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Bula do Omegaven

Princípio Ativo: Óleo de Peixe

Classe Terapêutica: Emulsôes De Gorduras, Puras

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 10 de Outubro de 2024.

Omegaven, para o que é indicado e para o que serve?

Este medicamento é indicado para complementar a falta de gorduras importantes na manutenção do estado nutricional do corpo (ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa) pela via parenteral (dentro dos vasos sanguíneos), quando a nutrição oral ou enteral (feita diretamente pelo intestino) é impossível, insuficiente ou contraindicada.

Como o Omegaven funciona?

Os ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa, presentes no Omegaven®, são parcialmente incorporados ao líquido de dentro das células e nas gorduras que formam os tecidos do corpo. Estas gorduras são importantes nutrientes na formação da parede das células do corpo e também da síntese de mediadores lipídicos. O aumento da síntese dessas substâncias mediadoras pode promover efeitos que impedem a agregação das plaquetas do sangue e efeitos anti-inflamatórios. Dessa maneira, estão associados aos efeitos de modular o sistema de defesa do corpo humano.

O racealfatocoferol (componente do produto) é adicionado ao óleo de peixe como antioxidante, a fim de aumentar a estabilidade da matéria-prima e do produto.

A quantidade eliminada de triglicerídeos oxidados (que são resultado da transformação das gorduras presentes no Omegaven®) é inferior a 1,5 %. Dessa forma, não causa dano à saúde.

A quantidade do componente lecitina de ovo é de no máximo 12g/L de emulsão, considerando que quantidades maiores poderiam aumentar o fósforo e o colesterol no sangue (o que é indesejável). Portanto, o produto não causa prejuízo a saúde.

O glicerol contido em Omegaven® destina-se à produção de energia e é utilizado para estabilizar a emulsão óleo-em-água que é o produto. Omegaven® contém fosfolipídios do ovo, que são quebrados e incorporados nas paredes das células, por isso são importantes para a manutenção da integridade dessa parede.

Propriedades farmacocinéticas

As partículas de gordura adicionadas e administradas com Omegaven® têm tamanho e eliminação parecidos com os do próprio corpo humano.

Quais as contraindicações do Omegaven?

Este medicamento é contraindicado em casos de:

  • Comprometimento do metabolismo lipídico (quando o sistema de gorduras do corpo humano está funcionando de forma ineficiente);
  • Distúrbios hemorrágicos graves (quando há problemas que levam à grave perda de sangue);
  • Diabetes mellitus instável (falta do controle da Diabetes mellitus, ou seja, da quantidade de açúcar no sangue).

Certas afecções agudas e fatais à vida, tais como:

  • Colapso e choque;
  • Infarto do miocárdio (coração) recente;
  • Acidente vascular cerebral (AVC);
  • Embolia (obstrução de um vaso pelo deslocamento de um trombo);
  • Estado de coma não definido.

Contraindicações gerais para nutrição parenteral:

  • Hipocalemia (quantidade abaixo do normal de potássio no sangue);
  • Hiper-hidratação (excesso de água no corpo);
  • Desidratação hipotônica (perda de eletrólitos superior à de água);
  • Metabolismo instável;
  • Acidose (diminuição do pH do sangue).

Devido à falta de estudos clínicos, Omegaven® não deve ser administrado a pacientes com insuficiência grave dos rins ou do fígado.

Omegaven® não deve ser usado em prematuros, recém-nascidos, bebês e crianças, devido à experiência limitada.

Omegaven® não deve ser administrado a pacientes alérgicos ao peixe ou à proteína do ovo.

Como usar o Omegaven?

Para infusão por meio da veia central ou periférica.

Agitar antes de usar.

Duração da administração

A duração da administração não deve exceder 4 semanas.

Posologia do Omegaven


A medicação deve ser administrada exclusivamente pela via que consta em bula, sob o risco de danos de eficácia terapêutica.

Dose diária

A dose diária deve ser de 1 mL até 2 mL de Omegaven® por kilograma de peso, ou seja 0,1 g até 0,2 g de óleo de peixe por kilograma de peso.

Dessa forma, a dose diária para um paciente de 70 kg está entre 70 mL e 140 mL de Omegaven®.

Velocidade máxima de infusão

A velocidade de infusão (administração no interior dos vasos sanguíneos) não deve ser superior a 0,5 mL de Omegaven®/kg/hora, correspondendo a 0,05 g de óleo de peixe/kg /hora.

