Bula do Silimarina + Racemetionina
Princípio Ativo: Silimarina + Racemetionina
Silimarina + Racemetionina, para o que é indicado e para o que serve?
Silimarina + Racemetionina está indicado para prevenção e tratamento das agressões tóxicas, metabólicas e infecciosas ao hepatócito. Também está indicado, nas situações que provocam sobrecarga da função hepática, tais como dietas ricas em gordura, ingestão de álcool e medicamentos.
Quais as contraindicações do Silimarina + Racemetionina?
Silimarina + Racemetionina é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula ou a outras espécies da Família Asteraceae.
Renais crônicos
A sobrecarga de racemetionina pode promover alterações no metabolismo do nitrogênio. Portanto, Silimarina + Racemetionina é contraindicado para pacientes portadores de insuficiência renal crônica.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes portadores de insuficiência renal crônica.
Crianças
Não foram realizados estudos específicos com crianças, para o estabelecimento da segurança do uso de Silimarina + Racemetionina por este grupo. Portanto, Silimarina + Racemetionina é contraindicado para crianças.
Este medicamento é contraindicado para uso por crianças.
Como usar o Silimarina + Racemetionina?
Drágea
A dose de Silimarina + Racemetionina deve ser ajustada individualmente por paciente. As doses recomendadas devem ser interpretadas como uma diretriz inicial.
Adultos
A dose média recomendada é de 2 drágeas, três vezes ao dia, por 30 dias. Nos casos mais severos, poderão ser usadas doses de 12 drágeas por dia, divididas em 3 tomadas.
Crianças
Este produto é contraindicado para crianças.
Insuficiência Renal
Este produto é contraindicado para pacientes portadores de insuficiência renal crônica.
Idosos
Não há advertências ou recomendações especiais, sobre o uso do produto por pacientes idosos.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Comprimido
Os comprimidos de Silimarina + Racemetionina devem ser ingeridos com um pouco de água ou outro líquido na dose e horários recomendados pelo médico. O intervalo entre as duas doses diárias deve ser de 8-12 horas.
Dosagem
A dose de Silimarina + Racemetionina deve ser ajustada individualmente. As doses aqui recomendadas servem como uma orientação inicial, mas poderão ser modificadas pelo médico, de acordo com a necessidade do paciente.
Adultos
A dose média recomendada é de 1 a 2 comprimidos duas vezes ao dia, por 30 dias. A dose máxima diária não deve exceder a 6 comprimidos.
Crianças
Este medicamento é contraindicado para crianças.
Idosos
Não há advertências ou recomendações especiais, sobre o uso do produto por pessoas idosas.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Silimarina + Racemetionina?
De modo geral, Silimarina + Racemetionina é bem tolerado e as raras reações adversas observadas com o uso da Silimarina + Racemetionina não foram de relevância clínica e apresentaram remissão com a descontinuação do tratamento.
Por ordem de incidência foram:
Reação comum (> 1/1.000 e < 1/100)
Náuseas, vômitos e diarréia.
Reação incomum (> 1/1.000 e < 1/100)
Cefaléia, dispepsia / plenitude gástrica, cólica abdominal e reações cutâneas de hipersensibilidade (eritema / urticária, prurido).
Reação rara (> 1/10.000 e < 1.000)
Vertigem e alteração dos níveis pressóricos (hipotensão ou hipertensão).
Reação muito rara (< 1/10.000)
Anafilaxia.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificação de Eventos Adversos a Medicamentos - VIGIMED, disponível em http://portal.anvisa.gov.br/vigimed, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Silimarina + Racemetionina maior do que a recomendada?
Drágea
Até o momento, não existem relatos de casos de superdosagem com o uso de Silimarina + Racemetionina. Entretanto, é provável que os sintomas incluam náuseas, vômitos, diarréia e dor epigástrica / abdominal. Possivelmente, lavagem gástrica, reposição hidreletrolítica e sintomáticos sejam benéficos. Monitorar pH sanguíneo.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Comprimido
Até o momento, não existem relatos de casos de uso de uma quantidade maior deste medicamento do que a indicada. Entretanto, na eventualidade de uma superdose, o paciente poderá apesentar náusea, vômito, diarreia, dor abdominal, irritabilidade ou sonolência.
