartilagem é um tecido que recobre as extremidades e protege cada osso do atrito.Nessa região, há ainda membrana sinovial, um tecido bastante fino que produz lubrificantes paras as articulações, evitando que haja atritos ou dificuldade de movimentação.O paciente com artrite reumatoide, por alguma razão, desenvolve uma resposta inflamatória que acomete as articulações, causando a inflamação da região, que gera dor, vermelhidão e inchaço.Em seguida, ocorre uma entrada de células de defesa no tecido sinovial, fazendo com que ocorra a produção de outras substâncias que ficam acumuladas no tecido articular. Isso causa os sintomas, como inchaço e dor.Aos poucos, a membrana sinovial fica mais espessa e a cartilagem sofre um desgaste progressivo, podendo danificar os ossos, que enfraquecem devido aos atritos.Todos esse mecanismo é possivelmente desencadeado por uma associação de predisposição genética e fatores ambientais.

Fatores de risco

Ainda que não se saiba, ainda, indicar se há um fator determinante, algumas condições estão associadas à possibilidade da artrite reumatoide se manifestar. São elas:

Genética

Pessoas que possuem os marcadores genéticos têm 10 vezes mais chances de desenvolver artrite reumatoide. Ou seja, ter uma parente próximo com a doença pode elevar os riscos de desenvolvê-la.

Agentes infecciosos

Especialistas acreditam que alguns agentes infecciosos, como vírus e bactérias, estar relacionados com a doença e agirem como gatilhos desencadeadores em pessoas com predisposição.

Idade

Ainda que a artrite reumatoide possa ocorrer em pessoas jovens, inclusive crianças, o envelhecimento é um fator de risco.Em geral, as articulações sofrem desgastes comuns da idade. Por isso, o tecido fica mais fragilizado.

Sexo

Para cada homem com artrite reumatoide, há 3 mulheres que sofrem do mesmo problema.

Outros fatores de risco

Embora pouco compreendidos, existem alguns fatores de risco associados ao desenvolvimento da AR. Alguns deles são:
  • Fumo: Acredita-se que o hábito de fumar pode desencadear a doença, principalmente em quem já possui predisposição genética.
  • Hormônios: Especialistas acreditam que fatores hormonais estão ligados à doença, o que explica a maior incidência em mulheres e o fato de que muitas gestantes apresentam melhoras clínicas sem demais explicações.
  • Exposição a substâncias: Pessoas que passaram muito tempo expostas a substâncias como sílica e asbestos têm mais propensão a desenvolver doenças autoimunes, incluindo a artrite reumatoide.
  • Obesidade: Pessoas acima do peso ou obesas parecem ter mais chances de desenvolver AR devido à sobrecarga articular.
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Sintomas da artrite reumatoide

Os primeiros sintomas da AR costumam ser sutis, como dores nas juntas das mãos e dos pés. O paciente pode ter problemas para realizar tarefas simples como abrir potes e girar maçanetas, ou até mesmo sentir dor nos pés ao caminhar após levantar da cama de manhã.

Dor e inflamação

A inflamação faz com que leucócitos (células de defesa) entrem nas articulações, acumulando substâncias no local.Em geral, elas seguem um padrão simétrico, ou seja, quando há uma inflamação na mão direita, muito provavelmente, há uma na mão esquerda também.Como há um aumento ou concentração de células e substâncias, a região fica inchada.Esse inchaço faz o tecido sinovial esticar, tornando as terminações nervosas mais sensíveis e doloridas.A dor pode ser constante e com intensidades diferentes, dependendo de cada paciente.

Inchaço e vermelhidão articular

O inchaço ocorre devido à inflamação das articulações. Células se acumulam nas camadas sinoviais e geram a distensão do local.Já a vermelhidão é devido às células de defesa migrando para a região das articulações. Como o corpo precisa enviar mais sangue ao local, ocorre a dilatação de vasos sanguíneos, a fim de suprir as demandas circulatórias.

