Bula do Bimequizumabe
Princípio Ativo: Bimequizumabe
Bimequizumabe, para o que é indicado e para o que serve?
Bimequizumabe é indicado para o tratamento de psoríase em placas moderada a grave em adultos que são candidatos para terapia sistêmica.
Quais as contraindicações do Bimequizumabe?
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer excipiente.
Infecções ativas clinicamente importantes (por exemplo, tuberculose ativa).
Como usar o Bimequizumabe?
Bimequizumabe deve ser utilizado sob orientação e supervisão de um médico experiente no diagnóstico e tratamento de psoríase em placas.
Este medicamento deve ser administrado por via subcutânea.
Áreas adequadas para injeção incluem coxa, abdômen e parte superior do braço. Os locais de injeção devem ser alternados e as injeções não devem ser administradas em placas de psoríase ou áreas onde a pele esteja sensível, machucada, eritematosa ou endurecida.
A seringa/caneta preenchida não deve ser agitada.
Após o treinamento apropriado sobre a técnica de injeção subcutânea, os pacientes podem autoinjetar bimequizumabe com a seringa preenchida ou caneta preenchida se seu médico determinar que é apropriado e com acompanhamento médico conforme necessário. Os pacientes devem ser instruídos a injetar o volume total de bimequizumabe de acordo com as instruções de uso fornecidas na bula do paciente.
Posologia
A dose recomendada para pacientes adultos com psoríase em placas é de 320 mg (administrada como 2 injeções subcutâneas de 160 mg cada) na semana 0, 4, 8, 12, 16 e a cada 8 semanas posteriormente.
Deve-se considerar descontinuar o tratamento em pacientes que não apresentaram melhora após 16 semanas de tratamento.
Populações especiais
Pacientes com sobrepeso
Para alguns pacientes com um peso corporal ≥ 120 kg que não alcançaram ausência completa de lesões na pele na semana 16, 320 mg a cada 4 semanas após a semana 16 pode melhorar ainda mais a resposta ao tratamento.
Idosos ( ≥65 anos)
Nenhum ajuste de dose é necessário.
Insuficiência renal ou hepática
Bimequizumabe não foi estudado nessas populações de pacientes. Ajustes de dose não são considerados necessários com base em farmacocinética.
População pediátrica
A segurança e eficácia de bimequizumabe em crianças e adolescentes abaixo da idade de 18 anos não foram estabelecidas. Nenhum dado está disponível.
Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Bimequizumabe?
Resumo do perfil de segurança
As reações adversas mais frequentemente relatadas foram infecções do trato respiratório superior (14,5%) (mais frequentemente nasofaringite) e candidíase oral (7,3%).
Lista tabular de reações adversas
Reações adversas de estudos clínicos (Tabela 6) são classificadas por Classe de Órgão do Sistema MedDRA e frequência, utilizando a seguinte convenção: muito comum (≥ 1/10), comum (≥ 1/100 a < 1/10), incomum (≥ 1/1.000 a < 1/100), rara (≥ 1/10,000 a < 1/1,000), muito rara (< 1/10.000), desconhecida (não pode ser estimado a partir dos dados disponíveis).
Tabela 6: Lista de reações adversas
Classe de Órgão do Sistema | Frequência | Reação adversa |
Infecções e infestações | Muito comum | Infecções do trato respiratório superior |
Comum | Candidíase oral | |
Infecções por tinea | ||
Infecções auriculares | ||
Infecções por Herpes simplex | ||
Candidíase orofaríngea | ||
Gastroenterite | ||
Foliculite | ||
Incomum | Candidíase de mucosa e cutânea (incluindo candidíase esofágica) | |
Conjuntivite | ||
Distúrbios do sangue e sistema linfático | Incomum | Neutropenia |
Distúrbios do Sistema Nervoso | Comum | Dores de cabeça |
Distúrbios gastrointestinais | Incomum | Doença inflamatória intestinal |
Distúrbios de pele e de tecido subcutâneo | Comum | Dermatite e eczema |
Acne | ||
Distúrbios gerais e condições do local de administração | Comum | Reações no local da injeçãoa |
Fadiga |
a) Inclui: eritema, reação, edema, dor e inchaço no local da injeção.
Descrição de reações adversas selecionadas
Infecções
No período controlado por placebo de estudos clínicos de Fase III em psoríase em placas, infecções foram relatadas em 36,0% dos pacientes tratados com bimequizumabe por até 16 semanas comparado com 22,5% dos pacientes tratados com placebo. Infecções sérias ocorreram em 0,3% dos pacientes tratados com bimequizumabe e 0% tratados com placebo.
A maioria das infecções consistiram em infecções do trato respiratório superior não sérias leves a moderadas como nasofaringite. Houve taxas maiores de candidíase oral e orofaríngea em pacientes tratados com bimequizumabe consistentes com o mecanismo de ação (7,3% e 1,2% respectivamente comparado a 0% para pacientes tratados com placebo). Mais de 98% dos casos foram não sérios, de gravidade leve ou moderada e não exigiram descontinuação do tratamento. Uma incidência levemente maior de candidíase oral foi relatada em pacientes <70 kg (8,5% versus 7,0% em pacientes ≥70 kg).
Durante todo o período de tratamento de estudos de Fase III sobre psoríase em placas, infecções foram relatadas em 63,2% de pacientes tratados com bimequizumabe (120,4 por 100 pacienteanos). Infecções sérias foram relatadas em 1,5% de pacientes tratados com bimequizumabe (1,6 por 100 paciente-anos).
