Saúde

Gripe: sintomas, vacina, tratamento, remédios e prevenção

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 17/07/2018Última atualização: 25/11/2022
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 17/07/2018Última atualização: 25/11/2022
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A gripe é uma doença infecciosa viral causada pelo vírus influenza, sendo bastante comum.

A transmissão pode acontecer de duas formas principais: pelo contato direto com secreções de alguém infectado ou pelo contato com superfícies contaminadas.

Não é a mesma doença que um resfriado, já que é causada por um grupo diferente de vírus. Os sintomas, geralmente, são mais graves e permanecem por um tempo superior.

Apesar de ser uma doença que circula durante todos os meses do ano, é mais comum no inverno. Por isso, também é conhecida como “gripe sazonal”.

Quando as temperaturas caem, as pessoas costumam manter os locais fechados — o que dificulta a ventilação e a circulação do ar. Assim, o vírus permanece por mais tempo no mesmo ambiente e aumenta as chances de contágio.

Assim, mesmo com previsões de tempo pouco amigáveis, temos que manter os ambientes bem ventilados.

Quando alguém está gripado, é normal a sensação de cansaço e mal-estar o tempo todo. Sintomas como febre alta, dor de cabeça, dores no corpo, coriza, dor de garganta e tosse também podem surgir. Em alguns pacientes, a gripe pode também provocar perda do apetite e náuseas.

O tratamento é feito, normalmente, com medicamentos anti-inflamatórios, antivirais, analgésicos e antitérmicos, que devem ser prescritos pelo médico. Outros cuidados básicos podem ser feitos em casa, como descanso e ingestão de líquidos.

Mas antes de pensar no tratamento, é importante priorizar as medidas preventivas. Poucas mudanças na higiene já fazem a diferença no controle e prevenção da doença, especialmente em pessoas que estão em contato com alguém infectado.

Além disso, é importante que as pessoas que pertencem aos grupos de risco busquem a vacina. Em 2018, de acordo com o Ministério da Saúde, a campanha de vacinação teve pouca adesão, o que fez o órgão estender o prazo.

Outro alerta é em relação ao número de mortes de crianças menores de 5 anos por complicações da doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, em 2018 foram registrados 44 mortes pela doença dentro desse grupo, no ano anterior, no período de janeiro a junho, foram 14. As baixas no número de vacinações também foram registradas entre as gestantes, em que apenas 71% desse público foi imunizado.

Continue a leitura e entenda a importância de se prevenir contra a gripe.

Índice — neste artigo você encontrará as seguintes informações:

  1. Tipos
  2. Causas
  3. Como acontece a transmissão?
  4. Grupos de risco
  5. Sintomas da gripe
  6. Gripe na gravidez
  7. Gripe em bebês
  8. Qual a diferença entre uma gripe e um resfriado?
  9. Diferença entre gripe, dengue e zika
  10. Como é feito o diagnóstico?
  11. Exames
  12. Tem cura? Qual o tratamento?
  13. Medicamentos
  14. Remédios caseiros para gripe
  15. Convivendo
  16. Complicações da gripe
  17. Vacina contra gripe
  18. Como se prevenir?
  19. Perguntas frequentes

Tipos

A gripe é uma doença causada pelo vírus influenza, que se divide em três tipos: gripe A, B e C.

Os tipos de gripe são classificados de acordo com a combinação de duas proteínas: a Hemaglutinina (HA ou H) e a Neuraminidase (NA ou N).No Brasil, os três tipos da gripe estão em circulação, no entanto, apenas o tipo A e B podem provocar epidemias.

Gripe A

A gripe A, ou influenza A, pode se manifestar tanto em humanos como em outros mamíferos e aves.

Na gripe A o vírus é altamente variável, o que torna mais preocupante em relação a prevenção e vacinas, pois o sistema imunológico da população não está preparado para se defender dessa nova ameaça.

Uma estimativa em relação a essas mutações aponta que, em média, a cada década surge um novo subtipo, como o H1N1 e o H3N2, que estão em circulação de modo sazonal e que afetam diretamente os humanos.

Foi dentro desse tipo de gripe que aconteceram os casos de pandemia como da gripe espanhola, em 1918, e da gripe suína, em 2009.

Outros tipos do vírus influenza A, de origem animal, podem afetar os humanos, causando complicações mais graves. São eles o H5N1, H7N9, H10N8, H3N2v, H1N2v, H7N9 e outros.

Gripe B

O vírus da gripe B, diferente do tipo A, está presente apenas em seres humanos e mamíferos marinhos. Por não afetar uma variedade grande de espécies, não tem potencial de provocar pandemias.

A vacina quadrivalente ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é capaz de preveni-la.

Também não é um vírus que apresenta grande variabilidade, sendo raro mutações. As duas cepas principais são a Yamagata e Victoria, não sendo divididos em subtipos.

De um modo geral, devido a todas essas características do vírus da gripe B, pode se dizer que geralmente as pessoas já possuem imunidade para se defender desse tipo.Os sintomas, normalmente, são mais leves e raramente é necessário que o paciente seja hospitalizado.

Gripe C

A gripe C é um risco de infecção para os humanos e suínos, não sendo considerada uma gripe sazonal.

Também não é uma preocupação em casos de pandemias ou grandes epidemias, causando apenas surtos locais.

Os sintomas dessa doença podem levar a problemas respiratórios leves, sendo que, na maioria dos casos, não manifesta sintoma nos humanos.

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Causas

A gripe é uma doença causada pela invasão do vírus influenza ao nosso organismo. O nome influenza tem sua origem no latim, influentia.

O termo surgiu entre os séculos XIV e XVIII e era utilizado para se referir a grandes desastres, em que a causa era sempre atribuída à influência de fenômenos astrológicos ou dos deuses.

A palavra gripe, normalmente mais utilizada, tem sua origem na palavra grippe, um sinônimo para influenza no francês.

No Brasil, três variações circulam: A, B e C. Os tipos A e B são, comumente, os responsáveis por epidemias sazonais, sendo o tipo A o com maior potencial de provocar pandemias.

O tipo C, por outro lado, não é considerado uma ameaça, não tendo grande impacto na saúde pública. Provoca surtos locais, em que os sintomas relatados são infecções respiratórias leves.

Como o vírus ataca a célula?

