O Zanavir foi 67% eficaz na prevenção de influenza e 84% eficaz na prevenção de quadros clínicos febris. Os dados foram confirmados por testes laboratoriais. Todas as ocorrências de infecção por influenza, com ou sem sintomas, foram prevenidas com eficácia de 31%.
Em comparação com placebo, Zanavir reduziu de forma significativa o tempo para o alívio dos sintomas (média de 7,5 e 5 dias, respectivamente), com redução de 33% na duração do quadro clínico. A proporção de pacientes sem febre, após 24 horas, foi 46% maior em relação a placebo.
O tempo médio de resolução de sintomas em pacientes infectados com o vírus da influenza foi diminuído em 1 a 1,5 dias com o uso de Zanavir, quando comparado ao placebo.
O Zanavir é um inibidor potente e altamente seletivo da neuraminidase, uma enzima de superfície do vírus influenza. A neuraminidase viral auxilia na liberação de partículas virais recém-formadas das células infectadas. Ela pode facilitar o acesso do vírus pelo muco a superfícies de células epiteliais, permitindo a infecção viral de outras células. A inibição dessa enzima é refletida na atividade in vitro e in vivo contra a replicação do vírus influenza tipos A e B, englobando todos os subtipos conhecidos de neuraminidase do vírus influenza A.
A atividade do Zanavir é extracelular. Ele reduz a propagação do vírus influenza tipos A e B, inibindo a liberação de vírions infecciosos de influenza a partir das células infectadas do epitélio do trato respiratório. A replicação do vírus influenza está limitada ao tecido epitelial superficial do trato respiratório. A eficácia da administração tópica do Zanavir nesse local foi confirmada em estudos clínicos. Dados de ensaios clínicos demonstraram que o tratamento de infecções agudas pelo vírus influenza com Zanavir, em comparação ao placebo, produz uma redução da disseminação viral a partir do trato respiratório, sem induzir o surgimento de vírus com suscetibilidade reduzida ao Zanavir.
Em uma análise combinada de pacientes com o vírus influenza tipo B (n=163), entre eles 79 tratados com o Zanavir, um benefício diário do tratamento duas vezes maior foi observado (IC de 95%: 0,50 a 3,50).
Devido ao número limitado de pacientes tratados que tinham asma grave ou outra doença crônica das vias respiratórias, bem como doenças crônicas instáveis ou imunodepressão, não foi possível demonstrar a eficácia e a segurança de Zanavir (substância ativa) nestes grupos.
Houve relatos muito raros de pacientes tratados com Zanavir (substância ativa) que desenvolveram broncoespasmo e/ou redução da função respiratória, que pode ser aguda e grave. Alguns desses pacientes não tinham nenhuma história prévia de doença das vias respiratórias. Qualquer pessoa que desenvolva tais reações deve interromper o uso de Zanavir (substância ativa) e buscar avaliação médica.
A eficácia e a segurança deste medicamento em pacientes com doença que requeira hospitalização imediata não foram demonstradas.
Uma análise integrada de dados sobre indivíduos com alto risco (entre eles pessoas com idade igual ou maior que 65 anos e/ou com uma ou mais, simultaneamente, das seguintes condições: doença cardiovascular, respiratória, metabólica, endócrina ou comprometimento imunológico) demonstrou redução estatisticamente significativa do tempo para alívio dos sintomas clinicamente significantes de gripe e também da incidência de complicações que requerem o uso de antibióticos.
O Zanavir teve perfil de segurança aceitável em adultos, crianças e também em idosos que tinham condições médicas crônicas subjacentes (população de alto risco). O perfil de segurança, conforme avaliado com base nos eventos adversos relatados foi semelhante ao do placebo e não foi diferente entre estas populações.
Estudos farmacocinéticos em humanos demonstraram que a biodisponibilidade oral absoluta do medicamento é baixa (média de 2%). Estudos semelhantes de Zanavir administrado por inalação oral indicam que aproximadamente 10% a 20% da dose é absorvida sistemicamente, atingindo concentrações séricas com picos geralmente dentro de uma a duas horas.
A pequena absorção do medicamento resulta em baixas concentrações sistêmicas. Portanto, não há exposição sistêmica significativa ao Zanavir após inalação oral. Não se observou evidência de modificações na cinética depois de repetidas doses com inalação oral.
A ligação de Zanavir às proteínas do plasma é muito baixa (<10%). O volume de distribuição do Zanavir é de aproximadamente 16 L, se aproximando do volume de água extracelular.
Através da inalação oral, o Zanavir é amplamente depositado em altas concentrações em todo o trato respiratório, sendo fornecido, assim, ao local da infecção do vírus influenza. Após dose única de 10 mg, as concentrações do medicamento foram medidas na camada epitelial das vias aéreas, o principal local de replicação do vírus. As concentrações depois de 12 e 24 horas, respectivamente, foram de cerca de 340 e 52 vezes acima da IC50 mediana da neuraminidase viral. As elevadas concentrações do Zanavir no trato respiratório resultam no início rápido de inibição da neuraminidase viral. Os dois maiores locais de deposição são a orofaringe e os pulmões (média de 77,6% e de 13,2%, respectivamente).
Foi demonstrado que o Zanavir é excretado por via renal como droga inalterada e não é metabolizado.
Na circulação sistêmica, o Zanavir é eliminado totalmente na urina como droga inalterada e após a administração intravenosa, o clearance de Zanavir se aproxima da taxa de filtração glomerular, como caracterizado pelo clearance da creatina calculado.
Em adultos com a função renal normal, a meia-vida de eliminação é de cerca de 2-3 horas. Em indivíduos com insuficiência renal grave, a meia-vida sérica de Zanavir aumenta para 12-20 horas (clearance de creatinina <30 mL/min). O Zanavir não foi estudado em pacientes em estágio terminal de doença renal.
Com a dose terapêutica diária de 20 mg, a biodisponibilidade é baixa (de 10% a 20%). Como resultado, não ocorre exposição sistêmica significativa dos pacientes ao Zanavir. Qualquer alteração da farmacocinética que possa haver devido à idade, provavelmente, não terá consequências clínicas.
Assim, não se recomenda nenhuma modificação de dose para idosos.
Em um estudo aberto de dose única, a farmacocinética do Zanavir foi avaliada em 24 pacientes pediátricos com idade de 3 meses a 12 anos, que usaram formulações de inalação nebulizada (10 mg) e de pó seco (10 mg). A exposição sistêmica nas crianças foi semelhante à de 10 mg de pó inalado em adultos.
Com a dose terapêutica diária de 20 mg, a biodisponibilidade é baixa (de 10% a 20%). Como resultado, não ocorre exposição sistêmica significativa dos pacientes ao Zanavir. Considerando a ampla margem de segurança deste medicamento, o possível aumento da exposição em pacientes com insuficiência renal grave não é considerado problemático e nenhum ajuste de dose é necessário.
O Zanavir não é metabolizado. Portanto, não é necessário ajuste de dose em pacientes com insuficiência hepática.
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