Neutropenia
Neutropenia foi observada com bimequizumabe em estudos clínicos de fase III sobre psoríase em placas. Durante todo o período de tratamento de estudos de Fase III, neutropenia de grau 3/4 foi observada em 1% dos pacientes tratados com bimequizumabe. A maioria dos casos foram transientes e não exigiram descontinuação do tratamento. Nenhuma infecção séria foi associada a neutropenia.
Hipersensibilidade
Reações de hipersensibilidade sérias incluindo reações anafiláticas foram observadas com inibidores IL-17.
Imunogenicidade
Aproximadamente 45% dos pacientes com psoríase em placas tratados com bimequizumabe até 56 semanas no regime de dosagem recomendado (320 mg a cada 4 semanas até a semana 16 e 320 mg a cada 8 semanas posteriormente) desenvolveram anticorpos anti-droga. Dos pacientes que desenvolveram anticorpos anti-droga, aproximadamente 34% (16% de todos os pacientes tratados com bimequizumabe) apresentaram anticorpos que foram classificados como neutralizantes. Nenhuma evidência de resposta clínica alterada ou perfil de segurança significativamente alterado foi associada com o desenvolvimento de anticorpos antibimequizumabe.
Pacientes idosos (≥65 anos)
Pacientes idosos podem ter maior probabilidade de apresentar determinadas reações adversas como candidíase oral, dermatite e eczema ao utilizar bimequizumabe. No período controlado por placebo de estudos clínicos de Fase III sobre psoríase em placas, candidíase oral foi observada em 18,2% dos pacientes ≥65 anos versus 6,3 % em <65 anos, dermatite e eczema em 7,3% dos pacientes ≥65 anos versus 2,8% em <65 anos.
No caso de eventos adversos, notifique por meio do VigiMed System disponível no portal da Anvisa.
Atenção: Este produto é um medicamento novo e, enquanto pesquisas indicaram a eficácia e segurança aceitável, mesmo se indicado e utilizado corretamente, pode haver eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Se isso ocorrer, notifique os eventos adversos por meio do VigiMed System disponível no portal da Anvisa.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Bimequizumabe maior do que a recomendada?
Doses únicas de 640 mg por via intravenosa ou 640 mg por via subcutânea, seguidas por 320 mg por via subcutânea a cada duas semanas para cinco doses foram administradas em estudos clínicos sem toxicidade limitadora de dose. No caso de superdose, recomenda-se que o paciente seja monitorado quanto a quaisquer sinais e sintomas de reações adversas e que um tratamento sintomático apropriado seja instituído imediatamente.
Em caso de intoxicação, ligue para 0800 722 6001 se precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Bimequizumabe com outros remédios?
Interação com outros medicamentos e outras formas de interação
Nenhum estudo de interação CYP450 foi realizado em humanos. Não há evidências diretas para o papel de IL-17A ou IL-17F na expressão de enzimas de CYP450. A formação de algumas enzimas de CYP450 é suprimida por níveis aumentados de citocinas durante inflamação crônica. Assim, tratamentos antiinflamatórios, como com o inibidor de IL-17A e IL-17F bimequizumabe, podem resultar na normalização dos níveis de CYP450 acompanhada por exposição mais baixa de comedicamentos metabolizados por CYP450. Portanto, um efeito clinicamente relevante em substratos de CYP450 com um índice terapêutico estreito, no qual a dose é ajustada individualmente (por exemplo, varfarina) não pode ser excluído. Ao iniciar terapia com bimequizumabe em pacientes sendo tratados com esses tipos de produtos medicinais, deve-se considerar monitoramento terapêutico.
Vacinas vivas não devem ser administradas simultaneamente com bimequizumabe.
Quais cuidados devo ter ao usar o Bimequizumabe?
Infecções
Bimequizumabe pode aumentar o risco de infecções, como infecções do trato respiratório superior e candidíase oral.
Deve-se ter cuidado ao considerar o uso de bimequizumabe em pacientes com uma infecção crônica ou um histórico de infecção recorrente. O tratamento com bimequizumabe não deve ser iniciado em pacientes com qualquer infecção ativa clinicamente importante até que a infecção seja resolvida ou seja tratada de forma adequada.
Pacientes tratados com bimequizumabe devem ser instruídos a buscar aconselhamento médico se ocorrerem sinais ou sintomas que sugiram uma infecção. Se um paciente desenvolver uma infecção clinicamente importante ou não estiver respondendo à terapia padrão, o paciente deve ser monitorado com cuidado e bimequizumabe não deve ser administrado até que a infecção seja resolvida.
Avaliação de pré-tratamento para tuberculose (TB)
Antes de iniciar o tratamento com bimequizumabe, os pacientes devem ser avaliados quanto a infecção por TB. Bimequizumabe não deve ser administrado para pacientes com TB ativa. Pacientes recebendo bimequizumabe devem ser monitorados quanto a sinais e sintomas de TB ativa. Terapia anti-TB deve ser considerada antes de iniciar bimequizumabe em pacientes com um histórico de TB latente ou ativa para os quais um curso de tratamento adequado não pode ser confirmado.
Doença inflamatória intestinal
Casos de exacerbação ou novo início da doença inflamatória intestinal foram reportados durante o tratamento com bimequizumabe. Deve-se ter cautela ao prescrever bimequizumabe a pacientes com doença inflamatória intestinal. Os pacientes devem ser monitorados de perto.
Hipersensibilidade
Reações de hipersensibilidade sérias incluindo reações anafiláticas foram observadas com inibidores IL-17. Se ocorrer uma reação de hipersensibilidade séria, a administração de bimequizumabe deve ser descontinuada imediatamente e a terapia apropriada deve ser iniciada.
