Bula do Calcijex
Princípio Ativo: Calcitriol
Classe Terapêutica: Vitamina D Pura
Calcijex, para o que é indicado e para o que serve?
Calcijex® (calcitriol) é destinado ao tratamento da hipocalcemia (baixa concentração de cálcio no sangue) em pacientes submetidos à diálise renal crônica, para reduzir significativamente os níveis elevados de paratormônio (PTH, hormônio secretado pela glândula paratireoide, cuja função principal é de regular o teor de cálcio no sangue), resultando em melhora da osteodistrofia renal (doença óssea decorrente da incapacidade dos rins de manter níveis adequados de cálcio e de fósforo no sangue).
Como o Calcijex funciona?
O calcitriol é a forma ativa da vitamina D3 (colecalciferol). O suprimento natural de vitamina D no homem depende principalmente da luz ultravioleta, para conversão em vitamina D3 na pele. O calcitriol é a forma mais ativa de vitamina D3 conhecida na estimulação do transporte intestinal de cálcio. Em estudos, calcitriol demonstrou estimular a absorção de cálcio intestinal. No esqueleto, o calcitriol, em conjunto com o paratormônio (PTH), estimula a reabsorção de cálcio; nos rins, o calcitriol aumenta a reabsorção tubular de cálcio. A ação de uma dose de calcitriol injetável dura de 03 a 05 dias.
Como a dose de calcitriol injetável depende da necessidade de cada paciente, o tempo médio estimado para o início da ação terapêutica de Calcijex® (calcitriol) pode variar de acordo com as características específicas de cada paciente. Estudos sugerem que a eficácia significativa ocorre após três semanas do início do tratamento.
Quais as contraindicações do Calcijex?
Calcijex® (calcitriol) não deve ser utilizado em pacientes com hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue) ou evidência de toxicidade por vitamina D. Este medicamento não deve ser utilizado por pacientes com história prévia de hipersensibilidade (alergia) ao calcitriol ou a qualquer componente da fórmula.
Como usar o Calcijex?
Calcijex® (calcitriol) deve ser administrado sob a supervisão de profissionais qualificados e por via intravenosa.
A dose ótima de Calcijex® (calcitriol) deve ser cuidadosamente determinada para cada paciente. A efetividade da terapêutica com Calcijex® (calcitriol) está baseada na suposição de que cada paciente esteja recebendo uma ingestão diária de cálcio adequada e apropriada. Para assegurar que cada paciente receba uma ingestão diária adequada, o médico deve prescrever suplementação de cálcio ou instruir o paciente quanto às dietas apropriadas.
A dose inicial recomendada de Calcijex® (calcitriol), dependendo da gravidade da hipocalcemia (baixa concentração de cálcio no sangue) e/ou do hiperparatireoidismo secundário (atividade aumentada da glândula paratireoide), é 1,0 mcg (0,02 mcg/kg), ou seja, 1 ampola, a 2 mcg (2 ampolas) administrados três vezes por semana, aproximadamente em dias alternados. Doses tão baixas como 0,5 mcg e tão altas como 4,0 mcg (4 ampolas), três vezes por semana, têm sido usadas como dose inicial.
Calcijex® (calcitriol) pode ser administrado através de uma dose intravenosa em bolus. Se não for observada uma resposta satisfatória nos parâmetros bioquímicos e nas manifestações clínicas da doença, a dose pode ser aumentada pelo médico em 0,5 a 1,0 mcg, a intervalos de duas a quatro semanas. Aumentos de dose de 0,25 a 2,0 mcg têm sido usados e doses máximas de até 8 mcg (8 ampolas) três vezes por semana têm sido relatadas.
Durante esse período de ajuste de dose, os níveis sanguíneos de cálcio e fósforo devem ser obtidos pelo menos duas vezes por semana e, caso seja observada hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue) ou um produto cálcio x fosfato sanguíneos maior que 70, o medicamento deverá ser imediatamente descontinuado, até que os níveis sanguíneos destes parâmetros retornem aos níveis da normalidade. A administração de calcitriol deve, então, ser reiniciada com uma dose mais baixa.