Até a obtenção de socorro médico, as seguintes medidas de urgência devem ser tomadas:
- Não provocar vômito, lavar e enxaguar a boca do paciente para retirar qualquer resto de vômito e administrar 5 ml por kg de peso corporal (até 200 ml) de água para diluição do que já foi engolido.
Se o paciente ainda estiver vomitando, ponha-o sentado, com o tronco e a cabeça inclinados para frente ou, se ele não estiver totalmente consciente, coloque-o deitado de lado (lado esquerdo), com a cabeça mais baixa que o resto do corpo, se possível, para manter a via aérea aberta e prevenir aspiração do vômito para o pulmão. Mantenha-o quieto.
O tratamento básico consiste em manter uma via aérea patente (orofaríngea ou nasofaríngea), se necessário.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Silimarina + Racemetionina com outros remédios?
Drágea
Foi demonstrado que a silimarina pode inibir algumas enzimas do citocromo P450 (CYP), em camundongos, e algumas enzimas CYP de microssomos hepáticos humanos, in vitro.
Portanto, uma possível interação da silimarina com drogas metabolizadas pelas CYP3A4 e CYP2C9 deve ser considerada.
A racemetionina pode reduzir a ação farmacológica da levodopa.
A racemetionina pode promover redução do pH urinário e, também, resultado falso-positivo na pesquisa de cetonúria.
A farmacocinética de Silimarina + Racemetionina não se modifica na presença de alimentos e, até o momento, não foram descritos casos de interação com estes.
Comprimido
Foi demonstrado que a silimarina pode inibir algumas enzimas do citocromo P450 (CYP), em camundongos, e algumas enzimas CYP de microssomos hepáticos humanos, in vitro.
Portanto, deve ser considerada a possibilidade de interação da silimarina com drogas metabolizadas pelas CYP3A4 e CYP2C9.
A metionina e a silimarina podem reduzir o efeito da levodopa, principalmente em doses altas. A metionina pode, também, alterar o efeito de outros medicamentos, como a losartana potássica, varfarina sódica, fenitoína e celecoxibe. Se o paciente estiver tomando um desses medicamentos talvez haja necessidade de ajustar a doses deles.
A metionina pode diminuir o pH urinário e também levar a um resultado falso-positivo na pesquisa de acetonúria.
A farmacocinética da silimarina ou da metionina não se modifica na presença de alimentos. Até o momento, não foram descritos casos de interação com alimentos.
Quais cuidados devo ter ao usar o Silimarina + Racemetionina?
Drágea / Comprimido
Uso durante a gravidez e lactação
Embora seja citado na literatura o uso da silimarina por gestantes, não foram realizados estudos específicos com gestantes e lactantes para o estabelecimento da segurança do uso da silimarina por estes grupos e não há informações sobre sua excreção no leite materno.
Portanto, Silimarina + Racemetionina só deve ser administrado a gestantes e lactantes em situações nas quais os benefícios superem os riscos e sob supervisão médica.
Categoria de Risco na Gravidez: C.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Idosos
Não há advertências ou recomendações especiais, sobre o uso do produto por pacientes idosos.
Insuficiência hepática severa
A sobrecarga de racemetionina pode promover alterações no metabolismo do nitrogênio. Portanto, Silimarina + Racemetionina deve ser administrado com cautela e consideração do risco/benefício, a pacientes apresentando insuficiência hepática severa.
Alteração na capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas
Silimarina + Racemetionina não afeta a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas.
Exclusivo Drágea
Gerais
Não há advertências ou recomendações especiais para o uso de Silimarina + Racemetionina na posologia preconizada. Entretanto, em função da farmacodinâmica da racemetionina, nos tratamentos de longo prazo ou com posologias muito superiores, Silimarina + Racemetionina deve ser administrado com cautela e consideração do risco/benefício à pacientes apresentando acidose metabólica, pois a racemetionina atua como acidificante; hiperhomocisteinemia, pois doses de racemetionina que excedam 1 g/dia podem promover aumento da homocisteína sérica, ou que se encontrem em dieta hipoprotéica rigorosa, pois, nesta situação, a racemetionina pode promover depleção da glicina.
Atenção: Este medicamento contém açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em portadores de diabetes.
