Mesilato de Eribulina é indicado para o tratamento de pacientes com câncer de mama localmente avançado ou metastático que progrediu após pelo menos um regime quimioterápico para o tratamento de doença avançada. A terapia prévia deve ter incluído uma antraciclina e um taxano tanto no quadro adjuvante como no metastático a menos que os pacientes não sejam aptos para estes tratamentos.
Mesilato de Eribulina é indicado para o tratamento de pacientes com sarcoma de tecidos moles (STM) inoperável que tenham recebido quimioterapia prévia para doença localmente avançada ou metastática. A eficácia e segurança foram estabelecidas primariamente com leiomiossarcoma e lipossarcoma.
Nenhuma.
Mesilato de Eribulina deve ser administrado sob a supervisão de um médico qualificado e experiente no uso de drogas citotóxicas.
Mesilato de Eribulina é um medicamento oncológico citotóxico e, como com outros compostos tóxicos, deve-se ter cautela no seu manuseio. É recomendado o uso de luvas, óculos, e vestimenta de proteção. Se a pele entrar em contato com a solução deve-se lavá-la imediatamente e abundantemente com água e sabão. Se entrar em contato com membranas mucosas, as membranas devem ser lavadas abundantemente com água. Mesilato de Eribulina deve ser preparado e administrado somente por pessoas treinadas adequadamente no manuseio de agentes citotóxicos. Funcionárias grávidas não devem manipular Mesilato de Eribulina. Não há evidência que o mesilato de eribulina é um vesicante ou um irritante. No caso de extravasamento, o tratamento deve ser sintomático.
Retirar assepticamente a quantidade requerida de Mesilato de Eribulina do frasco de dose única e administrar não diluído ou diluído em até 100 mL de Cloreto de Sódio 0,9% para Injeção, USP.
Mesilato de Eribulina não deve ser diluído em solução para infusão de glicose 5%.
Mesilato de Eribulina não deve ser misturado a outros medicamentos, portanto não deve ser administrado na mesma linha intravenosa concorrente com outros medicamentos.
Do ponto de vista microbiológico Mesilato de Eribulina deve ser usado imediatamente. O produto não é destinado à armazenagem após sua abertura ou após a diluição a menos que isto seja feito sob condição asséptica controladas e validadas. Se não for usado imediatamente, os tempos e condições de armazenamento em uso são responsabilidade do usuário.
Dependendo dos controles microbiológicos apropriados, se não usada imediatamente a solução não diluída de Mesilato de Eribulina em uma seringa não deve ser armazenada por mais que 4 horas a 25°C e luz ambiente, ou 24 horas a 2°-8°C.
Dependendo dos controles microbiológicos apropriados, soluções diluídas de Mesilato de Eribulina (0,02 mg/mL a 0,2 mg/mL em solução de cloreto de sódio 9 mg/mL (0,9%) para injeção não deve ser armazenada por mais de 4 horas a 25°C e luz ambiente ou 24 horas a 2°- 8°C.
Descartar porções não usadas do frasco.
A dose recomendada de Mesilato de Eribulina como solução pronta para uso é 1,4 mg/m2, que deve ser administrada intravenosamente durante 2 a 5 minutos nos Dias 1 e 8 de um ciclo de 21 dias.
A dose recomendada de Mesilato de Eribulina em pacientes com insuficiência hepática leve (Child-Pugh A) é 1,1 mg/m2 administrada intravenosamente durante 2 a 5 minutos nos Dias 1 e 8 de um ciclo de 21 dias.
A dose recomendada de Mesilato de Eribulina em pacientes com insuficiência hepática moderada (Child-Pugh B) é 0,7 mg/m2 administrada intravenosamente durante 2 a 5 minutos nos Dias 1 e 8 de um ciclo de 21 dias.
Em pacientes com insuficiência renal moderada ou grave, a redução da dose inicial deve ser considerada. A dose recomendada de Mesilato de Eribulina em doentes com insuficiência renal moderada ou grave (clearance da creatinina (CLcr) 15-49 mL/min) é de 1,1 mg/m2 administrada por via intravenosa durante 2 a 5 minutos nos Dias 1 e 8 de um ciclo de 21 dias.