Vacinas
Antes de iniciar a terapia com bimequizumabe, deve-se considerar a realização de todas as imunizações apropriadas de todas as idades de acordo com as diretrizes de imunização atuais.
Vacinas vivas não devem ser administradas a pacientes tratados com bimequizumabe.
Pacientes tratados com bimequizumabe podem receber vacinações inativadas ou não vivas. Indivíduos saudáveis que receberam uma dose única de 320 mg de bimequizumabe duas semanas antes da vacinação com uma vacina sazonal para influenza tiveram respostas de anticorpos similares comparado a indivíduos que não receberam bimequizumabe antes da vacinação.
Excipientes
Este medicamento contém menos de 1 mmol (23 mg) de sódio por dose, ou seja, é basicamente “livre de sódio”.
Gravidez
Categorias de risco de medicamentos para grávidas: B.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Fertilidade, gravidez e lactação
Mulheres em idade fértil
Mulheres em idade fértil devem utilizar um método contraceptivo eficaz durante o tratamento e por pelo menos 17 semanas após o tratamento.
Gravidez
Há uma quantidade limitada de dados sobre o uso de bimequizumabe em mulheres grávidas. Estudos com animais não indicaram efeitos prejudiciais diretos ou indiretos com relação a gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parto ou desenvolvimento pós-natal. Como medida de precaução, é preferível evitar o uso de bimequizumabe durante a gravidez.
Amamentação
Não se sabe se bimequizumabe é excretado no leite humano. Um risco ao recém-nascido/bebê não pode ser excluído. Uma decisão deve ser tomada sobre descontinuar a amamentação ou descontinuar/se abster de terapia com bimequizumabe levando em consideração o benefício da amamentação para a criança e o benefício da terapia para a mulher.
Fertilidade
O efeito de bimequizumabe na fertilidade humana não foi avaliado. Estudos com animais não indicam efeitos prejudiciais diretos ou indiretos com relação a fertilidade.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas
Bimequizumabe não possui ou possui influência insignificante na capacidade de dirigir e operar máquinas.
Qual a ação da substância do Bimequizumabe?
Resultados de Eficácia
Eficácia e segurança clínicas
A segurança e eficácia de bimequizumabe foram avaliadas em 1.480 pacientes com psoríase em placas moderada a grave em três estudos de Fase 3 multicêntricos, randomizados, controlados por placebo e/ou por comparador ativo. Os pacientes tinham pelo menos 18 anos de idade, apresentavam um escore de Área de Psoríase e Índice de Gravidade (PASI - Psoriasis Area and Severity Index) ≥12 e Área de Superfície Corporal (BSA - Body Surface Area) afetada por psoríase (PSO) ≥10%, um score de Avaliação Global de Investigadores (IGA – Investigator Global Assessment) ≥3 em uma escala de 5 pontos e eram candidatos para terapia sistêmica e/ou fototerapia. A eficácia e segurança de bimequizumabe foram avaliadas versus placebo e ustequinumabe (BE VIVID - PS0009), versus placebo (BE READY - PS0013) e versus adalimumabe (BE SURE - PS0008).
O estudo BE VIVID avaliou 567 pacientes por 52 semanas, durante as quais os pacientes foram randomizados para receber 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas, ustequinumabe (45 mg ou 90 mg, dependendo do peso do paciente, na visita de linha de base e na semana 4 e depois a cada 12 semanas), ou placebo pelas 16 semanas iniciais seguido por 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas.
O estudo BE READY avaliou 435 pacientes por 56 semanas. Os pacientes foram randomizados para receber 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas ou placebo. Na semana 16, pacientes que alcançaram uma resposta PASI 90 entraram no período de retirada randomizado de 40 semanas. Pacientes inicialmente randomizados para 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas foram re-randomizados para 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas ou 320 mg de bimequizumabe a cada 8 semanas ou placebo (ou seja, retirada de bimequizumabe). Pacientes inicialmente randomizados para placebo continuaram a receber placebo contanto que fossem PASI 90 respondentes. Pacientes que não alcançaram uma resposta PASI 90 na semana 16 foram inscritos em um braço de saída aberto e receberam 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas por 12 semanas. Pacientes que apresentaram recidiva (não alcançaram uma resposta PASI 75) durante o período de retirada também foram inscritos no braço de saída de 12 semanas.
O estudo BE SURE avaliou 478 pacientes por 56 semanas. Os pacientes foram randomizados para receber 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas até a semana 56, 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas até a semana 16 seguido por 320 mg de bimequizumabe a cada 8 semanas até a semana 56 ou adalimumabe de acordo com a recomendação da bula até a semana 24 seguido por 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas até a semana 56.
As características de linha de base foram consistentes em todos os 3 estudos: os pacientes foram predominantemente homens (70,7%) e brancos (84,1%), com uma idade média de 45,2 anos (18 a 83 anos), e 8,9% tiveram ≥65 anos de idade. A linha de base mediana de BSA foi de 20%, a linha de base mediana do escore PASI foi de 18 e a linha de base do escore IGA foi grave em 33% dos pacientes. A linha de base dos escores para os itens de dor, coceira e escamação do Diário de Sintomas do Paciente (PSD - Patient Symptoms Diary) variaram entre 6 e 7 em uma escala de 0- 10 pontos, e a linha de base mediana do escore total do Índice de Qualidade de Vida Dermatológica (DLQI - Dermatology Life Quality Index) foi de 9.
