1CID: Trabalho de parto pré-termo – O600.
Acetato de Atosibana deve ser utilizado por via intravenosa.
Os frascos devem ser inspecionados visualmente com relação a partículas suspensas e descoloração da solução antes da administração.
Retirar 0,9 mL do frasco de Acetato de Atosibana Solução Injetável 7,5 mg/mL (cartucho de fundo branco) e administrar lentamente em bolus intravenoso durante um minuto, sob supervisão médica adequada, em unidade obstétrica. Após a abertura do frasco, a solução injetável deve ser administrada imediatamente.
Devido à ausência de estudos de incompatibilidade, este medicamento não deve ser misturado a outros medicamentos.
Os frascos devem ser inspecionados visualmente com relação a partículas suspensas e descoloração da solução antes da administração.
Preparar novas bolsas de 100 mL do mesmo modo descrito, para permitir a continuidade da infusão. Caso necessário, manter o fluxo de 8 mL/h por até 45 horas.
Se uma bolsa de infusão com um volume diferente for utilizada, um cálculo proporcional deve ser feito para o preparo.
Caso seja necessária a administração intravenosa de outro medicamento ao mesmo tempo, a cânula de administração intravenosa pode ser compartilhada ou pode ser utilizado outro local de injeção. Isto possibilita o controle contínuo e independente da taxa de infusão.
O tratamento com Acetato de Atosibana deve ser iniciado e acompanhado por um médico experiente no tratamento do trabalho de parto prematuro, em unidade obstétrica adequada, ou seja, só deve ser utilizado no hospital.
A terapia intravenosa utilizando a injeção inicial em bolus de Acetato de Atosibana Solução Injetável 7,5 mg/mL deve ser iniciada o mais rápido possível, após o diagnóstico de trabalho de parto prematuro. Após a injeção em bolus, proceda com a infusão.
A duração do tratamento não deve exceder 48 horas. A dose total dada durante um curso completo da terapia com Acetato de Atosibana não deve, preferivelmente, exceder 330 mg da substância ativa.
Observação: A infusão pode ser interrompida quando as contrações uterinas cessarem.
No caso de persistirem as contrações uterinas durante o tratamento com Acetato de Atosibana, deve-se considerar uma terapia alternativa.
A tabela a seguir resume a posologia descrita acima:
Etapa | Regime | Injeção / Taxa de infusão | Dose de Acetato de Atosibana |
1 | 0,9 mL em bolus intravenoso (cartucho de fundo branco) | Durante 1 minuto | 6,75 mg |
2 | 3 horas de infusão de alta carga (solução preparada com o cartucho de fundo roxo) | 24 mL/hora | 18 mg/hora |
3 | Na 4ª hora, infusão intravenosa subsequente por até 45 horas (solução preparada com o cartucho de fundo roxo) | 8 mL/hora | 6 mg/hora |
Para atingir a dosagem acurada, um aparelho de infusão controlada (bomba de infusão) é recomendável para ajustar a taxa de fluxo em gotas/minuto. Uma câmara de micro gotejamento intravenoso pode fornecer uma faixa conveniente de taxas de infusão dentro dos níveis de dosagem recomendados para Acetato de Atosibana.
No caso de ser necessária a repetição do tratamento com Acetato de Atosibana, este também deve ser iniciado com uma injeção em bolus de Acetato de Atosibana Solução Injetável, seguida da solução para infusão intravenosa preparada como descrito anteriormente.
Possíveis efeitos indesejáveis de atosibana foram relatados nas pacientes durante o tratamento com Acetato de Atosibana nos estudos clínicos. As reações adversas foram geralmente de natureza leve.
Nos estudos clínicos, Acetato de Atosibana não causou qualquer reação adversa específica para os recém-nascidos. As reações adversas foram variações normais e comparáveis com as incidências tanto do placebo como dos betamiméticos.