Exclusivo Comprimido
Em função da farmacodinâmica da metionina, em tratamentos prolongados ou com posologias muito superiores às recomendadas, Silimarina + Racemetionina deve ser administrado com cautela, considerando o risco/beneficio, a pacientes com:
- Acidose metabólica, pois a metionina pode exacerbar a acidose metabólica;
- Hiper-homocisteinemia, pois doses de metionina que excedam 1g/dia podem causar aumento da homocisteína sérica;
- História de insuficiência hepática e com grave insuficiência hepática, pois a metionina, para outros usos que não sejam de emergência, pode agravar a toxemia hepática;
- Dieta lipoproteica rigorosa, pois, nesta situação, a metionina pode promover depleção da glicina.
Categoria de Risco na Gravidez: C (os estudos em animais revelaram risco, mas não existem estudos disponíveis realizados em mulheres grávidas).
Qual a ação da substância do Silimarina + Racemetionina?
Resultados de Eficácia
Drágea
Em seis estudos clínicos placebo-controlado (n = 50 a 170), pacientes apresentando hepatite / cirrose álcool induzida receberam, pela via oral, 280 – 480 mg de silimarina/dia, por períodos que variaram de 6 meses a 4 anos. Nesses estudos, foi observada redução da bilirrubina total, das enzimas hepáticas e dos níveis séricos dos peptídeos do pró-colágeno tipo III, os quais se encontram aumentados na fibrose hepática; melhora dos padrões histológicos e redução da proliferação de linfócitos e da lipoperoxidação e aumento da atividade da glutationa-peroxidase sérica e da transformação de linfoblastos lectina-induzida. Em estudo com pacientes apresentando diabetes mellitus secundário à cirrose álcool-induzida, os pacientes do grupo-silimarina apresentaram redução dos níveis séricos de glicose e malondialdeído e da insulinemia de jejum, bem como da necessidade diária de insulina exógena, tanto quando comparados ao grupo-placebo, como aos seus índices basais pré-tratamento.
No estudo de maior duração, foi observada, também, redução da mortalidade no grupo tratado. Em estudo para a avaliação da eficácia da silimarina sobre a atividade fibrogênica em pacientes com hepatopatias crônicas variadas (n = 277), foi observada, após 4 semanas de tratamento, redução dos níveis séricos dos peptídeos do pró-colágeno tipo III. Em pacientes apresentando hepatite viral A ou B (n = 57), após tratamento com 420 mg de silimarina/dia/3 semanas, foi observada, quando comparados os grupos silimarina e placebo, a normalização dos níveis séricos da bilirrubina (40% vs. 11%, respectivamente) e das enzimas hepáticas (82% vs. 52%, respectivamente). Em outros trabalhos, também com pacientes apresentando hepatite viral, quando comparados os grupos silimarina e placebo, foram observadas reduções dos períodos de hospitalização (23,3 dias vs.30,4 dias, respectivamente) e das complicações associadas à infecção. Em pacientes com história de exposição ocupacional, por períodos de 5 a 20 anos, ao tolueno e/ou xileno ou organofosforados, foi observada melhora da função hepática, redução dos níveis séricos das enzimas hepáticas e aumento do número de plaquetas, após tratamento com a silimarina. Pacientes apresentando hepatite induzida por psicotrópicos apresentaram melhora da função hepática e redução dos níveis séricos de malondialdeído, após tratamento com 800 mg de silimarina/dia/90 dias. As toxinas do cogumelo Amanita phalloides inibem a atividade da RNA-polimerase nos hepatócitos, acarretando óbito em 12- 24 horas. Pacientes intoxicados por este cogumelo (n = 60) foram tratados com silimarina (20 mg/kg de peso/dia, pela via endovenosa, por 1 ou 2 dias), sendo observado um índice de sobrevivência de 100%.1
Em metanálise de estudos da racemetionina na colestase intra-hepática, foi observada a redução do prurido e, também, dos níveis séricos da bilirrubina (total e conjugada) e das enzimas alaninaaminotransferase, gamaglutamil-transpeptidase e fosfatase alcalina, demonstrando que racemetionina tem ação não apenas sintomática, mas terapêutica, na colestase.2
Em estudo clínico, randomizado, placebo-controlado, pacientes com diagnósticos confirmados, por exames clínico, hematológicos / bioquímicos e histológico, de cirrose hepática (n = 10), hepatite aguda não-viral (n = 9), hepatite crônica (n = 5) e esteatose hepática (n = 4) foram divididos em grupos tratamento e controle e fizeram uso de 2 comprimidos, três vezes ao dia, de Silimarina + Racemetionina ou placebo, respectivamente, por 180 dias. As reavaliações clínicas e laboratoriais, incluindo dosagens das bilirrubinas (total, direta e indireta), fosfatase alcalina, albumina, protrombina, pseudocolinesterase, gama-glutamiltranspeptidase, transaminases, proteínas totais e eletroforese do soro, foram repetidas a intervalos de 30 dias, durante todo o período do estudo. Ao término do estudo, foi repetida a avaliação histológica. Foi observada melhora significativa, clínica, laboratorial e histológica, do grupo tratado, notadamente nos casos de cirrose hepática e hepatite aguda. Não foram observados eventos adversos, com o uso de Silimarina + Racemetionina.3
Referências Bibliográficas
1) WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO monographs on selected medicinal plants. Geneva, Switzerland: World Health Organization, 2002. v.2. pp.300-316.