Dentre todos os 3 estudos, 38% dos pacientes haviam recebido uma terapia biológica anterior; 23% haviam recebido pelo menos um agente anti-IL17 (falhas primárias de anti-IL17 foram excluídas) e 13% haviam recebido pelo menos um antagonista de TNF. Vinte e dois por cento nunca tinham tido contato com qualquer terapia sistêmica (incluindo biológica e não biológica) e 39% dos pacientes haviam recebido fototerapia ou fotoquimioterapia.
A eficácia de bimequizumabe foi avaliada com relação ao impacto na doença cutânea em geral em locais específicos do corpo (couro cabeludo, unhas, palmas e solas), sintomas relatados pelo paciente e impacto na qualidade de vida. Os dois desfechos co-primários em todos os 3 estudos foram a proporção de pacientes que alcançaram 1) uma resposta PASI 90 e 2) uma resposta IGA de “sem lesão ou quase sem lesão” (IGA 0/1 com uma melhora de pelo menos dois pontos a partir da linha de base) na semana 16. PASI 100, resposta IGA de 0 na semana 16 e resposta PASI 75 na semana 4 foram desfechos secundários em todos os 3 estudos.
Doenças cutâneas em geral
O tratamento com bimequizumabe resultou em melhora significativa entre desfechos de eficácia comparado ao placebo, ustequinumabe ou adalimumabe na semana 16. Os principais resultados de eficácia são mostrados na Tabela 1.
Tabela 1: Resumo de respostas clínicas em BE VIVID, BE READY e BE SURE
BE VIVID | BE READY | BE SURE | |||||
Placebo (N= 83) n (%) |
320 mg de Bimequizumabe Q4W (N= 321) n (%) |
Ustequinumabe (N=163) n (%) |
Placebo (N= 86) n (%) |
320 mg de Bimequizumabe Q4W (N= 349) n (%) |
320 mg de Bimequizumabe Q4W (N= 319) n (%) |
Adalimumabe (N= 159) n (%) |
|
PASI 100 | |||||||
Semana 16 | 0 (0,0) | 188 (58,6)a | 34 (20,9) | 1 (1,2) | 238 (68,2)a | 194 (60,8)a | 38 (23,9) |
PASI 90 | |||||||
Semana 16 | 4 (4,8) | 273 (85,0)a, b | 81 (49,7) | 1 (1,2) | 317 (90,8)a | 275 (86,2)a | 75 (47,2) |
PASI 75 | |||||||
Semana 4 | 2 (2,4) | 247 (76,9)a, b | 25 (15,3) | 1 (1,2) | 265 (75,9)a | 244 (76,5)a | 50 (31,4) |
Semana 16 | 6 (7,2) | 296 (92,2) | 119 (73,0) | 2 (2,3) | 333 (95,4) | 295 (92,5) | 110 (69,2) |
IGA 0 | |||||||
Semana 16 | 0 (0,0) | 188 (58,6)a | 36 (22,1) | 1 (1,2) | 243 (69,6)a | 197 (61,8) | 39 (24,5) |
IGA 0/1 | |||||||
Semana 16 | 4 (4,8) | 270 (84,1)a, b | 87 (53,4) | 1 (1,2) | 323 (92,6)a | 272 (85,3)a | 91 (57,2) |
PASI Absoluto ≤ 2 | |||||||
Semana 16 | 3 (3,6) | 273 (85,0) | 84 (51,5) | 1 (1,2) | 315 (90,3) | 280 (87,8) | 86 (54,1) |
PSD Melhora de dor ≥4 (N) | (N=48) | (N=190) | (N=90) | (N=49) | (N=209) | (N=222) | (N=92) |
Semana 16 | 5 (10,4) | 140 (73,7) | 54 (60,0) | 0 (0,0) | 148 (70,8) | 143 (64,4) | 43 (46,7) |
PSD Melhora de coceira ≥4 (N) | (N=53) | (N=222) | (N=104) | (N=60) | (N=244) | (N=248) | (N=107) |
Semana 16 | 6 (11,3) | 151 (68,0) | 57 (54,8) | 0 (0,0) | 161 (66,0) | 153 (61,7) | 42 (39,3) |
PSD Melhora de descamação ≥4 (N) | (N=56) | (N=225) | (N=104) | (N=65) | (N=262) | (N=251) | (N= 109) |
Semana 16 | 6 (10,7) | 171 (76,0) | 59 (56,7) | 1 (1,5) | 198 (75,6) | 170 (67,7) | 42 (38,5) |
320 mg de bimequizumabe Q4W = bimequizumabe a cada 4 semanas. Imputação de Não Respondente (NRI - NonResponder Imputation) é utilizada.
A resposta IGA de 0/1 foi definida como Sem Lesão (0) ou Quase Sem Lesão (1) com uma melhora de pelo menos 2 categorias na semana 16 a partir da Linha de Base. Uma resposta IGA de 0 foi definida como Sem Lesão (0) com uma melhora de pelo menos 2 categorias na semana 16 a partir da Linha de Base.
PSD é um Diário de Sintomas do Paciente, também chamado de Medida de Impactos e Sintomas de Psoríase (P-SIM - Psoriasis Symptoms e Impacts Measure), medindo a gravidade dos sintomas de psoríase em uma escala de 0 (nenhum sintoma) a 10 (sintomas muito graves). Resposta é definida como uma redução ≥4 a partir da linha de base até a semana 16 para dor, coceira e descamação em uma escala de 0 a 10.
a) p<0,001 versus placebo (BE VIVID e BE READY), versus adalimumabe (BE SURE), ajustado para multiplicidade.
b) p<0,001 versus ustequinumabe (BE VIVID), ajustado para multiplicidade.
