Bula do Synflorix
Princípio Ativo: Vacina Pneumocócica 10-Valente (Conjugada)
Classe Terapêutica: Vacina Para Pneumonia
Synflorix, para o que é indicado e para o que serve?
Synflorix® é indicada para imunização ativa (ou seja, estimula o sistema de defesa do organismo a produzir anticorpos) de bebês e crianças de 6 semanas a 5 anos de idade contra doença causadas por Streptococcus pneumoniae de sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F (incluindo sepse, meningite, pneumonia, bacteremia e otite média) e para sorotipo 19A (proteção cruzada).
Como o Synflorix funciona?
Synflorix® age estimulando o organismo a produzir seus próprios anticorpos, o que protege seu filho contra doenças pneumocócicas invasivas, pneumonia e otite média aguda causadas por Streptococcus pneumoniae de sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F e para sorotipo 19A (proteção cruzada).
Quais as contraindicações do Synflorix?
Synflorix® não deve ser administrada a crianças que ao recebê-la anteriormente apresentaram hipersensibilidade (alergia) à vacina ou a qualquer um dos componentes de sua fórmula.
Como usar o Synflorix?
A vacina deve ser administrada por injeção intramuscular (no músculo). Os locais de preferência são a coxa em bebês ou o músculo do braço em crianças.
A vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) deve ser administrada o mais rápido possível após a retirada da refrigeração.
Incompatibilidades
Não estão disponíveis estudos de compatibilidade, portanto Synflorix® não deve ser misturada com outros medicamentos.
Posologia do Synflorix
Bebês de 6 semanas até 6 meses de idade
Série primária de três doses
A série de imunização recomendada para garantir proteção ideal consiste de quatro doses, cada uma de 0,5 mL. A série primária para o bebê consiste de três doses, com intervalo de pelo menos um mês entre as doses. A primeira dose pode ser administrada já às 6 semanas de idade. Recomenda-se uma dose de reforço (quarta dose) pelo menos seis meses depois da última dose primária (preferencialmente entre os 12 e 15 meses de idade).
Série primária de duas doses
Alternativamente, quando Synflorix® é administrada como parte de um programa de imunização infantil de rotina, pode ser recomendada uma série de três doses, cada uma de 0,5ml. A primeira dose pode ser administrada logo às 6 semanas de idade, com uma segunda dose administrada dois meses depois. É recomendada uma dose de reforço (terceira dose) pelo menos 6 meses após a última dose primária e que pode ser administrada a partir dos 9 meses de idade (preferencialmente entre os 12 e 15 meses de idade).
Prematuros nascidos após pelo menos 27 semanas de idade gestacional
A série de imunização recomendada consiste em quatro doses, cada uma com 0,5 mL. A série de imunização primária consistem em três doses, administradas com intervalo de 2 meses entre as doses, a primeira delas aos 2 meses de idade. Recomenda-se uma dose de reforço no segundo ano de vida.
Bebês e crianças mais velhos não vacinados anteriormente
Bebês de 7-11 meses de idade
O esquema de vacinação consiste em duas doses de 0,5 mL, com intervalo de pelo menos um mês entre as doses. Uma dose de reforço é recomendada no segundo ano de vida, com intervalo de pelo menos dois meses.
Crianças de 12 meses a 5 anos de idade
O esquema de vacinação consiste em duas doses de 0,5 mL, com intervalo de pelo menos dois meses entre as doses.
População pediátrica
A segurança e eficácia da vacina Synflorix® em crianças saudáveis acima de 5 anos de idade não foram estabelecidas.
Populações especiais
Em indivíduos em condições subjacentes que predisponham para doença pneumocócica invasiva (como infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) ou doença falciforme ou disfunção esplênica), Synflorix® pode ser administrado de acordo com os esquemas acima mencionados, exceto que o esquema de 3 doses deve ser dado como vacinação primária em bebês entre 6 semanas a 6 meses de idade iniciando a vacinação.
Certifique-se de que seu filho complete todo o ciclo de vacinação.
Recomenda-se que os pacientes que receberam a primeira dose de Synflorix® completem todo o ciclo vacinal com a mesma vacina.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento de seu médico.
O que devo fazer quando me esquecer de usar o Synflorix?