Rigidez

A rigidez das articulações está bastante relacionada à dor e, muitas vezes, o paciente tem a capacidade de movimentar completamente a região.Ou seja, a inflamação torna a região sensível, gerando dores e incômodos. Aos poucos, o próprio paciente limita seus movimentos a fim de evitar o desconforto.

Deformidades

Como há uma distensão das camadas sinoviais, aos poucos, as articulações começam a ficar instáveis.O tecido cartilaginoso começa a sofrer degeneração e, com isso, causa alteração nos encaixes ósseos, fazendo com que as estruturas, como dedos, fiquem tortas.

Nódulos reumatoides

Também pode ocorrer a formação de nódulos reumatoides, que são nódulos subcutâneos de 2mm a 5cm de tamanho, localizados principalmente ao redor de articulações.Essas lesões costumam ser duras e assintomáticas, mas podem desenvolver infecções e ulcerações.

Fadiga e cansaço intenso

Em geral, 40% dos pacientes com artrite reumatoide sentem fadiga e cansaço extremos. A condição pode ser resultado do comprometimento muscular, que provoca redução de força e condicionamento físicos.Nesses casos, a condição é agravada porque, conforme o paciente sente dores, dificuldade em se locomover e fadiga, há a tendência de reduzir ou evitar os exercícios agravando a redução do condicionamento.

Outros sintomas

Ainda podem se manifestar sintomas como:
  • Falta de apetite;
  • Febre;
  • Irritabilidade;
  • Suor frio.

Diagnóstico

O profissional mais adequado para diagnosticar a artrite reumatoide é o clínico geral e o reumatologista.Não existe um teste específico para a AR, então o diagnóstico depende da manifestação dos sinais e sintomas, assim como de exames laboratoriais e de imagem.Segundo as Diretrizes para Diagnóstico e Tratamento da artrite reumatoide, o paciente deve apresentar pelo menos 4 dos 7 itens abaixo:
  • Rigidez matinal: rigidez nas articulações e músculos durante, pelo menos, 1 hora após acordar.
  • Artrite em três ou mais áreas: inflamação em três áreas de articulação ou mais, que apresenta acúmulo anormal de líquido (edema) nas partes moles ou derrame do líquido articular;
  • Artrite de articulações das mãos ou punhos;
  • Artrite simétrica: inflamação das mesmas articulações nos dois lados do corpo simultaneamente;
  • Nódulos reumatoides: nódulos debaixo da pele, localizados sobre proeminências ósseas, em superfícies extensoras ou em regiões próximas das articulações (região justarticular);
  • Fator reumatoide (FR) sérico: grupo de anticorpos presente no sangue da maioria das pessoas com AR;
  • Alterações radiológicas: Aparições de erosões ou descalcificações articulares em exames radiográficos.
Além disso, os itens 1 a 4 devem estar presentes por, no mínimo, 6 semanas.

Quais exames ajudam na detecção?

Alguns exames podem ser fundamentais para o diagnóstico da artrite reumatoide. Entre eles:

Exame de sangue

O exame de sangue pode ajudar o médico a identificar se há anticorpos fator reumatoide (FR) e anticorpos antipeptídeo citrulinado cíclico (anti-CCP), que estão presentes na corrente sanguínea da maioria dos pacientes com artrite reumatoide.Outras verificações que podem ser feitas com a amostra de sangue são a Velocidade de Hemossedimentação (VHS) e Proteína C Ativa, que indicam a presença de inflamações no corpo.

Exames por imagem

Exames como Raio X e ressonância magnética são usados para conferir o estado das articulações.O aparecimento de erosões, descalcificações e outras deformidades pode reforçar o diagnóstico.