Em resposta à terapia, à medida que os níveis de PTH vão diminuindo, pode haver a necessidade de redução da dose. Dessa forma, aumentos de dose devem ser individualizados e proporcionais aos níveis de PTH, níveis sanguíneos de cálcio e fósforo.
A tabela abaixo é uma abordagem sugerida no ajuste de dose:
Níveis de PTH |
Dose de Calcitriol |
Mantidos ou aumentados |
Aumentar |
Diminuição < 30% |
Aumentar |
Diminuição > 30% e < 60% |
Manter |
Diminuição > 60% |
Diminuir |
Uma e meia a três vezes a taxa normal |
Manter |
Produtos de uso injetável devem ser inspecionados visualmente quanto à existência de partículas e alteração de cor, antes de sua administração, sempre que a solução e o recipiente permitirem. Desprezar a porção não utilizada.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
O que devo fazer quando me esquecer de usar o Calcijex?
Calcijex® (calcitriol) deve ser usado sob a orientação e supervisão de um médico. A administração deste medicamento deve ser feita somente por pessoa experiente na aplicação de forma injetável de medicamentos. Em caso de dúvidas ou esquecimento, entre em contato com o seu médico.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Quais cuidados devo ter ao usar o Calcijex?
Como o calcitriol é o mais potente metabólito da vitamina D disponível, outras medicações contendo vitamina D e seus metabólitos devem ser suspensas durante o tratamento, para evitar possíveis efeitos aditivos e hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue). Um quelante de fósforo sem alumínio deve ser usado para controlar os níveis sanguíneos de fósforo nos pacientes submetidos à diálise. O excesso de qualquer forma de vitamina D é perigoso. Hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue) progressiva, devida à superdosagem de vitamina D e de seus metabólitos, pode ser tão grave a ponto de requerer cuidados especiais de emergência. Hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue) crônica pode levar à calcificação vascular generalizada, nefrocalcinose (depósito de cálcio nos túbulos renais) e outras calcificações em tecidos moles. Não se deve permitir que o produto da multiplicação do cálcio pelo fosfato sérico (Ca x P) exceda a 70 mg2 /dL2. Uma avaliação radiográfica das regiões anatômicas suspeitas pode ser útil na detecção precoce desta condição pelo médico.
Gerais
Dosagem excessiva de calcitriol induz hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue) e, em alguns casos, hipercalciúria (excesso de cálcio na urina); portanto, no início do tratamento e durante o ajuste de dose, os níveis sanguíneos de cálcio e fósforo devem ser determinados, pelo menos, duas vezes por semana. Caso haja desenvolvimento de hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue), o medicamento deve ser descontinuado imediatamente pelo médico. Doença óssea adinâmica (formação insuficiente dos ossos) pode desenvolver-se se os níveis de PTH forem excessivamente suprimidos. Se os níveis de PTH caírem abaixo da normalidade, em pacientes tratados com calcitriol, a dose deste deve ser reduzida pelo médico, ou a terapia descontinuada. A descontinuação da terapia com calcitriol pode resultar em efeito de rebote; portanto, o ajuste de dose, aos poucos, até uma dose de manutenção, é recomendado. Calcijex® (calcitriol) deve ser administrado com cautela em pacientes digitalizados (que fazem uso de medicamentos digitálicos, como digoxina e digitoxina), uma vez que a hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue), em tais pacientes, pode precipitar arritmias cardíacas.
O paciente e seus familiares devem ser informados a respeito da importância do cumprimento às instruções sobre dieta e suplementação de cálcio, bem como evitar o uso de medicamentos sem a devida prescrição médica, incluindo antiácidos contendo magnésio. Os pacientes devem ser também minuciosamente informados sobre os sintomas da hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue).