A velocidade de infusão (administração no interior dos vasos sanguíneos) máxima deve ser seguida, caso contrário, pode ser observado um aumento acentuado na concentração de triglicérides no sangue.

Omegaven® deve ser administrado juntamente com outras emulsões de gorduras. Com base na ingestão total diária recomendada de gorduras (entre 1 - 2 g/kg), a porção de óleo de peixe de Omegaven® deve constituir entre 10 % e 20% dessa ingestão.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

O que devo fazer quando me esquecer de usar o Omegaven?

Este medicamento é de uso restrito a hospitais.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião dentista.

Quais cuidados devo ter ao usar o Omegaven?

A quantidade de triglicérides no sangue deve ser monitorizada diariamente. Devem ser regularmente realizadas avaliações na quantidade de açúcar no sangue, metabolismo ácido-básico, eletrólitos no sangue, equilíbrio de água no corpo, contagem de células do sangue (hemograma) e tempo de sangramento em pacientes tratados com anticoagulantes. A quantidade de triglicérides no sangue não deve se maior que 3 mmol/L, durante a administração de emulsões gordurosas como o Omegaven®.

Gravidez e lactação

Não há evidência sobre a segurança desta medicação durante a gravidez ou amamentação. Esta medicação não deve ser usada durante a gravidez ou a amamentação.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgiâo-dentista.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Omegaven?

Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento)

A infusão de Omegaven® pode levar ao aumento do tempo de sangramento e uma inibição da agregação das plaquetas do sangue. Em casos raros, os pacientes podem apresentar gosto de peixe na boca.

Efeitos indesejáveis observados durante a administração de emulsões de gorduras

  • Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento): dor abdominal, náusea, vômito, elevação na temperatura corporal, tremores, calafrios, cansaço, hipertrigliceridemia (quantidade aumentada de triglicerídes no sangue) e dor de cabeça;
  • Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento): trombocitopenia (redução do número de plaquetas no sangue), hemólise (quebra das hemácias do sangue), reticulocitose (aumento na contagem dos reticulócitos no sangue), reações anafiláticas (reação grave que compromete todo o metabolismo do corpo humano), aumento transitório no teste de função hepática, priapismo (condição médica geralmente dolorosa e potencialmente danosa na qual o pênis ereto não retorna ao seu estado flácido), rash (aparecimento de manchas avermelhadas na pele), urticária (coceira) e efeitos circulatórios (por exemplo: aumento ou redução da pressão arterial).

Devem ser observados possíveis sinais de sobrecarga metabólica. A causa pode ser genética e/ou relacionada a diferentes doenças prévias, com rapidez variada e após diferentes doses. Esses sinais têm sido observados principalmente com o uso de emulsões lipídicas de semente de algodão, que não se aplica ao Omegaven®.

A sobrecarga metabólica pode causar os seguintes sintomas:

  • Aumento do fígado com ou sem icterícia;
  • Alteração ou redução de alguns parâmetros de coagulação (por exemplo: tempo de sangramento, tempo de coagulação, tempo de protrombina, contagem de plaquetas);
  • Aumento do tamanho do baço;
  • Anemia (falta de ferro no sangue), leucopenia (diminuição da contagem de células brancas no sangue) e trombocitopenia (redução do número de plaquetas no sangue);
  • Sangramentos e tendência a sangramento;
  • Testes de função do fígado anormais;
  • Febre;
  • Hiperlipidemia (aumento da quantidade de gorduras no sangue);
  • Dor de cabeça, dores de estômago e fadiga;
  • Hiperglicemia (aumento da quantidade de açúcares no sangue).

Caso esses efeitos colaterais ocorram ou no caso do nível de triglicérides aumentar acima de 3 mmol/L durante a infusão de lipídios (administração de gorduras diretamente no vaso sanguíneo), a infusão de lipídios deve ser interrompida ou, se necessário, mantida com dose reduzida.

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento.

Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.

Apresentações do Omegaven

Emulsão injetável 100 mg/mL

Frasco de vidro com 50 mL ou 100 mL.

Uso intravenoso.

Uso adulto.

Qual a composição do Omegaven?

