Farmanguinhos primaquina é utilizado no tratamento da malária causada por Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium ovale ou malária mista. Também é indicado no tratamento de pneumocistose e de pacientes portadores do vírus HIV com pneumonia por Pneumocystis carinii (recentemente denominado Pneumocystis jirovecii), em associação à clindamicina como tratamento alternativo.
Farmanguinhos primaquina atua destruindo principalmente hipnozoítos (formas latentes hepáticas) de P. vivax e P. ovale e gametócitos de P. falciparum, além de possuir também pequena ação contra formas assexuadas sanguíneas de todas as espécies. Atua na redução do oxigênio disponível no parasito, interferindo em sua atividade vital, levando-o à morte.
Você não deve tomar Farmanguinhos primaquina se possuir hipersensibilidade (alergia) à primaquina ou a qualquer outro componente da fórmula.
Este medicamento é contraindicado em portadores de deficiência de glicose-6- fosfato-desidrogenase (G6PD).
Este medicamento é contraindicado durante a gravidez, pois pode causar destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, doença do sangue e risco de destruição dos glóbulos vermelhos do sangue em feto deficiente de glicose-6- fosfato-desidrogenase (G6PD).
Atenção: Não use primaquina se você estiver grávida, pode causar problemas ao feto.
Este medicamento é contraindicado para puérperas (tiveram filho recentemente) até um mês de lactação (amamentação) e crianças menores de 6 meses.
Este medicamento é contraindicado em condições que predispõem a agranulocitose (diminuição ou desaparecimento dos glóbulos brancos) ou a granulocitopenia (alterações do sangue).
Este medicamento é contraindicado para portadores de artrite reumatoide ativa ou lúpus eritematoso sistêmico.
Este medicamento é contraindicado para administração por via parenteral, pois pode baixar a pressão arterial para valores abaixo do normal. Este medicamento é contraindicado em associação com aurotioglicose ou com levometadona.
Este medicamento é contraindicado em associação com outro medicamento potencialmente causador de alterações no sangue ou que possa provocar agressão à medula óssea, e para pacientes em uso de outros medicamentos com efeitos potencialmente hemolíticos.
Farmanguinhos primaquina deve ser ingerido com um pouco de água, preferencialmente no mesmo horário todos os dias, após uma refeição, evitando assim irritações do estômago ou vômitos. Em caso de vômito até 60 minutos da tomada do comprimido, você deve tomar a medicação novamente, mas se ocorrer após 60 minutos, não é necessário tomar Farmanguinhos primaquina novamente.
Mesmo que haja melhora dos sintomas com as primeiras doses, você deve continuar tomando Farmanguinhos primaquina durante todo o tempo prescrito. O tratamento adequado da malária é hoje o principal alicerce para o controle da doença.
É fundamental que as doses sejam ajustadas ao peso do paciente sempre que possível, visando garantir boa eficácia e baixa toxicidade no tratamento da malária.
A dose recomendada de Farmanguinhos primaquina é de 0,25 mg/kg por 14 dias ou 0,5 mg/kg/dia por sete dias, sendo este último esquema utilizado para melhorar a adesão à primaquina.
Recomenda-se o uso de primaquina 15 - 30 mg, por via oral, uma vez ao dia, combinada a clindamicina 300 mg, por via oral, a cada 6 horas, durante 21 dias ou primaquina 15 - 30 mg, por via oral, uma vez ao dia, combinada a clindamicina 600 mg, por via intravenosa, a cada (6 a 8) horas.
Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento de seu médico.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
Caso você se esqueça de tomar Farmanguinhos primaquina no horário estabelecido pelo seu médico, tome-o assim que lembrar. Entretanto, se já estiver perto do horário de tomar a próxima dose, despreze a dose esquecida e tome a próxima, continuando normalmente o esquema de doses recomendado pelo seu médico. Neste caso, não tome duas doses ao mesmo tempo ou uma dose extra para compensar doses esquecidas.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Recomenda-se, quando possível, a execução de teste laboratorial para descartar a hipótese de deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase (G6PD) antes de iniciar o tratamento com Farmanguinhos primaquina para cura radical, não sendo necessária a execução de teste laboratorial para tratamento de gametócitos de P. falciparum, em dose única.
Caso você faça uso de Farmanguinhos primaquina sem ter realizado antes o teste de atividade de G6PD, deve interromper imediatamente o tratamento e procurar uma Unidade de Saúde caso a urina fique escura, apresente fraqueza, palidez, coloração amarelada dos olhos e pele ou diminuição acentuada no nível de células vermelhas do sangue (anemia hemolítica). Em geral essa destruição de células vermelhas do sangue tem início por volta do segundo ou terceiro dia do uso da primaquina, e sua intensidade depende do tipo da deficiência e do sexo do paciente, sendo usualmente mais grave entre homens.
