Betainterferona 1b
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Tipo de receita
- Branca Comum (Venda Sob Prescrição Médica)
Classe terapêutica
- Produtos para Esclerose Múltipla
Forma farmacêutica
- Pó para solução injetável
Categoria
- Esclerose Múltipla
- Medicamentos
Dosagem
- 9.6mUI
Fabricante
- Novartis
- Bayer
Princípio ativo
- Betainterferona 1b
Tipo do medicamento
- Biológico
Quantidade
- 1.2 mL
Bula do Betainterferona 1b
Betainterferona 1b, para o que é indicado e para o que serve?
Betainterferona 1b é indicado para:
Esclerose Múltipla Recorrente-Remitente (EMRR)
Redução da frequência e gravidade das exacerbações clínicas em pacientes ambulatoriais (por exemplo, pacientes que podem andar por seus próprios meios) portadores de Esclerose Múltipla por surtos de exacerbação-remissão, caracterizada pela ocorrência de, pelo menos, dois episódios de disfunção neurológica durante o período precedente de 2 anos, seguidos de recuperação completa ou incompleta.
Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP)
Redução da frequência e gravidade de exacerbações clínicas e diminuição da progressão da doença.
Quais as contraindicações do Betainterferona 1b?
Betainterferona 1b é contraindicado em pacientes com histórico de hipersensibilidade à betainterferona natural ou recombinante ou a qualquer excipiente do produto.
Tipo de receita
Como usar o Betainterferona 1b?
Método de administração
Injeção subcutânea.
Adultos
O tratamento com Betainterferona 1b deve ser iniciado com a supervisão de um médico experiente no tratamento da Esclerose Múltipla.
A dose recomendada de Betainterferona 1b é de 0,25 mg (8 milhões de UI), contida em 1 mL da solução reconstituída, devendo ser injetada por via subcutânea, em dias alternados.
Geralmente, a titulação da dose é recomendada no início do tratamento.
Os pacientes devem iniciar o tratamento com 0,0625 mg (0,25 mL), por via subcutânea, em dias alternados, e aumentar a dose gradualmente para 0,25 mg (1,0 mL), em dias alternados. O período de titulação pode ser ajustado de acordo com a tolerabilidade individual.
No estudo em pacientes com um único evento clínico, a dose foi aumentada como mostra a Tabela A6.
Tabela A6 : Esquema posológico de titulação*.
Dia de Tratamento | Dose | Volume |
1, 3, 5 | 0,0625 mg | 0,25 mL |
7, 9, 11 | 0,125 mg | 0,5 mL |
13, 15, 17 | 0,1875 mg | 0,75 mL |
≥ 19 | 0,25 mg | 1,0 mL |
*Esquema de titulação da dose como usado no estudo em pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla. O período de titulação pode ser modificado de acordo com a tolerabilidade de cada paciente.
Duração do Tratamento
Até o momento, não se sabe por quanto tempo o paciente deve ser tratado. A eficácia do tratamento para períodos de até 3 anos foi demonstrada em um ensaio clínico controlado. Existem dados de acompanhamento de estudos clínicos realizados sob condições controladas em pacientes com Esclerose Múltipla recorrente-remitente de até 5 anos e em pacientes com Esclerose Múltipla secundária progressiva de até 3 anos. Existem dados de acompanhamento não controlado de pacientes com Esclerose Múltipla secundária progressiva de até 4,5 anos.
Para Esclerose Múltipla recorrente-remitente, os dados disponíveis de até 5 anos sugerem que a eficácia é mantida durante todo o período de tratamento com Betainterferona 1b.
Para Esclerose Múltipla secundária progressiva, a eficácia do tratamento durante um período de 2 anos, com dados limitados para um período de até 3 anos de tratamento, foi demonstrada em estudos clínicos sob condições controladas.
Crianças e adolescentes
A eficácia e a segurança de Betainterferona 1b não foram investigadas sistematicamente em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos. Portanto, Betainterferona 1b não deve ser administrado a este grupo etário.
Instruções de uso
Incompatibilidade
Na ausência de estudos de incompatibilidade, a solução de Betainterferona 1b não deve ser misturada com outros medicamentos.