Exames laboratoriais
Níveis sanguíneos de cálcio, fósforo, magnésio e fosfatase alcalina, assim como cálcio e fósforo urinários de 24 horas devem ser determinados periodicamente. Durante a fase inicial da medicação, o cálcio e o fósforo sanguíneos devem ser determinados com mais frequência (duas vezes por semana).
Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Calcijex?
Reações de hipersensibilidade têm sido relatadas em estudos clínicos.
Casos raros de anafilaxia (reação alérgica forte) no uso pós-comercialização têm sido reportados.
Observou-se hiperemia (aumento do volume de sangue em um determinado local do organismo) no local de aplicação e ocasionalmente, dor leve à injeção. As reações adversas de Calcijex® (calcitriol) são, em geral, similares àquelas encontradas com excessiva ingestão de vitamina D.
Os sinais e sintomas precoces e tardios de intoxicação por vitamina D, associados à hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue) e com frequência desconhecida incluem:
-
Precoces: astenia (fraqueza), cefaleia (dor de cabeça), sonolência, náusea, vômito, secura na boca, constipação (prisão de ventre), mialgia (dor muscular), dor óssea, disgeusia (distorção do senso do paladar), anorexia (falta de apetite), dor abdominal e dispepsia (desconforto abdominal). A frequência das reações adversas relatadas para calcitrol durante estudos estão listados abaixo.
- Tardias: poliúria (aumento do volume de urina), polidipsia (sede excessiva), falta de apetite, perda de peso, noctúria (urina noturna), depósitos de cálcio nas conjuntivas, pancreatite (inflamação do pâncreas), fotofobia (sensação de sensibilidade ou aversão a qualquer tipo de luz), rinorreia (corrimento nasal), prurido (coceira), hipertermia (temperatura do corpo elevada), diminuição da libido (diminuição do desejo sexual), elevação da ureia sanguínea, albuminúria (perda de albumina na urina), hipercolesterolemia (nível alto de colesterol no sangue), elevação da aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase, calcinose (calcificação de tecidos moles), hipertensão (pressão alta), arritmias cardíacas, fraqueza muscular, parestesia (distúrbios sensoriais), desidratação, apatia (ausência de emoção), infecções do trato urinário e, raramente, psicose manifesta (alteração psiquiátrica, do comportamento). A frequência das reações adversas relatadas para calcitrol durante estudos estão listados abaixo.
Os seguintes agrupamentos por frequência de reação adversa foram utilizados:
- Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento);
- Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento);
- Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento);
- Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento);
- Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento);
- Frequência desconhecida (não foi possível estimar através dos dados disponíveis).
Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento)
- Alterações no sistema nervoso: cefaleia (dor de cabeça).
- Alterações gerais e condições do local da administração: dor.
Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento)
- Infecções e infestações: infecção no trato urinário.
- Alterações no sistema imune: hipersensibilidade*.
- Alterações no metabolismo e nutrição: falta de apetite, desidratação.
- Alterações do sistema nervoso: sonolência, parestesia (distúrbios sensoriais).
- Alterações vasculares: hipertensão (pressão alta).
- Alterações gastrointestinais: náusea, vômito, secura na boca, constipação (prisão de ventre), dor abdominal, dispepsia (desconforto abdominal).
- Alterações de pele e tecidos subcutâneos: prurido (coceira).
- Alterações musculoesqueléticas e do tecido conectivo: mialgia (dor muscular).
- Alterações gerais e condições do local da administração: dor no local de injeção, astenia (fraqueza).
*Reações de anafilaxia não têm sido observadas em estudos clínicos.
Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento)
- Alterações no sistema nervoso: disgeusia (distorção do senso do paladar).
- Alterações respiratórias, torácicas e do mediastino: rinorreia (corrimento nasal).
- Alterações gastrointestinais: pancreatite (inflamação do pâncreas).