Análise do líquido sinovial

Consiste na retirada de uma amostra do líquido sinovial de uma articulação inflamada, que pode ajudar a descartar outras causas para a artrite.Por meio de uma punção na articulação, chamada artrocentese, retirasse uma pequena quantidade de material. O procedimento é semelhante a uma coleta de sangue comum, só que localizado em alguma articulação.

Artrite reumatoide tem cura?

Não. A AR é uma doença crônica e, até hoje, não se conhece uma cura para a condição. Entretanto, existem tratamentos que podem mantê-la controlada e diminuir, assim, os sintomas.

Qual o tratamento?

Por ser uma condição capaz de gerar problemas de mobilidade, o tratamento deve ser multidisciplinar com o objetivo de controlar a doença, aliviar o desconforto, estabilizar o quadro e devolver a autonomia ao paciente.

Medicamentos

O paciente pode ser orientado ao uso de medicamentos que aliviam dores e reduzem as inflamações, além de remédios considerados modificadores do curso da doença.Ainda que dificilmente ocorra a remissão dos sintomas completamente, esse tipo de medicamento demonstra bons resultados para evitar o agravamento do quadro.Leia mais: Relaxante muscular (remédio, natural): o que é, nomes, dá sono?

Fisioterapia

A realização de exercícios físicos orientados por um fisioterapeuta pode prevenir a perda da mobilidade e aliviar as doresAlongamentos evitam que os tendões sofram encurtamententos pela inatividade, assim como a utilização de órteses pode ajudar a manter a funcionalidade das articulações que sofreram deformidades.

Terapia ocupacional

O terapeuta ocupacional pode ajudar o paciente a manter sua autonomia através de adaptações dos espaços e objetos, além de auxiliar a mobilidade das articulações com técnicas cinesioterápicas.Além disso, o profissional é bastante importante se for necessário o uso de órteses ou acessórios que facilitem a manutenção das atividades diárias do paciente.

Cirurgias

Quando os medicamentos não fazem efeito e não conseguem prevenir o dano às articulações, procedimentos cirúrgicos podem ser realizados para reparar e recuperar a função das articulações.Algumas cirurgias que podem ser realizadas são:
  • Sinovectomia: Procedimento que retira a parte inflamada da membrana sinovial, evitando danos à cartilagem. Pode ser feito nos joelhos, cotovelos, pulsos, dedos e quadris.
  • Reparação de tendão: As recorrentes inflamações e danos podem causar rupturas ou até mesmo soltar os tendões. Um cirurgião pode ser capaz de reparar esses tendões às articulações, para que o movimento seja readquirido.
  • Artroplastia total: Nesse procedimento, as partes danificadas da articulação são retiradas e substituídas por uma prótese de metal e plástico. Essa prótese, quando bem cuidada, pode durar até 20 anos antes de ser necessária uma troca.
  • Artrodese: Quando não há possibilidade de fazer uma artroplastia total, a artrodese se torna um último recurso e consiste na fusão entre os dois ossos, eliminando definitivamente a articulação. Costuma ser feita quando não há outra maneira de aliviar a dor sentida nas juntas.

Remédio para artrite reumatoide

O tratamento medicamentoso é voltado para a redução das inflamações e prevenção de deformidades. Existem 4 classes de medicamentos utilizados para tratar a AR e o médico irá escolher a mais apropriada de acordo com a gravidade do caso. São elas:

Anti-inflamatórios não esteroides (AINES)

Aliviam os sintomas da artrite, tratando inflamações. Servem como paliativos, pois oferecem muitos riscos e efeitos colaterais a longo prazo. Além disso, não são capazes de prevenir deformidades. Alcançam seu efeito máximo entre 2 e 4 semanas de uso.

Alguns dos anti-inflamatórios mais usados são:

Corticoides

Reduzem processos inflamatórios e aliviam sintomas. Assim como os AINES, não previnem deformidades e são indicados no início do tratamento para alívio rápido dos sintomas. Muitas vezes, sua administração é feita simultaneamente com os anti-inflamatórios. A substância mais usada nesses casos é a prednisona.

