Cambendazol + Mebendazol é indicado para o tratamento de várias parasitoses intestinais, como ancilostomíase, necatoríase, oxiuríase, tricuríase, ascaríase, teníase e estrongiloidíase incluindo as formas crônicas e disseminadas.
Cambendazol + Mebendazol não deve ser utilizado por pacientes com hipersensibilidade ao cambendazol, mebendazol ou a qualquer componente da fórmula.
Cambendazol + Mebendazol Comprimido |
Cambendazol + Mebendazol |
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Crianças de 2 a 6 anos de idade |
_________ |
5 mL duas vezes ao dia (a cada 12 horas) |
Crianças de 7 a 12 anos de idade |
1 comprimido ao dia |
7,5 mL duas vezes ao dia (a cada 12 horas) |
Adultos e crianças acima de 12 anos de idade |
1 comprimido duas vezes ao dia (a cada 12 horas) |
15 mL duas vezes ao dia (a cada 12 horas) |
Cambendazol + Mebendazol deve ser administrado durante três dias consecutivos.
Cambendazol + Mebendazol deve ser ingerido antes das refeições.
Deve-se agitar bem o frasco de Cambendazol + Mebendazol suspensão antes da administração.
Na estrongiloidíase disseminada o regime da terapia depende da gravidade da parasitose e do quadro clínico do paciente.
Após três semanas do término do tratamento, o paciente deve realizar exame laboratorial de fezes. Se houver resultado positivo, o tratamento com Cambendazol + Mebendazol deve ser repetido.
Para a utilização posológica correta, as doses de Cambendazol + Mebendazol suspensão devem ser administradas utilizando-se o copo-medida contido na embalagem do medicamento.
O copo-medida possui indicações visuais de doses, as quais devem ser seguidas conforme prescrição médica.
Descrição do copo-medida:
Cambendazol + Mebendazol Comprimido não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Não é recomendável o uso deste medicamento por via parenteral.
Cambendazol + Mebendazol é um medicamento bem tolerado, e, nas doses usuais recomendadas, os efeitos adversos são mínimos. As reações adversas parecem ocorrer mais freqüentemente quando altas doses são administradas, por exemplo, aquelas utilizadas para o tratamento de infecção extra-intestinal como a hidatidose.
As reações adversas foram classificadas por sistema orgânico e frequência, definidas como muito comuns (> 1/10); comuns (> 1/100, < 1/10); incomuns (> 1/1.000, < 1/100); raras (> 1/10.000, < 1/1.000); e muito raras (< 1/10.000).
Alopecia, dermatite alérgica, urticária, angioedema, erupções cutâneas, prurido.
Dor abdominal, dor epigástrica, náuseas, diarréia, vômitos, obstrução intestinal, flatulência, anorexia.
Soluços.
Tontura, cefaléia.
Convulsões.
Astenia.
Sonolência.
Letargia.
Neutropenia, agranulocitose.
Elevação das transaminases hepáticas (TGO e TGP), aumento da fosfatase alcalina, aumento da bilirrubina, hepatite.
Hipotensão.
Cilindrúria.
A frequência das reações adversas descritas foi determinada com base em estudos e literaturas científicas indexadas que faziam uso do mebendazol e/ou cambendazol.
As seguintes reações adversas foram relatadas após a comercialização de Cambendazol + Mebendazol:
Tontura.
Prurido, nódulo cutâneo, urticária.
Bolhas na pele.
Diarréia, náusea, vômitos, dor abdominal.
Sonolência.
Dor de cabeça, febre, fraqueza.
A classificação de frequências dos dados de farmacovigilância reflete as taxas relatadas de eventos adversos ao fármaco a partir de relatos espontâneos.
Em caso de dúvidas entrar em contato no Serviço de Atendimento UCI-FARMA pelo 0800 191 291 ou pelo email farmacovigilancia@uci-farma.com.br .
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
O uso concomitante com o cambendazol pode aumentar os níveis séricos dos xantínicos e consequentemente a ação tóxica destas substâncias.
A administração concomitante pode diminuir a concentração plasmática do mebendazol.
O uso concomitante com mebendazol pode potencializar a ação destas substâncias.
As 4-aminoquinolonas e 8-aminoquinolonas podem diminuir a concentração sérica dos anti-helmintícos.
A concentração plasmática do mebendazol aumenta quando a cimetidina é administrada concomitantemente.
Cambendazol + Mebendazol é contraindicado para crianças menores de 2 anos de idade.
Gestantes - Risco C: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Este medicamento não deve ser utilizado por lactantes sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.
O paciente deve ser instruído sobre os métodos de profilaxia da parasitose, como condições básicas de higiene pessoal e ambiental.
Atenção diabéticos: Cambendazol + Mebendazol contém sacarose.