Ao entrar em contato com as secreções de alguém gripado ou com alguma superfície em que o vírus está alojado, as chances de ser infectado são altas. Imaginando que isso acontece, vamos descrever como acontece essa infecção.

Primeiramente, a ação do vírus é se hospedar em alguma célula, normalmente, do sistema respiratório. É a proteína hemaglutinina, localizada na superfície do vírus, a responsável por se fixar nessa célula hospedeira.

Em sequência, o vírus libera todo o seu material genético no núcleo da célula hospedeira e ali começa a se reproduzir abundantemente. Assim, surgem novos vírus que se espalham pelo corpo do paciente (infectando outras células) e os sintomas começam a surgir.

Como resposta, os anticorpos tendem a responder a esses sintomas. Nem sempre é possível contar apenas com essa defesa natural do organismo, principalmente quando se trata de vírus mutáveis.

Por esse e outros motivos é fundamental procurar um médico para diagnóstico e tratamento adequado.

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Como acontece a transmissão?

O vírus da gripe está contido nas milhões de pequenas gotículas que saem do nariz e da boca quando alguém que está infectado tosse ou espirra.

Essas gotículas podem se espalhar por cerca de um metro, ficando suspensas no ar por tempo suficiente para afetar as pessoas à volta. Quando descem ao solo ou em outras superfícies, podem sobreviver por até 24 horas.

O período de transmissão varia de acordo com algumas condições. Adultos, por exemplo, podem transmitir o vírus em até 24h a 48h antes do surgimento dos sintomas.

Ainda que o risco seja menor do que no período sintomático, a pessoa contaminada já é capaz de transmitir o vírus para outras pessoas antes mesmo de apresentar sintomas da doença ou saber que está doente.

No período sintomático, o pico de transmissão acontece nos primeiros dias, entre as 24h e 72h da manifestação da doença. De acordo com a progressão e tratamento da doença, acontece uma redução na probabilidade de contágio. Por volta do quinto dia, os riscos são bem mais baixos.

Pessoas com imunossupressão, por outro lado, podem transmitir o vírus por meses ou semanas. Crianças também demonstram uma janela maior, transmitindo o vírus mais precocemente e por longos períodos.

Existem duas formas de transmissão: direta ou indireta. A direta é a mais comum, sendo aquela que acontece de pessoa para pessoa, pelo contato com gotículas da saliva por meio da fala, espirros ou tosse.

A transmissão indireta também ocorre devido ao contato com secreções de alguém infectado.

Normalmente, as mãos são o principal veículo para a entrada do vírus, em que após o contato com alguma superfície contaminada introduzem o vírus para dentro do organismo ao tocar nos olhos, bocas e nariz.

Para essa forma de transmissão ocorrer, a carga viral (quantidade de vírus presente no organismo) é considerada.

Fatores ambientais como umidade e temperatura influenciam nesse modo da doença se espalhar.

Utensílios de casa ou locais públicos podem facilmente tornar-se contaminados com vestígios do vírus da gripe, incluindo alimentos, puxadores de portas, controle remoto, corrimãos, aparelhos de telefone e teclados de computador.

Então, é importante lavar as mãos com frequência para evitar a captura e propagação da gripe e/ou utilizar álcool em gel nas mãos e superfícies.

Como evitar a transmissão?

Como visto, o vírus da gripe geralmente se espalha em pequenas gotas de líquido, quando você tosse ou espirra, sendo transmitidas pelo ar. Essas gotículas podem “viajar” por um metro ou mais e infectar qualquer um que as inspirem, ou seja, todos nós.

Da mesma forma que é necessário tomar medidas preventivas, também é fundamental alguns cuidados para não espalhar o vírus e contaminar outras pessoas.

Se os sintomas se manifestarem, siga as seguintes recomendações:

  • Cubra a boca e o nariz quando for tossir ou espirrar;
  • Higienize muito bem as mãos e superfícies em que toca, tais como teclado, telefone, mesas etc.;
  • Não compartilhe objetos pessoais com outras pessoas;
  • Evite sair de casa durante o período de transmissão (até 7 dias após o surgimento dos sintomas);
  • Evite  ambientes com aglomerações e pouco ventilados;
  • Adote hábitos saudáveis, como ingestão de líquidos e alimentos nutritivos, como os que possuem ação anti-inflamatória e vitamina C.

Grupos de risco

Qualquer pessoa pode ser infectada pelo vírus da gripe, contudo, no Brasil, alguns grupos são colocados como prioritários em relação a vacina.

Esses grupos foram escolhidos por estudos feitos em relação aos riscos que correm caso não sejam imunizados, considerando fatores como região, faixa etária e outras doenças adjacentes. São eles:

Crianças de 6 meses a menores de 5 anos

Crianças apresentam um período de transmissão maior quando comparado aos adultos e por isso são consideradas prioridade na campanha de vacinação.

Gestantes e puérperas

Gestantes ou mulheres dentro do período de 45 dias após o parto (puerpério) devem ser vacinadas. No caso de gestantes, a vacinação pode ser aplicada em qualquer momento da gestação.

Devido às mudanças no sistema imunológico, no sistema pulmonar e circulatório, as mulheres nessas duas condições estão mais propensas a terem complicações graves, como a necessidade de hospitalização.

Além disso, a influenza também pode causar complicações para a gestação, como problemas no trabalho de parto ou parto prematuro.

Profissionais da área da saúde

Por estarem em contato direto com pacientes, os profissionais da área de saúde correm um risco maior. Nesse grupo estão inclusos médicos, enfermeiros, funcionários de áreas administrativas, atendimento ou serviços gerais.

Indígenas

A vacinação deve ser administrada em indígenas de qualquer faixa etária ou região do país. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a população indígena é considerada um grupo de risco por apresentar memória imunológica menos resistente ao vírus, por viverem em regiões mais afastadas ou pelo fato de terem maior dificuldade de acesso ao serviço de saúde.

A falta de memória imunológica de populações indígenas mais afastadas se dá pelo fato de não terem contato tão frequente com o vírus, diferente da população que vive em grandes centros urbanos. Dessa forma, o contato com o vírus pode causar maiores complicações.

Pessoas com 60 anos ou mais

Devido às mudanças sofridas no sistema imunológico, como consequência do processo natural de envelhecimento, os idosos se tornam mais vulneráveis ao vírus da gripe e outras infecções, principalmente as que afetam o sistema respiratório. Também correm maior risco de complicações e internação hospitalar.

