Eclâmpsia: o que é, causas, sintomas e riscos

O que é eclâmpsia?

Essa é uma condição que pode ocorrer durante a gestação ou no pós-parto. Ela está diretamente ligada ao aumento da pressão arterial, e se caracteriza principalmente pela presença de convulsões do tipo tônico-clônicas generalizadas.

Se a paciente chega a esse estado, é necessário um atendimento emergencial, já que sua vida e a do feto estão em risco.

O acompanhamento médico prévio é fundamental para detectar os sinais que indicam a possibilidade de ocorrer a eclâmpsia, permitindo a realização do tratamento adequado e evitando o agravamento do caso.

Pré-eclâmpsia

A pré-eclâmpsia é a doença que ocorre antes da eclâmpsia em si. Ela é perigosa, pois pode causar nascimento prematuro, desprendimento da placenta e danos a órgãos diversos, como os rins, pulmões, coração fígado e o cérebro.

Eclâmpsia no pós-parto

Embora seja um risco da gestação, a eclâmpsia e, consequentemente, a pré-eclâmpsia, podem ocorrer após o parto também.

Os riscos são maiores nos primeiros quatro dias, mas é possível que a condição se manifeste até seis semanas depois do nascimento do bebê.

Pacientes que estão sob este risco devem manter um acompanhamento médico constante, assim como seguir as medidas preventivas indicadas pelos profissionais.

Causas

As causas da eclâmpsia e da pré-eclâmpsia ainda não são conhecidas. Porém, algumas circunstâncias podem colocar a gestante em um dos grupos de risco. Veja alguns exemplos:

• Hipertensão arterial;
• Diabetes (desde antes da gestação ou a partir dela);
• Doenças renais;
• Obesidade;
• Primeira gestação;
• Gestação gemelar;
• Problemas de coagulação;
• Idade abaixo de 17 anos ou acima de 35;
• Ocorrência de pré-eclâmpsia em outras mulheres da família;
• Ocorrência de pré-eclâmpsia em gravidez anterior.

Sintomas

Os principais sintomas de uma eclâmpsia são:

• Convulsão (convulsivas tônico-clônicas generalizadas);
• Sangramento vaginal;
• Coma.

Alterações visuais, dores persistentes de cabeça e de estômago podem ser manifestações que antecedem a eclâmpsia.

Pré-eclâmpsia

Gestantes com pré-eclâmpsia podem apresentar alguns sintomas diferentes, que exigem igual atenção, tais como:

• Retenção de líquidos e inchaço (principalmente nas mãos, em outras extremidades do corpo, no rosto e pescoço);
• Aumento rápido do peso corporal;
• Pontos vermelhos na pele por conta de sangramento;
• Dor de cabeça intensa;
• Confusão mental;
• Dor abdominal.

Estes sinais geralmente podem começar a aparecer a partir da 20ª semana da gravidez ou mesmo nas semanas após o parto.

Riscos

O maior risco da eclâmpsia é o óbito da mãe ou do feto. Essa é uma das principais causas de morte materna.

Entre as complicações mais comuns relacionadas à eclâmpsia e pré-eclâmpsia, também podemos citar:

• Coagulação intravascular;
• Descolamento da placenta;
• Edema pulmonar;
• Síndrome HELLP (hemólise, enzimas hepáticas elevadas, baixa contagem de plaquetas);
• Falência cardiopulmonar;
• Pneumonite por aspiração.

Diagnóstico

A eclâmpsia em si é detectada a partir dos sintomas. A pré-eclâmpsia também é analisada primeiro de acordo com os sintomas.

O diagnóstico é confirmado por meio da medição da pressão arterial, que neste caso é alta, e por exames laboratoriais. Neles, é buscado uma proteína na urina que indica essa condição e sua gravidade.

Faz parte do diagnóstico realizar a avaliação do feto. É importante verificar seus sinais vitais, de crescimento e bem estar. Também pode ser avaliada a saúde da placenta, a quantidade de líquido amniótico, entre outras coisas.

Tratamento

O tratamento de eclâmpsia e pré-eclâmpsia deve ser definido de acordo com o estado da paciente, o tempo gestacional, a gravidade da condição e outros fatores.

Ele pode incluir medidas como:

• Medição constante da pressão arterial;
• Realização de exames frequentemente;
• Uso de medicamentos;
• Internação;
• Repouso;
• Indução do parto ou cesariana.

Medicação

Nos quadros mais graves da doença pré-eclâmpsia, o médico pode prescrever um anti-hipertensivo. Após avaliação médica, serão analisados ​​se os benefícios do remédio superam os riscos. Um exemplo de anti-hipertensivo que pode ser escolhido é a Metildopa.

Outra opção de medicamento para reduzir a pressão arterial é a Hidralazina, um vasodilatador. Ela é comumente usada no terceiro trimestre de gravidez quando não há outra alternativa mais segura ou quando a hipertensão traz sérios riscos para a mãe e para o bebê.

Na eclâmpsia, onde podem ocorrer convulsões, medicamentos que atuam no sistema nervoso central são administrados. O Cloridrato de Clorpromazina é utilizado para estabilizar o sistema nervoso central e periférico, além de causar depressão do SNC, resultando no controle de vários tipos de excitação cerebral.

Preocupações comuns

Abaixo estão mais algumas perguntas a respeito dessa condição e as respostas para cada uma delas.

O que fazer para evitar a eclâmpsia na gravidez?

Realizar o pré-natal, com as devidas consultas médicas e exames é fundamental para reduzir as chances de surgirem complicações na gestação, tais como a eclâmpsia e a pré-eclâmpsia.

É importante informar o(a) médico(a) sobre qualquer sintoma relacionado. O inchaço e aumento de peso repentinos, por exemplo, são manifestações que não podem ser ignoradas.

Qual é a complicação mais grave da eclâmpsia?

Além de sérios problemas fetais e do comprometimento do cérebro e dos órgãos da mulher, o principal risco da eclâmpsia é a morte de ambos. Ela é uma condição muito séria que exige intervenção médica imediata.

Quem teve eclâmpsia na primeira gravidez pode ter na segunda?

Mulheres que tiveram eclâmpsia ou pré-eclâmpsia em uma gestação estão no grupo de risco de ter novamente em uma próxima. É fundamental que a equipe médica saiba desse histórico e que o acompanhamento seja feito com mais atenção.

Referências

• Pré-eclâmpsia/Eclâmpsia — Biblioteca Virtual em Saúde MS;
• Pré-eclâmpsia e eclâmpsia — Manual MSD - Versão Saúde para a Família.