A segurança e eficácia do mesilato de eribulina em pacientes pediátricos abaixo de 18 anos de idade não foi estabelecida
Os pacientes que demonstram benefício clínico podem continuar o tratamento enquanto o benefício clínico for mantido.
Avaliar para neuropatia periférica e obter hemogramas completos antes de cada dose.
Tabela 1 Reduções de Dose Recomendadas:
Reação Adversa | Dose Recomendada |
Hematológica | --- |
Neutropenia Grau 4 persistindo por mais de 7 dias | 1,1 mg/m2 |
Neutropenia de Grau 3 ou 4 complicada por febre ou infecção | |
Trombocotopenia Grau 4 | |
Trombocotopenia Grau 3 complicada por hemorragia ou requerendo transfusão de sangue ou plasma | |
Não hematológica | |
Qualquer Grau 3 ou 4 no ciclo anterior | |
Recorrência da reação adversa | |
Qualquer Grau 3 ou 4 a despeito da redução para 1,1 mg/m2 | 0,7 mg/m2 |
Qualquer Grau 3 ou 4 a despeito da redução para 0,7 mg/m2 | Considerar Descontinuação |
Os seguintes eventos também são considerados reações adversas a medicamentos para a eribulina. Como essas reações são relatadas voluntariamente por uma população de tamanho incerto, nem sempre é possível estimar com segurança sua frequência ou estabelecer uma relação causal com a exposição ao medicamento.
Atenção: este produto é um medicamento que possui nova indicação terapêutica no país e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
Superdose de Mesilato de Eribulina foi relatada em aproximadamente 4 vezes a dose recomendada, que resultou em neutropenia de Grau 3 durando sete dias e uma reação de hipersensibilidade de Grau 3 durando apenas um dia.
Não existe antídoto conhecido para superdose de Mesilato de Eribulina.
Não são esperadas interações medicamentosas com inibidores CYP3A4, indutores CYP3A4 ou inibidores P-glicoproteina (P-gp). Não houve efeito sobre a exposição à eribulina (área sob a curva [AUC] e concentração máxima [Cmax]) quando eribulina foi administrada com ou sem cetoconazol, um potente inibidor CYP3A4 ou quando administrada com rifampicina, um potente indutor CYP3A4.
A eribulina não inibe as enzimas CYP1A2, CYP2C9, CYP2C19, CYP2D6, CYP2E1 ou CYP3A4 nem induz as enzimas CYP1A2, CYP2C9, CYP2C19 ou CYP3A4 em concentrações clinicamente relevantes.
A mielossupressão é dose-dependente e manifestada principalmente como neutropenia. Neutropenia febril ocorreu em pacientes tratados com mesilato de eribulina.
O monitoramento de hemogramas completos deve ser realizado em todos os pacientes antes de cada dose de eribulina.
Ocorreu neutropenia febril em < 5% dos pacientes com câncer de mama tratados com eribulina. Os pacientes experimentando neutropenia febril, neutropenia grave ou trombocitopenia, devem ser tratados de acordo com as recomendações da seção 8.2.
Os pacientes com alanina aminotransferase (ALT) ou aspartato aminotransferase (AST) >3 x LSN (limite superior do normal) experimentaram uma incidência mais alta de neutropenia de Grau 4 e neutropenia febril. Embora os dados sejam limitados, pacientes com bilirrubina >1,5 x LSN também tiveram uma incidência maior de neutropenia de Grau 4 e neutropenia febril.
A neutropenia grave deve ser gerenciada pelo uso de fator estimulador de colônias granulocitárias (G-CSF) ou equivalente a critério médico de acordo com as guias relevantes.
Os pacientes devem ser monitorados de perto para sinais de neuropatia motora periférica e neuropatia sensorial. O desenvolvimento de neurotoxicidade periférica grave requer um atraso ou ajuste da dose.