2) Frezza, M. – Metanalisi dei trial terapeutici con ademetionina nel trattamento della colestasi intraepatica. Ann. Ital. Med. Int.; 8(Suppl.): 48S-51S, 1993.
3) Moraes, J.B. e Nascimento, R.V. – Ensaio clínico experimental utilizando a associação de silimarina e metionina no tratamento de pacientes portadores de hepatopatias difusas. Âmbito Hospitalar; 11: 57-63, 1995.
Comprimido
Silimarina
De acordo com a monografia de plantas medicinais da Organização Mundial da Saúde, o extrato de Silybum marianum (L.) Gaertn (silimarina) está aprovado para o tratamento de vários distúrbios hepáticos.
Uma análise da eficácia da silimarina, realizada por Wellington & Jarvis (2001), em distúrbios hepáticos, baseada em uma revisão da literatura médica publicada, de estudos bem controlados e com uma apropriada metodologia estatística, no período de 1966 a 2001, encontrou os seguintes resultados 1 :
Cirrose hepática
O efeito da silimarina sobre a sobrevida de pacientes com cirrose hepática foi examinado em três estudos duplo-cegos randomizados. Nenhum deles demonstrou um efeito benéfico estatisticamente significativo sobre a mortalidade dos pacientes. Todavia, a subanálise em um dos estudos - um ensaio clínico duplo cego randomizado envolvendo 170 pacientes com cirrose hepática de origem alcoólica (n=91) ou não alcoólica (n=79) - demonstrou que o tratamento por tempo prolongado com silimarina 420 mg/dia (divididos em três doses) aumentou significativamente a taxa de sobrevida de quatro anos dos pacientes em comparação com placebo (p=0,036). Dos pacientes tratados com silimarina (n=87) e placebo (n=83), foram detectados caso de cirrose ativa (n=91) e cirrose com hepatite alcoólica (n=28). Além disso, entre os pacientes com cirrose alcoólica, foi registrada morte em 22% paciente (10 de 46) no grupo silimarina em comparação com 42% (19 de 45) no grupo controle (p = 0,01).
Em um ensaio randomizado, duplo-cego, investigando a capacidade da silimarina de normalizar os parâmetros de função hepática em pacientes com doença hepática, os resultados do tratamento com silimarina foram significativamente melhores do que com o placebo. Trinta e seis pacientes foram randomizados para receber silimarina. Alguns pacientes (n=17) receberam 140 mg três vezes ao dia (420 mg/dia), ou placebo (n=19) por 6 meses. Durante o curso do tratamento com silimarina, os níveis séricos médios de bilirrubina dos pacientes normalizaram e os de AST, ALT e gama-glutamil transferase (GGT) diminuíram significantemente em comparação com os valores basais.
Da mesma forma, em um estudo randomizado duplo-cego, envolvendo 97 pacientes consecutivos com doença hepática induzida por álcool, a silimarina 420 mg/dia (n=47) melhorou significantemente os níveis séricos de transaminases (AST e ALT) em comparação com o placebo (n=50).1
Intoxicação por substâncias venenosas e medicamentos
A silimarina, 420 mg/dia por 30 dias, melhorou significantemente a contagem de plaquetas (p<0,05), níveis séricos de transaminases (AST e ALT) (p<0,01) e GGT (p<0,05) em uma amostra de 49 pacientes com distúrbios hematológicos provocados por exposição a níveis tóxicos de tolueno e xileno. Os pacientes foram divididos em grupos: tratamento (n=30) e não tratamento (n=19), com base no sexo, estado físico e hábitos de vida. Foram excluídos do estudo pacientes alcoólicos. 1
Outros estudos clínicos
Um estudo randomizado, para avaliar a eficácia da silimarina na esteato-hepatite não alcoólica (NASH), foi conduzido Solhi et al (2014), em 64 pacientes portadores da condição, divididos randomicamente em grupos bem pareados (em termos de idades, IMC e peso corporal) em silimarina (S) (n = 33) e controle (C) (n = 31). Os critérios de inclusão incluíram: ultrassonografia anormal e elevação persistente nos níveis de transaminases (AST e ALT > 1,2 vezes o limite superior da normalidade) nos últimos seis meses. Os pacientes de ambos os grupos foram orientados a consumir uma dieta com baixo teor de gordura e carboidratos e a praticar esportes regularmente para perder até 4 kg. Os pacientes do grupo S (n = 33) receberam 210 mg/dia de silimarina por via oral por 8 semanas e os do grupo C (n = 31) receberam placebo.