Drogas anti-reumáticas modificadoras de doença (DMARDs)

Diminuem os processos inflamatórios, impedindo, assim, a progressão da doença deformante. São drogas imunossupressoras, ou seja, enfraquecem o sistema imunológico, portanto seu uso deve ser acompanhado por um médico. Os efeitos são sentidos só após semanas ou meses de tratamento.

O médico poderá receitar, entre outros:

Modificadores da resposta biológica

Essa é a classe mais nova de medicamentos para tratar a artrite reumatoide. Sua ação concentra-se diretamente nos mediadores inflamatórios e nas células envolvidas na artrite.

Os medicamentos são obtidos através da biotecnologia, possuem efeito imunossupressor e seus efeitos colaterais podem ser mais graves que as outras classes de medicamentos. São usados exclusivamente em casos nos quais a doença não responde ao tratamento convencional.

Alguns medicamentos pertencentes a essa classe são:

Atenção! 

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Tratamento caseiro e natural

A artrite reumatoide deve sempre ser acompanhada clinicamente, com profissionais capacitados, seguindo as orientações terapêuticas.Porém, algumas ações podem ser adotadas em casa para auxiliar na melhoria dos sintomas. Elas devem ser feitas sempre em conjunto, sem substituir a orientação médica.Entre as opções estão:

Chás

Os chás, em geral, possuem propriedades relaxantes e podem auxiliar no bem-estar do paciente.A bebida quente pode reduzir a ansiedade e agitação, fazendo com que o paciente controle o estado emocional. Como consequência, pode haver uma redução na percepção da dor.Sobretudo as bebidas que contêm propriedades anti-inflamatórias, como camomila, pode auxiliar.

Compressas

Compressas quentes podem auxiliar na redução da inflamação, promovendo o relaxamento muscular.Aos poucos, é possível perceber melhoras na rigidez e dificuldades de movimentação. Mas as compressas frias também podem ser eficazes para reduzir o inchaço.O ideal é conversar com o médico para que, juntos, sejam estabelecidos os melhores horários e tempo de aplicação de compressas.

Almofadas e travesseiros

Usar o conforto a favor do paciente é uma medida eficaz para reduzir o impacto das dores da artrite reumatoide.Ao acordar, o paciente geralmente percebe as articulações mais rígidas. Por isso, usar almofadas e travesseiros confortáveis pode ajudar durante o sono.Também é possível posicionar almofadas ao longo do corpo para deixá-lo mais alinhado, evitando agravar as dores.

Convivendo

As limitações que a artrite reumatoide traz consigo podem tornar a convivência com a doença difícil, tanto física quanto psicologicamente.Ainda assim, existem diversos recursos e dicas para que o paciente possa garantir uma boa qualidade de vida.

Apoio psicológico

É normal que portadores de AR acabem por desenvolver depressão, uma vez que a doença provoca dores intensas que parecem não ter fim, além de criar sentimentos de perda e incapacidade.Para isso, é importante que o paciente receba, também, tratamento psicológico.Leia mais: Ser sociável melhora a qualidade de vida de pessoas mais velhas

Exercícios

Uma maneira de manter as funções das articulações por mais tempo é a realização de exercícios físicos leves no dia-a-dia.Enquanto as sessões de fisioterapia podem ocorrer algumas vezes na semana, é importante também que o paciente mantenha uma rotina de exercícios caseira.Para formular essa rotina, pode-se pedir a ajuda de um fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional.

Alimentação

Não existe uma dieta específica para portadores de artrite reumatoide, porém, ter uma alimentação equilibrada e nutritiva ajuda a manter o peso estabilizado, o que auxilia na diminuição das dores nas articulações dos quadris, pernas e pés.

Compressas

Para aliviar as dores, pode-se aplicar uma compressa quente ou gelada. O calor ajuda a relaxar os músculos doloridos, assim como o gelo pode entorpecer o local.