Bimequizumabe foi associado a um início rápido da eficácia. Em BE VIVID, na semana 2 e semana 4, as taxas de resposta PASI 90 foram significativamente maiores para pacientes tratados com bimequizumabe (12,1% e 43,6% respectivamente) comparado ao placebo (1,2% e 2,4% respectivamente) e ustequinumabe (1,2% e 3,1% respectivamente).
No estudo BE VIVID, na semana 52, pacientes tratados com bimequizumabe (a cada 4 semanas) alcançaram taxas de resposta significativamente maiores que os pacientes tratados com ustequinumabe nos desfechos de PASI90 (81,9% bimequizumabe contra 55,8% ustequinumabe, p<0,001), IGA 0/1 (78,2% bimequizumabe contra 60,7% ustequinumabe, p<0,001) e PASI 100 (64,5% bimequizumabe contra 38,0% ustequinumabe).
Figura 1: Taxas de respondentes PASI 90 por tempo em BE VIVID
BKZ 320 mg Q4W = bimequizumabe a cada 4 semanas; Uste = ustequinumabe. NRI é utilizada.
No estudo BE SURE na semana 24, uma porcentagem significativamente maior de pacientes tratados com bimequizumabe (braços de dosagem combinados de Q4W/Q4W e Q4W/Q8W) alcançaram respostas PASI 90 e IGA 0/1 quando comparado com adalimumabe (85,6% e 86,5% respectivamente vs 51,6% e 57,9% respectivamente, p<0,001). Na semana 56, 70,2% dos pacientes tratados com bimequizumabe Q8W alcançaram uma resposta PASI 100. Dentre os 65 não respondentes de adalimumabe na semana 24 (< PASI 90), 78,5% alcançaram uma resposta PASI 90 após 16 semanas de tratamento com bimequizumabe. O perfil de segurança observado em pacientes que mudaram de adalimumabe para bimequizumabe sem um período de eliminação foi similar a pacientes que iniciaram bimequizumabe após eliminação de terapias sistêmicas.
Figura 2: Taxas de respondentes PASI 90 por tempo em BE SURE
BKZ 320 mg Q4W = bimequizumabe a cada 4 semanas; BKZ 320 mg Q8W = bimequizumabe a cada 8 semanas; ADA= adalimumabe.
Pacientes no grupo de BKZ Q4W/Q8W mudaram de dosagem Q4W para Q8W na semana 16. Pacientes no grupo de ADA/BKZ 320 mg Q4W mudaram de ADA para BKZ Q4W na semana 24. NRI é utilizada.
A eficácia de bimequizumabe foi demonstrada independentemente de idade, gênero, raça, duração da doença, peso corporal, gravidade de linha de base PASI e tratamento anterior com um biológico. Bimequizumabe foi eficaz em pacientes expostos a biológicos anteriores, incluindo anti-TNF/anti IL-17 e em pacientes sem contato anterior com tratamento sistêmico. A eficácia em pacientes com falha primária de anti-IL17 não foi investigada.
Com base em análise de PK/PD populacional e corroborado por dados clínicos, pacientes com peso corporal maior (≥120 kg) que não alcançaram ausência completa de lesões cutâneas na semana 16 se beneficiaram de 320 mg de bimequizumabe contínuo a cada quatro semanas (Q4W) após as 16 semanas iniciais do tratamento. No estudo BE SURE, os pacientes receberam 320 mg de bimequizumabe Q4W até a semana 16, seguido por dosagem Q4W ou a cada oito semanas (Q8W) até a semana 56, independentemente do status na semana 16. Pacientes no grupo de ≥120 kg (N=37) no regime de manutenção Q4W apresentaram melhora superior em PASI100 entre a semana 16 (23,5%) e a semana 56 (70,6%) comparado àqueles no regime de manutenção Q8W (semana 16: 45,0% vs semana 56: 60,0%).
Melhoras foram observadas em psoríase envolvendo o coro cabeludo, unhas, palmas e solas em pacientes tratados com bimequizumabe na semana 16 (vide Tabela 2).
Tabela 2: Respostas de couro cabeludo, palmoplantar e ungueal em BE VIVID, BE READY e BE SURE na semana 16
BE VIVID | BE READY | BE SURE | |||||
Placebo | 320 mg de Bimequizumabe Q4W | Ustequinumabe | Placebo | 320 mg de Bimequizumabe Q4W | 320 mg de Bimequizumabe Q4W | Adalimumabe | |
IGA de couro cabeludo | (72) | (285) | (146) | (74) | (310) | (296) | (138) |
(N)a IGA 0/1 de Couro Cabeludo, n (%) | 11 (15,3) | 240 (84,2)b | 103 (70,5) | 5 (6,8) | 286 (92,3)b | 256 (86,5) | 93 (67,4) |
pp-IGA | (29) | (105) | (47) | (31) | (97) | (90) | (34) |
(N)a pp-IGA 0/1, n (%) | 7 (24,1) | 85 (81,0) | 39 (83,0) | 10 (32,3) | 91 (93,8) | 75 (83,3) | 24 (70,6) |
mNAPSI 100 | (51) | (194) | (109) | (50) | (210) | (181) | (95) |
(N)a mNAPSI 100, n (%) | 4 (7,8) | 57 (29,4) | 15 (13,8) | 3 (6,0) | 73 (34,8) | 54 (29,8) | 21 (22,1) |
320 mg de bimequizumabe Q4W = bimequizumabe a cada 4 semanas. Imputação de não respondentes (NRI - non responder imputation) é utilizada.
