De acordo com as evidências de um grande número de estudos epidemiológicos e de um estudo randomizado placebo-controlado, Women’s Health Initiative (WHI), o risco global de câncer de mama aumenta com o aumento da duração da TH em usuárias atuais ou recentes.
Para a THE, as estimativas do risco relativo (RR) de uma reanálise dos dados originais de 51 estudos epidemiológicos (em que > 80% da TH utilizada foi estrogênio isolado) e do estudo epidemiológico Million Women Study (MWS) foram similares a 1,35 (95%IC: 1,21-1,49) e 1,30 (95%IC: 1,21-1,40), respectivamente.
Para a THEP, diversos estudos epidemiológicos relataram um risco global mais elevado de câncer de mama se comparado ao estrogênio isolado.
O MWS relatou que, comparado às não usuárias, o uso de vários tipos de THEP foi associado à maior risco de câncer de mama (RR = 2,00; 95%IC: 1,88-2,12) do que com o uso de estrogênio isolado (RR= 1,30; 95%IC: 1,21-1,40) ou tibolona (RR = 1,45; 95% IC: 1,25-1,68).
O estudo WHI relatou um risco estimado de 1,24 (95% IC: 1,01-1,54) após 5-6 anos de uso de THEP (EEC + MPA) em todas as usuárias comparadas ao grupo placebo.
O estudo WHI estimou que após 5-6 anos de acompanhamento de mulheres entre 50-79 anos de idade, um adicional de oito casos de câncer de mama invasivo por 10.000 mulheres/ano seria devido à THEP (EEC + MPA).
O número de casos adicionais de câncer de mama em mulheres que utilizam TH é similar para todas as mulheres que iniciaram a TH, independentemente da idade de início do uso (entre 45-55 anos de idade).
Uma recente meta-análise publicada em agosto de 2019, com 108.647 mulheres com câncer de mama, mostrou que o risco aumentado de câncer de mama em mulheres tratadas com TH sistêmica persiste por mais de 10 anos após a descontinuação da TH. O estudo incluiu o acompanhamento de longo prazo de usuárias atuais de TH, mulheres que não usaram TH e mulheres que descontinuaram a TH, principalmente no início dos anos 2000.
Em mulheres com o útero intacto, o risco de hiperplasia e câncer endometrial aumenta com a duração do uso de estrogênios isolados. A adição de um progestagênio à terapia com estrogênio isolado diminui extremamente esse risco.
Foram relatados casos de hiperplasia e câncer endometrial em pacientes tratadas com tibolona, entretanto, uma relação causal não foi estabelecida.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificação de Eventos Adversos a Medicamentos - Vigimed, disponível em http://portal.anvisa.gov.br/vigimed, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
As reações adversas descritas a seguir foram registradas em 21 estudos controlados por placebo (incluindo o estudo LIFT), nos quais 4.079 mulheres receberam doses terapêuticas de tibolona (1,25 mg ou 2,5 mg) e 3.476 mulheres receberam placebo. A duração do tratamento nesses estudos variou de 2 meses a 4,5 anos. A tabela abaixo apresenta as reações adversas com significado estatístico que ocorreram mais frequentemente durante o tratamento com tibolona do que com placebo.
Classe de órgãos e sistemas | Comum > 1%, < 10% |
Incomum > 0,1%, < 1% |
Distúrbios gastrintestinais |
Dor na parte baixa do abdome | ------ |
Distúrbios de pele e tecido subcutâneo |
Hipertricose | |
Distúrbios do sistema reprodutivo e mamas |
Secreção vaginal |
Desconforto mamário |
Hemorragia vaginal |
Infecção por fungos |
|
Prurido genital |
Micose vaginal |
|
Hipertrofia endometrial |
Dor nos mamilos |
|
Hemorragia pós-menopáusica | ------ | |
Sensibilidade mamária |
------ |
|
Dor mamária |
------ |
|
Candidíase vaginal |
------ |
|
Dor pélvica |
------ |
|
Displasia cervical |
------ |
|
Secreção genital |
------ |
|
Vulvovaginite |
------ |
|
Investigações |
Aumento de peso | ------ |
Esfregaço cervical anormal* |
*A maioria composta por alterações benignas. Não houve aumento da patologia cervical (carcinoma cervical) com tibolona em comparação ao placebo.
Million Women study – Risco adicional estimado de câncer de mama após 5 anos de uso
Faixa etária (anos |
Casos adicionais por 1.000 nunca-usuários de TRH por um período de 5 anos *2 | Taxa de risco e IC 95% # |
Casos adicionais por 1.000 usuários de TRH por 5 anos (IC 95%) |
Apenas Estrogênio TRH |
|||
50-65 |
9-12 | 1,2 |
1-2 (0-3) |
Estrogênio-progestagênio combinados |
|||
50-65 |
9-12 | 1,7 |
6 (5-7) |
Tibolona |
|||
50-65 |
9-12 | 1,3 |
3 (0-6) |
#Taxa de risco geral. A taxa de risco não é constante mas irá aumentar com o aumento da duração do uso.
*2 Extraído de taxas de incidência basal nos países onde o estudo foi conduzido.
O risco de câncer do endométrio é cerca de 5 a cada 1.000 mulheres com útero sem uso de TRH ou tibolona.
Um estudo randomizado controlado com placebo que incluiu mulheres que não haviam sido selecionadas quanto à presença de anormalidades endometriais na admissão ao estudo e, portanto, refletiam a prática clínica, identificou o risco mais elevado de câncer de endométrio (estudo LIFT, idade média 68 anos). Nesse estudo, não foram diagnosticados casos de câncer de endométrio no grupo tratado com placebo (n=1.173) após 2,9 anos, em comparação com 4 casos no grupo tratado com tibolona (n=1.746). Isso corresponde ao diagnóstico de 0,8 caso adicional de câncer de endométrio em cada 1.000 mulheres que usaram tibolona por um ano nesse estudo.
Outras reações adversas foram relatadas em associação ao tratamento com estrogênio-progestagênio.
O uso prolongado de apenas estrogênio e estrogênio-progestagênio combinado TRH tem sido associado com um leve aumento no risco de câncer ovariano. No estudo MWS 5 anos de TRH resultou em 1 caso a mais por 2.500 usuárias. Este estudo mostrou que o risco relativo para câncer ovariano com tibolona era similar ao risco com outros tipos de TRH.
Estudo WHI - Risco adicional de TV por mais de 5 anos de uso
Faixa etária (anos) |
Incidência por 1.000 mulheres no braço placebo por mais de 5 anos | Taxa de risco e IC 95% |
Caso adicional por 1.000 usuários de TRH |
Apenas Estrogênio oral *4 |
|||
50-59 |
7 | 1,2 (0,6-2,4) |
1 (-3-10) |
Estrogênio-progestagênio combinado oral |
|||
50-59 |
4 | 2,3 (1,2-4,3) |
5 (1-13) |
Tibolona |
|||
50-65 |
9-12 | 1,3 |
3 (0-6) |
*4 estudo em mulheres sem útero.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificação de Eventos Adversos a Medicamentos - Vigimed, disponível em http://portal.anvisa.gov.br/notivisa, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica da farmacêutica responsável: Rafaela Sarturi Sitiniki (CRF-PR 37364). Consulte a bula original. Última atualização: 06 de Setembro de 2023
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