Roupas e calçados

A utilização de roupas e calçados adequados ajudam a facilitar o dia a dia do paciente.Os tecidos devem ser confortáveis e adequados ao paciente, evitando limitar os movimentos ou comprimir as articulações (por exemplo, calças muito apertadas).

Adaptação de ambientes

O chuveiro é um dos locais mais perigosos para portadores de AR, uma vez que o chão escorregadio pode facilmente provocar quedas. É recomendado o uso de tapetes antiderrapantes e, caso necessário, cadeiras à prova d’água próprias para banhos.Banheiras não são recomendadas para uso sem supervisão, uma vez que o paciente pode ter problemas para entrar ou sair dela.Além disso, alguns pacientes podem sofrer com movimentos limitados e precisar de ajuda na cozinha.Para isso, existem equipamentos próprios para incapacitados, que podem ajudar a abrir potes, latas, garrafas, entre outros.Quando se trata de alcançar os utensílios mais utilizados, um terapeuta ocupacional pode ajudar a replanejar a cozinha, a fim de facilitar a vida do enfermo.

Viagens

Alguns pacientes podem ter problemas na praia, por conta das radiações UV, do calor, assim como as inflamações e dores podem piorar, por exemplo.Lugares como campo, montanhas ou termas são ótimas opções de viagem, onde o paciente pode manter sua rotina de cuidados, além da possibilidade de outros exercícios benéficos, como, por exemplo, nadar em piscinas aquecidas.

Complicações

Muitas das complicações relacionadas à artrite reumatoide são conhecidas como manifestações extra-articulares (ou seja, além do acometimento da articulação), embora sejam causadas pela doença.Além disso, as medicações utilizadas no tratamento muitas vezes enfraquecem o sistema imunológico, proporcionando maior facilidade de contrair infecções e outras doenças.Por se tratar de uma condição sistêmica, as inflamações podem atacar outros órgãos e tecidos do corpo, causando diversas complicações graves.Confira, abaixo, as principais manifestações extra-articulares:

Olhos secos

A secura é um dos principais sintomas relacionados aos olhos. Como a lubrificação auxilia também na proteção dos órgãos, o paciente com artrite reumatoide fica mais propenso às infecções.

Escleratite

Podem ocorrer inflamações na esclera, parte branca dos olhos. A condição gera dor e vermelhidão.

Uveíte

Úvea é uma das camadas do olhos, que participa da correta irrigação sanguínea da retina (outra camada dos olhos). Assim, a uveíte é a inflamação dessa camada, causando vermelhidão e alterações da visão.

Insuficiência cardíaca

Portadores de AR são 2,5% mais propensos a desenvolver doenças cardiovasculares que a população em geral.O coração também pode ser afetado pela artrite reumatoide. As inflamações prolongadas pode provocar o acúmulo de placas de gordura nos vasos sanguíneos.Aos poucos, as placas reduzem o fluxo sanguíneo e podem bloquear as artérias.

Pericardite

O pericárdio é uma membrana que envolve o coração e participa do controle sanguíneo, evitando que ocorra acúmulos da substância no coração.A artrite reumatóide pode causar inflamações nesse tecido, causando dores e dificuldades para respirar.

Compressão de nervos e síndrome do túnel do carpo

Em decorrência das inflamação articular, os nervos podem sofrer compressão e resultar em alterações de sensibilidade.Assim, pode ocorrer dormência, formigamento, redução de força e movimentação de braços, mãos e pernas.Entre os nervos que podem ser acometidos está o nervo mediano, localizado no canal do carpo, na região entre mão e antebraço.

Doença pulmonar intersticial (DPI)

Em geral, é comum que ocorram alterações no funcionamento ou estrutura dos pulmões decorrentes da artrite reumatoide.Ainda que, muitas vezes, elas não representem riscos ou manifestem sintomas, alguns acometimentos podem gerar riscos ao paciente.Entre as condições mais comuns está a doença pulmonar intersticial, que designa um grupo de alterações capazes de afetar os pulmões, causando inflamação prolongada e danos ao funcionamento dos órgãos.

