Saúde

Ancilostomíase: o que é, sintomas, tratamento, prevenção

Publicado em: 22/04/2019Última atualização: 25/11/2022
Publicado em: 22/04/2019Última atualização: 25/11/2022
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Uma larva capaz de infiltrar o organismo e atingir a corrente sanguínea? Sim, estamos falando da ancilostomíase. Condição frequente, que atinge regiões mais quentes, com alta umidade e pouca infraestrutura.

Se você ficou interessado para saber mais sobre essa condição, então confira o artigo na íntegra abaixo!

Índice – neste artigo você encontrará as seguintes informações:

  1. O que é a doença ancilostomíase?
  2. O que são estrongiloidíase e ancilostomíase?
  3. Nome popular: como é conhecida a ancilostomíase?
  4. Causas
  5. Ciclo de vida e transmissão
  6. Grupos de risco
  7. Quais os sintomas da ancilostomíase?
  8. Como é feito o diagnóstico?
  9. Tem cura?
  10. Quais são as formas de tratamento da ancilostomíase?
  11. Medicamentos
  12. Prognóstico
  13. Ancilostomíase pode ter complicações?
  14. Profilaxia: como prevenir ancilostomíase?
  15. Ancilostomíase canina
  16. Perguntas frequentes

O que é a doença ancilostomíase?

A ancilostomíase é uma infecção intestinal causada pelas larvas Ancylostoma Duodenale e Necator Americanus, que causa náuseas, enjoos, anemia, entre outros.

Popularmente conhecida como amarelão ou doença do jeca tatu, a larva do ancilóstomo, responsável pela infecção, infiltra o organismo através da boca ou pele, podendo atingir a corrente sanguínea e consequentemente, afetando todo o corpo.

Atualmente, de acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) cerca de meio bilhão de pessoas estão infectadas com ancilostomíase, representando uma quantidade extremamente significativa e, consequentemente, uma preocupação mundial.

O parasita é encontrado com maior frequência em regiões tropicais e seu ciclo evolutivo ocorre por meio das fezes do hospedeiro, neste caso, os seres humanos.

Dependendo do estágio da doença, ela pode ser assintomática. Porém, existem apresentações clínicas que podem ocasionar quadros gastrointestinais, que englobam náuseas, vômito, flatulência, diarréia e dor abdominal.

Essa condição é classificada no CID 10 nos seguintes códigos:

  • B76 - Ancilostomíase;
  • B76.9 - Ancilostomíase não especificada.
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O que são estrongiloidíase e ancilostomíase?

Ambas as condições podem ser classificadas como parasitoses, ou seja, doenças causadas por parasitas.

Ao entrarem em nosso organismo, esses seres desenvolvem doenças, além de provocar diversos danos ao corpo humano. Em alguns casos, sem o devido tratamento, esses parasitas podem levar ao óbito.

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Nome popular: como é conhecida a ancilostomíase?

A ancilostomíase é uma condição que tem como um dos principais sintomas a pele amarelada. Isso porque o parasita causador da doença é responsável por sugar o sangue do paciente, gerando uma anemia, responsável por deixar a pele amarelada.

Dessa forma, uma das maneiras mais comuns de chamar a ancilostomíase é amarelão.

A condição também é popularmente conhecida como Jeca Tatu, em decorrência de uma história de Monteiro Lobato. O autor era conhecido por escrever literatura infanto-juvenil, porém, algumas de suas histórias tinham como princípio o cunho social.

É o caso da história do Jeca Tatu, que visava representar um personagem que estivesse à mercê do descaso com questões agrícolas e sanitárias. Como a doença tem uma forte relação com a precariedade sanitária, houve uma relação entre as condições.

Causas

A ancilostomíase é uma infecção causada por um tipo de parasita conhecido como nematoide.

Essa espécie possui um formato cilíndrico e é frequentemente encontrada em áreas de defecação humana ou em que as fezes são utilizadas como fertilizantes para cultura do solo.