Após a inserção desse grupo como prioritário, os índices de mortalidade e morbidade foram significativamente reduzidos.

População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional

Todas as pessoas que estão cumprindo pena no sistema prisional ou que estejam sob medidas socioeducativas, como adolescentes e jovens na faixa de 12 a 21 anos, devem receber a vacina contra a gripe, por estarem em uma condição considerada de risco de propagação do vírus.

O mesmo vale para as pessoas que trabalham nesse ambiente, como guardas, seguranças e outros setores.Isso porque ambientes aglomerados e com pouca ventilação favorecem a disseminação do vírus e aumentam as chances de contágio.

Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e necessidades clínicas especiais

Essas pessoas devem buscar um documento com justificativa médica para comprovar a condição e avaliar a indicação da vacinação nas Unidades de Saúde. As seguintes condições são consideradas de risco:

  • Doenças respiratórias, como asma, bronquiectasia, fibrose cística, displasia broncopulmonar, hipertensão arterial pulmonar e crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade;
  • Doenças cardíacas, tais como hipertensão arterial sistêmica, insuficiência cardíaca e doença cardíaca congênita ou isquêmica;
  • Doenças renais, como síndrome nefrótica e pacientes com diálise;
  • Doenças hepáticas, como atresia biliar, hepatites crônicas e cirrose;
  • Condições neurológicas que podem comprometer a função respiratória, pacientes que tiveram AVC, paralisia cerebral, esclerose múltipla etc.;
  • Diabetes: diabetes Mellitus tipo I e II;
  • Imunossupressão (congênita ou adquirida);
  • Obesos de grau III;
  • Transplantados, seja medula óssea ou órgãos sólidos;
  • Portadores de síndrome de Down, síndrome de Warkany, síndrome de Klinefelter etc.
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Sintomas da gripe

Os sintomas da gripe geralmente têm o pico após 2 a 3 dias da infecção e o paciente deve começar a se sentir melhor dentro de 5 a 8 dias.

No entanto, o paciente pode ter uma tosse persistente e ainda se sentir muito cansado por mais 2 ou 3 semanas.

A gripe pode causar algum destes sintomas:

  • Febre repentina com temperatura de 38 °C ou mais;
  • Tosse seca ou com catarro;
  • Dor de cabeça;
  • Cansaço;
  • Calafrios;
  • Dores musculares;
  • Dor nos membros ou nas articulações;
  • Diarreia ou dor de estômago;
  • Dor ou irritação na garganta;
  • Corrimento nasal ou nariz entupido;
  • Espirros;
  • Perda de apetite;
  • Desidratação;
  • Rubor;
  • Falta de ar;
  • Inchaço dos gânglios;
  • Dificuldade em dormir.

Quando consultar um médico?

Consultar um especialista deve ser uma prioridade para quem se preocupa com a própria saúde, considerando que a automedicação é uma atitude de risco e não recomendada.

No caso da gripe, muitas pessoas dispensam a consulta com o médico por achar que não se trata de uma doença grave.

Normalmente, a gripe não causa grandes complicações, mas isso não elimina os riscos, principalmente para grupos como gestantes, crianças, pessoas que possuem outras condições clínicas e idosos, por exemplo. Especialmente estes grupos devem consultar um médico.

Portanto, se você está dentro desses grupos de risco e apresenta os sintomas, procure um médico. Após a consulta, continue o tratamento de acordo com as recomendações, se mantenha hidratado e descanse.

O paciente deve retornar ao médico conforme orientação ou diante das seguintes situações:

  • Se seus sintomas têm piorado e incluem falta de ar, dor no peito ou tosse com sangue;
  • Na presença de outros sintomas não típicos da gripe, como erupção cutânea, por exemplo;
  • Se os sintomas duram mais de uma semana, sem melhora;
  • Se você tem uma condição médica que está fazendo o quadro piorar;
  • Vômitos persistentes;
  • Sintomas semelhantes aos da gripe que melhoram, mas depois retornam mais intensos, como a febre a tosse;
  • Tontura repentina;
  • Dor ou pressão no peito ou abdômen.

Gripe na gravidez

A gripe na gravidez pode ser preocupante pelo risco de complicações para a saúde da mulher e do bebê. Devido às alterações no sistema imunológico, cardíaco e pulmonar durante a gestação, as gestantes se tornam mais vulneráveis a quadros mais graves de gripe, levando-as a hospitalização, em casos mais sérios.

A febre, por exemplo, sintoma comum durante a gripe, pode estar relacionada a complicações neurológicas e outros resultados adversos para o desenvolvimento saudável da criança.

A melhor forma de prevenção da gripe para as gestantes é a vacinação. Além de garantir a imunidade durante a gestação, a vacina também protege o bebê por meses após o nascimento.

Como reforço a vacina, as mulheres grávidas podem adotar algumas medidas preventivas ou de cuidados quando estão doentes:

  • Procurar ajuda médica diante dos sintomas da gripe;
  • Iniciar o tratamento o quanto antes, uma vez que os medicamentos antivirais funcionam melhor dentro das primeiras 48 horas do surgimento dos sintomas;
  • Entre os antivirais disponíveis, utilizar o Oseltamivir, pois existem mais estudos comprovando os efeitos benéficos para mulheres grávidas;
  • Nunca se automedicar;
  • Manter a febre sobre controle e retornar ao médico se ela não baixar mesmo com o tratamento prescrito;
  • Ficar em repouso;
  • Se manter hidratada, ingerindo bastante água;
  • Seguir corretamente o uso dos medicamentos, como prescrito pelo médico;
  • Consumir alimentos ricos em vitamina C, como acerola, morango, tangerina, laranja;
  • Em caso de febre, colocar uma toalhinha molhada na testa e axilas, para regular a temperatura do corpo.

Gripe em bebês

As crianças com menos de 6 meses são as mais vulneráveis em relação a gripe, pois ainda não podem receber a vacina. Para que estejam protegidas é importante que as pessoas a sua volta estejam imunizadas e mantenham hábitos de higiene.

Por exemplo, quando a gestante recebe a vacina durante a gestação ela consegue garantir a imunidade do filho por meses após o parto. Portanto, é importante que a mulher receba a vacina não só pela saúde dela mas também para a saúde do bebê. E isso vale para as outras pessoas próximas a criança. Aos 6 meses, a criança já pode e deve receber a vacina, após orientação médica.