- Alterações musculoesqueléticas e do tecido conectivo: dor óssea, fraqueza muscular.
- Alterações gerais e condições do local da administração: reação no local de injeção, calcinose (calcificação de tecidos moles).
- Investigação: perda de peso, elevação da aspartato aminotransferase.
Reação de frequência desconhecida
- Alterações no metabolismo e nutrição: polidipsia (sede excessiva), hipercolesterolemia (nível alto de colesterol no sangue).
- Alterações psiquiátricas: diminuição da libido (diminuição do desejo sexual), apatia (ausência de emoção), psicose (alteração psiquiátrica, do comportamento).
- Alterações visuais: depósitos de cálcio nas conjuntivas, fotofobia (sensação de sensibilidade ou aversão a qualquer tipo de luz).
- Alterações cardíacas: arritmia cardíaca (alteração da frequência cardíaca).
- Alterações renais e urinárias: poliúria (aumento do volume de urina), noctúria (urina noturna), albuminúria (perda de albumina na urina).
- Alterações gerais e condições do local da administração: hipertermia (temperatura do corpo elevada).
- Investigações: elevação da ureia sanguínea, elevação da alanina aminotransferase.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.
População Especial do Calcijex
Uso na gravidez
Não há estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. Calcijex® (calcitriol) somente deve ser usado durante a gestação se os potenciais benefícios justificarem o risco potencial para o feto.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Uso na lactação
Não se sabe se este medicamento é excretado no leite humano. Devido ao fato de que muitos medicamentos são excretados no leite humano e pelo potencial do calcitriol para reações adversas graves em crianças na fase de amamentação, o médico deve tomar uma decisão entre descontinuar a amamentação ou descontinuar Calcijex® (calcitriol), levando-se em consideração a importância do medicamento para a mãe.
Uso pediátrico
Os dados do uso de calcitriol em crianças são limitados. A segurança e a eficácia de Calcijex® (calcitriol) em crianças não foram estabelecidas.
Uso em idosos
Em geral, a determinação da dose para um paciente idoso deve ser cautelosa, geralmente iniciando-se com a menor dose eficaz do medicamento, devido à alta frequência das funções hepática (do fígado), renal (dos rins) ou cardíaca (do coração) diminuídas e de doenças ou outra terapia medicamentosa concomitante.
Apresentações do Calcijex
Solução injetável de 1 mcg/mL
Embalagem com 3 ampolas de 1 mL cada.
Via intravenosa.
Uso adulto.
Qual a composição do Calcijex?
Cada mL de solução injetável contém:
1 mcg de calcitriol.
Excipientes: polissorbato 20, cloreto de sódio, ascorbato de sódio, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico monoidratado, edetato dissódico di-hidratado e água para injetáveis.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Calcijex maior do que a recomendada?
A administração de Calcijex® (calcitriol) em quantidades excessivas em relação às necessidades do paciente pode produzir hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue), hipercalciúria (excesso de cálcio na urina) e hiperfosfatemia (nível elevado de fosfato no sangue). A ingestão elevada de cálcio e fosfato, em combinação ao uso de Calcijex® (calcitriol), pode ocasionar anormalidades similares.
Tratamento da hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue) e superdosagem em pacientes sob hemodiálise
O tratamento geral da hipercalcemia (maior que 1 mg/dL acima do limite superior da normalidade) consiste da descontinuação imediata da terapêutica com Calcijex® (calcitriol), instituição de uma dieta pobre em cálcio e retirada dos suplementos de cálcio. Os níveis sanguíneos de cálcio devem ser determinados diariamente até que se observe o retorno a normocalcemia.
A hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue) geralmente regride em dois a sete dias. Quando os níveis sanguíneos de cálcio tiverem retornado aos limites da normalidade, a terapêutica com Calcijex® (calcitriol) pode ser reinstituída com uma dose 0,5 mcg menor que na terapêutica anterior. Os níveis sanguíneos de cálcio devem ser obtidos pelo menos duas vezes por semana, durante o ajuste da dosagem.