É importante que você siga as instruções do médico quanto às visitas de retorno. Se esquecer de retornar para vacinação na data marcada, consulte seu médico.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico.
Quais cuidados devo ter ao usar o Synflorix?
Você deve informar seu médico:
- Se seu filho estiver com febre alta. Nesse caso, pode ser necessário adiar a vacinação até que a criança se recupere. Uma infecção de menor gravidade, como um resfriado, não deve ser problema, mas também nesse caso você deve consultar o médico antes da vacinação.
- Se seu filho teve um problema de sangramento e desenvolve hematomas (manchas roxas) com facilidade.
- Se seu filho tem dificuldade para respirar. Pode ocorrer dificuldade de respirar nos três primeiros dias após a vacinação de crianças que nasceram muito prematuras (ou seja, com 28 semanas de gestação ou menos). Para este grupo de criança deve ser considerada a necessidade de monitorização respiratória durante 48-72 horas após a vacinação.
Assim como ocorre com todas as vacinas, a Synflorix® pode não proteger totalmente todas as crianças que a recebem.
Crianças com os mecanismos de defesa do corpo (o chamado sistema imunológico) enfraquecidos – devido por exemplo ao tratamento com imunossupressores (medicamentos que reduzem a capacidade do sistema imunológico de combater infecções), a uma anomalia genética, à infecção por HIV ou a outras causas – podem não obter todo o benefício de Synflorix®.
Synflorix® não deve, sob nenhuma circunstância, ser administrada por via intravascular (nos vasos de sangue) ou intradérmica (na pele). Não há nenhum dado disponível sobre a administração subcutânea (na camada embaixo da pele) de Synflorix®.
Pode ocorrer desmaio depois ou até mesmo antes da aplicação de qualquer injeção, portanto o médico ou o enfermeiro deve ser informado caso a criança já tenha desmaiado previamente ao tomar alguma injeção.
Gravidez e lactação
Synflorix® não se destina ao uso em adultos. Assim, não há dados disponíveis sobre o uso na gravidez ou durante a amamentação em seres humanos.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Synflorix® não se destina ao uso em adultos ou idosos.
Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Synflorix?
Como todas as vacinas, Synflorix® pode causar efeitos indesejáveis, embora nem todas as crianças apresentem esses efeitos.
As seguintes reações indesejáveis foram observadas de acordo com as frequências descritas abaixo:
- Muito comuns – ocorrem em 10% dos pacientes que utilizarem este medicamento;
- Comuns - ocorrem em 1% a 10% dos pacientes que utilizarem este medicamento;
- Incomuns - ocorrem em 0,1% a 1% dos pacientes que utilizarem este medicamento;
- Raras - ocorrem em 0,01% a 0,1% dos pacientes que utilizarem este medicamento;
- Muito raras – ocorrem em menos de 0,01% dos pacientes que utilizarem este medicamento.
Classe de órgãos de sistema | Frequência | Reações Adversas |
Ensaios Clínicos | ||
Distúrbios do sistema imune | Rara | Reações alérgicas (tais como dermatite alérgica, dermatite atópica e eczema) |
Muito rara | Angiodema | |
Distúrbios de metabolismo e nutrição | Muito comum | Perda de apetite |
Distúrbios psiquiátricos | Muito comum | Irritabilidade |
Incomum | Choro anormal | |
Distúrbios do sistema nervoso | Muito comum | Sonolência |
Rara | Convulsões (incluindo convulsões febris) | |
Distúrbios vasculares | Muito rara | Doença de Kawasaki (os principais sinais da doença são, por exemplo, febre por mais de cinco dias associada a uma erupção no tronco, por vezes, seguida por uma descamação da pele das mãos e dos dedos, gânglios inchados no pescoço, olhos vermelhos, lábios, língua e garganta) |
Distúrbios respiratórios, torácicos e mediastinos | Incomum | Apneia em bebês muito prematuros (≤ 28 semanas de gestação) |
Distúrbios gastrointestinais | Incomum | Diarreia, vômito |
Distúrbios cutâneos e subcutâneos | Incomum | Rash (erupção na pele) |
Rara | Urticaria | |
Distúrbios gerais e condições do local de administração | Muito comum | Dor, rubor, edema no local da injeção e febre retal ≥38°C (idade < 2 anos) |