Reconstituição
A tampa da seringa preenchida contém um derivado do látex de borracha natural. Portanto, a tampa pode conter látex de borracha natural, e não deve ser manuseada por pessoas sensíveis a essa substância.
Para reconstituição do liofilizado, injetar 1,2 mL do diluente fornecido (cloreto de sódio 0,54%) no frasco-ampola de Betainterferona 1b. Dissolver completamente o liofilizado sem agitar.
Inspeção antes do uso
Não utilize frascos-ampola que apresentarem rachaduras. Inspecionar visualmente a solução antes do uso. Se apresentar material particulado ou alteração de cor, a solução deve ser descartada.
Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Betainterferona 1b?
Resumo do perfil de segurança
Frequentemente foram observados sintomas semelhantes aos gripais (febre, calafrios, artralgia, indisposição geral, sudorese, cefaleia ou mialgia). A ocorrência destes sintomas diminuiu com o passar do tempo.
De modo geral, recomenda-se a titulação da dose no início do tratamento, a fim de aumentar a tolerabilidade ao Betainterferona 1b. Sintomas semelhantes aos gripais também podem ser reduzidos com a administração de um anti-inflamatório não esteroidal.
Reações no local de injeção (p. ex.: vermelhidão, inchaço, alteração de cor, inflamação, dor, hipersensibilidade, necrose e reações não específicas ocorreram frequentemente após a administração de Betainterferona 1b. De modo geral, a incidência de reações no local de injeção diminuiu com o passar do tempo.
Lista tabelada de reações adversas
Os termos das reações adversas aos medicamentos foram baseados no MedDRA (versão 9.1).
Foi utilizado o termo MedDRA mais apropriado para descrever uma determinada reação e seus sinônimos ou condições relacionadas.
As frequências de reações adversas ao medicamento* Betainterferona 1b relatadas estão resumidas na tabela abaixo.
As frequências são definidas como:
- Muito comum (> 1/10).
- Comum (> 1/100 a < 1/10).
As reações adversas identificadas somente durante a vigilância na pós-comercialização, e para as quais uma frequência não pode ser estimada, estão listadas abaixo de “frequência desconhecida”.
Classificação por Sistema Corpóreo | Muito comum > 1/10 |
Comum > 1/100 a < 1/10 |
Frequência desconhecida |
Distúrbios sanguíneos e do sistema linfático | Contagem de linfócitos diminuída (< 1500/mm3 )x, Contagem de células brancas diminuída (< 3000/mm3) x, Contagem absoluta de neutrófilos diminuída (< 1500/mm3 ) x |
Linfoadenopatia | Anemia, Trombocitopenia, Leucopenia, Microangiopatia trombótica |
Distúrbios do sistema imunológico | - | - | Reações anafiláticas, Síndrome do extravasamento capilar sistêmico em gamopatia monoclonal préexistente |
Distúrbios endócrinos | - | - | Distúrbios na tireoide, Hipertireoidismo, Hipotireoidismo |
Distúrbios do metabolismo e nutrição | - | - | Aumento de triglicérides no sangue, Anorexia, Redução de peso, Aumento de peso |
Distúrbios psiquiátricos | - | - | Depressão, Tentativa de suicídio, Confusão, Ansiedade, Instabilidade emocional |
Distúrbios do sistema nervoso | Cefaleia, Insônia, Descoordenação | - | Convulsão, Tontura |
Distúrbios cardíacos | - | - | Cardiomiopatia, Taquicardia, Palpitação |
Distúrbios vasculares | - | Hipertensão | Vasodilatação |
Distúrbios respiratórios, toráxicos e do mediastino | - | Dispneia | Broncoespasmo |
Distúrbios gastrointestinais | Dor abdominal | - | Náusea, Vômito, Pancreatite, Diarreia |
Distúrbios hepatobiliares | Aumento de alanina aminotransferase (ALAT > 5 vezes a linha basal)x | Aumento de aspartato aminotransferase (ASAT > 5 vezes a linha basal)x | Aumento de bilirrubina no sangue, Aumento da gama-glutamiltransferase, Lesão hepática (incluindo hepatite), Falência hepática |
Distúrbios da pele e do tecido subcutâneo | Erupção cutânea, Distúrbio na pele | - | Urticária, Alopecia, Prurido, Alteração de cor na pele |
Distúrbios músculoesqueléticos, dos tecidos conjuntivos e ossos | Mialgia, Hipertonia | - | Artralgia, Lúpus eritematoso induzido por medicamentos |
Distúrbios renais e urinários | Incontinência urinária | - | - |
Distúrbios do sistema reprodutivo e da mama | - | Impotênciab , Metrorragiaa | Distúrbio menstrual, Menorragia |
Distúrbios gerais e condições do local de administração | Reações no local de injeção (vários tiposo ), Sintomas semelhantes aos gripais (complexo§ ), Dor, Febre, Calafrios, Edemas periféricos, Astenia | Necrose no local de injeção, Dor no peito, Indisposição | Sudorese |
* “Reações adversas ao medicamento” foram definidas baseadas em incidências comparativas: qualquer evento adverso que ocorreu em pacientes tratados com Betainterferona 1b com uma frequência de pelo menos 2% acima do observado em pacientes tratados com placebo, este foi considerado possivelmente relacionado ao Betainterferona 1b, independente da causalidade originalmente associada nos relatórios de caso individuais.