Farmanguinhos primaquina é contraindicado durante a gravidez, pois pode causar destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, doença do sangue e risco de destruição dos glóbulos vermelhos do sangue em feto deficiente de glicose-6- fosfato-desidrogenase (G6PD).
Após o primeiro mês da lactação (amamentação), a presença de primaquina no leite materno é desprezível e, portanto, Farmanguinhos primaquina pode ser prescrito para as lactantes a partir do segundo mês.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas.
Informe imediatamente ao seu médico em caso de suspeita de gravidez.
É recomendável evitar atividades que exijam atenção, como dirigir veículos e operar máquinas, durante o tratamento e até um dia após o término do tratamento, pois Farmanguinhos primaquina pode alterar a consciência. Essa recomendação também vale para trabalhar sem um apoio firme.
Ao observar quaisquer sinais ou sintomas que possam indicar presença de angioedema (por exemplo: inchaço da face, das pálpebras, dos lábios, da língua, da laringe e das extremidades), dificuldade para engolir ou respirar, ou rouquidão, você deve interromper o uso deste medicamento e informar imediatamente ao seu médico.
Farmanguinhos primaquina não oferece perigo quando utilizado nas doses terapêuticas habituais, exceto doenças do sangue que podem ocorrer mesmo com doses habituais de primaquina, podendo ser grave em pessoas com deficiência congênita de nicotinamida adenina dinucleotídeo (NADH) metemoglobina redutase.
Reações adversas a medicamentos são respostas prejudiciais não intencionais decorrentes do uso do medicamento nas doses normalmente utilizadas em seres humanos.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também à empresa através do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) pelo telefone 0800 024 1692.
Embalagens contendo 50 blísteres com 10 comprimidos cada.
Uso oral.
Uso adulto e pediátrico a partir de 6 meses.
Primaquina* | 5 mg |
Excipientes q.s.p.** | 1 comprimido |
*Equivalente a 8,8 mg de difosfato de primaquina.
**Celulose microcristalina, fosfato de cálcio dibásico, crospovidona XL, talco e ácido esteárico.
Primaquina* | 15 mg |
Excipientes q.s.p.** | 1 comprimido |
*Equivalente a 26,3 mg de difosfato de primaquina.
**Celulose microcristalina, fosfato de cálcio dibásico, crospovidona XL, talco e ácido esteárico.
Farmanguinhos primaquina administrado em doses mais elevadas, ocasionalmente, pode provocar desconforto estomacal e abdominal leve a moderado em algumas pessoas. Não existem até o momento relatos de intoxicação com primaquina. Quando ingeridas altas doses deste medicamento de uma só vez, indica-se o encaminhamento do paciente ao serviço médico de emergência para que realize esvaziamento do estômago por lavagem ou indução do vômito.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Farmanguinhos primaquina interage com uma variedade de medicamentos. No uso associado à aurotioglicose pode ocorrer efeito aditivo na alteração da composição do líquido corporal e das células sanguíneas. No uso associado à levometadona pode ocorrer aumento do risco de dano muscular ou disfunção do coração e parada cardíaca. No uso associado à mepacrina, pode ocorrer aumento da concentração de primaquina no sangue, levando a um aumento no risco de toxicidade. No uso associado à proguanil e quinacrina, pode ocorrer aumento do efeito e toxicidade da primaquina. Sais de alumínio e magnésio podem reduzir o efeito da primaquina.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
A primaquina destrói os estágios hepáticos avançados e as formas tissulares latentes de P. vivax e P. ovale, tendo assim grande valor clínico para a cura radical da malária recidivante. O fármaco por si só não suprime as crises de malária causadas pelo P. vivax, embora apresente atividade contra os estágios eritrocíticos. Apesar da primaquina apresentar atividade contra os estágios hepáticos do P. falciparum, é ineficaz contra os estágios eritrocíticos desse parasito e, por conseguinte, não é utilizada clinicamente para tratar a malária causada por P. falciparum. Os 8-aminoquinolínicos exercem um efeito acentuadamente gametocida contra as 4 espécies de plasmódio que infectam os humanos, especialmente o P. falciparum. Algumas cepas de P. vivax apresentam resistência parcial à ação da primaquina, o que torna imperativo o uso correto do fármaco1. Combate os gametócitos de todas as espécies de malária humana e as formas hepáticas (hipnozoítas) de P. vivax, causando cura radical. A atividade hipnozoiticida está ligada à dose total e não à duração do tratamento. Na prevenção de recidivas de malária por Plasmodium vivax, a associação de primaquina + cloroquina foram mais eficazes quando comparada a cloroquina de forma isolada2.