Cada 100 mL contém 10,0 g (10%) de óleo de peixe altamente refinado contendo:

Ácido eicosapentaenóico (EPA)

1,25 - 2,82 g

Ácido docosahexaenóico (DHA)

1,44 - 3,09 g

Ácido mirístico

0,1 - 0,6 g

Ácido palmítico

0,25 - 1,0 g

Ácido palmitoléico

0,3 - 0,9 g

Ácido esteárico

0,05 - 0,2 g

Ácido oléico

0,6 - 1,3 g

Ácido linoléico

0,1 - 0,7 g

Ácido linolênico

≤ 0,2 g

Ácido octadecatetraenóico

0,05 - 0,65 g

Ácido eicosaenóico

0,05 - 0,3 g

Ácido araquidônico

0,1 - 0,4 g

Ácido docosaenóico

≤ 0,15 g

Ácido docosapentaenóico

0,15 - 0,45 g

Racealfatocoferol

0,015 - 0,0296 g

Excipientes q.s.p

100,0 mL

Excipientes: glicerol, lecitina de ovo, hidróxido de sódio, oleato de sódio e água para injeção.

Energia total

470 kJ/100 mL = 112 kcal/100 mL

Valor de pH

7,5 a 8,7

Acidez de titulação

< 1 mmol HCl/L

Osmolaridade teórica

273 mOsm/L

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Omegaven maior do que a recomendada?

Pode ocorrer superdose, o que leva à síndrome de sobrecarga lipídica (quando o nível de triglicérides no sangue fica superior a 3 mmol/L), como resultado de velocidade muito rápida de infusão; ou cronicamente, nas velocidades de infusão recomendadas em associação com uma alteração na condição clínica do paciente (por exemplo, comprometimento da função renal por infecção). A superdose pode levar a efeitos colaterais. Nesses casos, a infusão de lipídios deve ser interrompida ou, se necessário, mantida em dose reduzida.

A administração de lipídios também deve ser interrompida se ocorrer um aumento acentuado nos níveis de glicose sangüínea durante a infusão de Omegaven®. Uma superdose grave de Omegaven®, sem administração simultânea de uma solução de carboidrato, pode levar à acidose metabólica (diminuição do pH do sangue).

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Omegaven com outros remédios?

A administração dentro do vaso sanguíneo de Omegaven® pode causar prolongamento do tempo de sangramento e uma inibição da agregação das plaquetas. Portanto, Omegaven® deve ser administrado com cautela em pacientes que requerem tratamento com anticoagulantes, mesmo com relação a uma possível redução destes anticoagulantes.

Quando Omegaven® for administrado com outras soluções de infusão (por exemplo: soluções de aminoácidos) através de uma linha comum de infusão (por exemplo: desvio, tubo Y, etc), a compatibilidade das soluções/emulsões deve ser assegurada.

Incompatibilidades

Podem ocorrer incompatibilidades durante a adição de cátions polivalentes (por exemplo: cálcio), especialmente quando combinado com heparina.

Omegaven® pode ser assepticamente misturado com emulsões de gorduras, bem como com vitaminas solúveis em gorduras.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.

Qual a ação da substância do Omegaven?

O Óleo de Peixe contém dois ácidos graxos de cadeia longa chamados ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA). Os dois ácidos graxos possuem ações semelhantes e distintas. O EPA é o precursor do DHA, e há quem acredite que o último pode se “converter” em EPA quando o organismo assim o solicitar.

Os ácidos graxos altamente insaturados (eicosapentanóico e docosahexaenóico) ômega 3 parecem inibir os níveis de triglicerídeos plasmáticos, provavelmente pela inibição da síntese de VLDL e desempenham importante papel no metabolismo e transporte de gorduras.

É extraído de Óleo de Peixe e passa por um processo de purificação altamente sofisticado e inúmeros testes laboratoriais o que lhe garante um alto nível de qualidade.

Estudos epidemiológicos realizados com esquimós e japoneses, que consomem grandes quantidades de peixe e frutos do mar ricos nesses óleos, mostraram que, entre os dois grupos estudados, os riscos de ocorrência de diversas doenças cardíacas e circulatórias são muito menores.

Os benefícios à saúde gerados pelo consumo tradicional de alimentos fontes de Ômega-3 na dieta são conhecidos através de pesquisas realizadas há mais de cinco décadas.

Em 1944, Sinclair, realizou estudos sobre o papel benéfico do consumo de peixe sobre a doença coronariana em esquimós na Groelândia, onde observou a raridade de cardiopatia isquêmica e de outras características da aterosclerose naquela população.

Posteriormente, Bang e col. e Dyeberg, em 1952, através de estudos epidemiológicos, documentaram entre esquimós da Groelândia baixa incidência de mortalidade por doenças cardiovasculares, apesar de consumirem dieta rica em gorduras e principalmente colesterol, oriundos basicamente de peixes e animais marinhos. Observou-se que os teores de ácidos linoléico e araquidônico apresentavam menor concentração sanguínea. O perfil lipídico caracterizava-se por níveis baixos de triglicerídeos e lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL), colesterol, lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e níveis mais altos de lipoproteínas de alta densidade (HDL). As plaquetas achavam-se em taxas reduzidas, assim como a agregação plaquetária, tempo de coagulação prolongado, sangramento fácil e pressão arterial baixa.