Crianças menores de 5 anos, de modo geral, devem receber a vacina contra gripe, pois estão presentes entre os grupos de risco, principalmente quando apresentam algum problema crônico de saúde como asma, diabetes ou qualquer problema relacionado ao sistema nervoso.

Alguns cuidados básicos que podem ser feitos para prevenção da gripe até os seis meses envolvem a amamentação exclusiva com o leite materno, que ajuda a fortalecer o sistema imunológico da criança.

Índices baixos de vacinação favorecem o aumento da mortalidade infantil por complicações pela gripe, por isso é fundamental que os responsáveis levem-os para receber a vacina.

Além da vacinação, os responsáveis devem prestar atenção caso surjam os sintomas típicos da gripe, como febre alta. Caso o bebê apresente os sintomas, é fundamental procurar ajuda médica o quanto antes para iniciar o tratamento.

Alguns sinais são considerados alertas para que se procure ajuda a médica. Os responsáveis devem estar atentos diante dos seguintes sintomas ou comportamentos:

  • Incapacidade de comer ou falta de apetite;
  • Dificuldade em respirar;
  • Choro sem lágrimas;
  • Se a criança estiver urinando significativamente menos do que o normal;
  • Apresentar grande irritação;
  • Apatia ou sono excessivo;
  • Quando os sintomas da gripe melhoram, mas depois retornam com febre alta e tosse mais intensa;
  • Febre com erupção cutânea (vermelhidão);
  • Não beber líquidos suficiente.

Qual a diferença entre uma gripe e um resfriado?

É muito comum a confusão entre essas duas doenças, apesar de se tratar de diferentes patologias. A principal diferença está no fato de serem provocadas por diferentes tipos de vírus.

A gripe é causada por um único vírus, o vírus influenza, enquanto o resfriado é provocado por muitos outros, tais como o rinovírus, o parainfluenza e o vírus sincicial respiratório (VSR).Por essa variedade maior de vírus causadores, é muito mais comum ficarmos resfriados do que gripados.

Os sintomas nas duas doenças são bem semelhantes, mas normalmente, no resfriado, são mais brandos. O que mais as diferencia, em relação aos sinais físicos, é a presença de febre, sendo pouco frequente ou mais branda no resfriado.

Quando a febre é um sintoma presente no resfriado, é bem menos grave do que na gripe. As duas condições podem provocar dor de garganta, coriza e mal-estar. No entanto, apesar do desconforto, o resfriado normalmente não impede que a pessoa realize suas tarefas do dia a dia.Esse ponto é considerado importante na diferenciação das duas doenças. A gripe é capaz de deixar o paciente muito mais debilitado, pois provoca febre alta, inflamações musculares e uma grande indisposição.

Assim, se o que paciente está sentindo o deixa incapaz de ir ao trabalho, estudar ou fazer qualquer atividade, é mais provável que seja uma gripe e não um resfriado.

Além de ser confundida com o resfriado, é comum que as pessoas confundam a gripe com a rinite alérgica, doença que também provoca irritação na garganta, congestão nasal, espirro e coriza.

Contudo, apesar de “se passar” por gripe, a rinite alérgica não é transmissível, mas sim uma doença crônica.

Diferença entre gripe, dengue e zika

Ainda que essas doenças tenham alguns sintomas semelhantes, tratam-se de condições clínicas distintas. A zika e a dengue, por exemplo, podem apresentar, além dos sintomas comuns da gripe, coceira e manchas vermelhas pelo corpo do paciente.

A zika, diferente da dengue, leva cerca de 7 dias para ocorrer a remissão. Os sintomas da dengue, por serem mais graves podem levar entre 7 a 15 dias para desaparecerem.

Além dos sintomas e do tempo de remissão, outro fator importante para diferenciar essas condições é o modo de transmissão. Na gripe, o vírus é passado de pessoa para pessoa, enquanto na dengue o vírus é transmitido através de um vetor, o Aedes aegypti.

Na gripe, principalmente no subtipo H1N1, sintomas como congestão nasal e coriza estão mais presentes. Já em pacientes com dengue, não são tão comuns.

Sinais como dor de cabeça, sensação de cansaço e dores pelo corpo são mais frequentes. Dor atrás dos olhos também é comum em casos de dengue.

Pacientes com zika, inicialmente, apresentam sintomas mais leves. Dessa forma, muitas vezes, a condição passa despercebida. Congestão nasal, dor de garganta e tosse são pouco comuns. As características mais fortes são as manchas vermelhas pelo corpo e a coceira, que podem durar semanas ou meses.

Como é feito o diagnóstico?

Muitas doenças apresentam sintomas similares aos da gripe (principalmente as doenças virais), portanto, é importante buscar ajuda médica para investigar se realmente se trata dessa condição.

É possível realizar exames em que uma amostra de secreção da garganta da pessoa infectada é colhida. Nela, pode-se identificar qual o vírus presente no organismo do paciente.

Em alguns casos, dependendo da gravidade dos sintomas ou se ele estiver dentro dos grupos de risco, o tratamento pode ser iniciado antes do diagnóstico laboratorial.

Embora essas recomendações sejam o ideal, muitas vezes as pessoas se tratam em casa, com descanso, consumo de líquidos e medicamentos que ajudam a amenizar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos.

Contudo, a automedicação não é uma prática recomendada. Para garantir que sua saúde seja preservada, o melhor é buscar ajuda de um profissional.

O médico que normalmente realiza o diagnóstico é o clínico geral. Já o tratamento costuma ser realizado com o acompanhamento de um pediatra, pneumologista e infectologista.

Exames

É possível diagnosticar a gripe em exames que utilizam secreções respiratórias ou por amostra de sangue. No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, a coleta de sangue não deve ser realizada para um diagnóstico simples, mas sim para o acompanhamento da evolução clínica do paciente ou para um diagnóstico diferencial.

Os exames mais comuns são chamados de testes rápidos de diagnóstico da gripe (RIDSTs, na sigla em inglês). Esses testes funcionam detectando os antígenos (partes do vírus) que estimulam uma resposta imune.

A resposta desses testes costuma ser bem rápida, trazendo os resultados dentro de 10 a 15 minutos. Outros exames que levam o mesmo tempo são os testes moleculares rápidos, responsáveis por detectar o material genético do vírus. Os testes moleculares costumam ser mais precisos que os testes RIDSTs.