Por isso, a ancilostomíase ocorre com frequência em países de clima tropical e com pouca infraestrutura com relação a higiene e saneamento básico. Os vermes liberam ovos que ficam presentes no solo até atingirem a capacidade para eclodirem em larvas e penetrar a pele humana.

Em alguns casos específicos é possível que as larvas sofram o processo de mutação, atingindo os vasos linfáticos e chegando até à corrente sanguínea.

Nesses casos, a infecção pode atingir os pulmões e alvéolos, migrando para outras áreas do organismo, como faringe e traqueia.

A partir desse estágio, as larvas podem ser ingeridas, atingindo o intestino delgado, onde devido às condições ideais, se estabilizam por 6 a 7 semanas, quando atingem maturidade e começam a se reproduzir.

Nessa fase, as larvas podem liberar milhares de ovos, que sugam sangue das paredes do intestino, impedindo a absorção de nutrientes, causando uma anemia.

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Ciclo de vida e transmissão

A ancilostomíase é uma condição causada pelos ovos das larvas Ancylostoma Duodenale e Necator Americanus.

Elas precisam estar em condições favoráveis de umidade e temperatura para que possam se desenvolver até ficarem infectantes. Esse estágio tem duração de 7 a 10 dias e é durante esse período que elas penetram a pele dos pés, causando uma dermatite característica.

A transmissão da ancilostomíase não é direta, de pessoa para pessoa, porém, o solo pode permanecer contaminado por muito tempo caso fique sem os tratamentos adequados para adaptação do solo.

Ou seja, ocorre quando as pessoas andam descalças em um terreno com solo contaminado ou quando se alimentam sem a higienização adequada, levando à boca larvas que estão presentes no ambiente.

Outra possibilidade é receber a infecção através do seu bichinho de estimação, especialmente se ele tiver o costume de ficar em espaços abertos. Isso porque o animal pode ir passear fora e trazer pra dentro de casa possíveis larvas.

Grupos de risco

Algumas regiões têm maiores chances de desenvolver condições como a ancilostomíase. Isso porque, geralmente, esses locais possuem pouco saneamento e infraestrutura voltada para o descarte e destino do esgoto.

Existe um grupo de pessoas que têm uma tendência maior em desenvolver a condição, entre as quais podemos citar:

  • Crianças;
  • Mulheres grávidas ou amamentando;
  • Pessoas que trabalham em áreas rurais.

Quais os sintomas da ancilostomíase?

 A ancilostomíase é uma condição que geralmente pode ser percebida através de erupções cutâneas e coceira no local em que a larva infiltra o corpo.

Além disso, é possível perceber alguns outros sintomas, entre os quais podemos citar:

Incômodos abdominais

Devido à mutação da larva e sua movimentação para o intestino, é possível que o paciente apresente dores abdominais, falta de apetite, náuseas, cólicas abdominais e diarreia.

Problemas respiratórios

Quando presente nos pulmões e vias respiratórias, a larva da ancilostomíase pode causar irritações no pulmão, além de tosse e respiração sibilante.

Fadiga

A ancilostomíase é uma infecção que pode causar muita perda de sangue, uma vez que os parasitas presentes no intestino se alimentam do sangue presente nas paredes. Como consequência, é possível desenvolver uma anemia grave o suficiente para gerar fadiga e inchaço generalizado.

Outros sintomas

Podem ainda ocorrer outros sintomas como:

  • Febre;
  • Apatia.

Leia mais: Síndrome do Intestino Irritável: o que é, sintomas. Tem cura?

Como é feito o diagnóstico?

O principal método de diagnóstico da ancilostomíase é por meio da identificação de ovos de larvas presente nas fezes. Para isso, é preciso realizar uma coleta de amostras para serem analisadas em laboratório.

Os profissionais mais indicados para o acompanhamento e indicação de tratamento da doença são o clínico geral e o infectologista.

Além disso, em alguns casos pode ser realizado um exame hematológico, a fim de verificar a presença de anemia no organismo.