Tratamento da superdosagem acidental de calcitriol injetável
O tratamento da superdosagem acidental aguda de Calcijex® (calcitriol) deve consistir de medidas gerais de suporte. Determinações seriadas de eletrólitos (especialmente cálcio), taxa de excreção urinária de cálcio e avaliação das anormalidades eletrocardiográficas causadas pela hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue) devem ser obtidas. Tal monitoração é crítica em pacientes recebendo digitálicos.
Descontinuação de suplementos de cálcio e dieta pobre em cálcio estão também indicadas em superdosagem acidental. Se ocorrerem níveis sanguíneos de cálcio persistentemente acentuados, existe uma variedade de alternativas terapêuticas que podem ser consideradas, dependendo das condições subjacentes dos pacientes.
Medidas de manejo temporário relatadas em literatura incluem:
Diurese salina forçada, hemodiálise contra uma solução dialisadora desprovida de cálcio e o uso de medicações como bisfosfonatos, mitramicina, calcitonina, glicocorticóides e nitrato de gálio.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Calcijex com outros remédios?
Antiácidos contendo magnésio não devem ser usados em combinação a Calcijex® (calcitriol), pois tal uso pode levar ao desenvolvimento de hipermagnesemia (alta concentração de magnésio no sangue).
O tratamento combinado com diuréticos tiazídicos e doses farmacológicas de análogos da vitamina D em pacientes com hipoparatiroidismo (atividade reduzida da glândula paratireoide) pode resultar em hipercalcemia (alta concentração de cálcio no sangue), a qual pode ser transitória e auto-limitada, ou pode requerer a interrupção da administração dos análogos da vitamina D.
O uso combinado de análogos da vitamina D e glicosídeos cardíacos pode resultar em arritmias cardíacas.
Os efeitos da vitamina D podem ser reduzidos em pacientes sob terapia com barbituratos ou anticonvulsivantes.
Corticosteroides antagonizam os efeitos dos análogos da vitamina D.
Informe ao seu médico ou cirurgião dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Qual a ação da substância do Calcijex?
Resultados de Eficácia
Em um estudo prospectivo, 9 pacientes com doença renal crônica em tratamento de hemodiálise regular e diagnóstico de doença óssea ocasionada por hiperparatireoidismo secundário foram submetidos a tratamento com Calcitriol IV, 3 vezes por semana, ao longo de 8 meses. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de um tratamento de longa duração com pulsos de Calcitriol IV sobre a doença óssea causada pelo hiperparatireoidismo secundário, e sobre a massa funcional das glândulas paratireóides. As concentrações plasmáticas de paratormônio intacto (PTHi), proteína GLA óssea (GLAo) e da isoenzima óssea da fosfatase alcalina (FAio) foram dosadas no decorrer do estudo. Foram feitas biópsias transilíacas antes e depois do início do tratamento. Foram realizados mapeamentos cintilográficos duplos do pescoço com TI201-Tc99 antes, durante e oito meses depois do início do tratamento. Todos os pacientes, com exceção de um que posteriormente respondeu a doses de Calcitriol mais altas que as planejadas, apresentaram reduções significativas do PTHi (F =76; P < 0,0001; ANOVA). O valor pré-tratamento médio de PTH, que era de 966±160 pg/mL, diminuiu significativamente na primeira semana (T =2,4; P < 0,04) e tinha caído em média 80% na 35ª semana.