Em estudos clínicos, os pacientes com neuropatia pré-existente maior que Grau 2 foram excluídos. Entretanto, pacientes com neuropatia pré-existente de Grau 1 ou 2 não foram mais prováveis de desenvolver novos sintomas ou sintomas agravados que aqueles que entraram no estudo sem a condição.
Em um estudo de ECG aberto, não-controlado, em 26 pacientes, foi observado prolongamento QT no Dia 8, independente da concentração de eribulina, sem observação de prolongamento QT no Dia 1. O monitoramento de ECG é recomendado se a terapia é iniciada em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva, bradiarritmias, ou tratamento concomitante com medicamentos que conhecidamente prolongam o intervalo QT, incluindo antiarrítmicos de Classe Ia e III, e anormalidades eletrolíticas. Hipocalemia ou hipomagnesemia deve ser corrigida antes de iniciar Mesilato de Eribulina e estes eletrólitos devem ser monitorados periodicamente durante a terapia. A eribulina deve ser evitada em pacientes com síndrome congênita do QT longo.
A eficácia e segurança do uso de eribulina em combinação com terapia anti-HER2 não foram estabelecidas.
Não foram conduzidos estudos de carcinogenicidade com mesilato de eribulina.
O mesilato de eribulina não foi mutagênico em ensaios in vitro de mutação reversa em bactérias (teste de Ames). O mesilato de eribulina foi positivo em ensaios de mutagênese de linfoma de camundongo, e foi clastogênico em um ensaio in vivo de micronúcleo de medula óssea de rato.
Os efeitos do Mesilato de Eribulina na fertilidade humana são desconhecidos. Não foram conduzidos estudos de fertilidade com mesilato de eribulina em humanos ou animais. Entretanto, achados não clínicos em estudos de toxicologia de dose repetida em cães e ratos sugerem que a fertilidade em machos pode ser comprometida pelo tratamento com mesilato de eribulina. Ratos exibiram toxicidade testicular (hipocelularidade de epitélio seminífero com hipospermia/aspermia) após dose com mesilato de eribulina em ou acima de 0,43 vezes a dose humana recomendada (mg/m2) dada uma vez por semana por 3 semanas, ou em ou acima de 0,21 vezes a dose humana recomendada (mg/m2) dada uma vez por semana por 3 de 5 semanas, repetida por 6 ciclos.
Toxicidade testicular foi observada também em cães que receberam 0,64 vezes a dose humana recomendada (mg/m2) semanalmente por 3 de 5 semanas, repetida por 6 ciclos.
Categoria D.
Não existem estudos adequados e bem controlados com Mesilato de Eribulina em mulheres grávidas.
Mesilato de Eribulina é um inibidor do microtúbulo, portanto, é esperado causar dano fetal quando administrado a uma mulher grávida. Toxicidade embrio-fetal e teratogenicidade ocorreram em ratos que receberam mesilato de eribulina a aproximadamente metade da dose humana recomendada baseada na área de superfície corporal. Se esta droga for usada durante a gravidez, ou se a paciente ficar grávida enquanto tomar esta droga, a paciente deve ser alertada sobre o dano potencial ao feto.
Em um estudo de desenvolvimento de toxicidade, ratas grávidas receberam infusão intravenosa de mesilato de eribulina durante a organogênese (dias gestacionais 8, 10, e 12) em doses aproximadamente 0,04, 0,13, 0,43 e 0,64 vezes a dose humana recomendada, baseada na área de superfície corporal (mg/m2 ). Aumento na taxa de aborto e de malformações graves externas e do tecido mole foram observados na prole em doses 0,64 vezes a dose humana recomendada baseadas na área de superfície corporal (mg/m2 ), incluindo a ausência de um maxilar inferior, língua, estômago e baço.
Morte/reabsorção embrio-fetal aumentada, pesos fetais diminuídos, e anomalias esqueléticas menores consistentes com o atraso no desenvolvimento foram relatados em doses de ou acima de 0,43 vezes a dose humana recomendada.