x Anormalidade laboratorial
a Mulheres na pré-menopausa
b Homens
o “Reação no local de injeção (vários tipos)” compreende todos os eventos adversos que ocorrem no local da injeção (exceto necrose no local da injeção), p. ex. os seguintes termos: reação no local de injeção, hemorragia no local de injeção, hipersensibilidade no local de injeção, inflamação no local de injeção, intumescimento no local de injeção, dor no local de injeção, edema no local de injeção e atrofia no local de injeção.
§ “Complexo de sintomas semelhantes aos gripais” denota a síndrome gripal e/ou uma combinação de pelo menos duas reações adversas de febre, calafrios, mialgia, indisposição e sudorese.
Descrição das reações adversas selecionadas
Investigações/Imunogenicidade
Como ocorre com todas as proteínas com finalidade terapêutica, há um potencial para imunogenicidade. Em estudos clínicos controlados, foram coletadas amostras de soro a cada 3 meses (no estudo com pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla, a cada 6 meses) para monitorar o desenvolvimento dos anticorpos ao Betainterferona 1b.
Em diferentes estudos clínicos controlados, observou-se que entre 23% e 41% dos pacientes desenvolveram atividade neutralizante à Betainterferona 1b do soro, confirmada ao menos por dois títulos positivos consecutivos; destes pacientes, entre 43% e 55% foram convertidos, de maneira estável, ao status negativo para anticorpo, baseado em dois títulos negativos consecutivos, durante o período de observação subsequente do estudo respectivo. Em estudo com pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla, a atividade neutralizante medida a cada 6 meses foi observada pelo menos uma vez em 32% (89 pacientes) dos pacientes imediatamente tratados com Betainterferona 1b; destes, 60% (53 pacientes) retornaram ao status negativo baseado na última análise disponível dentro do período de 5 anos. Dentro do período de estudo de 5 anos, o desenvolvimento da atividade neutralizante não foi associado com redução da eficácia clínica (no que diz respeito ao tempo para chegar a Esclerose Múltipla clinicamente definida – EMCD, tempo para a progressão confirmada da escala expandida do grau de incapacidade – EDSS e índice de remissão). Não foi demonstrado qualquer efeito atenuador consistente nos resultados clínicos, relacionado a presença de anticorpos neutralizantes no decorrer dos estudos, parâmetros de eficácia, diferentes abordagens estatísticas e diversas definições de status positivo para o anticorpo neutralizante. Os eventos adversos não foram associados com o desenvolvimento da atividade neutralizante.
A decisão para continuar ou interromper o tratamento deve ser baseada mais em relação a todos os aspectos do status da doença do paciente do que somente no status da atividade neutralizante.
Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Betainterferona 1b maior do que a recomendada?
A betainterferona 1b foi administrada em pacientes adultos com câncer, em doses individuais de até 5,5 mg (176 milhões de UI), por via IV, 3 vezes por semana, sem que fossem observados eventos adversos graves que comprometessem as funções vitais.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Betainterferona 1b com outros remédios?
Não foram realizados estudos sistematizados de interação de Betainterferona 1b com outros medicamentos.