Após 8 semanas eles foram reavaliados e os seus níveis séricos de AST e ALT novamente medidos. No grupo sob tratamento com a silimarina (210 mg/dia) houve uma queda notável nos níveis séricos das enzimas hepáticas. 4
Racemetionina (DL-metionina)
Em estudo clinico, randomizado, placebo-controlado, pacientes com diagnósticos confirmados, por exames clinico, hematológicos / bioquímicos e histológico, de cirrose hepática (n = 10), hepatite aguda não-viral (n= 9), hepatite crônica (n = 5) e esteatose hepática (n = 4) foram divididos em grupos tratamento (n=17) e controle (n=11) e fizeram uso de 2 comprimidos, três vezes ao dia, de Silimarina + Racemetionina (totalizando 420 mg de silimarina e 600 mg de metionina) ou placebo, respectivamente, por 180 dias. As reavaliações clínicas e laboratoriais, incluindo dosagens das bilirrubinas (total, direta e indireta), fosfatase alcalina, albumina, protrombina, pseudocolinesterase, gama-glutamiltranspeptidase, transaminases, proteínas totais e eletroforese do soro, foram repetidas a intervalos de 30 dias, durante todo o período do estudo. Ao término do estudo, foi repetida a avaliação histológica. Foi observada melhora significativa, clínica, laboratorial e histológica, do grupo tratado, notadamente nos casos de cirrose hepática e hepatite aguda. Não foramobservados eventos adversos, com o uso de Silimarina + Racemetionina (silimarina e racemetionina).16
Referências:
1. Wellington K, Jarvis B. Silymarin: a review of its clinical properties in the management of hepatic disorders. BioDrugs. 2001;15(7):465-489 ADIS DRUG EVALUATION.
2. Velussi M , Cernigoi AM, De Monte A, Dapas F, Caffau C, Zilli M. Longterm (12 months) treatment with an antioxidant Drug (silymarin) is effective on hyperinsulinemia, exogenous insulin need and malondialdehyde levels in cirrhotic diabetic patients. J Hepatol. 1997 Apr;26(4):871-879.
3. Coral G, de Mattos AA, de Mattos AZ, dos Santos DE. [Steatosis and non-alcoholic steatohepatitis in patients with chronic hepatitis due to hepatitis C virus infection]. Arq Gastroenterol. 2006 OctDec;43(4):265-8.
4. Solhi H, Ghahremani R, Kazemifar AM, Hoseini Yazdani Z. Silymarin in treatment of nonalcoholic steatohepatitis: a randomized clinical trial. Caspian J Intern Med 2014; 5(1): 9-12.
5. Mclean AEM and Day PA. The effect of diet on the toxicity of paracetamol and the safety of paracetamol-methionine mixtures. Biochemical Pharmacology, 1975 January 1; 24: 37 42.
6. Onaolapo OJ, Adekola MA , Azeezb TO , Salamib K , Onaolapo AY. L-methionine and silymarin: A comparison of prophylactic protective capabilities in acetaminophen-induced injuries of the liver, kidney and cerebral cortex. Biomedicine & Pharmacotherapy, 2017;85: 323–333.
7. Crome P, Vale JA, Volans GN, et al. Oral methionine in the treatment of severe paracetamol ﴾acetaminophen﴿ overdose. Lancet 1976; 2: 829‐30.
8. Vale JA, Meredith TJ, Goulding R. Treatment of acetaminophen poisoning. The use of oral methionine. Arch Intern Med, 1981; 141: 394-6.