Toxicidade materna do mesilato de eribulina foi relatada em ratos em doses de ou acima de 0,43 vezes a dose humana recomendada (mg/m²), e incluiu baço aumentado, ganho de peso materno reduzido e consumo alimentar diminuído.
Mulheres em idade fértil devem ser alertadas para evitar a gravidez enquanto elas ou seus parceiros estiverem recebendo Mesilato de Eribulina e devem usar método contraceptivo efetivo durante e até 3 meses após o tratamento.
Este medicamento não deve ser usado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe ao seu médico imediatamente em caso de suspeita de gravidez.
Não se sabe se Mesilato de Eribulina é excretado no leite humano. Nenhum estudo foi conduzido em humanos ou animais para determinar se Mesilato de Eribulina é excretado no leite. Pelo fato de muitas drogas serem excretadas no leite humano e por causa do potencial para reações adversas graves em bebês alimentados com leite humano contendo Mesilato de Eribulina, uma decisão deve ser tomada se para descontinuar a amamentação ou para descontinuar Mesilato de Eribulina levando em consideração a importância da droga para a mãe.
A segurança e eficácia de Mesilato de Eribulina em pacientes pediátricos abaixo da idade de 18 anos não foram estabelecidas.
O Estudo 1 não incluiu números suficientes de indivíduos de idade de 65 anos ou mais para determinar se eles responderiam diferentemente dos indivíduos mais jovens. Dos 827 indivíduos que receberam a dose e esquema recomendados de Mesilato de Eribulina nos estudos clínicos, 15% (121/827) tinham 65 ou mais, e 2% (17/827) dos pacientes tinham 75 ou mais. Nenhuma diferença geral na segurança foi observada entre estes indivíduos e indivíduos mais jovens.
Um estudo avaliou a farmacocinética da eribulina em pacientes com insuficiência hepática leve (Child-Pugh A; n=7) e moderada (Child-Pugh B; n=5). Comparada a pacientes com função hepática normal (n=6), a exposição à eribulina aumentou 1,8 vezes e 2,5 vezes em pacientes com insuficiência hepática leve e moderada, respectivamente. Administração de Mesilato de Eribulina a uma dose de 1,1 mg/m2 a pacientes com insuficiência hepática leve e 0,7 mg/m2 a pacientes com insuficiência hepática moderada resultou em exposição similar à eribulina como uma dose de 1,4 mg/m2 a pacientes com função hepática normal. Uma dose menor inicial de 1,1 mg/m2 é recomendada para pacientes com insuficiência hepática leve (Child-Pugh A) e de 0,7 mg/m2 é recomendada para pacientes com insuficiência hepática moderada (Child-Pugh B). Mesilato de Eribulina não foi estudado em pacientes com insuficiência hepática grave (Child-Pugh C).
A farmacocinética da eribulina foi avaliada no estudo de Fase 1 em pacientes com a função renal normal (CrCl: > 80 mL/min), com insuficiência renal moderada (CrCl: 30 – 50 mL/min) ou grave (CrCl: 15 - < 30 mL/min). O aumento da dose normalizada no Cmax foi de 1,31 vezes (IC 90%: 0,84 – 2,05) para insuficiência renal moderada e 2,02 vezes (IC 90%: 1,27 – 3,21) para insuficiência renal grave comparada a função renal normal. A insuficiência renal moderada e grave aumentou a média da dose normalizada pela AUC (0 – inf) 1,49 vezes (IC 90%: 0,9 – 2,45) comparada à função renal normal. A gravidade da insuficiência renal não teve efeito incremental na exposição da eribulina.
Mesilato de Eribulina pode causar efeitos colaterais como cansaço e tontura que podem levar a uma influência menor ou moderada na habilidade de dirigir ou operar máquinas. Os pacientes devem ser aconselhados a não dirigir ou operar máquinas se eles se sentirem cansados ou com tontura.
A eficácia do mesilato de eribulina no câncer de mama é apoiada por dois estudos de Fase 2 de braço único em 403 pacientes e dois estudos comparativos de Fase 3 randomizados em 1864 pacientes.