As respostas IGA 0/1 e pp-IGA 0/1 de couro cabeludo foram definidas como Ausente (0) ou Quase Ausente (1) com uma melhora de pelo menos ≥2 categorias a partir da Linha de Base.
a) Inclui somente pacientes com uma Avaliação Global do Investigador (IGA) de couro cabeludo de 2 ou maior, uma IGA palmoplantar de 2 ou maior e um escore de Índice de Gravidade e Psoríase Ungueal modificado (mNAPSI) > 0 na linha de base.
b) p<0,001 versus placebo, ajustado para multiplicidade.
RespostasIGA de couro cabeludo e IGA palmoplantar em pacientes tratados com bimequizumabe foram mantidas até a semana 52/56. A psoríase ungueal continuou a melhorar além da semana 16. No BE VIVID, na semana 52, 60,3% dos pacientes tratados com 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas alcançaram ausência completa de lesões ungueais (mNAPSI 100). No BE READY, na semana 56, 67,7% e 69,8% dos respondentes PASI 90 da semana 16 alcançaram ausência completa de lesões ungueais com 320 mg de bimequizumabe a cada 8 semanas e 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas respectivamente.
Manutenção de resposta
Tabela 3: Manutenção de respostas com bimequizumabe na semana 52 em respondentes PASI100, PASI90, IGA 0/1 e PASI Absoluto ≤ 2 na semana 16*
PASI 100 | PASI 90 | IGA 0/1 | PASI Absoluto ≤ 2 | ||||
320mg Q4W (N=355) n (%) |
320mg Q8W (N=182) n (%) |
320mg Q4W (N=516) n (%) |
320mg Q8W (N=237) n (%) |
320mg Q4W (N=511) n (%) |
320mg Q8W (N=234) n (%) |
320mg Q4W (N=511) n (%) |
320mg Q8W (N= 238) n (%) |
295 (83,1) | 161 (88,5) | 464 (89,9) | 214 (90,3) | 447 (87,5) | 214 (91,5) | 460 (90,0) | 215 (90,3) |
* Análise integrada de BE VIVID, BE READY e BE SURE. NRI é utilizada.
320 mg Q4W: 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas seguido por 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas a partir da semana 16.
320 mg Q8W: 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas seguido por 320 mg de bimequizumabe a cada 8 semanas a partir da semana 16.
Durabilidade da resposta (após descontinuação de bimequizumabe)
Figura 3: Taxas de respondentes PASI 90 com o tempo para respondentes PASI 90 na semana 16 – Período de retirada randomizado em BE READY
NRI é utilizada.
Na semana 16, 105 participantes do estudo iniciaram o Período de Retirada Randomizado no grupo de 320 mg de bimequizumabe Q4W/placebo, 100 no grupo de 320 mg de bimequizumabe Q4W/Q8W, e 106 no grupo de 320 mg de bimequizumabe Q4W/Q4W.
No estudo BE READY, para respondentes PASI 90 na semana 16 que foram randomizados novamente para placebo e foram retirados de bimequizumabe, o tempo mediano até a recaída, definida como perda de PASI 75, foi de aproximadamente 28 semanas (32 semanas após a última dose de bimequizumabe). Dentre esses pacientes, 88,1% recuperaram uma resposta PASI 90 dentro de 12 semanas do reinício do tratamento com 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas.
Qualidade de Vida relacionada à Saúde/Resultados relatados pelo paciente
Entre todos os 3 estudos, uma proporção maior de pacientes tratados com bimequizumabe não apresentaram impacto de psoríase em sua qualidade de vida conforme medido pelo Índice de Qualidade de Vida de Dermatologia (DLQI) comparado ao placebo e pacientes tratados com comparador ativo na semana 16 (Tabela 4).
Tabela 4: Qualidade de vida no estudo BE VIVID, BE READY e BE SURE
BE VIVID | BE READY | BE SURE | |||||
Placebo (N= 83) n (%) |
320 mg de Bimequizumabe Q4W (N= 321) n (%) |
Ustequinumabe (N= 163) n (%) |
Placebo (N= 86) n (%) |
320 mg de Bimequizumabe Q4W (N= 349) n (%) |
320 mg de Bimequizumabe Q4W (N= 319) n (%) |
Adalimumabe (N= 159) n (%) |
|
DLQI 0/1a | |||||||
Linha de base | 3 (3,6) | 16 (5,0) | 5 (3,1) | 4 (4,7) | 11 (3,2) | 10 (3,1) | 13 (8,2) |
DLQI 0/1a | |||||||
Semana 16 | 10 (12,0) | 216 (67,3) | 69 (42,3) | 5 (5,8) | 264 (75,6) | 201 (63,0) | 74 (46,5) |
a) Um escore absoluto de DLQI de 0 ou 1 indica nenhum impacto da doença na qualidade de vida relacionada à saúde. NRI é utilizada.
Respostas DLQI 0/1 continuaram a aumentar além da semana 16 e depois foram mantidas até a semana 52/56. No BE VIVID, a taxa de resposta DLQI 0/1 na semana 52 foi de 74,8% em pacientes tratados com 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas. No BE SURE na semana 56, 78,9% e 74,1% dos pacientes tiveram um DLQI 0/1 com 320 mg de bimequizumabe a cada 8 semanas e 320 mg de bimequizumabe a cada 4 semanas, respectivamente.