Não se conhece o efeito de Betainterferona 1b no metabolismo de medicamentos em pacientes com Esclerose Múltipla. A terapêutica das recidivas com corticosteroides ou ACTH, por períodos de até 28 dias, tem sido bem tolerada nos pacientes em tratamento com Betainterferona 1b.
Não foi estudada a administração concomitante de Betainterferona 1b com outros imunomoduladores além dos corticosteroides ou ACTH.
Foi relatado que as interferonas reduzem a atividade de enzimas hepáticas dependentes do citocromo P450 em seres humanos e nos animais. Deve-se ter cautela quando Betainterferona 1b é administrado em combinação com medicamentos que apresentam estreita margem terapêutica e são largamente dependentes do sistema hepático citocromo P450 para a sua depuração. Deve-se ter cuidado na administração concomitante de medicamentos que tenham efeito sobre o sistema hematopoiético.
Quais cuidados devo ter ao usar o Betainterferona 1b?
Distúrbios psiquiátricos
Pacientes que venham a ser tratados com Betainterferona 1b devem ser informados que podem ocorrer distúrbios depressivos e ideias suicidas como efeitos secundários do tratamento, devendo comunicar imediatamente ao médico a ocorrência destes sintomas. Em casos raros, estes sintomas podem resultar em tentativa de suicídio. Pacientes que apresentam depressão e ideias suicidas devem ser monitorados cuidadosamente e, nesses casos, deve-se considerar a interrupção do tratamento.
Em dois estudos clínicos controlados envolvendo 1.657 pacientes com Esclerose Múltipla secundária progressiva, não houve quaisquer diferenças significativas entre pacientes tratados com Betainterferona 1b e aqueles tratados com placebo, com relação à depressão e ideias suicidas. Entretanto, como não se pode excluir que o tratamento com Betainterferona 1b possa estar associado com a ocorrência de depressão e ideias suicidas em determinados pacientes, o medicamento deve ser administrado com cuidado aos pacientes com história ou diagnóstico de distúrbios depressivos ou com ideias suicidas. Deve-se considerar a interrupção do tratamento com Betainterferona 1b se esses eventos se desenvolverem durante a terapia.
Este produto contém albumina humana, um derivado de sangue humano. Baseado em um mapeamento efetivo do doador e processos de fabricação do produto, existe um risco extremamente remoto para a transmissão de doenças virais. O risco teórico para a transmissão da doença de Creutzfeld-Jacob também é considerado extremamente remoto. Nenhum caso de transmissão de doença viral ou doença de Creutzfeld-Jacob foi identificado para a albumina.
Betainterferona 1b deve ser administrado com cautela a pacientes com histórico de convulsões.
Testes laboratoriais
Além dos testes de laboratório requeridos normalmente para o monitoramento de pacientes com Esclerose Múltipla, é recomendada a realização dos seguintes testes, antes do início e no período após a introdução do tratamento em intervalos regulares, e depois periodicamente na ausência de sintomas clínicos:
Hemograma completo e leucograma diferencial, contagem de plaquetas e bioquímica do sangue incluindo testes de função hepática (p. ex.: ASAT (TGO), ALAT (TGP) e γGT).
São recomendados testes periódicos da função tireoidiana nos pacientes com história de disfunção da tiroide ou com indicação clínica. Pacientes com anemia, trombocitopenia, leucopenia (isolada ou em conjunto com outras alterações) podem requerer monitoração mais intensa da contagem diferencial de células sanguíneas (completo) e contagem de plaquetas.
Distúrbios hepatobiliares
Durante os ensaios clínicos, ocorreram casos muito frequentes de elevações assintomáticas de transaminases séricas, na maior parte das vezes leve e transitória, em pacientes tratados com Betainterferona 1b.
Assim como para outras betainterferonas, foram relatados casos de lesão hepática grave, incluindo falência hepática. Os eventos mais graves frequentemente ocorreram em pacientes que utilizavam outros fármacos ou substâncias hepatotóxicas ou na presença de condições médicas graves concomitantes (p. ex.: doença maligna com metástase, infecção grave e septicemia, abuso de bebidas alcoólicas).