Os 762 pacientes no estudo pivotal Fase 3 Embrace (estudo 305) tinham câncer de mama localmente recorrente ou metastático, e tinham recebido previamente pelo menos dois e no máximo cinco regimes quimioterápicos, incluindo uma antraciclina e um taxano (a menos que contraindicado). Os pacientes tinham que ter progredido dentro de 6 meses de seu último regime quimioterápico.
O estudo 305 atingiu seu desfecho primário com um resultado de sobrevida global que foi significativamente melhor estatisticamente no grupo eribulina comparado com o grupo TPC em 55% dos eventos. Este resultado foi consistente com aquele obtido por uma análise atualizada de sobrevida global feita em 77% dos eventos.
Figura 1. Estudo 305 – Análise Atualizada de Sobrevida Global (População Intenção de Tratar)
Parâmetro de Eficácia |
Mesilato de Eribulina |
TPC |
Sobrevida Global |
--- | |
Número de eventos |
365 | 203 |
Mediana (meses) |
13,2 |
10,5 |
Taxa de Risco (95%)a |
0,805 (0,677 - 0,958) |
|
Valor-p Nominal (log-rank) |
0,014b |
a (Dano proporcional Cox).
b Estratificado por região geográfica, situação HER2/neu e terapia anterior com capecitabina.
Por revisão independente, a mediana da sobrevida livre de progressão foi de 3,7 meses para o grupo Mesilato de Eribulina, comparado com 2,2 meses para o grupo TPC (HR 0.865, 95% CI: 0.714, 1.048, p=0.137). A taxa de resposta objetiva pelo critério Recist foi 12,2% (IC 95%: 9,4% - 15,5%) por revisão independente para o grupo Mesilato de Eribulina, comparado com 4,7% (IC 95%: 2,3% - 8,4%) para o grupo TPC. A duração da resposta média por revisão independente foi de 4,2 meses ((95% IC: 3,8, 5,0 meses).
O efeito positivo na sobrevida global foi observado em ambos os grupos de pacientes refratários ao taxano e não-refratários ao taxano. Na atualização de sobrevida global, a taxa de risco para eribulina versus TPC foi 0,90 (IC 95%: 0,71 - 1,14) em favor da eribulina para pacientes refratários ao taxano e 0,73 (IC 95%%: 0,56 - 0,96) para pacientes não refratários ao taxano.
O segundo estudo Fase 3 (Estudo 301) em câncer de mama metastático de linha mais precoce, Estudo 301, foi um estudo aberto, randomizado, em pacientes (n=1102) com câncer de mama localmente avançado ou metastático para investigar a eficácia da monoterapia com Mesilato de Eribulina comparado à monoterapia com capecitabina em termos de sobrevida global e doença livre de progressão como pontos finais primários. Os pacientes tinham recebido previamente até três regimes quimioterápicos, incluindo uma antraciclina e um taxano, e um máximo de dois para doença avançada, com a porcentagem que recebeu 0, 1 ou 2 tratamentos quimioterápicos prévios para câncer de mama metastático sendo 20,0%, 52,0% ou 27,2% respectivamente.
Figura 2 - Estudo 301 – Sobrevida Global (População Intenção para Tratar):
O resultado da análise de sobrevida livre de progressão, conduzida por revisão independente, entre a eribulina e a capecitabina foi similar, com medianas de 4,1 meses vs. 4,2 meses (taxa de risco 1,08; [IC 95%: 0,932 – 1,250]), respectivamente.
