Saúde

Criptococose (cerebral, pulmonar, em gatos): veja sintomas

Publicado em: 24/04/2019Última atualização: 04/12/2020
Publicado em: 24/04/2019Última atualização: 04/12/2020
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Toda doença que o homem adquire vindo de um animal, pode ser chamada de zoonose. Apesar de não nos darmos conta, estamos expostos a condições de contágio como estas 24 horas por dia.É o caso da criptococose, infecção transmitida pelos pombos, que, em alguns casos, pode evoluir para uma meningite.Quer saber mais sobre essa condição, suas causas e tratamentos? Confira o artigo abaixo!Índice – neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:
  1. O que é criptococose?
  2. Epidemiologia
  3. Origem da infecção
  4. Tipos: qual parte pode ser afetada?
  5. Criptococose e meningite
  6. Causas
  7. Como ocorre a transmissão?
  8. Fatores de risco
  9. Quais são os sintomas?
  10. Como é feito o diagnóstico?
  11. Tem cura?
  12. Qual o tratamento?
  13. Medicamentos
  14. Prognóstico
  15. Complicações
  16. Como prevenir criptococose?
  17. Criptococose em gatos
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O que é criptococose?

A  criptococose é uma infecção pulmonar ou disseminada, causada pelo fungo Cryptococcus, que atinge o organismo por meio da inalação de suas partículas.Essa condição apresenta várias formas clínicas, que podem acometer todas as pessoas. Porém, é mais comum acontecer com quem tem baixa imunidade.Também conhecida como micose sistêmica, a criptococose pode ser contraída em ambientes com a presença de matéria orgânica, ou seja, no solo, em árvores, frutas secas e fezes de animais, principalmente pombos e aves.Leia mais: Micoses estão entre as doenças de pele mais comuns no verãoPodemos encontrar essa condição no CID-10 através dos seguintes códigos:
  • B450 — Criptococose pulmonar;
  • B451 — Criptococose cerebral;
  • B452 — Criptococose cutânea;
  • B453 — Criptococose óssea;
  • B457 — Criptococose disseminada;
  • B458 — Outras formas de criptococose;
  • B459 — Criptococose não especificada.
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Epidemiologia

As micoses sistêmicas, como é o caso da criptococose, não integram a lista nacional de doenças que necessitam de vigilância epidemiológica.Porém, de acordo com os Dados do Sistema de Internação Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), a criptococose apresentou o maior número de internações no período de 2000 a 2007.Em um aspecto global, a criptococose acomete pessoas imunocomprometidas e que estejam dentro do sexo e faixa-etária do grupo de risco.Leia mais: As doenças de pele mais comuns
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Origem da infecção

A criptococose possui dois agentes causadores diferentes, são eles o Cryptococcus Neoformans e o Cryptococcus Gattii. Esses irão determinar qual o tipo da doença que o paciente irá desenvolver, podendo ser o oportunista ou o primário, que explicaremos a seguir:

Oportunista

Este tipo pode ser encontrado com maior frequência em centros urbanos e está associado à baixa imunidade.É causado predominantemente pelo fungo do tipo Cryptococcus Neoformans, sendo considerada a principal causa de meningoencefalite (inflamação na membrana que reveste o cérebro), que explicaremos melhor a seguir.

Primária

Frequentemente encontrada em regiões tropicais e/ou subtropicais, este tipo acomete pessoas consideradas saudáveis, também chamadas de imunocompetentes. A criptococose primária está associado ao Cryptococcus Gattii.

Tipos: qual parte pode ser afetada?

A criptococose pode afetar algumas regiões do corpo, sendo dividida entre cutânea, cerebral e pulmonar:

Cutânea

Este tipo é o mais difícil de se desenvolver, por isso, seu diagnóstico é mais complicado. Dessa forma, o ideal é fazer um exame laboratorial que facilita o diagnóstico.Apresenta-se de forma mais frequente em pessoas com o tipo sanguíneo A, podendo ser percebido por meio de lesões na pele, conhecidas como ulcerações.

Cerebral

Podemos dizer que a criptococose é uma condição que possui uma afinidade com o sistema nervoso central. Desta forma, ao entrar em contato com o organismo, a criptococose pode afetar o cérebro e apresentar lesões como cistos, além de causar uma dilatação dos espaços do cérebro.Além disso, a criptococose cerebral pode evoluir para uma meningite, com presença de hidrocefalia (acúmulo de fluido que pode ocasionar aumento do cérebro e dores de cabeça).