O exame é feito por meio de uma coleta de sangue simples, em que são medidas as taxas de células de sangue a fim de verificar baixas concentrações.

Tem cura?

Sim. Com o tratamento adequado, é possível curar a ancilostomíase sem grandes complicações.

Quais são as formas de tratamento da ancilostomíase?

O tratamento da ancilostomíase é realizado com a prescrição de medicamentos anti-helmínticos, destinados para infecções isoladas ou avançadas. Na maioria dos casos o tratamento é rápido, em torno de 1 a 3 dias de medicação, a fim de eliminar os parasitas e melhorar o organismo.

Caso o paciente apresente anemia, o recomendado é fazer reposição de ferro por via oral.

Medicamentos

Os medicamentos indicados para ancilostomíase são da classe anti-helmínticos. Entre eles podemos citar:

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Prognóstico

O prognóstico é bem positivo para pessoas que seguem o tratamento corretamente. Após concluir o ciclo correto de uso dos medicamentos, grande parte dos pacientes se-encontra completamente curado e sem riscos de complicações.

Ancilostomíase pode ter complicações?

Quando a infecção permanece por um longo período de tempo, a ancilostomíase pode provocar a perda excessiva de ferro e proteínas.

Como consequência, o organismo pode apresentar um atraso em crescimento e desenvolvimento mental e cognitivo. Além disso, é possível apresentar a seguintes complicações:

Anemia

A falta de ferro ocasiona o desenvolvimento de uma anemia, que causa a diminuição de glóbulos vermelhos. Em casos extremos, essa diminuição pode ocasionar uma insuficiência cardíaca.

Pneumonite

Ao migrar para os pulmões, as larvas podem acabar causando uma inflamação no órgão, que irá reagir causando uma condição chamada de pneumonite.

Profilaxia: como prevenir ancilostomíase?

A principal medida de controle e prevenção da ancilostomíase está relacionada ao desenvolvimento de materiais educativos, que visam compartilhar dicas e hábitos de higiene pessoal e comunitária.

Além disso, uma boa maneira de reduzir as chances de mutação da larva é dando atenção aos possíveis riscos da contaminação do solo.

Manter o saneamento correto, evitando o despejo de fezes e esgoto no solo, contribui para a prevenção da ancilostomíase.

Outras dicas englobam:

  • Evitar andar descalço fora de casa;
  • Beber água potável;
  • Higienizar corretamente alimentos e recipientes;
  • Lavar sempre as mãos.

Ancilostomíase canina

A ancilostomíase pode acometer cães domésticos, por meio do parasita Ancylostona caninum. A principal forma de infecção desses animais é cutânea, através do contato com ambientes externos, em passeios, por exemplo.

Da mesma forma que em humanos, a ancilostomíase em animais também atinge o intestino, pois é onde as larvas consideram ideal, devido à temperatura e umidade.

Perguntas frequentes

Posso pegar ancilostomíase através do meu animal de estimação?

Sim. Para garantir a sua saúde e a de seu bichinho, leve-o para tomar todas as vacinas necessárias e certifique-se de levá-lo de em consultas de rotina, a fim de confirmar que está tudo ok.

Por que a ancilostomíase é conhecida como doença do jeca tatu?

A ancilostomíase é uma condição que foi representada em um conto do Monteiro Lobato, intitulado Jeca Tatu. A história aborda os problemas agrícolas causados devido à falta de saneamento básico, ou seja, o Jeca Tatu é usado para criticar as circunstâncias da época.


A ancilostomíase pode ser considerada uma condição de fácil transmissão. Dessa forma, é preciso redobrar os cuidados em áreas de baixo saneamento, sempre evitando ficar descalço em locais de grande umidade e temperaturas elevadas.

Conhece alguém que mora ou frequenta lugares como os mencionados acima? Então compartilhe esse artigo para que eles tenham dicas e auxílio na hora de procurar tratamento!

Publicado originalmente em: 29/06/2017 | Última atualização: 22/04/2019

Fontes consultadas

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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