O que é Cancro Mole, sintomas, tratamentos e mais

Características e transmissão

Devido à infecção bacteriana, a doença é caracterizada por feridas abertas, irregulares, avermelhadas, com base mole e fundo purulento (com pus).

Normalmente, essas feridas aparecem na região do órgão genital ou próximo a ele, mas também há casos nos quais a doença pode se desenvolver em outros locais, como lábios, boca, língua e garganta.

A transmissão ocorre por meio de relação sexual. Também pode ocorrer através do contato físico com alguém infectado, mas essa é uma forma de transmissão bastante rara, já que pressupõe o contato com abrasões ou lesões.

O tempo de incubação da bactéria costuma ser de 4 a 10 dias, mas esse período pode variar, com um período mínimo de 1 dia de incubação e podendo chegar até 35 dias.

A transmissibilidade é uma das maiores incógnitas do cancro mole. Recomenda-se a prática de abstinência sexual até que as úlceras tenham sido curadas, mas é possível que a transmissão siga ocorrendo por semanas ou meses, daí a importância de usar preservativo em todas as relações sexuais.

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As diferenças do cancro mole e Sífilis (cancro duro)

Ao longo da história e até hoje essas duas doenças costumam ser confundidas. Para ajudar a distingui-las, confira o quadro comparativo abaixo:

Os fatores de risco para o cancro mole

Antes de tudo, é importante saber que, se você é sexualmente ativo(a), você tem risco de contrair a doença. Por isso é importante reiterar o uso de preservativos em todos os tipos de relação sexual, uma vez que esta é a melhor forma de prevenir ISTs.

Além disso, a vulnerabilidade social pode ser considerada um fator de risco do cancro mole, assim como ocorre com as demais ISTs. Sem o devido investimento em algumas áreas, como saúde, educação e saneamento básico, as pessoas ficam mais expostas a infecções.

Quais são os sintomas do cancro mole?

Após o ato sexual sem a devida proteção, é provável que os primeiros sintomas surjam em poucos dias, quando poderão ser notados os seguintes sintomas:

1. Primeiramente, surgem uma ou duas pequenas feridas com pus;
2. Após alguns dias, uma ferida úmida e bastante dolorida é formada,  espalhando-se e aumentando de tamanho e profundidade;
3. A seguir, outras feridas surgem em volta das primeiras;
4. Após duas semanas da infecção, pode aparecer um caroço avermelhado e doloroso na virilha (também conhecido como íngua), podendo comprometer o movimento das pernas enquanto não for tratado. Esse caroço pode abrir e expelir um pus espesso, esverdeado e misturado com sangue.

Como já explicado, essas feridas normalmente aparecem na região dos órgãos genitais. Em geral, as lesões surgem na ponta do órgão masculino (glande) ou na região externa da região íntima da mulher e do ânus.

Como a ferida pode não ser visível, ela causa dor na relação sexual e ao evacuar. Os sintomas de cancro mole também podem vir acompanhados de febre, dor de cabeça e sensação de fraqueza.

Como me prevenir do cancro mole?

Algumas atitudes bastante simples podem ser o suficiente para prevenir o cancro mole ou evitar a transmissão da doença para outras pessoas. São elas:

• Uso de preservativo em todas as relações sexuais;
• Limitar o número de parceiros sexuais;
• Evitar tocar nas feridas típicas da doença. Caso toque, lave bem as mãos para evitar o risco de transmissão para outras partes de seu corpo.

Cancro Mole e o vírus HIV

Diversos estudos revelaram que as feridas características do cancro mole facilitam o surgimento do vírus HIV. Por isso, recomenda-se que a pessoa infectada pratique abstinência de sexo durante o tratamento da doença.

Por outro lado, as pessoas com histórico de infecção prévia por HIV podem apresentar um quadro mais difícil de tratamento, uma vez que o organismo pode não responder adequadamente ao tratamento com antibióticos.

Caso exista a possibilidade de dupla infecção simultânea, um médico deve ser consultado o mais rápido possível, principalmente porque a infecção por HIV pode afetar a imunidade.

Qual o diagnóstico para o Cancro mole?

Primeiramente, você deve ir a um(a) especialista assim que notar os sintomas em seu corpo. No caso do cancro mole, o(a) médico(a) a quem você deve recorrer é o(a) ginecologista ou urologista, que fará um exame aprofundado das feridas.

Após o exame físico, o(a) médico(a) deverá solicitar exames para comprovar as suspeitas levantadas pelos sintomas. O exame de sangue não é eficaz na detecção da bactéria do cancro mole e, por isso, é necessário efetuar a raspagem e análise laboratorial do material da ferida.

A doença é completamente curável se tratada corretamente com os medicamentos prescritos pelo médico. Contudo, quando não tratado, o cancro mole pode deixar cicatrizes permanentes no órgão genital, além de causar complicações e infecções graves.

Tratando o Cancro mole

A condição pode ser facilmente tratada com antibióticos e, quando possível, recomenda-se que o(a)(s) parceiro(a)(s) sexual(s) também se submeta(m) ao tratamento, mesmo que não apresente(m) os sintomas.

As defesas do organismo conseguem curar o cancro mole, mas esse processo pode demorar semanas ou meses se não houver interferência medicamentosa. A indicação de antibióticos visa ajudar no desaparecimento da ferida de forma mais rápida e minimizar as cicatrizes.

Os medicamentos normalmente prescritos são:

• Azitromicina;
• Ceftriaxona;
• Tianfenicol;
• Ciprofloxacino;
• Tetraciclina;
• Sulfametoxazol + Trimetroprima;
• Eritromicina.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico.

As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.

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O cancro mole é uma IST pouco conhecida e as baixas estatísticas podem ser um sinal de subnotificação dos casos. Não dispense o uso de preservativos e fique atento(a) aos sintomas. Caso haja suspeita de infecção, um profissional de saúde deverá ser consultado.

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Referências

• Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: infecções que causam úlcera genital — Revista Consenso;
• Cancro mole: revisitando a infecção pelo Haemophilus ducreyi — Brazilian Journal of Health Review;
• Guia do Episódio de Cuidado: Exposição Sexual Desprotegida — Albert Einstein (Sociedade Beneficente Israelita Brasileira).