Criptococose pulmonar

O pulmão é conhecido por ser a principal porta de entrada para fungos da criptococose.Isso porque, ao inalar os fungos, é possível que eles se instalem no pulmão, causando diversas apresentações clínicas, como nódulos específicos em um local ou uma pneumonia severa.O paciente pode apresentar febre, tosse, perda de peso e dor no peito.
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Criptococose e meningite

Infecções causadas pelo tipo Cryptococcus Neoformans acometem frequentemente pessoas com sistema imunológico enfraquecido. Isso porque, ao entrar no organismo através das vias nasais, o agente se instala nos pulmões e, em alguns casos, pode causar lesões características de meningite.Para entender melhor, é preciso saber que a meningite é uma inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, em decorrência de uma infecção, neste caso, a criptococose.Quando o fungo está alocado no pulmão, ele pode se espalhar pelo corpo, se deslocando pelo organismo através da corrente sanguínea, atingindo o Sistema Nervoso Central. Lá, é possível desenvolver a meningite.Em alguns casos a meningite evolui para um grau agudo, podendo até mesmo progredir para uma meningoencefalite, em que há um comprometimento também do encéfalo.Leia mais: Meningite pode afetar o sistema imune mesmo após tratamento

Causas

A criptococose é causada por um fungo chamado de Cryptococcus spp, que possui 5 derivações gênicas, ou seja, 5 tipos.Essa substância pode ser encontrada em fezes de pombos e/ou em árvores do tipo eucalipto, geralmente em regiões tropicais e subtropicais.A infecção da Criptococose ocorre através das vias respiratórias, ao inalar esporos do fungo.Logo após o primeiro contato com a cavidade nasal, o agente pode se espalhar pelo organismo, atingindo a corrente sanguínea ou o sistema linfático, porém, o local com maiores chances de ser afetado é a região pulmonar.

Como ocorre a transmissão?

A criptococose é uma condição que não possui transmissão direta, ou seja, de pessoa para pessoa.Sabe-se também que não ocorre transmissão inter-humana, quando outros animais transmitem a doença. Porém, é preciso ficar atento a inalação de fungos, considerada a causa da condição.Isso porque, ao excretar suas fezes, os pombos deixam para trás uma quantidade infinita de bactérias e fungos junto.Quando não limpamos apropriadamente o local acometido, essas fezes irão secar e consequentemente, evaporar, fazendo com que inalemos esporos desses microrganismos, levando à criptococose.

Fatores de risco

Por ser uma condição amplamente difundida entre pessoas com baixa imunidade, a criptococose pode ter suas chances aumentadas caso o paciente possua alguma das condições abaixo:
  • AIDS;
  • Tuberculose;
  • Diabetes;
  • Alcoolismo;
  • Lesão pulmonar.
Leia mais: Autoimunidade: quando o organismo ataca as células do próprio corpo

Quais são os sintomas?

A criptococose tem diferentes apresentações clínicas que, em geral, são sintomas leves e de difícil identificação.Os microrganismos infectam as vias respiratórias, dificultando a identificação por meio dos exames convencionais, como radiografia. Por isso, fique atento caso apresente algum dos sintomas abaixo:

Alterações cutâneas

É possível apresentar ulcerações na pele, além de erupções cutâneas e lesões purulentas (com pus), em até 15% dos casos de criptococose.

Problemas respiratórios

A criptococose pode provocar problemas respiratórios como infecção pulmonar, dispnéia respiratória (dificuldade para respirar), corrimento nasal e pneumonia.Esses sintomas são frequentemente associados a pacientes com o tipo Cryptococcus Neoformans. Também é comum atingir pessoas imunodepressivas, causando lesões pulmonares, possíveis de evoluir para uma meningite.

Síndromes neurológicas

A dor de cabeça é um dos sintomas mais frequentes da criptococose. Além disso, é possível apresentar visão turva, confusão, agitação e outras alterações de comportamento.Esse sintoma acomete frequentemente pacientes com tipo Cryptococcus Gattii, em que é preciso recorrer a longas terapias antifúngicas e em alguns casos, cirurgia.

Outros sintomas

Existem alguns outros sintomas característicos da criptococose e quem são tão importantes quanto os mencionados anteriormente. São eles:
  • Náuseas;
  • Febre;
  • Sudorese;
  • Fraqueza.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da criptococose pode ser feito por um infectologista, através de uma tomografia computadorizada, a fim de identificar a presença de nódulos, que podem ser únicos ou múltiplos.Além disso, é muito importante que o paciente dê um breve relato sobre seu histórico médico, a fim de levantar ou confirmar suspeitas a respeito da condição e de sua capacidade imunológica individual.

Exame laboratorial

Outra forma de diagnosticar a criptococose é por meio de exame laboratorial, de sorologia e LCR antígeno criptococo. Para isso, é utilizado tinta nankin, que ajuda a identificar a presença de fungos, que ficam visíveis na amostra de sangue.

Amostra de urina

Em alguns casos, o médico pode recorrer para a coleta de fluidos corporais. Para isso, é preciso isolar o criptococo na urina, ocorrendo a confirmação ou não da presença do microrganismo.

Tomografia computadorizada

Este exame é considerado complementar, e visa localizar possíveis nódulos no pulmão, além da presença de massas na pleura pulmonar (membrana que recobre o órgão).

Tem cura?