Estudo 305 Sobrevida Global Atualizada População ITT Population:
Parâmetro de Eficácia | HER2 Negativo | HER2 Positivo | ||
--- | Mesilato de Eribulina (n = 373) | TPC (n = 192) | Mesilato de Eribulina (n = 83) | TPC(n = 40) |
Número de eventos | 285 | 151 | 66 | 37 |
Meses (mediana) | 13,4 | 10,5 | 11,8 | 8,9 |
Razão de risco (95% CI) | 0,849 (0,695, 1,036) | 0,594 (0,389, 0,907) | ||
Valor-p (log rank) | 0,106 | 0,015 |
Estudo 301 Sobrevida Global Atualizada População ITT:
Parâmetro de Eficácia | HER2 Negativo | HER2 Positivo | ||
--- | Mesilato de Eribulina (n = 375) | Capecitabina (n = 380) | Mesilato de Eribulina (n = 86) | Capecitabina (n = 83) |
Número de eventos | 296 | 316 | 73 | 73 |
Meses (mediana) | 15,9 | 13,5 | 14,3 | 17,1 |
Razão de risco (95% CI) | 0,838 (0,715, 0,983) | 0.965 (0,688, 1,355) | ||
Valor-p (log rank) | 0,030 | 0,837 |
Nota: Terapia anti-HER2 concomitante não foi incluída nos Estudos 305 e 301.
A eficácia do mesilato de eribulina em sarcoma é suportada por dois estudos de braço único Fase 2 (estudos 207 e 217) e 1 estudo randomizado Fase 3.
Os pacientes (n=452) no estudo pivotal Fase 3 de sarcoma (Estudo 309) tinham sarcoma de tecidos moles localmente recorrente ou metastático de 1 de 2 subtipos – leiomiossarcoma ou lipossarcoma. Os pacientes tinham recebido pelo menos 2 regimes quimioterápicos prévios, 1 dos quais tinha que ter sido uma antraciclina (a menos que contraindicado). Os pacientes tinham que ter progredido dentro de 6 meses do seu último regime quimioterápico. Eles foram randomizados 1:1 para receber mesilato de eribulina 1,4 mg/m2 nos Dias 1 e 8 de um ciclo de 21 dias ou dacarbazina 850 mg/m2, 1000 mg/m2 ou 1200 mg/m2 (dose determinada pelo investigador antes da randomização), a cada 21 dias.
No Estudo 309, uma melhora estatisticamente significante na sobrevida global foi observada nos pacientes randomizados para o braço mesilato de eribulina comparado ao braço dacarbazina. Isto se traduziu em uma melhora de 2 meses na sobrevida global mediana (13,5 meses para pacientes tratados com eribulina vs. 11,5 meses para pacientes tratados com dacarbazina), com um HR de 0,768 (CI 0,618, 0,954) e um valor-p estatisticamente significante de 0,0169.
Figura 3 - Estudo 309 – Análise de Sobrevida Global (População Intenção de Tratar):
Os pontos finais secundários de sobrevida livre de progressão (2,6 meses mediana de cada braço, HR 0,877, p=0,229) e taxa de resposta global (3,9 % para pacientes tratados com eribulina vs. 4,9% para indivíduos tratados com dacarbazina) não mostraram diferenças significantes entre os dois grupos de tratamento.
O Estudo 207 foi um estudo Fase 2, multicêntrico, aberto, não randomizado para avaliar a eficácia e segurança de eribulina em 128 indivíduos com sarcoma de tecidos moles avançado que tinham falhado na quimioterapia padrão.
O Estudo 217 foi um estudo Fase 2, aberto, multicêntrico avaliando a eficácia e segurança da eribulina em indivíduos Japoneses com sarcoma de tecidos moles avançado previamente tratados, um de dois grupos (ADI ou LMS), ou OTH (outros além de ADI ou LMS). A sobrevida livre de progressão mediana foi 4,07 meses (95% CI: 2,56, 5,55) na população geral. A taxa de resposta global (por avaliação por Comitê de Revisão Independente) foi 0% (0/51 indivíduos; 95% CI: 0,0, 7,0) no total.
O mesilato de eribulina é o primeiro da classe halicondrina B dos inibidores da dinâmica dos microtúbulos pertencente à classe de agentes antineoplásicos halicondrina. É um análogo sintético estruturalmente simplificado da halichondrina B, um produto natural isolado da esponja marinha Halicondria okadai.