Para um diagnóstico mais confiável, que identifique o agente causador da doença, alguns exames laboratoriais podem ser solicitados pelo médico. Também são exames simples, sendo basicamente a coleta de secreção na garganta com um cotonete. O resultado nesses testes pode levar 1 hora ou mais.Alguns exemplos são:

Exame de detecção e caracterização do H1N1

É um exame feito com amostra de secreções respiratórias, coletada entre o terceiro e o sétimo dia do início dos sintomas. Para identificar o vírus da gripe, esse teste busca encontrar e analisar o material genético do vírus e apontar se é ou não o subtipo H1N1.

Anticorpos IgG e IgM Parainfluenza (tipos 1,2,3 e 4)

Esse teste é feito a partir de uma amostra de sangue do paciente, com o objetivo de detectar a presença de anticorpos do vírus Parainfluenza em todos os seus tipos.

Anticorpos IgG e IgM para Influenza A e Influenza B

Também é realizado através de uma amostra de sangue. Nesse teste é possível identificar os anticorpos IgG e IgM, presentes quando existe uma infecção pelos vírus Influenza A ou B.

Para maior precisão do resultado, deve ser realizado a partir de 7 a 10 dias do contato com o vírus.

Painel vírus respiratório

É realizado através de amostras de secreções respiratórias para detectar o material genético de dez tipos diferentes de vírus sendo eles Influenza A, Influenza B, Metapneumovírus, Sincicial respiratório, Coronavírus, Enterovírus, Adenovírus, Bocavírus, Parainfluenza e Rinovírus.

Haemophilus Influenzae tipo B

Esse exame é utilizado para identificar especificamente a presença do vírus Influenza B. Também é realizado através de uma amostra de sangue.

Tem cura? Qual o tratamento?

Ainda que o vírus influenza apresente variações mais sérias, que podem provocar e já provocaram grandes epidemias, a gripe é uma doença que tem cura e pode ser prevenida.

O tratamento inclui cuidados básicos como descanso, manter-se aquecido e beber muita água, para evitar a desidratação.

Se a sensação de mal-estar e sintomas como a febre persistirem, medicamentos com o princípio ativo paracetamol ou medicamentos anti-inflamatórios, como o ibuprofeno, ajudam a reduzir a alta temperatura e a aliviar as dores.

Em grupos de risco, que estão mais propensos a sofrer complicações, o médico pode prescrever medicação antiviral. No entanto, esses medicamentos não possuem ação de curar a gripe, mas sim de amenizar os sintomas. Outros efeitos dos antivirais são:

  • Reduzir o período de tempo que está doente;
  • Aliviar alguns dos sintomas;
  • Reduzir o risco de complicações mais graves.

Os antibióticos não são prescritos para a gripe, pois são indicados para tratar doenças causadas por bactérias. Como a gripe é causada por um vírus, estes medicamentos não têm efeito sobre eles.

No entanto, ocasionalmente, pode ser necessário tomar antibióticos para tratar as complicações da gripe, infecções pulmonares especialmente graves ou pneumonia.

Medicamentos

Existe uma grande variedade de medicamentos destinados ao tratamento da gripe, cada um com foco em um sintoma, muitas vezes. O uso, contudo, não deve ser feito de forma irresponsável.

Antes é necessário passar por uma avaliação médica para confirmar a necessidade do uso de algum desses medicamentos disponíveis.

Antivirais

Os antivirais são um classe de medicamentos que atuam diretamente contra a ação do vírus no organismo do paciente infectado.

O tratamento com esses antivirais, quando iniciado dentro de dois dias após a manifestação dos sintomas, costuma reduzir os sinais e encurtar o tempo de indisposição por aproximadamente um dia.

Esses medicamentos também são responsáveis por conter o risco de complicações como infecções no ouvido e pneumonia.

Para quem possui condições clínicas que favorecem a complicação, o tratamento com eles diminui as chances de hospitalização.

Em adultos já hospitalizados, os medicamentos podem ser um fator fundamental para reduzir as chances de morte.

Os efeitos colaterais envolvem sintomas como náuseas e vômitos. Apesar de demonstrar melhores resultados quando administrado precocemente (dois dias após o paciente adoecer), iniciá-los mais tarde também pode ser benéfico, principalmente quando se trata de um quadro com grandes riscos de complicação.

A duração desse tratamento, normalmente, leva por volta de 5 dias, com prescrição de duas doses ao dia. Em pessoas hospitalizadas, o tempo pode ser maior.

Os principais antivirais usados contra os sintomas da gripe são o Tamiflu e o Relenza.

Tamiflu (Oseltamivir)

Tamiflu é um medicamento de uso por via oral, disponibilizado em forma de cápsulas ou gotas. Apesar de ser eficiente contra o vírus da gripe, ele não substitui a vacina.

Ele deve ser tomado dentro das primeiras 48h após o surgimento dos sintomas, por isso é importante buscar o diagnóstico correto com um médico, que deve orientar o paciente em relação a dosagem e tempo de uso.

Normalmente, a orientação é de dois comprimidos diários durante cinco dias consecutivos. Em casos de pacientes que apresentam alguma doença renal, doses mais baixas podem ser prescritas.

Alguns efeitos colaterais desse remédio incluem náuseas, vómitos, dor de estômago e diarreia. Se esses sinais persistirem, procure o médico para uma melhor avaliação dos efeitos do medicamento.

Relenza (Zanamivir)

O Relenza é um antiviral em pó utilizado através de inalação. Assim como o Tamiflu, também deve ser administrado ainda nas primeiras 48h após os sinais da doença. No caso das crianças, pode ser feito antes, com 36h.

A dose indicada é de duas inalações duas vezes ao dia, por cinco dias. Ou seja, o paciente deve realizar duas inalações em determinado horário e duas em um horário posterior.

Respeite as orientações do médico em relação a dosagem e recorra a uma nova consulta diante de algum efeito colateral.

Analgésicos e antitérmicos

Podem ser utilizados, de acordo com orientação médica, para reduzir dores no corpo, dor de garganta, cabeça e ouvidos. Alguns remédios comuns nessa classe são o Novalgina e Paracetamol.

Anti-inflamatórios

São utilizados para amenizar a inflamação na garganta. Alguns que podem ser receitados são Aspirina, Diclofenaco e Ibuprofeno.