Em 1960, na Holanda, foi realizada na cidade de Zutphen, uma pesquisa longitudinal relacionada entre dieta e outros fatores de risco de doença coronariana entre homens de meia-idade. Na dieta alimentar observou-se que o consumo de peixe da população de Zutphen era de 20g/dia em 1960, sendo 2/3 de peixe magro (bacalhau e linguado) e 1/3 de peixe gordo (arenque e cavala). O peixe magro apresentava cerca de 1,5% de gordura, dos quais aproximadamente 5% de ácido eicosapentaenóico (Ômega-3).

Uma dieta rica em ácidos graxos poliinsaturados modifica o perfil lipídico, auxiliando na redução dos níveis plasmáticos de triglicerídios, VLDL, LDL e colesterol total. Os ácidos graxos Ômega-3 exercem ação direta no aumento da deposição de VLDL pelos tecidos periféricos ou pelo fígado, resultando na redução da quantidade total de VLDL sérico.

Existe o risco potencial da ingestão de ácidos graxos poliinsaturados relacionado a pessoas diabéticas insulino-dependentes, podendo acarretar alteração das prostaglandinas e os eicosanóides relacionados na secreção insulínica, o que acarreta aumento da glicemia por aumento da produção hepática, sem haver modificação na sua eliminação, sendo que dessa forma o uso de EPA não trará benefícios para os diabéticos.

Sabe-se que vários fatores de riscos são responsáveis pela alta incidência de doenças cardiovasculares, dentre eles se destacam a obesidade, o fumo, o stress, e a vida sedentária. Sendo assim, o primeiro cuidado para a prevenção das hiperlipidemias é o emprego de uma dieta que mantenha o peso corporal dentro dos parâmetros indicados, em segundo o exercício da prática de atividade física orientada, a melhoria da qualidade de vida e eliminação do hábito de fumar.

Entretanto, sabe-se também que o efeito benéfico mais acentuado do uso dos ácidos graxos Ômega-3, diz respeito à ação favorável sobre os lipídios sangüíneos e à menor produção de eicosanóides.

Assim, os ácidos Ômega-3 juntamente com os Ômega-6, são essenciais ao organismo, não podendo ser sintetizados, e a partir do Ômega-3 pode-se produzir derivados Ômega-6 e Ômega-9, sendo que o contrário não ocorre.

Diante da fonte principal de ácidos Ômega-3 nas dietas, também os ácidos graxos Ômega-6 são sintetizados por seu intermédio, o que também ocorre com o ácido araquidônico, base na síntese de toda a série de endoperóxidos (prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos).

O ômega 3, Àcido eicosapentaenóico (EPA) e Ácido docosahexaenóico (DHA) tem efeitos profundos sobre os triacilglicerois (TG). O mecanismo para a redução TG diz respeito aos seus efeitos favoráveis sobre a redução da produção hepática e secreção de VLDL, com efeitos favoráveis sobre a atividade lipolítica plasmática, bem como a estimulação da â-oxidação de outros ácidos graxos no fígado.

Suas propriedades hipotrigliceridêmicas estão relacionadas tanto com a dose de ômega 3 utilizada quanto com as concentrações basais de TG da população. Em pacientes com concentrações de TG>500 g/dL, 4g de ômega 3 têm mostrado reduzir os TGs em 45%, VLDL em 42%, e colesterol não-HDL em 10,2%.

O ômega 3 é usado clinicamente no tratamento da hipertrigliceridemia grave e moderada, em pacientes tratados com estatina que possuem elevadas concentrações de TG (dislipidemia mista), e na prevenção primária e secundária de doença cardiovascular.(Jacobson, 2008).