A eribulina inibe a fase de crescimento dos microtúbulos sem afetar a fase de encurtamento e sequestra a tubulina em agregados não produtivos. A eribulina exerce seus efeitos via um mecanismo antimitótico baseado na tubulina levando ao bloqueio do ciclo celular G2/M, ruptura dos fusos mitóticos, e, por fim, morte celular por apoptose após bloqueio mitótico prolongado e irreversível. O mesilato de eribulina também afeta o microambiente do tumor e o fenótipo do tumor por mecanismos que não estão associados aos seus efeitos antimitóticos.
A farmacocinética da eribulina é linear com uma meia-vida de eliminação média de aproximadamente 40 horas, um volume de distribuição médio de 43 L/m2 a 114 L/m2 e um clearance (depuração) médio de 1,16 L/hr/m2 a 2,42 L/hr/m2 sobre a faixa de dose de 0,25 mg/m2 a 4,0 mg/m2. A ligação da eribulina às proteínas plasmáticas humana em concentrações de 100 ng/mL a 1.000 ng/mL varia de 49% a 65%. A exposição à eribulina após múltiplas doses é comparável àquela posterior a uma dose única. Nenhum acúmulo de eribulina foi observado com a administração semanal.
A eribulina inalterada foi a principal espécie circulante no plasma seguindo a administração de 14C-eribulina a pacientes. As concentrações de metabólito representaram <0,6% do composto parental, confirmando que não há metabólitos importantes da eribulina em humanos.
A metabolização da eribulina in vitro pelo citocromo P450 3A4 (CYP3A4) é insignificante
A eribulina é eliminada inalterada, principalmente nas fezes. Após administração de 14C-eribulina a pacientes, aproximadamente 82% da dose foi eliminada nas fezes e 9% na urina. A eribulina inalterada correspondeu a aproximadamente 88% e 91% da dose nas fezes e urina, respectivamente.
A farmacocinética da eribulina foi avaliada em um estudo Fase 1 em pacientes com insuficiência hepática leve (Child-Pugh A) e moderada (Child-Pugh B). Comparada a pacientes com função hepática normal, a exposição à eribulina aumentou 1,75 vezes e 2,79 vezes em pacientes com insuficiência hepática leve e moderada, respectivamente.
A farmacocinética da eribulina foi avaliada no estudo de Fase 1 em pacientes com a função renal normal (CrCl: > 80 mL/min), com insuficiência renal moderada (CrCl: 30 - 50 mL/min) ou grave (CrCl: 15 - < 30 mL/min). O aumento da dose normalizada no Cmax foi de 1,31 vezes (IC 90%: 0,84 – 2,05) para insuficiência renal moderada e 2,02 vezes (IC 90%: 1,27 – 3,21) para insuficiência renal grave comparada a função renal normal. A insuficiência renal moderada e grave aumentou a média da dose normalizada pela AUC (0 – inf) 1,49 vezes (IC 90%: 0,9 – 2,45) comparada à função renal normal. A gravidade da insuficiência renal não teve efeito incremental na exposição da eribulina.
Baseado na análise de farmacocinética da população com dados coletados de 340 pacientes, sexo, raça e idade não têm efeito clinicamente significante na farmacocinética de eribulina.
O efeito do Mesilato de Eribulina no intervalo QTc foi avaliado em um estudo dedicado ao QT, aberto, não controlado, multicêntrico, de braço único. Um total de 26 pacientes com tumores sólidos receberam 1,4 mg/m2 de Mesilato de Eribulina nos Dias 1 e 8 de um ciclo de 21 dias. Um prolongamento atrasado do QTc foi observado no Dia 8, sem prolongamento observado no Dia 1. A alteração média máxima da linha de base para QTcF (95% do intervalo de confiança superior) foi 11,4 (19,5) ms.
A eribulina é uma droga de administração IV, portanto, não existe interação eribulina-alimento.
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica da farmacêutica responsável: Rafaela Sarturi Sitiniki (CRF-PR 37364). Consulte a bula original. Última atualização: 29 de Março de 2023
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