Antialérgicos, expectorantes e remédios para tosse

São usados para reduzir a tosse alérgica, espirros, coriza, tosse seca e ajudar a eliminar  secreções.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Remédios caseiros para gripe

Várias pessoas possuem receitinhas caseiras para ajudar a aliviar os sintomas da gripe, pois pode ser muito desconfortável conviver com sinais como tosse, coriza, dor de garganta e todos os outros presentes nesta doença.

Algumas das dicas envolvem o consumo de chás, frutas e sopas específicas, com nutrientes que podem ajudar a manter o paciente hidratado.

Vale lembrar que essas receitas caseiras não devem substituir um tratamento prescrito por um médico, mas servem para complementar e trazer melhor bem-estar.

Entre as dicas caseiras, as mais comuns incluem:

Chás

Algumas plantas consideradas medicinais podem ajudar a aliviar os sintomas da gripe, pois possuem ação anti-inflamatória. As opções mais utilizadas incluem limão, alho, sabugueiro, gengibre e equinácea.

Essa bebida pode auxiliar o sistema imunológico a se defender do vírus invasor, diminuindo sintomas como a dor de garganta.

Sucos

Os sucos que podem ajudar os pacientes com gripe são aqueles que possuem boas quantidades de vitamina C. Algumas opções de frutas são o caju, acerola, cramberry, suco de laranja e maçã. O suco de maçã com mel, por exemplo, é considerado um bom expectorante.

Sopas

É durante o inverno que as pessoas estão mais vulneráveis à gripe, momento em que as temperaturas caem e há menor circulação do ar nos ambientes. Para aliviar o mal-estar que essa doença traz, algumas sopas podem ajudar.

Além de ser um alimento quentinho para os dias frios, a escolha dos ingredientes pode trazer benefícios anti-inflamatórios e expectorantes. Também ajudará o paciente a se manter mais hidratado.

O sabor pode variar, mas os ingredientes que mais trazem esses benefícios devem, preferencialmente, estar presentes, tais como o alho e o gengibre.

Convivendo

Como tudo tem seu lado positivo e negativo, com a gripe também é assim. É muito ruim ficar gripado, mas ela não fica por muito tempo. Normalmente, a remissão acontece dentro de uma semana ou um pouco mais.

Dessa forma, o convívio é breve. Durante esses dias, algumas dicas podem suavizar a sensação de mal-estar e evitar a transmissão. São elas:

Hidrate-se

Diante de sintomas como a febre, o organismo perde muito líquido e por isso é necessário repor. Portanto, recomenda-se que o paciente ingira bastante água, chás e sucos, principalmente de frutas que possam ajudar a reforçar seu sistema imunológico.

Tenha uma boa alimentação

Uma alimentação balanceada é sempre bem-vinda, independente da condição clínica. Contudo, diante de uma doença como a gripe, em que o corpo já está mais derrubado, uma alimentação pobre em nutrientes pode retardar a remissão.

Por isso, opte por boas refeições, evitando produtos industrializados e fast foods.

Descanse, mas não tanto

O paciente deve permanecer em repouso para melhorar, principalmente dentro das primeiras 24h do surgimento dos sintomas, pois esse é considerado o pico de transmissão.

Também para conseguir se recuperar de sintomas como a febre, que exige um cuidado maior.

Porém, ficar deitado o tempo todo não é o ideal. Se movimentar pode ajudar a ventilar melhor os pulmões, trazendo também maior sensação de bem-estar.

Não é necessário realizar atividades de intensidades, como corridas ou esportes competitivos, mas caminhadas, por exemplo, são bem-vindas.

Mantenha a casa ventilada

No caso de pacientes que dividem quarto com outras pessoas, o ideal é se manter isolado até que os sintomas melhorem. Durante o dia, as janelas e portas devem ficar abertas, para o ar circular e evitar a transmissão para os outros.

Faça inalação

Para melhorar a respiração, realizar inalação ou vaporização pode ajudar. Isso fará com que o paciente tenha uma melhora no bem-estar, pois são cuidados que ajudam a reduzir a congestão nasal.

Lavar o nariz com soro, água do mar ou apenas tomar um banho quente também podem ajudar.

Cuidados para baixar a febre

Para ajudar a baixar a febre, o paciente pode fazer uso de medicamentos antitérmicos prescritos pelo médico, tomar banhos com temperatura moderada e usar panos úmidos na testa e axilas. Assim, conseguirá ajudar a regular a temperatura corporal.

Complicações da gripe

As complicações da gripe afetam principalmente as pessoas em grupos de alto risco, como os idosos, mulheres grávidas e aqueles que têm uma condição médica crônica ou estão com o sistema imunológico enfraquecido.

A complicação mais comum é uma infecção secundária nos pulmões. Ocasionalmente, isso pode se tornar grave e evoluir para a pneumonia.

Ainda que raras, existem complicações mais sérias. São elas:

Amigdalite

A amigdalite é uma infecção que acontece nas amígdalas — tecidos linfóides localizados na região que antecede a garganta e que ajudam na proteção do organismo, por pertencerem ao sistema imunológico.

Essa é uma condição que pode ser causada por diferentes motivos. Nesse caso, por ser uma complicação da gripe, é considerada uma amigdalite viral.

Os sintomas que o paciente pode sentir diante de uma amigdalite incluem inchaço e vermelhidão na região das amígdalas, dor ao engolir, dor no pescoço e nas orelhas, dificuldade de se alimentar e dormir.

Outros sinais que podem ocorrer, mas que são mais raros, incluem náuseas, vômitos, mau hálito, perda de apetite e dificuldade em abrir a boca, por exemplo.

Otite média

A otite é uma infecção que ocorre no ouvido e tem como principal característica o acúmulo de líquido ou pus no local.

No caso da otite média, a infecção ocorre pela presença do vírus no ouvido interno, em que o vírus se instala através da tuba auditiva. O quadro ainda pode evoluir para uma otite bacteriana.

Isso acontece quando ocorre um acúmulo de muco na nasofaringe, parte interna do nariz diretamente ligada à tuba.

É uma complicação mais comum em crianças, pois possuem tuba auditiva consideravelmente menor do que a de adultos e uma angulação que favorece a passagem de líquidos e secreções pelo canal, como no caso do muco em pessoas resfriadas ou gripadas.