A concentração de cálcio plasmático ionizado era de 1,19±0,01 mmol/litro, elevando-se significativamente (F =13,5; P < 0,0001) na 14ª semana até picos máximos de concentração, com uma média de 1,34±0,02 mmol/litro. As alterações de FAio foram paralelas às de PTH-i, ao passo que a GLAo tendeu a aumentar imediatamente após o início do tratamento e diminuir significativamente a partir de então (T =3,2; P < 0,01). A taxa de formação óssea foi medida em seis dos nove pacientes e foi descoberta como sendo reduzida em todos os indivíduos que tinham apresentado diminuições significativas de PTH. A mediana da intensidade de captação do TI201 antes do tratamento pontuou em 7,8 (variação de 4 a 9,2) unidades visuais arbitrárias e diminuiu de modo significativo (P < 0,001; teste de Wilcoxon) para 0,4 (0 a 8,25) após oito meses de tratamento com Calcitriol, sugerindo que tenham ocorrido reduções significativas da massa das glândulas paratireóides. Logo, este estudo demonstra que o tratamento de longa duração com Calcitriol IV em pulsos é capaz de diminuir de forma consistente o PTHi circulante e também reduzir a massa funcional das suas glândulas paratireóides, com elevação significativa dos níveis de cálcio sérico.
Em outro estudo prospectivo, foram avaliados os efeitos a longo prazo do Calcitriol intravenoso em pacientes com diagnóstico de hiperparatireoidismo secundário a doença renal crônica, em tratamento regular com hemodiálise. No total foram avaliados 17 pacientes por um período de 25,7 ± 3,4 meses. O Calcitriol foi administrado três vezes por semana após a diálise. Subsequentemente, foram feitas alterações a cada 3 - 4 semanas com base em dosagens bioquímicas séricas. Cálcio total e fósforo inorgânico foram medidos semanalmente; fosfatase alcalina (FA) e PTH-IRMA foram medidos mensalmente. O fosfato inorgânico foi controlado por meio de quelantes à base de cálcio. Com o tratamento com Calcitriol, tanto o PTH-IRMA como a FA diminuíram de 876 ± 113 para 65 ±13 pg/mL (p ≤ 0,001) e de 432 ±106 para 103 ±15 U/mL (p ≤ 0,001), respectivamente. Cada paciente apresentou uma redução de PTH-IRMA e FA.
Os níveis mínimos de PTH-IRMA ocorreram com 55,4 ±7,3 semanas. A dose máxima e a média das doses máximas foram 8,0 e 4,1 ±0,4 mcg, três vezes por semana, respectivamente. Houve tendência de ocorrer hipercalcemia naqueles pacientes que eram hipercalcêmicos antes do início do tratamento com Calcitriol intravenoso. Todos os episódios de hipercalcemia foram assintomáticos e revertidos com a retirada temporária ou redução da dose de Calcitriol. Desenvolveu-se hiperfosfatemia naqueles pacientes com história de fosfato sérico elevado estando relacionado principalmente com a não aderência à dieta ou à medicação. O Calcitriol intravenoso foi uniformemente eficaz e seguro para o tratamento de longa duração de hiperparatireoidismo secundário grave na doença renal crônica em estágio final. É necessária uma atenção cuidadosa no controle do fosfato sérico.
Referências Bibliográficas
1-Cannella G, Bonucci E, Rolla D, Ballanti P, Moriero E, De Grandi R, Augeri C, Claudiani F, Di Maio, G. Evidence of Healing of Secondary Hyperparathyroidism in Chronically Hemodialyzed Uremic Patients Treated with Long-tenn Intravenous Calcitriol. Kidney International. 1994;46:1124-1132.
2-Dressler R, Laut J, Lynn RI, Ginsberg N. Long-tenn High Dose Intravenous Calcitriol Therapy in End-stage Renal Disease Patients with Severe Secondary Dialysis Patients With Sever Hyperparathyroidism. Submitted to Am. J. of Kidney Diseases.1995.Hyperparathyroidism. Clinical Nephrology. 1995;43: 324-331.