Comum | Reações no local como rigidez no local da injeção, febre retal >39°C (idade < 2 anos) | |
Incomum | Reações no local como hematoma no local da injeção (manchas roxa), hemorragia (sangramento), nódulo no local da injeção (pequeno caroço) | |
As seguintes reações adversas foram adicionalmente relatadas após a vacinação de reforço de séries primárias ou vacinação catch-up: | ||
Distúrbios do sistema nervoso | Incomum | Dor de cabeça (de 2 a 5 anos de idade) |
Distúrbios gastrointestinais | Incomum | Náusea (de 2 a 5 anos de idade) |
Distúrbios gerais e condições do local de administração | Comum | Febre retal (≥38°C) (de 2 a 5 anos de idade) |
Incomum | Reações no local de injeção como prurido, febre retal > 40ºC (< 2 anos de idade), febre retal > 39ºC (de 2 a 5 anos de idade), inchaço difuso no membro que recebeu a injeção às vezes envolvendo a articulação adjacente | |
Dados pós-comercialização | ||
Distúrbios do sistema imune | Muito rara | Anafilaxia |
Distúrbios do sistema nervoso | Rara | Episódios hipotônicos-hiporresponsivos |
Após a vacinação de reforço, crianças acima de 12 meses de idade são mais propensas a reações locais comparada às taxas observadas em recém-nascidos durante a série primária com Synflorix®.
Após a vacinação catch-up em crianças entre 12 e 23 meses de idade, urticária foi reportada com maior frequência (incomum) comparada às taxas observadas em recém-nascidos durante a série primária e a vacinação de reforço.
Populações especiais
A segurança de Synflorix® foi avaliada em 83 bebês soro-positivos (HIV+/+), 101 bebês soro-negativos nascidos de mãe soro-positivo (HIV+/-) e 50 bebês com doença falciforme, recebendo vacinação primária.
Destes, 76, 96 e 49 bebês, respectivamente, receberam uma dose de reforço. A segurança de Synflorix® também foi avaliada em 50 bebês com doença falciforme vacinados entre 7-11 meses de idade, todos eles recebendo a vacinação de reforço, e em 50 bebês com doença falciforme vacinados entre 12-23 meses de idade. Os resultados sugerem reatogenicidade e perfil de segurança comparável entre Synflorix® e esses grupos de alto risco e crianças saudáveis.
Se algum desses efeitos colaterais se tornar grave, ou se você notar algum efeito indesejável não listado nesta bula, informe seu médico.
Atenção: este produto é um medicamento que possui nova indicação terapêutica no país e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
Apresentações do Synflorix
Suspensão injetável 0,5mL
Apresentada em embalagem monodose contendo 1 seringa preenchida de 0,5 mL.
Uso intramuscular.
Uso pediátrico (crianças de 6 semanas a 5 anos de idade).
Qual a composição do Synflorix?
Cada dose da vacina (0,5 mL) contém:
Conjugado de Streptococcus pneumoniae tipo 1 e proteína D de Haemophilus influenzae (proporção média PD/PS: 1,6) | 1 mcg PS1 ≅ 1,6 mcg PD |
Conjugado de Streptococcus pneumoniae tipo 4 e proteína D de Haemophilus influenzae (proporção média PD/PS: 1,7) | 3 mcg PS4 ≅ 5,1 mcg PD |
Conjugado de Streptococcus pneumoniae tipo 5 e proteína D de Haemophilus influenzae (proporção média PD/PS: 1,0) | 1 mcg PS5 ≅ 1,0 mcg PD |
Conjugado de Streptococcus pneumoniae tipo 6B e proteína D de Haemophilus influenzae (proporção média PD/PS: 0,8) | 1 mcg PS6B ≅ 0,8 mcg PD |
Conjugado de Streptococcus pneumoniae tipo 7F e proteína D de Haemophilus influenzae (proporção média PD/PS: 1,1) | 1 mcg PS7F ≅ 1,1 mcg PD |
Conjugado de Streptococcus pneumoniae tipo 9V e proteína D de Haemophilus influenzae (proporção média PD/PS: 1,4) | 1 mcg PS9V ≅ 1,4 mcg PD |
Conjugado de Streptococcus pneumoniae tipo 14 e proteína D de Haemophilus influenzae (proporção média PD/PS: 1,4) | 1 mcg PS14 ≅ 1,4 mcg PD |
Conjugado de Streptococcus pneumoniae tipo 18C e toxoide tetânico (proporção média TT/PS: 2,6) | 3 mcg PS18C ≅ 8 mcg TT |
Conjugado de Streptococcus pneumoniae tipo 19F e toxoide diftérico (proporção média TD/PS: 1,6) | 3 mcg PS19F ≅ 5 mcg TD |
Conjugado de Streptococcus pneumoniae tipo 23F e proteína D de Haemophilus influenzae (proporção média PD/PS: 0,6) | 1 mcg PS23F ≅ 0,6 mcg PD |
Excipientes q.s.p | 0,5 mL |
Excipientes (apresentação monodose): cloreto de sódio, fosfato de alumínio e água para injetáveis.