9. Hamlyn AN, Lesna M, Record CO, et al. Methionine and cysteamine in paracetamol ﴾acetaminophen﴿ overdose, prospective controlled trial of early therapy. J Int Med Res 1981; 9: 226- 31.
10. Flora K, Hahn M, Rosen H, Benner K. Milk thistle (Silybum marianum) for the therapy of liver disease. Am J Gastroenterol. 1998 Feb;93(2):139-43. Review.
11. Pietrangelo A, Borella F, Casalgrandi G, Montosi G, Ceccarelli D, Gallesi D, et al. Antioxidant activity of silybin in vivo during long-term iron overload in rats. Gastroenterology, 1995;109: 1941- 1949.
12. Abenavoli L, Capasso R, Milic N et al. Milk thistle in liver diseases: past, present, future. Phytother. Res. 2010;24(10): 1423–1432.
13. Saller R, Meier R, Brignoli R. The use of silymarin in the treatment of liver diseases. Drugs, 2001;61(14), 2035–2063.
14. Finkelstein, JD. Methionine metabolism in mammals. J. Nutr. Biochem.1990 May;1:228-237.
15. Ball RO, Courtney-Martin G and Pencharz PB. The In Vivo Sparing of Methionine by Cysteine in Sulfur Amino Acid Requirements in Animal Models and Adult Humans. J Nutr. 2006 Jun;136(6 Suppl):1682S-1693S.
16. Moraes, J.B. e Nascimento, R.V. – Ensaio clinico experimental utilizando a associação de silimarina e metionina no tratamento de pacientes portadores de hepatopatias difusas. Ambito Hospitalar; 11: 57-63, 1995.
Características Farmacológicas
Drágea
Silimarina + Racemetionina tem como princípios ativos Silimarina + Racemetionina.
A silimarina é um composto flavonóide polifenólico extraído de frutos do Silybum marianum L., constituído pelas flavolignanas silibina, silidianina e silicristina.
A racemetionina é um aminoácido sulfurado e precursora da S-adenosilmetionina (SAMe). A importância da SAMe deve-se à sua capacidade de doar grupamentos metila para outras reações, sendo o mais importante agente transmetilante do organismo.
Farmacodinâmica
A silimarina, devido a sua natureza fenólica, tem ação antioxidante, reagindo com diversos radicais livres, inclusive aqueles derivados do oxigênio e da hidroxila; apresenta atividade inibitória sobre várias enzimas, como peroxidases, lipoxigenases e prostaglandina-sintetases, reduzindo a lipoperoxidação e a propagação do processo oxidativo, e promove aumentos da glutationa hepática total e do percentual de glutationa reduzida e a expressão da enzima superóxido dismutase.
A silimarina é capaz de estimular a RNA-polimerase I e a síntese do RNAr, aumentando a velocidade de formação do ribossomo e, consequentemente, da síntese protéica, o que favorece, também, a síntese e replicação do DNA. Tais ações são de suma importância para a regeneração celular.
A silimarina estimula a atividade da colina-fosfato-citidiltransferase e a síntese da fosfatidilcolina e inibe a síntese da lecitina a partir do catabolismo da colina, protegendo os fosfolipídios e preservando a estabilidade das membranas celulares e microssomais hepáticas.
A silimarina reduz a produção de lipídios totais e, provavelmente, ative a β-oxidação de ácidos graxos, reduzindo a síntese de triglicerídios.
A silimarina reduz os níveis séricos das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e a biossíntese do colesterol, possivelmente por inibição da enzima 3-hidroxi-3-metilglutaril coenzima A - reductase.
Também foi observada redução da concentração do colesterol biliar com o uso da silimarina.
A silimarina auxilia na redução da fibrogênese, por inibição da proliferação das células estreladas e redução da síntese do colágeno tipo I.
A silimarina inibe, dose-dependente, a síntese de leucotrienos (LT), notadamente o LTB4, por inibição da via da 5-lipoxigenase, e inibe, também, a liberação de histamina, neutrófilo-mediada, de mastócitos, auxiliando na redução dos processos inflamatórios.
Também aumenta a incorporação do [1-11C]-acetato, proveniente do metabolismo do álcool, aos lipídios e fosfolipídios, prevenindo seu acúmulo nos hepatócitos.