Sim. Porém, é preciso dedicar uma atenção redobrada para os cuidados com a imunidade. Isso porque os casos de criptococose oportunista ocorrem justamente quando o organismo se encontra enfraquecido.

Qual o tratamento?

O tratamento para criptococose é disponibilizado através do Sistema Único de Saúde, onde ocorre a liberação de medicamentos antifúngicos.Além disso, pode ser feito todo o acompanhamento e tratamento de forma gratuita pelo sistema.É preciso reforçar que o tratamento deve ser indicado conforme cada caso.Ou seja, pessoas com imunodeficiência podem ser direcionadas para um tipo de antifúngico, enquanto pessoas com o sistema imunológico favorável podem receber outro tipo de medicação, como explicaremos a seguir.

Medicamentos

A prescrição medicamentosa acaba sendo bem parecida entre pacientes imunodeficientes e aqueles sem outras condições que afetam a saúde, sendo a principal diferença entre eles o período de duração e pós tratamento.

Pessoas sem comprometimento imunológico

Se a infecção atingir somente uma pequena parte do pulmão, os riscos de complicações diminuem. Recomenda-se a utilização de fluconazol, a fim de reduzir as possibilidades de disseminação.Caso o médico responsável perceba o desenvolvimento de uma meningite, a medicação pode ser alterada para a seguinte composição de substâncias:Leia mais: Benefícios da quinoa: grão previne doenças e melhora imunidade

Pessoas imunodeficientes

Da mesma forma que as pessoas consideradas saudáveis devem realizar o tratamento com Anfotericina B e Fluconazol, pessoas com sistema imunológico fragilizado também utilizam a medicação, porém a diferença se encontra no pós tratamento.Isso porque pessoas com o sistema imunológico favorável podem simplesmente parar a administração do medicamento assim que a infecção é curada.Já pessoas com imunodeficiência, precisam continuar tomando antifúngicos até que os glóbulos brancos voltem à quantidade ideal e assim permanecem por pelo menos 6 meses.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Prognóstico

Pessoas com deficiência imunológica têm prognóstico negativo, com cerca de 45% a 70% de letalidade por criptococose. Isso pode ser em decorrência dos seguintes fatores:
  • Carga elevada de fungos no organismo;
  • Alterações sensoriais no início dos sintomas, o que dificulta o diagnóstico;
  • Ausência de resposta inflamatória ao tratamento;
  • Presença de criptococose em outros lugares fora do sistema nervoso central (pulmão, pele, fígado, sangue);
  • Imunossupressão avançada (diminuição da resposta imunológica).
Já pacientes sem alterações imunológicas e que estejam realizando o tratamento corretamente, há grandes chances de melhora rápida.

Complicações

Complicações são raras em casos de infecção pulmonar isolada. Porém, pessoas com o sistema imunológico fragilizado podem apresentar meningite fúngica.

Meningite fúngica

A meningite fúngica é uma inflamação das meninges decorrente da instalação de fungos. A condição acomete com mais frequência pessoas com imunidade baixa e, nesses casos, raramente tem cura.Pode ser classificada como não-criptocócica ou, a que estamos falando especificamente aqui, causada pelo fungo Cryptococcus (criptocócica).Pacientes com criptococose pulmonar devem ser sempre testados para meningite fúngica, por meio de punção.Isso porque, alguns pacientes mais frágeis podem ter esses fungos introduzidos no organismo através da corrente sanguínea e conduzidos até o Sistema Nervoso Central, onde irá ocasionar a meningite.

Como prevenir criptococose?

Atualmente não existem medidas de prevenção da criptococose. Porém, algumas ações podem ser feitas a fim de evitar e controlar a proliferação de pombos, que são considerados o principal canal de transmissão da doença.Para isso, é importante não oferecer alimentos, água ou abrigo para esses animais.Além disso, é importante higienizar possíveis locais que contenham fezes desses animais, uma vez que eles contêm grandes quantidades de fungo presente.

Criptococose em gatos

Os gatos são os animais mais acometidos com criptococose. Da mesma forma que nos humanos, os felinos podem contrair a condição através da inalação dos esporos presentes nas fezes de pombos.Apesar de não ser identificado em todos os casos, um sintoma comum é o chamado “nariz de palhaço”, em que o focinho do gato fica inchado e avermelhado.Além disso, eles podem apresentar secreção nasal, espirros, além de linfonodos inchados e alterações comportamentais.
Estamos expostos a vírus, bactérias e fungos a todo o momento, sem mesmo perceber. Por isso, algumas atitudes pessoais podem melhorar o coletivo.Evite alimentar pombos ou abrigá-los, uma vez que isso pode acarretar em infecções para outras pessoas.Se você conhece alguém que tenha a imunidade mais baixa ou que está mais vulnerável a essa condição, compartilhe esse artigo para que eles saibam mais sobre criptococose!Publicado originalmente em: 29/06/2017 | Última atualização: 24/04/2019

Fontes consultadas

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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