Os pacientes devem ser monitorados quanto aos sinais de lesão hepática. A ocorrência de elevação nos níveis de transaminases séricas deve ser investigada e monitorada minuciosamente. Se os níveis tornarem-se significativamente elevados ou se existirem sintomas clínicos associados, como desenvolvimento de icterícia, deve-se considerar a interrupção do tratamento com Betainterferona 1b. Na ausência de evidência clínica de lesão hepática e após normalização das enzimas hepáticas, pode-se considerar a reintrodução do tratamento com acompanhamento apropriado da função hepática.
Distúrbios cardíacos
Deve ser utilizado com cuidado em pacientes com doença cardíaca pré-existente significativa, como falência cardíaca congestiva, doença coronária arterial ou arritimias. Enquanto não há evidência de um potencial cardiotóxico direto de Betainterferona 1b, estes pacientes devem ser monitorados com relação ao agravamento de suas condições cardíacas. Isso se aplica particularmente durante o início do tratamento com Betainterferona 1b, onde sintomas parecidos com a gripe, comumente associados com betainterferonas, exercem stress cardíaco por meio de febre, calafrios e taquicardia. Isto pode agravar os sintomas cardíacos em pacientes com significativas doenças cardíacas pré-existentes.
Durante o período de pós-comercialização relatos muito raros foram recebidos sobre o agravamento do status cardíaco em pacientes com doenças cardíacas significativas pré-existentes, temporariamente associados ao início da terapia com Betainterferona 1b. Foram relatados casos de cardiomiopatia: caso isto ocorra e haja suspeita de que esteja relacionado com o uso de Betainterferona 1b, o tratamento deve ser interrompido.
Distúrbios gastrointestinais
Foram relatados casos de pancreatite, frequentemente associada à hipertrigliceridemia, com o uso de Betainterferona 1b.
Investigações/Imunogenicidade
Como todas as proteínas terapêuticas, há um potencial de imunogenicidade. A decisão para continuar ou descontinuar o tratamento deve ser baseada mais em relação a todos os aspectos do status da doença do paciente que somente no status da atividade de neutralização.
Distúrbios no sistema imunológico
A administração de citocinas aos pacientes com gamopatia monoclonal pré-existente foi associada com o desenvolvimento de síndrome de extravasamento capilar sistêmico, com sintomas que se assemelham ao choque e evolução fatal.
Distúrbios gerais e reações no local de aplicação
Podem ocorrer reações graves de hipersensibilidade (reações agudas e graves tais como broncoespasmo, anafilaxia e urticária).
Foi observada necrose no local da injeção em pacientes tratados com Betainterferona 1b. Esta necrose pode ser extensa e pode envolver a fáscia muscular, assim como tecido adiposo e, portanto, pode resultar em formação de cicatriz. Ocasionalmente são necessários debridamento e, menos frequentemente, enxerto de pele; o restabelecimento pode levar até 6 meses.
O paciente deve ser orientado a consultar seu médico antes de continuar com as injeções de Betainterferona 1b se apresentar qualquer ruptura na pele que possa estar associada com edema ou drenagem do líquido no local da injeção.
Se o paciente apresentar lesões múltiplas, o tratamento com Betainterferona 1b deve ser interrompido até que o restabelecimento tenha ocorrido. Pacientes com lesões isoladas podem continuar com o uso do medicamento desde que a necrose não seja muito ampla, uma vez que alguns pacientes obtiveram cicatrização da necrose durante o uso de Betainterferona 1b.
Para minimizar o risco de necrose no local da injeção os pacientes devem ser orientados a:
- Utilizar técnica asséptica de injeção;
- Alternar os locais de injeção a cada aplicação.
O procedimento de autoadministração deve ser revisto periodicamente, especialmente se houver ocorrido reações no local da injeção.
Microangiopatia trombótica
Casos de microangiopatia trombótica (MAT), que se manifesta como púrpura trombocitopênica trombótica e síndrome hemolítico-urêmica, incluindo casos fatais, foram relatados com medicamentos com betainterferona, incluindo Betainterferona 1b. Foram relatados casos por várias semanas a anos após o início de medicamentos com betainterferona.
Descontinue Betainterferona 1b se ocorrerem sintomas clínicos e achados laboratoriais consistentes com MAT e e conduza como clinicamente adequado.