Fase 3b Estudo comparativo direto versus secuquinumabe
A eficácia e segurança de bimequizumabe também foram avaliadas em um estudo duplo cego comparado com secuquinumabe, um inibidor IL-17A, (BE RADIANT - PS0015). Pacientes foram randomizados para receber bimequizumabe (N=373, 320mg na Semana 0, 4, 8, 12 e 16 (Q4W) seguido por 320mg a cada 4 semanas (Q4W/Q4W) ou 320 mg a cada 8 semanas (Q4W/Q8W)) ou secuquinumabe (N=370, 300 mg na Semanas 0,1, 2, 3, 4 seguido por 300 mg a cada 4 semanas). As características de linha de base foram consistentes com uma população de pacientes portadores de psoríase em placas moderada a grave com uma BSA mediana de 19% e um escore PASI mediano de 18.
Pacientes tratados com bimequizumabe alcançaram taxas de resposta significativamente maiores comparado a secuquinumabe para o desfecho primário de PASI 100 (ausência completa de lesões da pele) na Semana 16. Taxas de resposta significativamente maiores também foram alcançadas com bimequizumabe para o desfecho secundário de PASI 100 na Semana 48 (para ambos os regimes de Q4W/Q4W e Q4W/Q8W). Taxas de PASI comparativas são apresentadas na Tabela 5.
Diferenças em taxas de resposta entre pacientes tratados com bimequizumabe e secuquinumabe foram observadas a partir da semana 1 para PASI 75 (7,2% e 1,4% respectivamente) e a partir da Semana 2 para PASI 90 (7,5% e 2,4% respectivamente).
Tabela 5: Taxas de resposta PASI de BE RADIANT - bimequizumabe versus secuquinumabe
Semana 4 | Semana 16 | Semana 48a) | |||||
320 mg de Bimequizumabe Q4W (N=373) n (%) |
Secuquinumabe (N=370) n (%) |
320 mg de Bimequizumabe Q4W (N=373) n (%) |
Secuquinumabe (N=370) n (%) |
320 mg de Bimequizumabe Q4W/Q4W (N=147) n (%) |
320 mg de Bimequizumabe Q4W/Q8W (N=215) n (%) |
Secuquinumabe (N=354) n (%) |
|
PASI 100 | 52 (13,9) | 23 (6,2) | 230 (61,7)* | 181 (48,9) | 108 (73,5)* | 142 (66,0)* | 171 (48,3) |
PASI 90 | 134 (35,9) | 65 (17,6) | 319 (85,5) | 275 (74,3) | 126 (85,7) | 186 (86,5) | 261 (73,7) |
PASI 75 | 265 (71,0)* | 175 (47,3) | 348 (93,3) | 337 (91,1) | 134 (91,2) | 196 (91,2) | 301 (85,0) |
PASI Absoluto <2 | 151 (40,5) | 75 (20,3) | 318 (85,3) | 283 (76,5) | 127 (86,4) | 186 (86,5) | 269 (76,0) |
a) Os dadossão do Conjunto de Manutenção consistindo em pacientes que receberam pelo menos uma dose de tratamento do estudo na Semana 16 ou posteriormente.
*p<0,001 versus secuquinumabe, ajustado para multiplicidade. NRI é utilizada.
As taxas de resposta PASI 100 de bimequizumabe e secuquinumabe até a Semana 48 são apresentadas na Figura 4.
Figura 4: Taxa de resposta PASI 100 por tempo em BE RADIANT
NRI é utilizada. Conjunto de Manutenção consistindo em pacientes que receberam pelo menos uma dose de tratamento do estudo na Semana 16 ou posteriormente.
A eficácia de bimequizumabe em BE RADIANT foi consistente com BE VIVID, BE READY e BE SURE.
Referências
BE VIVID: Reich K et al. Lancet 2021;397:487–98.
BE READY: Gordon KB et al. Lancet 2021;397:475–86.
BE SURE: Warren RB et al. N Engl J Med 2021;385:130–41.
BE RADIANT: Reich K et al. N Engl J Med 2021;385:142–52.
Características Farmacológicas
Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: Imunossupressores, inibidores de interleucina, código ATC: L04AC21.
Mecanismo de ação
Bimequizumabe é um anticorpo IgG1/κ monoclonal humanizado que se liga de forma seletiva com alta afinidade a citocinas IL-17A, IL-17F e IL-17AF, bloqueando sua interação com o complexo de receptores IL-17RA/IL-17RC. Concentrações elevadas de IL-17A e IL-17F foram implicadas na patogênese de diversas doenças inflamatórias mediadas pelo sistema imune, incluindo psoríase em placas. Bimequizumabe inibe essas citocinas pró-inflamatórias, resultando na normalização de inflamação cutânea e, como consequência, melhora dos sintomas clínicos associados com psoríase. A partir de modelos in vitro, o bimequizumabe demonstrou inibir a expressão de genes relacionados a psoríase e a produção de citocinas em uma dimensão maior do que somente a inibição de IL-17A.
Propriedadesfarmacocinéticas (PK)
Absorção
Com base na análise farmacocinética populacional, após uma dose única subcutânea de 320 mg em pacientes com psoríase em placas, bimequizumabe alcançou uma mediana (2,5° e 97,5° percentil) de pico de concentração plasmática de (12 -50) μg/mL, entre 3 e 4 dias após a dose.
A análise farmacocinética populacional mostrou que o bimequizumabe foi absorvido com uma biodisponibilidade de 70,1% em voluntários saudáveis.
Com base em dados simulados, as medianas (2,5° e 97,5° percentil) de pico e concentração de vale no estado estável após administração subcutânea de 320 mg a cada 4 semanas são de 43 (20- 91) µg/mL e 20 (7-50) µg/mL respectivamente e o estado estável é alcançado após aproximadamente 16 semanas com regime de dosagem a cada 4 semanas. Comparado com a exposição após uma única dose, a análise de farmacocinética populacional mostrou que os pacientes exibiram um aumento de 1,74 vezes nas concentrações plasmáticas de pico e área sob a curva (AUC) após dosagem repetida de quatro semanas.