Características Farmacológicas
Descrição
O Calcitriol é um composto cristalino incolor, solúvel em solventes orgânicos, mas relativamente insolúvel em água, que ocorre naturalmente em humanos. O Calcitriol é designado quimicamente (5Z,7E)-9, 10-secocolesta-5,7,10(19)-trieno-1 alfa, 3 beta, 25-triol e possui a seguinte fórmula molecular: C27H44O3. Outros nomes frequentemente designados para Calcitriol são 1-alfa,25- diidroxicolecalciferol, 1-alfa,25-diidroxivitamina D3, 1,25-DHCC, 1-25(OH)2D3 e 1,25-diOHC.
Farmacologia clínica
O Calcitriol é a forma ativa da vitamina D3 (colecalciferol). O suprimento natural ou endógeno de vitamina D no homem depende principalmente da luz ultravioleta, para conversão do 7-deidrocolesterol em vitamina D3 na pele. A vitamina D3 deve ser metabolicamente ativada no fígado e nos rins, antes de estar plenamente ativa nos seus tecidos alvos. A transformação inicial é catalisada pela enzima vitamina D3-25-hidroxilase presente no fígado, e o produto desta reação é o 25-(OH)D3 (calcifediol). Este último sofre hidroxilação nas mitocôndrias do tecido renal e essa reação é ativada pela 25-hidroxivitamina D3-1-alfa-hidroxilase renal, levando à produção de 1,25-(OH)2 D3 (calcitriol), a forma ativa da vitamina D3.
Os locais conhecidos de ação do Calcitriol são: intestino, ossos, rins e glândulas paratireoides. O Calcitriol é a forma mais ativa de vitamina D3 conhecida na estimulação do transporte intestinal de cálcio. Em ratos agudamente urêmicos, Calcitriol demonstrou estimular a absorção de cálcio intestinal. Nos ossos, o Calcitriol, em conjunto com o paratormônio (PTH), estimula a reabsorção de cálcio; nos rim, Calcitriol aumenta a reabsorção tubular de cálcio. Estudos in vitro e in vivo demonstraram que o Calcitriol suprime diretamente a secreção e síntese do PTH. Um estado de resistência à ação da vitamina D pode existir em pacientes urêmicos, devido à insuficiência do rim em converter adequadamente os precursores no composto ativo, o Calcitriol.
O Calcitriol, quando administrado por injeção intravenosa em bolus, torna-se rapidamente disponível na corrente sanguínea. Sabe-se que os metabólitos da vitamina D são transportados no sangue ligados a proteínas plasmáticas específicas. A atividade farmacológica de uma dose de Calcitriol é de 3 a 5 dias. Duas vias metabólicas foram identificadas para Calcitriol: conversão em 1,24,25-(OH)3D3 e em ácido calcitróico.
Como a dose de Calcitriol depende da necessidade de cada paciente, o tempo médio estimado para o início da ação terapêutica de Calcitriol pode variar de acordo com as características específicas de cada paciente. Estudos sugerem que a eficácia significativa ocorre após três semanas do início do tratamento.
Como devo armazenar o Calcijex?
Conservar em temperatura ambiente (temperatura entre 15 e 30°C). Proteger da luz.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamentos com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas
Calcijex® (calcitriol) apresenta-se como uma solução límpida, incolor a amarela, livre de partículas que sejam visíveis.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Dizeres Legais do Calcijex
M.S.: 1.9860.0005
Farm. Resp.:
Joyce M. C. Camargo
CRF-SP nº 17.077
Fabricado por:
Avara Liscate Pharmaceutical Services S.p.A.
Liscate – Itália.
Importado por:
AbbVie Farmacêutica Ltda.
Av. Guido Caloi, 1935, 1º andar, Bloco C
São Paulo - SP
CNPJ: 15.800.545/0001-50
Venda sob prescrição médica.
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Consulta também a Bula do Calcitriol
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 6 de Dezembro de 2024.
Calcijex 1mcg/mL, caixa contendo 3 ampolas com 1mL de solução de uso intravenoso (embalagem hospitalar)
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