Frequência |
Sistema de classe orgânica |
Eventos adversos |
Muito comuns (≥ 10%) |
Desordens gastrointestinais |
Náusea |
Comuns (≥ 1% e < 10%) |
Desordens nutricionais e do metabolismo |
Hiperglicemia |
Desordens do sistema nervoso |
Cefaleia, tonturas |
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Desordens do sistema cardíaco | ||
Desordens vasculares |
Hipotensão |
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Desordens gastrointestinais | ||
Desordens gerais e condições do local de administração |
Fogacho, reação no local da injeção |
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Não comuns (≥ 0,1% e < 1%) |
Desordens psiquiátrica | Insônia |
Desordens da pele e do tecido subcutâneo |
Prurido, erupção cutânea |
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Desordens gerais e condições do local de administração | ||
Raras (≥ 0,01% e < 0,1%) |
Desordens no sistema reprodutivo e mamário |
Hemorragia uterina, atonia uterina |
Muito raras (< 0,01%) incluindo relatos isolados |
Desordens do sistema imunológico |
Hipersensibilidade |
Efeitos respiratórios como dispneia e edema pulmonar, particularmente associados à administração concomitante de outros tocolíticos, como antagonistas de cálcio e beta miméticos e/ou gravidez múltipla, foram reportadas no período pós-comercialização.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
Foram relatados poucos casos de superdosagem com Acetato de Atosibana, que ocorreram sem quaisquer sinais ou sintomas específicos.
Não há tratamento específico conhecido em caso de superdosagem.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
É pouco provável que o Acetato de Atosibana esteja envolvida nas interações fármaco-fármaco mediadas pelo citocromo P450, sendo que estudos in vitro demonstram que Acetato de Atosibana não é um substrato para o sistema citocromo P450 e não inibe as enzimas do citocromo P450 que metabolizam fármacos.
Estudos de interação foram realizados em voluntárias sadias com betametasona e labetalol. Nenhuma interação clínica relevante foi observada entre Acetato de Atosibana e a betametasona. Quando Acetato de Atosibana e o labetalol foram coadministrados, o Cmáx do labetalol diminuiu para 36% e o Tmáx aumentou para 45 minutos. No entanto, a extensão da biodisponibilidade do labetalol referente a ASC (área sob a curva) não foi alterada. A interação observada não possui relevância clínica. O labetalol não possui efeito na farmacocinética do Acetato de Atosibana.
Nenhum estudo de interação foi realizado com antibióticos, alcaloides de ergot e agentes anti-hipertensivos além do labetalol.
Na ausência de estudo de incompatibilidade, este medicamento não deve ser misturado a outros medicamentos.
Quando Acetato de Atosibana é utilizado em pacientes com ruptura de membranas diagnosticada, deve-se avaliar os benefícios do prolongamento da gestação em relação ao risco potencial de corioamnionite.
Acetato de Atosibana não foi utilizado em pacientes com inserção placentária anormal.
Há somente experiência clínica limitada sobre o uso de Acetato de Atosibana em gravidez múltipla ou em grupos com idades gestacionais entre 24 e 27 semanas em razão do pequeno número de pacientes tratadas. O benefício de Acetato de Atosibana nestes subgrupos é incerto.
A repetição do tratamento com Acetato de Atosibana é possível, porém a experiência clínica disponível com relação a tratamentos múltiplos é limitada, só havendo relatos de até 3 repetições de tratamento.
No caso de retardo do crescimento intrauterino, a decisão de continuar ou reiniciar a administração de Acetato de Atosibana dependerá da avaliação da maturidade fetal que deverá ser realizada pelo médico.
O monitoramento das contrações uterinas e da frequência cardíaca fetal durante a administração de Acetato de Atosibana e no caso de contrações uterinas persistentes deve ser considerado.
Como um antagonista da ocitocina, a atosibana pode teoricamente facilitar o relaxamento uterino e sangramento pós-parto, portanto, a perda de sangue pós-parto deve ser monitorada. Contudo, a contração uterina pós-parto insuficiente não foi observada durante os estudos clínicos.
Gravidez múltipla e tocolíticos como bloqueadores de canais de cálcio e betamiméticos são conhecidos como sendo associados ao aumento do risco de edema pulmonar. Portanto, Acetato de Atosibana deve ser utilizado com cautela nos casos de gravidez múltipla e/ou administração concomitante com outros tocolíticos.
Acetato de Atosibana não é indicado a pacientes idosos.
Acetato de Atosibana não é indicado a pacientes pediátricos.
