Ao se iniciar o tratamento de pacientes com diabetes tipo 2, deve-se enfatizar o uso de dieta como primeira forma de tratamento. Restrição calórica e perda de peso são essenciais no tratamento do paciente diabético obeso. A dieta isolada pode ser eficaz no controle de glicemia e nos sintomas de hiperglicemia. A importância das atividades físicas regulares deve ser também enfatizada e os fatores de riscos cardiovasculares devem ser identificados e medidas corretivas aplicadas quando possível.
Alguns pacientes demonstraram resposta inicial inadequada (falha primária) ou perda gradativa da resposta às sulfonilureias (falha secundária), incluindo Clorpropamida. Alternativamente, Clorpropamida pode ser efetivo em alguns pacientes que não responderam, ou tiveram a resposta cessada às sulfonilureias.
Ao considerar o uso de Clorpropamida em pacientes assintomáticos, deve-se observar que o controle da glicemia em pacientes com diabetes tipo 2 não dependente de insulina ainda não foi definitivamente estabelecido como eficaz na prevenção das complicações cardiovasculares ou neurológicas a longo prazo do diabetes.
Não existe um regime posológico fixo para o tratamento de diabetes tipo 2 com Clorpropamida ou outros agentes hipoglicemiantes. A glicemia do paciente deverá ser monitorada periodicamente para determinar a sua dose mínima eficaz, para detectar falha primária, isto é, resposta hipoglicemiante inadequada à máxima dose recomendada, e para detectar falha secundária, isto é, perda da resposta hipoglicemiante adequada após um período inicial de eficácia. O nível de hemoglobina glicada deverá ser também monitorado ao se analisar a resposta do paciente ao tratamento.
A administração a curto prazo de Clorpropamida poderá ser suficiente durante períodos transitórios de perda de controle em pacientes geralmente bem controlados com a dieta.
A dose total diária é geralmente tomada uma única vez, junto com café da manhã. Ocasionalmente, casos de intolerância gastrintestinal poderão ser reduzidos ao se dividir a dose diária.
Uma dose de ataque inicial não é necessária e não deve ser administrada.
O paciente diabético estável de meia idade, com diabetes tipo 2 de grau leve a moderadamente grave, deve iniciar com a dose diária de 250 mg (um comprimido).
Não é necessário um período de transição ao transferir pacientes em uso de outros hipoglicemiantes orais para Clorpropamida. O medicamento anterior pode ser descontinuado em qualquer ocasião, e a Clorpropamida iniciada imediatamente. Ao prescrever a Clorpropamida, deverá ser dada a devida consideração a sua maior potência.
A grande maioria dos pacientes de meia idade com diabetes tipo 2, estável, de grau leve ou moderadamente grave, em tratamento com insulina, pode passar a usar diretamente o medicamento oral, com descontinuação imediata da insulina. Nos pacientes que necessitam de mais de 40 unidades diárias de insulina, o tratamento com Clorpropamida pode ser iniciado com uma redução de 50% de insulina durante os primeiros dias, e com reduções subsequentes dependendo da resposta.
Durante o período de retirada da insulina, o paciente deve fazer o automonitoramento para avaliar os níveis de glicose, pelo menos três vezes ao dia. No caso de resultados anormais, o médico deve ser notificado imediatamente. Em alguns casos é aconselhável considerar a hospitalização durante o período de transição.
Cinco a sete dias após o início do tratamento, o nível sérico de Clorpropamida atinge um platô. A dosagem pode ser subsequentemente ajustada para aumento ou redução, sendo que os aumentos não deverão ser superiores a 50-125 mg em intervalos de 3 a 5 dias para obtenção do controle ideal. Ajustes mais frequentes em geral não são aconselháveis.
A maioria dos pacientes de meia idade com diabetes tipo 2, estável, moderadamente grave é controlada com aproximadamente 250 mg diários (1 comprimido). Vários investigadores constataram que alguns pacientes com diabetes de menor intensidade são bem controlados com doses diárias de 125 mg (1/2 comprimido) ou menos. Muitos dos pacientes diabéticos mais graves podem requerer 500 mg diários (2 comprimidos) para um controle adequado.
Os pacientes que não respondem adequadamente à dose de 500 mg diários geralmente não responderão a doses mais elevadas. Doses de manutenção superiores a 750 mg diários (3 comprimidos) devem ser evitadas.
Pacientes que necessitem doses elevadas ou uso frequente de outros hipoglicemiantes orais podem ter controle facilitado com o uso de Clorpropamida.
Para diminuir o risco de hipoglicemia em pacientes de risco incluindo pacientes idosos, debilitados ou desnutridos, pacientes com ingestão calórica irregular e pacientes com distúrbios da função renal ou hepática, a dose inicial e de manutenção deverá ser conservadora para evitar reações hipoglicemiantes.
Devido ao fato do paciente diabético geriátrico parecer ser mais sensível ao efeito hipoglicêmico das sulfonilureias, seu tratamento deve ser iniciado com doses menores de Clorpropamida: 125 mg diários.
A segurança e eficácia do medicamento para uso em crianças não foi estabelecida.
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica da farmacêutica responsável: Rafaela Sarturi Sitiniki (CRF-PR 37364). Consulte a bula original. Última atualização: 11 de Janeiro de 2020