Referências Bibliográficas
1 BRASIL. Guia de tratamento da malária no Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, Brasília DF, Ministério da Saúde, p. 29, 2020.
2 BRASIL. Formulário Terapêutico Nacional- Rename. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos, Brasília DF, Ministério da Saúde, p. 151, 2010.
A primaquina é rapidamente metabolizada, apenas uma pequena parte da dose administrada é excretada como substância inalterada. Os 3 metabólitos oxidativos de primaquina identificados são a 8-(3-carboxil-1-metilpropilamino)-6-metoxiquimolina, a 5-hidroxiprimaquina e a 5-hidroxi-6- desmetilprimaquina. O derivado carboxil é o principal metabólito encontrado no plasma humano. Após uma única dose ele alcança concentração plasmática 10 vezes maior do que a primaquina; este metabólito atóxico também é eliminado mais lentamente e se acumula com administração de muitas doses deste medicamento. Os 3 metabólitos da primaquina parecem ter uma atividade antimalárica consideravelmente menor que a primaquina. No entanto, com excreção do derivado carboxil, sua atividade hemolítica, avaliada pela formação de metemoglobina in vitro, é maior do que a da substância inalterada.
A absorção da primaquina a partir do trato digestivo é quase total, com biodisponibilidade oral de 96%. Após uma única dose, a concentração plasmática alcança o máximo em 3 horas e a seguir diminui com uma meia-vida de eliminação aparente de 6 horas. O volume aparente de distribuição é várias vezes o da água corporal total. Amplamente distribuída para os tecidos, com meia-vida de eliminação de (3 a 9,6) horas e (22 a 30) horas (metabólito ativo), possui metabolismo hepático (o metabólito carboxiprimaquina acumula-se no plasma com administração de doses repetidas, e é responsável pela toxicidade) e é excretada na urina em 24 horas (1 a 10) % do fármaco inalterado.
É possível observar alteração na concentração de alguns tipos de leucócitos nos grupos submetidos a administrações múltiplas de difosfato de primaquina e Phe-Alaprimaquina. Nos animais tratados com difosfato de primaquina ou Phe-Ala-primaquina é observado neutropenia (queda significativa de neutrófilos no sangue), característico de sensibilidade do organismo ao tratamento crônico com o fármaco matriz. É relatado que o tratamento crônico com primaquina causa alterações na membrana das células sanguíneas, principalmente, em eritrócitos. No entanto, vale ressaltar que não houve diferença estatística significativa entre os grupos difosfato de primaquina e Phe-Alaprimaquina, o que permite inferir que esta alteração no número de neutrófilos não é amplificada na administração do pró-fármaco, e então não há aumento de risco quando comparado à administração do fármaco matriz.
Houve aumento significativo do número de linfócitos nos dois grupos que receberam o tratamento com difosfato de primaquina e Phe-Ala-primaquina. No entanto, este aumento se destacou no grupo que recebeu o pró-fármaco e, estatisticamente, se apresentou diferente do grupo que recebeu apenas o difosfato de primaquina. Este resultado pode ser devido a maior capacidade de Phe-Ala-primaquina para iniciar um possível processo inflamatório no tecido hepático (principal tecido biotransformador da primaquina), com aumento de risco de efeitos danosos. É possível que esta diferença esteja relacionada com a biotransformação hepática da molécula que origina, além do fármaco matriz, outros metabólitos com potencial hepatotoxicidade.
Farmanguinhos primaquina deve ser conservado em temperatura ambiente (15 a 30 ºC), protegido da luz e umidade.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
O comprimido de Farmanguinhos primaquina 5 mg é circular, plano, liso e de cor bege a laranja. Já o comprimido de Farmanguinhos primaquina 15 mg é circular, plano, liso e de cor laranja a castanho.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
M.S. 1.1063.0152
Responsável Técnico:
Rodrigo Fonseca da Silva Ramos
CRF-RJ 10015
Registrado por:
Fundação Oswaldo Cruz
Av. Brasil, 4365
Rio de Janeiro - RJ
CNPJ: 33.781.055/0001-35
Fabricado por:
Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos
Av. Comandante Guaranys, 447
Rio de Janeiro – RJ
Indústria Brasileira
Uso sob prescrição médica.
Venda proibida ao comércio.
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica da farmacêutica responsável: Rafaela Sarturi Sitiniki (CRF-PR 37364). Consulte a bula original. Última atualização: 19 de Abril de 2023