Excipientes especiais
Este medicamento contém menos que 1 mmol de sódio (23 mg) por mL, ou seja, é essencialmente livre de sódio.
Seringa preenchida e pacientes sensíveis ao látex
A tampa removível da seringa preenchida de Betainterferona 1b contém um derivado do látex de borracha natural. Embora o derivado do látex de borracha natural não seja detectado na tampa, a segurança do uso da seringa preenchida de Betainterferona 1b em pacientes sensíveis ao látex não foi estudada.
Efeitos na habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas
Os efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas não foram investigados.
Em pacientes suscetíveis, os efeitos adversos relacionados ao SNC associados com o uso de Betainterferona 1b podem influenciar a habilidade de dirigir e utilizar máquinas.
Gravidez e lactação
Gravidez
Não é conhecido se Betainterferona 1b pode causar lesão fetal quando administrado às mulheres grávidas ou se pode afetar a capacidade reprodutiva humana. Em estudos clínicos controlados foram observados abortamentos espontâneos em pacientes com Esclerose Múltipla. Nos ensaios em macacos Rhesus, comprovou-se que a Betainterferona 1b humana recombinante é embriotóxica, causando aumento na taxa de abortamento com as doses mais altas. Portanto, mulheres em idade fértil devem adotar medidas contraceptivas apropriadas. Se a paciente engravidar ou planejar engravidar durante a administração de Betainterferona 1b, ela deve ser informada sobre os riscos potenciais e deve ser recomendada a suspensão do tratamento.
Lactação
Não se sabe se a Betainterferona 1b é excretada com o leite materno humano. Devido à ocorrência potencial de reações adversas graves em crianças sendo amamentadas, deve-se decidir entre a interrupção da amamentação ou do tratamento com Betainterferona 1b.
Este medicamento pertence à categoria C de risco na gravidez.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Qual a ação da substância do Betainterferona 1b?
Resultados de Eficácia
Pacientes portadores da forma secundária progressiva tratados com Betainterferona 1b apresentaram retardamento de até 12 meses na progressão da incapacidade, mesmo considerando o período para atingir estágios altamente incapacitantes, ou seja, aqueles onde o paciente depende de cadeira de rodas para qualquer locomoção. Este retardamento no avanço da incapacidade foi observado em pacientes com ou sem exacerbações e em todos os níveis de incapacidade investigados (EDSS - escala expandida do grau de incapacidade - 3 a 6,5).1,2
Tanto os pacientes portadores de Esclerose Múltipla recorrente-remitente quanto os portadores de Esclerose Múltipla secundária progressiva que receberam Betainterferona 1b apresentaram redução na frequência (30%) e na gravidade das exacerbações clínicas, bem como um prolongamento do intervalo sem surtos. O número de hospitalizações e a utilização de esteroides devido à doença foram reduzidos.3,4,5,6,7,8,9
Adicionalmente, tanto na Esclerose Múltipla recorrente-remitente, quanto na forma secundária progressiva, Betainterferona 1b demonstrou efeito benéfico significativo sobre a extensão das lesões (avaliado por Imagem por Ressonância Magnética – IRM, ponderada em T2) e novas lesões ativas tanto em pacientes que apresentam EMRR (avaliado a cada 6 semanas por IRM) quanto em pacientes que apresentam EMSP (avaliado mensalmente por IRM ponderada em T1, realçada por gadolínio, do 1o ao 6o mês e do 19o ao 24o mês de tratamento). Sabe-se que existe correlação entre o aumento da extensão das lesões avaliadas por IRM e o aumento da incapacidade avaliada pela escala expandida do grau de incapacidade (EDSS).10,11,12,13,14,15
Referências Bibliográficas:
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Características Farmacológicas
Grupo Farmacoterapêutico: citocinas, interferonas. Código ATC: L03AB08.
Farmacodinâmica
As interferonas pertencem à família das citocinas (proteínas naturais) e possuem pesos moleculares em torno de 15.000 a 21.000 daltons. Os três grupos principais de interferonas foram classificados em alfa, beta e gama. Alfainterferona, betainterferona e gamainterferona apresentam atividades biológicas que se sobrepõem, apesar de serem, também, distintas. As atividades biológicas da Betainterferona 1b são restritas à espécie e, portanto, as informações farmacológicas mais pertinentes baseiam-se em estudos efetuados em culturas de células humanas ou em estudos in vivo em seres humanos.