Meningite

A meningite é uma inflamação que ocorre nas meninges, membranas que envolvem o cérebro e protegem o Sistema Nervoso Central. Pode acontecer por diferentes motivos, mas no caso dessa complicação é considerada uma meningite viral.

Os sintomas são parecidos com os da gripe, sendo o sinal mais característico da meningite o pescoço rígido.

Encefalite

A encefalite é uma inflamação aguda no cérebro, considerada uma complicação grave. Pode ser causada por infecções virais.

Apesar de ser uma condição não tão comum, a encefalite é um risco para pessoas que possuem sistema imunológico enfraquecido, como crianças, bebês e pessoas com alguma condição clínica que afeta o sistema de defesa.

O tratamento é realizado com cuidados dos sintomas e administração de medicamentos, de acordo com a causa. Em casos simples, a remissão acontece entre 1 e 2 semanas, sem sequelas.

No entanto, quando a condição não é tratada adequadamente, problemas como paralisia muscular, problemas de memórias e aprendizagem, dificuldades de fala e audição podem ocorrer, por exemplo.

Doenças crônicas agravadas

A infecção causada pelo vírus da gripe pode levar o paciente a ter um agravamento de problemas crônicos que já sofria. Por exemplo, pacientes com asma estão mais vulneráveis a sofrer ataques enquanto gripadas do que quando estão saudáveis.

Problemas musculares

A gripe também pode ter como complicação o surgimento de problemas musculares como a miosite e a rabdomiólise, doenças que também podem ser causadas por vírus ou por um processo inflamatório.

A rabdomiólise é uma síndrome considerada grave que, normalmente, acontece por uma lesão muscular. Essa lesão acontece pela falência das fibras musculares e elas acabam liberando o seu conteúdo na corrente sanguínea.

Os sintomas mais comuns desta condição são a fraqueza musculares, fortes dores musculares e urina escura.

No caso da miosite, o paciente também apresenta uma inflamação nos músculos. Assim, se tornam mais doloridos e fracos. O desenvolvimento dos sintomas é rápido, podendo deixar a pessoa incapacitada de sair da cama, devido às dores e fraqueza causada pela infecção.

Pneumonia viral e bacteriana

A pneumonia é uma infecção que afeta diretamente os pulmões, causando problemas como insuficiência respiratória, febre alta, dor no peito, mal-estar e outros sintomas. Essa infecção acontece pela presença de um agente infeccioso, podendo ser um vírus, bactéria, fungos ou reações alérgicas.

A gripe é um dos fatores de risco para que essa doença aconteça, pois deixa o sistema imunológico do paciente debilitado, dificultando a defesa desses agentes invasores.

Problemas cardíacos

Infecções virais como a gripe podem causar quadros mais graves, como problemas cardíacos (tais como a miocardite). Essa é a inflamação que acomete o miocárdio, músculo do coração responsável por bombear o sangue.

A miocardite é uma complicação grave pois pode provocar a falência dessa bomba cardíaca, além de causar arritmias.

Bronquite

A bronquite é uma infecção respiratória caracterizada pela presença de muco nos brônquios, tubos respiratórios que levam o ar até os pulmões. Por provocar esse bloqueio na passagem do ar, a bronquite acaba causando ataques de tosses e insuficiência respiratória.

Essa é uma condição, muitas vezes, confundida com outros problemas respiratórios, tais como a asma.

Quando se trata de uma complicação causada pela gripe, por exemplo, essa bronquite é considerada uma bronquite aguda.

Vacina contra gripe

A vacina é a principal forma de prevenção contra a gripe, considerada um método seguro de evitar a doença e reduzir casos graves que podem levar o paciente à morte.

É disponibilizada anualmente durante a Campanha Nacional de Vacinação, com foco em alguns grupos prioritários.

Em 2018, a vacina definida pela Organização Mundial da Saúde trouxe em sua composição a proteção contra as duas cepas da influenza A, H1N1 e H3N2, e contra a influenza B, sendo assim uma vacina trivalente. A campanha, normalmente, tem início nos meses de abril até maio.

Considerando o tempo que o organismo leva para criar os anticorpos específicos para se defender da gripe após a vacina, duas a três semanas em média, é fundamental que a campanha tenha sucesso nesses meses, pois é durante o inverno que a circulação do vírus se intensifica.

Pessoas que apresentam alergia severa ao ovo e crianças com idade inferior a seis meses não devem receber a vacina. Para os grupos de risco, a vacina é aplicada de forma gratuita. São eles:

  • Gestantes;
  • Indígenas;
  • Mulheres que estão no puerpério (45 dias após o parto);
  • Trabalhadores da área da saúde;
  • Funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade;
  • Portadores de doenças crônicas não transmissíveis ou condições clínicas especiais;
  • Professores de rede pública e privada;
  • Pessoas com 60 anos ou mais de idade.

Vale lembrar que a vacina não proporciona proteção vitalícia. Isso porque a cada ano surgem novas mutações e subtipos de vírus.

Em algumas condições, mesmo tendo recebido a dose, não significa que se está totalmente protegido, por exemplo:

  • Se não houve a vacinação desde o inverno passado;
  • Se a pessoa foi vacinada, mas a dose não teve efeito ainda;
  • Se a vacinação foi para uma forma diferente de vírus da gripe que está circulando.

Se houver um surto de gripe em sua casa, onde o vírus pode se espalhar rapidamente, a medicação antiviral pode ser indicada, conforme orientação médica e desde que se trate do contato com alguém com gripe confirmada.

Efeitos colaterais da vacina

A vacina contra gripe pode causar sintomas como dor no local, vermelhidão, febre, mal-estar, dores musculares ou reações de hipersensibilidade.

São considerados efeitos colaterais pouco frequentes, mas quando se manifestam não devem permanecer por um tempo maior a 2 dias. Caso esses sinais persistam, procure um médico.

Como se prevenir?

Além de vacinar-se todos os anos, para se prevenir da gripe, algumas medidas gerais podem ser adotadas. Hábitos simples de higiene podem reduzir abundantemente a transmissão do vírus.