A silimarina pode ser útil na intoxicação pelo paracetamol, por suas ações antioxidante e no aumento da síntese da glutationa. E é efetiva na prevenção da hepatotoxidade causada pelo cogumelo Amanita phalloides, provavelmente por bloqueio dos receptores dos peptídeos deste fungo, na superfície das membranas celular e nuclear do hepatócito.
A racemetionina apresenta ação antioxidante, provavelmente por interação de seu grupamento sulfurado com os radicais livres. Ela também aciona o ribossomo para iniciar a translação protéica do RNA mensageiro.
A racemetionina exerce ação lipotrópica, mobilizando os ácidos graxos e prevenindo a deposição destes nos hepatócitos, provavelmente por sua participação, através da SAMe, nas reações de transmetilação, transulfuração, no aumento da glutationa e na regulação da permeabilidade da membrana celular.
A SAMe reduz a produção do acetaldeído proveniente do metabolismo do álcool, previne a deposição de gordura nos hepatócitos e restabelece os níveis da glutationa, parecendo, então, haver um sinergismo da glutationa – e, consequentemente, de sua ação antioxidante – nesta ação antiesteatose.
A SAMe atua na transmetilação da fosfatidiletanolamina para a formação da fosfatidilcolina, o principal fosfolipídio da membrana celular e vital para a manutenção da estabilidade desta.
A SAMe promove, também, a sulfatação dos ácidos biliares, reduzindo a colestase.
Farmacocinética
A absorção da silimarina, administrada pela via oral, é gastrintestinal.
Estudos experimentais com silibina marcada demonstraram a presença desta na circulação, fígado, pulmões, estômago e pâncreas, meia hora, aproximadamente, após a administração, e, nos demais tecidos, após uma hora.
A concentração plasmática foi mantida por 4 a 6 horas, tanto em animais, como em humanos. No fígado, a silimarina é conjugada com sulfatos e ácido glicurônico. A silimarina conjugada é encontrada no plasma e, em torno de 80% do total da dose administrada, na bile. A forma livre é encontrada no fígado, pulmões, estômago e pâncreas.
Em torno de 2 a 5% do total da silimarina administrada são excretados, in natura, pela urina, o que ocorre por um período de 48 horas.
A excreção biliar da silimarina, como metabólitos (sulfatos e glicuronídios), tem início 1 hora após a administração e, nas 48 horas, é da ordem de 40 a 45%, do total da dose administrada.
Pela alta concentração biliar e baixa eliminação urinária da silimarina, foi sugerida uma circulação enterohepática, na qual, após ser absorvida no intestino, conjugada no fígado e excretada na bile, sofreria hidrólise pela flora intestinal e seria reabsorvida no intestino. A parte não reabsorvida seria eliminada, in natura, nas fezes. A concentração da silimarina, livre e conjugada, diminui exponencialmente e a meia-vida de eliminação é de 6 horas.
A racemetionina é absorvida no intestino delgado. Atinge, por transporte ativo, os enterócitos e, no interior destes, participa, já, de alguns processos metabólicos. A parte não metabolizada é transportada para o fígado, pela circulação porta.
No fígado, participa, junto com outros aminoácidos, da síntese protéica ou de outras reações metabólicas, como na formação da SAMe, da cisteína, da taurina e de sulfatos. A racemetionina pode, também, ser metabolizada para a formação da D-glicose e do glicogênio.
A racemetionina não metabolizada no fígado é transportada para vários outros tecidos, nos quais participará de reações similares às que ocorrem no fígado.
Comprimido
Silimarina + Racemetionina é uma associação de silimarina e a racemetionina.