Bronquiectasias

Os brônquios (tubos que levam o ar até os pulmões) podem sofrer dilatações e ter seu funcionamento comprometido em decorrência da artrite reumatoide.Essas dilatações se tornam permanentes e levam à destruição das estruturas, ocasionando o acúmulo muco dos pulmões.

Derrame pleural

Pode ocorrer acúmulo de líquido na pleura, que é uma camada de revestimento dos pulmões.Esse líquido acúmulado desencadeia tosse, falta de ar, dor e alterações respiratórias.

Anemia

Em média, a anemia acomete entre 30% e 70% dos pacientes com artrite reumatoide. As causas são diversas e podem estar relacionadas ao comprometimento digestivo ou aos efeitos colaterais do uso de medicamentos

Osteoporose

Com o tempo, os ossos dos pacientes com artrite reumatoide podem ficar fracos e danificados.Devido à redução da cartilagem (camada que evita o atrito entre ossos), as extremidades começam a sofrer lesões, podendo causar erosões e fragmentação óssea.

Linfoma

A chance de desenvolver linfoma, o câncer no sistema linfático, é maior em portadores de artrite reumatoide.

Prognóstico

A doença não tem cura e o prognóstico está diretamente relacionado à rapidez em que se inicia o tratamento.Ou seja, quanto antes ocorrer o diagnóstico, melhores as chances de controle e estabilização da doença.

Prevenção

Não existe maneira de prevenir a artrite reumatoide.Manter hábitos saudáveis, uma rotina de atividades físicas e alimentação balanceada são as melhores maneiras de cuidar da saúde como um todo.Além disso, se há casos na família, é importante dar atenção às consultas e ao acompanhamento médico.

Fotos

Uma das características da artrite reumatoide é a irregularidade ou alteração as estruturas ósseas:Pelos exames, as alterações ficam bastante nítidas:Sendo que pequenas articulações em geral são bastante acometidas:

Perguntas frequentes

Artrite reumatoide aposenta?

Se a doença estiver em um estágio avançado, comprometendo a vida profissional do paciente, sim.É importante lembrar que há uma série de complicações envolvidas na artrite reumatoide e elas podem trazer prejuízos à vida do paciente.Como as complicações são, em geral, irreversíveis, quando a doença afeta de forma grave o cotidiano, é possível solicitar ao INSS a aposentadoria por invalidez.O processo requer perícia médica, que irá verificar as condições do solicitante, por meio de exames e consulta. Constatadas as limitações e a progressão da doença, a aposentadoria é concedida.

Porque artrite reumatoide é uma doença autoimune?

Doenças autoimunes são todas aquelas que decorrem de uma alteração imunológica em que o corpo ataca as próprias células e tecidos saudáveis. Na artrite reumatoide o sistema imune afeta a membrana sinovial, gerando inflamação em uma ou mais articulações do corpo.

Quais os alimentos que fazem mal para artrite reumatoide?

A alimentação equilibrada e saudável é especialmente importante aos pacientes com artrite reumatoide. Em geral, é indicado que o paciente reduza a ingestão de sódio, o que incluir colocar menos sal na comida e diminuir o consumo de produtos processados, além de reduzir as frituras e o uso de açúcar refinado no dia a dia.O ideal, é escolher por alimentos com propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e nutritivos.

A melhor maneira de prevenir a evolução da doença é a informação e o diagnóstico mais cedo possível.

Compartilhe esse texto para que mais pessoas tenham acesso à informação! Qualquer dúvida, entre em contato conosco que responderemos.

Publicado originalmente em: 30/06/2017 | Última atualização: 22/02/2019

Fontes consultadas

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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