Após mudar do regime de dosagem de 320 mg a cada 4 semanas para o regime de dosagem de 320 mg a cada 8 semanas na semana 16, o estado estável é alcançado aproximadamente 16 semanas após a mudança. As medianas (2,5° e 97,5° percentil) de pico de concentrações plasmáticas de vale são de 30 (14 -60) μg/mL e 5 (1-16) μg/mL respectivamente.
Distribuição
Com base em análises farmacocinéticas populacionais, a mediana (coeficiente de variação %) de volume de distribuição (V/F) no estado estável foi de 11,2 (30,5%) L em pacientes com psoríase em placas.
Biotransformação
Bimequizumabe é um anticorpo monoclonal e espera-se que seja degradado em peptídeos pequenos e aminoácidos por meio de vias catabólicas da mesma forma que imunoglobulinas endógenas.
Eliminação
Com base em análises farmacocinéticas populacionais, a mediana (% coeficiente de variação) de remoção aparente (CL/F) de bimequizumabe foi de 0,337 L/dia (32,7%) e a média de meia-vida de eliminação terminal de bimequizumabe foi de 23 dias em estudos clínicos em pacientes com psoríase em placas.
Linearidade/não linearidade
Bimequizumabe exibiu farmacocinética proporcional à dose em pacientes com psoríase em placas por uma faixa de doses de 64 mg a 480 mg após múltiplas administrações subcutâneas, com remoção aparente (CL/F) sendo independente de dose.
Relação Farmacocinética/Farmacodinâmica
Um modelo de farmacocinética/farmacodinâmica populacional foi desenvolvido utilizando todos os dados disponíveissobre pacientes com psoríase em placas moderada a grave. A análise mostrou que concentrações maiores de bimequizumabe estão relacionadas a uma resposta melhor de Índice de Gravidade e Área de Psoríase (PASI) e Avaliação Global do Investigador (IGA). Uma dose de 320 mg a cada 4 semanas demonstrou ser uma dose apropriada para o período de tratamento inicial e 320 mg a cada 8 semanas posteriormente é apropriado para o período de manutenção para a maioria dos pacientes com psoríase em placas moderada a grave.
Populações especiais
Peso corporal
A modelagem farmacocinética populacional indicou que a exposição diminuiu com o aumento do peso corporal. A concentração plasmática média em pacientes adultos pesando ≥120 kg após uma injeção subcutânea de 320 mg foi prevista como sendo pelo menos 30% menor em pacientes adultos pesando 90 kg. Um ajuste de dose pode ser apropriado em alguns pacientes.
Idosos
Com base na análise farmacocinética populacional com um número limitado de pacientes idosos (n=110 para idade ≥ 65 anos e n= 14 para idade ≥ 75 anos), a remoção aparente (CL/F) em pacientes idosos e pacientes com menos de 65 anos de idade foi similar. Nenhum ajuste de dose é necessário.
Insuficiência renal ou hepática
Nenhum estudo específico foi realizado para determinar o efeito de insuficiência renal ou hepática na farmacocinética de bimequizumabe. Espera-se que a eliminação renal de bimequizumabe intacto, um anticorpo monoclonal IgG, seja baixa e de importância menor. De forma similar, IgGs são eliminadas principalmente por meio de catabolismo intracelular e não se espera que o prejuízo hepático influencie a remoção de bimequizumabe. Com base em análises farmacocinéticas populacionais, marcadores de funcionamento hepático (ALT/bilirrubina) não tiveram qualquer impacto na remoção de bimequizumabe em pacientes com psoríase em placas.
Raça
Nenhuma diferença clinicamente significativa em exposição a bimequizumabe foi observada em indivíduos japoneses comparado a indivíduos caucasianos em um estudo clínico farmacocinético. Nenhum ajuste de dose é necessário.
Gênero
A modelagem de farmacocinética populacional indicou que mulheres podem ter remoção aparente (CL/F) 10% mais rápida comparado a homens e isso não é clinicamente significativo. Nenhum ajuste de dose é necessário.
Dados de segurança pré-clínicos
Dados não clínicos não revelaram qualquer perigo especial para humanos com base em testes de reatividade cruzando tecidos, estudos de toxicidade de dose repetida (incluindo desfechos de farmacologia de segurança e avaliação de desfechos relacionados a fertilidade) e avaliação de desenvolvimento pré e pós-natal em macacos cynomolgus.
Em macacos cynomolgus, efeitos relacionados a bimequizumabe foram limitados a alterações mucocutâneas consistentes com modulação farmacológica de microflora comensal.
Nenhum estudo de mutagenicidade ou carcinogenicidade foram realizados com bimequizumabe. Entretanto, não se espera que anticorpos monoclonais danifiquem DNA ou cromossomos. Em um estudo de toxicologia crônica de 26 semanas em macacos cynomolgus, nenhuma lesão neoplástica ou pré-neoplástica foi observada em uma dose resultando em 109 vezes a exposição humana de 320 mg a cada 4 semanas.
Em um estudo de desenvolvimento peri e pós-natal, bimequizumabe não demonstrou qualquer efeito em gestação, parto, sobrevida do bebê, desenvolvimento fetal e pós-natal quando administrado por meio de organogênese até o parto em uma dose resultando em 27 vezes a exposição humana de 320 mg a cada 4 semanas com base em AUC. No nascimento, concentrações séricas de bimequizumabe em macacos recém-nascidos foram comparáveis àqueles das mães.
Doenças relacionadas
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 7 de Maio de 2024.