A silimarina, uma mistura de isômeros flavonolignanos, extraída de sementes do fruto seco do cardo mariano (Silybum marianum, L. Gaertn.), Família Asteraceae, tem sido usada por séculos como medicamento natural para tratamento de doenças do fígado e vias biliares. Atualmente ela é um dos medicamentos de origem vegetal, com mecanismo de ação conhecido, mais investigados para tratamento de doenças hepáticas. 10
O principal componente da silimarina, e também o mais ativo, é a silibinina (uma mistura de 50% de silibina A e 50% de silibina B), representando cerca de 60-70% dos componentes, seguida da silicristina (20%) e da silidianina (10%). 11 Os demais componentes são: a isosilibina A, isosilibina B, isosilicristina e taxifolina. O amplo espectro de ação da silimarina envolve efeitos antioxidantes, antifibróticos, antiinflamatórios, imunomoduladores, regenerador hepático, inibidor de peroxidação lipídica e sequestrador de radical livre. A atividade antifibrótica da silimarina ocorre através da indução de apoptose de células estreladas hepáticas ou por indução de degradação dos depósitos de colágeno. 12,13
A metionina é um é um aminoácido essencial sulfurado, que contém um grupo metil ligado ao enxofre. É fundamental ao crescimento e desenvolvimento normais dos seres humanos, de outros mamíferos e espécies aviárias. Este papel importante decorre de sua participação, ou a de seus derivados, em vários processos biológicos. Além de ser um substrato para síntese de proteínas, é um intermediário em numerosas reações de transmetilação, dependentes de S-adenosilmetionina (formada a partir da reação da metionina com a adenosina trifosfato, catalisada pela metionina adenosiltransferase), que funciona como o principal doador in vivo do grupo metil, inclusive de grupos metil para intermediários do DNA e RNA. Também é necessária para a síntese de cisteína. 14, 15
Farmacodinâmica
A silimarina, devido a sua natureza fenólica, tem ação antioxidante, reagindo com diversos radicais livres, inclusive aqueles derivados do oxigênio e da hidroxila. Apresenta atividade inibitória sobre várias enzimas, como peroxidases, lipoxigenases e prostaglandina-sintetases, reduzindo a lipoperoxidação e a propagação do processo oxidativo. Promove aumentos da glutationa hepática total e do percentual de glutationa reduzida e a expressão da enzima superóxido dismutase. É capaz de estimular a RNApolimerase I e a síntese do RNAr, aumentando a velocidade de formação do ribossomo e, consequentemente, da síntese proteica, o que favorece, também, a síntese e replicação do DNA. Tais ações são de suma importância para a regeneração celular.
A silimarina estimula a atividade da colina-P citidiltransferase e a síntese da fosfatidilcolina e inibe a síntese da lecitina a partir do catabolismo da colina, protegendo os fosfolipídios e preservando a estabilidade das membranas celulares e microssomais hepáticas.
Reduz a produção de lipídios totais e, provavelmente, ative a β-oxidação de ácidos graxos, reduzindo a síntese de triglicerídeos. Reduz também os níveis séricos das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e a biossíntese do colesterol, possivelmente por inibição da enzima 3-hidroxi-3-metilglutaril coenzima Aredutase. Com o uso da silimarina também foi observada uma redução da concentração do colesterol biliar.
A silimarina auxilia na redução da fibrogênese, por inibição da proliferação de células hepáticas estreladas, e na redução da síntese do colágeno tipo I. Inibe, de maneira dose-dependente, a síntese de leucotrienos (LT), notadamente o LTB4, por inibição da via da 5-lipoxigenase, e também, a liberação de histamina dos mastócitos, mediada neutrófilo, auxiliando na redução dos processos inflamatórios.
A silimarina pode ser útil na intoxicação pelo paracetamol, por suas ações antioxidantes e no aumento da síntese da glutationa. É efetiva na prevenção da hepatotoxicidade causada pelo cogumelo Amanita phalloides, provavelmente por bloqueio dos receptores dos peptídeos deste fungo na superfície das membranas celular e nuclear do hepatócito. 1,10
A metionina apresenta ação antioxidante, provavelmente através da interação de seu grupo metil (ligado ao enxofre) com os radicais livres. Ela também age a nível ribossomal para iniciar a translação proteica do RNA mensageiro.
A metionina exerce ação lipotrópica, mobilizando os ácidos graxos e prevenindo a deposição destes nos hepatócitos, provavelmente através da adenosil metionina (SAMe) nas reações de transmetilação e transulfuração, no aumento da glutationa e na regulação da permeabilidade da membrana celular.
A SAMe reduz a produção do acetaldeído proveniente do metabolismo do álcool; previne a deposição de gordura nos hepatócitos e restabelece os níveis da glutationa, que, através de sua ação antioxidante, atua como agente antiesteatose.
A SAMe atua na transmetilação da fosfatidiletanolamina na formação da fosfatidilcolina, o principal fosfolipídio da membrana celular e vital para a manutenção da estabilidade desta.
A SAMe promove, também, a sulfatação dos ácidos biliares, reduzindo a possibilidade de colestase.14
Fontes consultadas
- Bula do Profissional do Medicamento Silimalon® (apresentação drágea) e Silimalon® 140 (apresentação comprimido).
Doenças relacionadas
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 19 de Outubro de 2020.