Cuidados com higiene e com o ambiente

Essas medidas, além de reduzir o risco de transmissão da influenza, previnem de outras doenças respiratórias. São elas:

  • Lavar as mãos regularmente com água e sabão;
  • Quando não for possível higienizar as mãos com água e sabão, usar álcool em gel após tocar em alguém e/ou algum objeto que possa estar contaminado;
  • Manter as superfícies limpas, como o teclado, telefone e maçanetas;
  • Usar tecidos para cobrir a boca e o nariz quando tossir ou espirrar;
  • Evitar colocar as mãos nos olhos, nariz e boca, principalmente quando houver o risco de ter tocado em uma superfície contaminada;
  • Para higiene nasal, utilizar lenços descartáveis;
  • Não compartilhar objetos pessoais, como copos, talheres, pratos ou garrafas;
  • Deixar os ambientes bem ventilados;
  • Evitar ambientes aglomerados e ambientes fechados;
  • Se estiver com os sintomas, evitar sair de casa;
  • Evitar se aproximar de pessoas que apresentam os sintomas ou que foram diagnosticadas;
  • Manter hábitos saudáveis, como alimentação de alimentos nutritivos e ingerir bastante líquido.

Quimioprofilaxia

A quimioprofilaxia é um método que se baseia no uso preventivo dos medicamentos antivirais para proteger o paciente da gripe.

No caso dos antivirais para influenza, oseltamivir e zanamivir, a eficácia na prevenção é de 70% a 90%.Normalmente, essa forma de prevenção é utilizada quando o paciente esteve exposto a doença. Se o intervalo dessa exposição for superior a 48h do contato com a pessoa infectada, a quimioprofilaxia não é recomendada.

É uma medida preventiva de urgência, digamos assim, não sendo recomendada de forma indiscriminada. O uso frequente da quimioprofilaxia pode provocar uma resistência viral no paciente.

Deve ser feita quando o paciente apresentar as seguintes condições:

  • Ao apresentar alguma condição médica que o coloque em risco;
  • Se estiver em um ambiente ou região em que a maioria das pessoas estão contaminadas;
  • Se  estiver com 65 anos ou mais;
  • Se esteve em contato com alguém com uma doença semelhante à gripe e pode iniciar o tratamento antiviral no prazo de 48h;
  • Caso não tenha recebido a vacina.

Perguntas frequentes

Respondemos algumas dúvidas comuns em relação a transmissão e cuidados com a gripe. Confira:

Em quanto tempo estarei curado da gripe?

Se você estiver gripado, geralmente começará a se sentir mal dentro de poucos dias da infecção. O pico dos sintomas ocorre após dois ou três dias.

O tempo de recuperação total dos sintomas pode variar em cada paciente, mas normalmente leva-se uma semana, em média.

Pode acontecer dos sintomas permanecerem um pouco mais ou irem embora antes, se o tratamento for feito corretamente.

Estou gripado. Por quanto tempo o risco de transmissão do vírus pode permanecer?

Geralmente, você será capaz de transmitir a gripe a outras pessoas um dia antes de os sintomas começarem, e por mais cinco ou seis dias. As crianças e as pessoas com sistemas imunológicos mais fracos, como pacientes com câncer, podem permanecer infecciosos por mais tempo.

Quais pessoas correm maior risco de complicação?

Os idosos e qualquer pessoa com certas condições médicas de longo prazo (doenças crônicas) são mais propensos a ter um caso grave de gripe, e também são mais propensos a desenvolver uma complicação grave, como uma infecção nas vias áreas.

Quais cuidados podem ser tomados em creches?

Em ambientes de risco, como creches, alguns cuidados precisam ser intensificados devido aos riscos das aglomerações. Primeiramente, é importante reforçar para os pais a importância da vacinação para as crianças na faixa etária de risco.

Todas as medidas de prevenção valem para esses casos. Recomenda-se também a higienização de brinquedos com maior frequência.

Para limpar secreções das crianças, os cuidadores devem utilizar lenços descartáveis.

Também devem prestar atenção à presença de algum dos sintomas da gripe nas crianças e informar os pais, para que busquem um tratamento.

Se a criança estiver gripada, o ideal é que ela permaneça em casa, por no mínimo 24h após o desaparecimento da febre, para evitar a transmissão para as outras crianças e profissionais que trabalham no ambiente.

Por que devo me vacinar todos os anos?

Ao longo do tempo, o sistema imunológico tende a diminuir a sua resposta aos efeitos da vacina. Assim, para que a proteção aconteça de forma eficiente se torna essencial uma reaplicação da dose todos os anos.

Além disso, a vacina contra gripe deve ser aplicada anualmente também pelo fato do vírus estar em constante mudança, assim, a composição da vacina precisa ser revisada e atualizada para acompanhar essas mutações.

Consequentemente, os pacientes precisam receber a vacina atualizada para estarem protegidos contra o vírus em circulação.

A vacina funciona imediatamente?

Não, a proteção da vacina não é imediata. Demora, aproximadamente, cerca de 2 a 3 semanas para que o organismo comece a produzir os anticorpos específicos para o vírus da gripe.

É justamente por isso que as campanhas de vacinação, no Brasil, acontecem durante os meses de abril e maio, pois antecedem o período onde a transmissão do vírus é maior, normalmente durante os meses de inverno.


A gripe é uma doença sazonal bem recorrente, sendo causada pelo vírus influenza. Apesar de ser taxada como uma condição simples, merece os mesmos cuidados que outras doenças consideradas graves.

Além disso, o vírus é capaz de passar por mutações, o que nos deixa sem imunidade para combatê-lo.

Buscamos neste artigo mostrar como é possível se prevenir da gripe e destacar a importância da vacinação, principalmente para os grupos de risco.

Confira também nossos artigos sobre os vírus H1N1 e H3N2. Obrigada pela leitura e não se esqueça de compartilhar!

Fontes consultadas

  • Dr. Paulo Caproni (CRM/PR 27.679 | CRM/SC 25.853 | CRM/SP 144.063), graduado em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Residência Médica em Medicina Preventiva e Social pela USP-SP (PROAHSA). MBA em Gestão Hospitalar e de Sistemas de Saúde (CEAHS) pela FGV-SP
  • Ministério da Saúde
  • Cartilha da Influenza A (H1N1): Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Adjunta de Atenção Integrada à Saúde e Departamento de Vigilância em Saúde
  • Protocolo de Tratamento de Influenza: Ministério da Saúde e Secretária de Vigilância em Saúde
Imagem do profissional Paulo Caproni
Este artigo foi escrito por:

Dr. Paulo Caproni

CRM/PR: 27679CompletarLeia mais artigos de Dr. Paulo
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