O risco de desenvolver doenças cardiovasculares (DCV) foi demonstrado estar positivamente associado com aumento dos níveis de TG. Framingham e col. demonstrou que o risco para doença arterial coronariana (DAC) foi duas vezes maior em pacientes com níveis de TG na faixa de 250 a 400 mg / dl (2,8-4,5 mmol / L), comparados com aqueles na faixa de 50 a 100 mg / dl (0,5-1,1 mmol / L). Uma das maiores bases de dados epidemiológica de hipertrigliceridemia (HTG), o estudo Heart Münster (PROCAM), envolveu 13.737 homens e 5.961 mulheres observada ao longo de 8 anos. Neste estudo, uma elevação moderada no nível de TG foi identificado como um fator de risco para DAC, independente de LDL e HDL colesterol. Além disso, o Copenhagen Male Study, um estudo prospectivo sobre parâmetros cardiovasculares, revelou que em homens brancos, em meia-idade e idosos, um elevado nível de jejum TG é um forte fator de risco para DAC independente de outros fatores de risco, incluindo o colesterol HDL.(Berthold, 2005).

Uma meta-análise de 17 estudos prospectivos sobre a associação de TG e DCV incluindo 57.000 pessoas (46.413 homens e 10.864 mulheres) mostrou que os níveis elevados de TG são preditivos de enventos de insuficiência cardíaca, mesmo quando ajustada para o HDL colesterol, idade, total e LDL colesterol, tabagismo, índice de massa corporal (IMC) e pressão arterial. Em casos específicos, após ajuste para os fatores citados, os autores encontraram que um aumento de 90 mg/dL (1,0 mmol / L) de TG foi associado a um aumento estatisticamente significativo do risco para DCV, de 14% para os homens (RR = 1,14, 95% CI 1.05-1.28) e 37% para as mulheres (RR = 1,37, 95% CI 1.13-1.66).

Os grandes ensaios clínicos em larga escala, como o GISSI-Prevenzione, o estudo e JELIS demonstraram que baixas doses de Omega 3 promovem benefícios clínicos na redução da doença cardíaca coronária (Jacobson, 2008).

Vários mecanismos têm sido propostos para explicar os efeitos cardioprotetores de EPA e DHA. Segundo o Statement do American Heart Association estes mecanismos incluem: Redução da susceptibilidade de arritmia ventricular; Efeito antitrombogênico; retarda o crescimento da placa aterosclerótica por reduzir a expressão de moléculas de adesão, reduzir a agregação plaquetária e por sua ação anti-inflamatória; Melhora da função endotelial e promove uma modesta ação anti-hipertensiva.

Evidências científicas embasam o uso de ácidos graxos omega 3 como uma prática terapêutica adjuvante para a promoção da saúde cardiovascular, prevenção e tratamento da doença.

Os ácidos graxos n-3 modulam um importante número de respostas fisiológicas que podem contribuir para seus efeitos cardioprotetores. Os mecanismos múltiplos e complexos através da qual EPA e DHA exercem sua ação parecem ser distintos, mas também complementares (Jung, 2008).

Por estas propriedades e benefícios demonstrados por EPA e DHA, o uso de ômega 3 é recomendado na IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose como tratamento não-medicamentoso das dislipidemias e medidas de prevenção da Ateroesclerose.

Segundo a Diretriz todos os pacientes com dislipidemia isolada e aqueles com risco cardiovascular aumentado devem ser orientados para a instituição de medidas não-farmacológicas e mudanças no estilo de vida.

Como devo armazenar o Omegaven?

Este medicamento de ver conservado em temperatura não superior a 25º C e não deve ser congelado.

As estabilidades química e física, das misturas contendo Omegaven® foram demonstradas durante 24 horas a 25º C. Do ponto de vista microbiológico, misturas com emulsões de gorduras ou emulsões de gorduras contendo vitaminas solúveis em água devem ser utilizadas imediatamente. Caso não sejam utilizadas imediatamente, o tempo de armazenamento em uso e as condições antes do uso são de responsabilidade do usuário. Somente se a preparação for realizada em condições assépticas validadas e controladas, as condições de armazenamento podem ser baseadas nos dados de estabilidade (prazo de validade do produto).

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características do medicamento

Omegaven® é uma emulsão branca e homogênea.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Omegaven

M.S. 1.0041.9942

Farmacêutica Responsável:
Cíntia M. P. Garcia
CRF-SP 34871

Fabricado por:
Fresenius Kabi Austria GmbH
Graz – Áustria

Embalado por:
Fresenius Kabi Austria GmbH
Werndorf – Áustria

Importado por:
Fresenius Kabi Brasil Ltda
Av. Marginal Projetada, 1652
Barueri – SP
CNPJ: 49.324.221/0001-04

SAC
0800 704 3855

Uso restrito a hospitais.

Venda sob prescrição médica.

Quer saber mais?

Consulta também a Bula do Óleo de Peixe


O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 10 de Outubro de 2024.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 10 de Outubro de 2024.

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