Foi demonstrado que a Betainterferona 1b possui atividade antiviral e imunorreguladora. Os mecanismos pelos quais a Betainterferona 1b exerce sua ação na Esclerose Múltipla não estão totalmente esclarecidos. Entretanto, sabe-se que as propriedades da Betainterferona 1b, como modificador de resposta biológica, são mediadas pela sua interação com receptores celulares específicos encontrados na superfície de células humanas. A ligação da Betainterferona 1b a estes receptores induz a expressão de certo número de produtos de genes, os quais se acredita serem os mediadores das ações biológicas da Betainterferona 1b. Alguns destes produtos foram avaliados no soro e em frações celulares de sangue colhido de pacientes tratados com Betainterferona 1b. A Betainterferona 1b diminui a afinidade de ligação e aumenta a interiorização e degradação do receptor de gamainterferona. A Betainterferona 1b também aumenta a atividade supressora das células mononucleares do sangue periférico.
Não foram realizadas investigações isoladas com referência à influência de Betainterferona 1b sobre o sistema cardiovascular, respiratório e sobre a função de órgãos endócrinos.
Farmacocinética
Os níveis séricos de Betainterferona 1b foram avaliados em pacientes e em voluntários por meio de ensaio biológico não completamente específico. Após a administração subcutânea da dose recomendada de 0,25 mg, as concentrações séricas de Betainterferona 1b são baixas ou não detectáveis. Portanto, não há informações disponíveis sobre a farmacocinética de Betainterferona 1b em pacientes que apresentam EM (Esclerose Múltipla) tratados com a dose recomendada.
Níveis séricos máximos de aproximadamente 40 UI/mL foram encontrados após 1 a 8 horas de injeção subcutânea de 0,5 mg de Betainterferona 1b em voluntários sadios. Pelos resultados de vários ensaios efetuados com administração intravenosa de Betainterferona 1b, estimou-se que a média da taxa de depuração e da meia-vida da fase de eliminação do soro seriam de, no máximo, 30 mL/min/kg e de 5 horas, respectivamente.
As injeções de Betainterferona 1b em dias alternados não promovem aumento no nível sérico e a farmacocinética não parece ser alterada durante a terapia.
Após administração subcutânea em voluntários sadios de 0,25 mg de Betainterferona 1b, em dias alternados, os níveis de marcadores de resposta biológica (neopterina, microglobulina beta-2 e a citocina imunossupressora IL-10) aumentaram significativamente acima dos níveis da linha de base dentro de 6 a 12 horas após a primeira dose de Betainterferona 1b. Os níveis de marcadores de resposta biológica alcançaram pico entre 40 e 124 horas e permaneceram elevados acima da linha de base durante os 7 dias (168 horas) do período de estudo. A relação entre os níveis séricos de Betainterferona 1b ou os níveis de marcadores de resposta biológica induzida e o mecanismo pelo qual Betainterferona 1b exerce seus efeitos na Esclerose Múltipla é desconhecido.
Dados de segurança pré-clínica
Não foram realizados estudos de toxicidade aguda. Uma vez que roedores não reagem à betainterferona humana, a avaliação do risco foi baseada em estudos de doses repetidas realizados em macacos Rhesus. Foi observada hipertermia transitória, assim como elevação transitória significativa nos linfócitos e diminuição transitória significativa em trombócitos e neutrófilos segmentados. Não foram conduzidos estudos de longa duração. Os estudos reprodutivos em macacos Rhesus mostraram toxicidade materna e aumento na taxa de abortamento. Não ocorreu malformação nos animais sobreviventes. Não foram conduzidas investigações sobre a fertilidade. Não foi observada influência no ciclo estral em macacos. Em um único estudo de genotoxicidade (teste de Ames) não foram observados efeitos mutagênicos. Não foram realizados estudos de carcinogenicidade. Em um teste de transformação celular in vitro não houve indicação de potencial tumorigênico.
Fontes consultadas
- Bula do Profissional do Medicamento Extavia®.
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