Não há experiência de tratamento com Acetato de Atosibana em pacientes com insuficiência hepática ou renal.
Acetato de Atosibana é um medicamento de uso hospitalar. O produto será administrado em pacientes que estão internadas em unidades obstétricas, portanto, tais pacientes não possuem condições físicas para dirigir veículos e operar máquinas.
Acetato de Atosibana deve ser apenas utilizado quando o trabalho de parto prematuro for diagnosticado entre 24 e 33 semanas completas de gestação.
Em estudos clínicos com Acetato de Atosibana nenhum efeito foi observado na lactação. Verificou-se que pequenas quantidades de atosibana passaram do plasma para o leite materno de mulheres lactantes.
Os estudos de embriotoxicidade não demonstraram efeitos tóxicos da atosibana. Não foram realizados estudos na fase de pré-implantação ou de desenvolvimento embrionário.
Este medicamento está classificado na categoria A conforme “Categorias de risco de fármacos destinados às mulheres grávidas.
Este medicamento pode ser utilizado durante a gravidez desde que sob prescrição médica ou do cirurgião-dentista.
Não foram observados efeitos tóxicos sistêmicos durante as duas semanas de estudos de toxicidade intravenosos (em ratos e cães) com doses cerca de 10 vezes mais altas que a dose terapêutica humana (até 20 mg/kg/dia SC), durante os três meses de estudo. A maior dose subcutânea de Acetato de Atosibana, foi de aproximadamente duas vezes a dose terapêutica humana e não produziu nenhum efeito adverso.
Não foram realizados estudos que avaliassem a fertilidade e o desenvolvimento embrionário inicial. Estudos de toxicidade reprodutiva, com doses desde a implantação até a fase tardia da gestação, não apresentaram efeitos sobre a mãe ou o feto. A exposição do feto de ratos foi aproximadamente quatro vezes superior à recebida por fetos humanos durante a infusão em mulheres. Estudos em animais mostraram a inibição da lactação como resultado da inibição da ação da ocitocina.
O Acetato de Atosibana não é oncogênica nem mutagênica em testes in vitro e in vivo.
Acetato de Atosibana foi avaliado em um extenso programa de estudos clínicos em comparação com vários agentes usados na terapia tocolítica, como terbutalina, salbutamol, ritodrinafenoterol, nifedipino e isoxuprina.
Um estudo prospectivo, aberto, randomizado, comparou a eficácia e a segurança de Acetato de Atosibana com as terapias convencionais com beta-agonistas, bloqueadores de canais de cálcio, sulfato de magnésio ou outro agente tocolítico, isolados ou em combinação, e/ou repouso no leito, em mulheres com 24 a 34 semanas de gestação em trabalho de parto prematuro. Um total de 295 gestantes recebeu Acetato de Atosibana e 290 cuidados convencionais. Os resultados mostraram que em um número significantemente maior de pacientes que receberam Acetato de Atosibana o parto não ocorreu no período de 48 horas, sem nenhum tocolítico alternativo, em relação ao grupo convencional (77,6% vs 56,6%; P<0,001). Mais mulheres no grupo Acetato de Atosibana não necessitaram tocolíticos alternativos (85,1% vs 62,8%; P<0,001). A segurança materna e fetal foi significantemente superior com Acetato de Atosibana, e a segurança neonatal foi comparável entre os grupos de tratamento. Acetato de Atosibana foi associada com menos eventos adversos em relação aos demais tocolíticos.2
Um metanálise de 9 estudos clínicos determinou o custo-eficácia de Acetato de Atosibana em comparação com os betamiméticos no tratamento do parto prematuro. Acetato de Atosibana e betamiméticos apresentaram eficácias clínicas similares no retardo do trabalho de parto prematuro por pelo menos 48 h (P=0,910), mas o uso de Acetato de Atosibana foi associado com um número significantemente menor de eventos adversos (P<0,008). Os resultados da análise mostraram que o Acetato de Atosibana apresentou uma melhor relação custo-eficácia do que ritodrina ou isoxuprina.3
Referências Bibliográficas
1. Worldwide Atosiban versus Beta-agonists Study Group. Effectiveness and safety of the oxytocin antagonist atosiban versus beta-adrenergic agonists in the treatment of preterm labour. BJOG 2001 Feb;108(2):133-42.
