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Bula do Cloridrato de Pilocarpina

Princípio Ativo: Cloridrato de Pilocarpina

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 26 de Novembro de 2021.

Cloridrato de Pilocarpina, para o que é indicado e para o que serve?

Cloridrato de Pilocarpina é indicada como miótico, no controle da pressão intraocular elevada (glaucoma).

Cloridrato de Pilocarpina pode ser usada em combinação com outros mióticos, com betabloqueadores, com inibidores da anidrase carbônica, com agentes simpatomiméticos e com hiperosmóticos.

Quais as contraindicações do Cloridrato de Pilocarpina?

Cloridrato de Pilocarpina é contraindicada para pessoas com hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da sua fórmula.

Cloridrato de Pilocarpina é contraindicada em caso de irite ou glaucoma por bloqueio pupilar.

Como usar o Cloridrato de Pilocarpina?

Cloridrato de Pilocarpina é de uso tópico ocular. Pacientes devem ser instruídos a não encostar a ponta do frasco nos olhos ou em outra superfície qualquer, para evitar a contaminação do produto ou danos ao olho. O uso do produto por mais de uma pessoa pode aumentar a possibilidade de ocorrência de infecções.

A concentração e a frequência diária de instilações necessárias para manter o controle da pressão intraocular serão estabelecidas a critério médico.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Cloridrato de Pilocarpina?

Assim como qualquer medicamento, podem ocorrer reações indesejáveis com a aplicação de Cloridrato de Pilocarpina.

Foram relatados casos de espasmo ciliar, irritação ocular, congestão vascular conjuntival, cefaléia temporal ou supraorbitária, dor ocular, hiperemia ocular, hipersensibilidade (incluindo dermatite alérgica), redução da acuidade visual sob iluminação deficiente e indução de miopia, principalmente em pacientes jovens, que iniciaram recentemente a administração.

O uso prolongado pode causar opacificação do cristalino. Assim como todos os mióticos, raros casos de deslocamento da retina foram relatados quando usado em indivíduos susceptíveis.

Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Cloridrato de Pilocarpina maior do que a recomendada?

Embora reações de overdose oftálmicas não sejam conhecidas, é recomendado evitar o uso de doses excessivas. A ingestão acidental pode causar sudorese, salivação, náusea, tremores, diminuição do pulso e diminuição da pressão sanguínea.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Cloridrato de Pilocarpina com outros remédios?

Não são conhecidas interações com outros medicamentos.

Quais cuidados devo ter ao usar o Cloridrato de Pilocarpina?

A miose geralmente provoca dificuldade na adaptação para visão noturna. Recomenda-se cautela ao dirigir à noite ou realizar tarefas perigosas sob iluminação insuficiente. O produto deve ser usado com cautela nos casos onde exista risco de deslocamento da retina.

Devem-se observar os cuidados habituais nos casos de glaucoma secundário associado a processos inflamatórios.

Gravidez e Lactação

Categoria de risco na gravidez: C (FDA – USA).

Gravidez

Não se dispõe de dados adequados e bem controlados sobre o uso de Cloridrato de Pilocarpina em mulheres grávidas. Cloridrato de Pilocarpina deve ser utilizada durante a gravidez apenas se o potencial benefício para a mãe justificar o potencial risco para o feto.

Lactação

Não se dispõe de dados a respeito da excreção de Cloridrato de Pilocarpina no leite humano. Considerando que muitos medicamentos são excretados pelo leite, recomenda-se cautela na administração do medicamento durante a amamentação.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Pacientes Idosos

Não existem restrições de uso em pacientes idosos. A posologia é a mesma que a recomendada para as outras faixas etárias.

Pacientes Pediátricos

A segurança e eficácia não foi demonstrada com Cloridrato de Pilocarpina em pacientes pediátricos.

Pacientes que utilizam lentes de contato

Cloridrato de Pilocarpina não deve ser aplicada durante o uso de lentes de contato gelatinosas ou hidrofílicas, pois o cloreto de benzalcônio presente na fórmula pode ser absorvido pelas lentes. Por este motivo, os pacientes devem ser instruídos a retirar as lentes antes da aplicação do colírio e aguardar pelo menos 15 minutos para recolocá-las após a administração de Cloridrato de Pilocarpina.