HUGGINS, 1978, tratou de 50 pacientes, adultos (Grupo1) e crianças (Grupo 2), de ambos os sexos, portadores de A. lumbricóides, T. trichiura, ancilostomídeos e S. strecoralis, com anti-helmínticos associados numa especialidade farmacêutica, nas doses de 3 mg/kg de cambendazol e 5 mg/kg de mebendazol, em três administrações diárias na forma de comprimidos (G1) e de 3 mg de cambendazol e 5 mg/kg mebendazol, na forma de suspensão (G2), em dose única. O pesquisador obteve excelentes taxas de cura para estrongiloidíase (G1=90% e G2=96%) e áscaris (G1=96% e G2=92%), entretanto, a associação não teve tanto êxito com T. trichura (G1=72 e G2=68%) e ancilostomídeos (G1=G2=60%). Os autores ressalvam que, possivelmente, maiores taxas de cura para essas duas últimas patologias seriam alcançadas caso a terapia fosse estendida por mais dois dias. Apenas quatro pacientes adultos e três crianças apresentaram efeitos colaterais como epigastralgia, náuseas, cefaléia e empachamento e portanto, a associação foi considerada segura.
Com o objetivo de comprovar a eficácia de medicamento contendo a associação de cambendazol e mebendazol no tratamento de doenças parasitárias múltiplas, LOUZADA et al., 1979, trataram 40 pacientes ambulatoriais, apresentando várias parasitoses, com idades entre 3 e 32 anos, de ambos os sexos. As doses orais diárias, dividas em duas tomadas, foram de 1 comprimido ou 15 mL (equivalentes a 75 mg de cambendazol e 200 mg de mebendazol) nos pacientes com mais de 30 kg e a metade dessa dose para os com peso até 30 kg. O tratamento durou três dias. Exames de fezes pelos Métodos de Faust, Hoffmann, Kato modificado, Katz, Rugai-Matos-Brisola e de Willis, foram aplicados para os diagnósticos parasitológicos e na constatação da cura de ascaridíase (95%), tricuríase (87,5%), ancilostomíase (80%) e estrongiloidíase (95%).
Segundo CHETHER e CABEÇA, RBM, a associação do tiabendazol ou cambendazol com o mebendazol em um único medicamento é alternativa válida para o tratamento da concomitância da estrongiloidíase com outras helmintíases.
O cambendazol é um pró-fármaco que, para produzir ação anti-helmíntica, é convertido em um benzimidazol ativo por meio dos processos metabólicos do animal hospedeiro (MARTIN, 1997).
O mebendazol Inibe a formação dos microtúbulos citoplasmáticos do intestino do parasita causando a depleção de glicose e morte. (KOÈHLER, 2001, LACEY, 1990, LACEY e WATSON, 1995, SARWAL et al., 1992, IRELAND, 1979) PRICHARD, 1973, concluiu que o mecanismo de ação dos anti-helmínticos é devido à inibição da fosforilação oxidativa que é acoplada ao sistema fumarato redutase, como também da oxidação endógena de NADH, porém em menor extensão.
McCRACKEN, STILLWELL, 1991, deduziram que a atividade anti-helmíntica dos benzimidazóis, em parte, é também devida a interrupções bioenergéticas resultantes de descarga protônica trans-membranal.
RODRIGUES et al., 1977, referindo-se a um estudo de biodisponibilidade realizado por seu grupo em coelhos e em indivíduos humanos, clinicamente normais, informa que o cambendazol é parcialmente absorvido, podendo-se detectar, dependendo da dose, concentrações sanguíneas do fármaco inalterado a partir da 1ª até a 8ª hora após administração, bem como eliminação urinária de 8 a 16 horas após ingestão.
VANDENHEUVEL et al., 1978, relatam que o metabolismo oral do cambendazol administrado a bovinos, suínos e ovinos resultou na excreção urinária de 20 a 40% da dose, como 14 produtos de biotransformação identificados por técnicas de espectrofotometia de massa. A maior rota de transformação estrutural é o ataque metabólico no anel tiazólico.
A excreção do cambendazol é predominantemente urinária (LACEY, 1988).
O mebendazol é fracamente absorvido a partir do trato gastrointestinal e sofre extenso metabolismo de primeira passagem pelo fígado; sendo metabolizado pelo fígado é eliminado na bile inalterado e como metabólitos. Cerca de 2% da dose é absorvida e a maior parte é eliminada pelas fezes, principalmente, na forma inalterada. A baixa solubilidade em água e solventes orgânicos é apontada como causa da sua baixa biodisponibilidade. Aproximadamente 50% da dose biodisponível é excretada na urina principalmente como metabólitos. No sangue, em torno de 95% encontra-se ligado às proteínas plasmáticas.
Não é recomendado o consumo de bebidas alcoólicas durante o tratamento, devido o risco de potencialização os efeitos ocasionados pelo álcool.
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica da farmacêutica responsável: Rafaela Sarturi Sitiniki (CRF-PR 37364). Consulte a bula original. Última atualização: 19 de Outubro de 2020