2. Husslein P, Cabero Roura L, Dudenhausen JW, et al. Atosiban versus usual care for the management of preterm labor. J Perinat Med 2007;35(4):305-13.
3. Wex J, Abou-Setta AM, Clerici G, Di Renzo GC. Atosiban versus betamimetics in the treatment of preterm labour in Italy: clinical and economic importance of side-effects. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol 2011 Aug;157(2):128-35.
Acetato de Atosibana, um peptídeo sintético, é um antagonista competitivo do receptor da ocitocina humana.
Em ratos e cobaias, o Acetato de Atosibana mostrou ligar-se aos receptores da ocitocina, diminuir a frequência das contrações e o tônus da musculatura uterina, resultando numa supressão das contrações uterinas.
O Acetato de Atosibana mostrou também ligar-se ao receptor da vasopressina inibindo, assim, o efeito da vasopressina. Em animais, o Acetato de Atosibana não exibiu efeitos cardiovasculares.
Em mulheres em trabalho de parto prematuro, o Acetato de Atosibana na dosagem recomendada, antagoniza as contrações uterinas e induz a latência uterina.
O início do relaxamento do útero após a administração de Acetato de Atosibana é rápido, sendo que as contrações uterinas são significativamente reduzidas dentro de 10 minutos para atingir a latência uterina estável (menor ou igual que 4 contrações/hora) durante 12 horas.
Em mulheres sadias, não grávidas, que receberam infusões de Acetato de Atosibana (10 a 300 mcg/min, por 12 horas), as concentrações plasmáticas no estado de equilíbrio dinâmico (steady state) aumentaram proporcionalmente à dose.
O “clearance”, volume de distribuição e a meia-vida são independentes da dose.
Em mulheres em trabalho de parto prematuro que receberam infusão de Acetato de Atosibana (300 mcg/min, por 6 a 12 horas), as concentrações plasmáticas em steady state foram atingidas dentro de uma hora após o início da infusão (média 442 ± 73 ng/mL, variação de 298 a 533 ng/mL).
Após a finalização da infusão, a concentração plasmática rapidamente declina com meia-vida inicial e meia-vida terminal, respectivamente, de 0,21 ± 0,01 e 1,7 ± 0,3 horas. O valor médio do “clearance” foi de 41,8 ± 8,2 L/h. O valor médio do volume de distribuição foi de 18,3 ± 6,8 litros.
A ligação de Acetato de Atosibana à proteína plasmática é de 46% a 48% em mulheres grávidas. Não se conhece se a fração livre nos compartimentos materno e fetal difere substancialmente. O Acetato de Atosibana não interfere nas hemácias.
O Acetato de Atosibana atravessa a barreira placentária. Após a infusão de 300 mcg/min em mulheres grávidas sadias, a razão de concentração de Acetato de Atosibana fetal/materna foi de 0,12.
Foram identificados dois metabólitos do Acetato de Atosibana no plasma e na urina de humanos. As razões entre o principal metabólito e o Acetato de Atosibana na segunda hora e no final da infusão foram, respectivamente, 1,4 e 2,8. Não se sabe se esse metabólito se acumula em tecidos. Estudos in vitro demonstram que esse metabólito é aproximadamente 10 vezes menos potente que o Acetato de Atosibana na inibição da contração uterina induzida por ocitocina. O metabólito é excretado no leite materno.
O Acetato de Atosibana é encontrada em pequenas quantidades na urina e sua concentração é 50 vezes menor que a do seu principal metabólito. Não se sabe a proporção de Acetato de Atosibana excretada pelas fezes.
Não há experiência com Acetato de Atosibana no tratamento de pacientes com insuficiência hepática ou renal.
Parece improvável que o Acetato de Atosibana iniba o citocromo P450 em humanos.
Não há dados sobre a interação de Acetato de Atosibano com alimentos e álcool.
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica da farmacêutica responsável: Rafaela Sarturi Sitiniki (CRF-PR 37364). Consulte a bula original. Última atualização: 01 de Março de 2023