Pacientes que utilizam mais de um medicamento oftálmico

Quando mais de um medicamento oftálmico estiver sendo utilizado pelo paciente, deve ser respeitado o intervalo de pelo menos 5 minutos entre a administração dos medicamentos.

Fatores de risco potenciais

Não é recomendada a utilização de Cloridrato de Pilocarpina em casos de inflamação do olho (por exemplo, irite), glaucoma secundário (por exemplo, glaucoma primário congênito e glaucoma secundário à disgenesia do segmento anterior ou uveítes) e doenças da retina pré existentes (por exemplo, risco de descolamento da retina).

Interferência na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas

Assim como outros mióticos, Cloridrato de Pilocarpina pode causar dificuldade visual em alguns pacientes. Os pacientes devem ser instruídos a ter cautela se forem dirigir a noite ou realizar tarefas perigosas em condições insuficientes de luz. Os pacientes também devem ser instruídos a aguardar até a visão se recuperar antes de dirigir ou usar máquinas.

Qual a ação da substância do Cloridrato de Pilocarpina?

Resultados de Eficácia


Cloridrato de Pilocarpina foi eficaz na redução da pressão intraocular (PIO) em pacientes com glaucoma de ângulo aberto (Hass & Drance, 1980; Quigley et al, 1975; Novak & Stewart, 1975; Drance et al, 1974; ini et al, 1973; Harris & Galin, 1970; Anderson & Cowle, 1968). O medicamento também pode ser eficaz em glaucoma de ângulo fechado. Ele contrai a pupila que extrai a íris da rede trabecular (AMA, 1994; Bhargave et al, 1973).

Em seis pacientes com glaucoma, uma oclusão nasolacrimal após a administração tópica de Cloridrato de Pilocarpina 1% ou 2% resultou em redução significativa da PIO por 12 horas. O efeito de Cloridrato de Pilocarpina 4% não foi significativamente influenciado por oclusão nasolacrimal em qualquer intervalo de tempo. Esse estudo sugere que a oclusão nasolacrimal possa aumentar o potencial da dosagem de Cloridrato de Pilocarpina de duas vezes ao dia (a cada 12 horas) (Zimmerman et al, 1992).

Para diagnóstico diferencial de midríase pós-operatória, foi recomendada uma baixa concentração de Cloridrato de Pilocarpina (0,125%). Com o teste de beira de leito, foi usada uma gota de solução de Cloridrato de Pilocarpina para diferenciar anisocoria neurogênica e induzida por fenilefrina. Em um estudo de 21 sujeitos de pesquisa, um terço (n=7) apresentou midríase neurogênica aguda de etiologia conhecida, e os outros dois terços envolveram o grupo controle, com valor basal igual aos diâmetros da pupila. O grupo controle recebeu uma gota de fenilefrina em um olho para induzir midríase. Todos os sujeitos de pesquisa com midríase neurogênica receberam Cloridrato de Pilocarpina, enquanto os membros do grupo controle receberam Cloridrato de Pilocarpina ou solução salina normal. Após 15 a 30 minutos, o grupo de midríase neurogênica mostrou redução significativa no diâmetro pupilar, em comparação aos grupos induzidos por fenilefrina (Sitzman et al, 1996). Cloridrato de Pilocarpina também tem sido usada para reverter os efeitos de midriáticos após cirurgia ou exames oftalmoscópicos.1

Referências Bibliográficas

1 - Anastasi LM, et al. Effect of pilocarpine in counteracting mydriasis. Arch Ophthalmol 1968; 79: 710-15. (PubMed id:5652262).

Características Farmacológicas


Cloridrato de Pilocarpina é um alcalóide natural, parassimpatomimético com ação colinérgica direta sobre os receptores neuro-muscarínicos e musculatura lisa da íris e glândulas de secreção. Após administração tópicaoftálmica, o Cloridrato de Pilocarpina provoca a contração da pupila, com aumento de tensão no esporão escleral e abertura dos espaços da malha trabecular. Ocorre assim, diminuição da resistência ao efluxo do humor aquoso e o consequente abaixamento da pressão intraocular.

Fontes consultadas

  • Bula do Profissional do Medicamento Pilocarpina.

Doenças relacionadas

O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 26 de Novembro de 2021.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 26 de Novembro de 2021.

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