Excipientes (apresentação 4 doses): cloreto de sódio, 2-fenoxietanol, fosfato de alumínio e água para injetáveis.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Synflorix maior do que a recomendada?
Os dados disponíveis sobre a superdosagem de Synflorix® são insuficientes.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Synflorix com outros remédios?
Informe ao médico se seu filho estiver tomando ou tomou recentemente qualquer outro medicamento, com ou sem receita médica, bem como se ele recebeu recentemente alguma outra vacina.
Synflorix® pode ser administrada junto com qualquer uma das seguintes vacinas monovalentes ou combinadas (incluindo-se DTPa-HBV-IPV/Hib e DTPw-HBV/Hib):
- Vacina contra difteria-tétano-pertussis acelular (DTPa), vacina contra hepatite B (HBV), vacina inativada contra poliomielite (IPV), vacina contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib), vacina contra difteria-tétano-pertussis de célula inteira (DTPw), vacina contra sarampo-caxumba-rubéola (SCR), vacina contra varicela, vacina conjugada meningocócica de sorogrupo C (conjugada com CRM197 ou TT), sorogrupos meningocócicos A, C, W-135 e Y da vacina meningocócica ACWY (conjugada ao TT), vacina pólio oral (OPV) e vacina contra rotavírus. Vacinas injetáveis diferentes devem sempre ser administradas em locais de injeção diferentes.
Synflorix® pode não proporcionar toda a proteção a seu filho se ele estiver tomando medicamentos imunossupressores, ou seja, medicamentos que reduzem a capacidade do sistema imunológico de combater infecções.
A administração preventiva de antipiréticos (medicamentos utilizados para febre) antes ou imediatamente após o uso de vacinas pode reduzir a incidência e a intensidade de reações febris pós-vacinação. Entretanto, há dados que sugerem que o uso preventivo de paracetamol pode reduzir a resposta imune a vacinas pneumocócicas – ou seja, reduzir a proteção obtida com essas vacinas. A relevância clínica dessa observação continua desconhecida.
Informe seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento de seu médico. Pode ser perigoso para sua saúde.
Qual a ação da substância do Synflorix?
Resultados de Eficácia
Eficácia e efetividade em ensaios clínicos
Em um estudo clínico em larga escala de fases III/IV, duplo-cego, randomizado por agrupamento, controlado, conduzido na Finlândia (FinIP), as crianças foram randomizadas para 4 grupos, de acordo com os dois esquemas de vacinação de bebês [esquema primário de 2 doses (3, 5 meses de idade) ou 3 doses (3, 4, 5 meses de idade), seguindo-se uma dose de reforço aos 11 meses de idade] para receber vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) (2/3 do agrupamento) ou a vacina contra a hepatite, como controle (1/3 do agrupamento). Nas coortes de catch-up, as crianças entre 7-11 meses de idade na primeira dose, receberam 2 doses da vacina pneumocócica 10 valente (conjugada) ou vacina hepatite B controle, seguida de um reforço, e crianças entre 12-18 meses de idade na primeira dose recebida, receberam 2 doses de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) ou vacina hepatite A controle. O acompanhamento médio, da primeira vacinação, foi de 24 a 28 meses para a doença invasiva, pneumonia diagnosticada hospitalar e prescrições de antimicrobianos para pacientes ambulatoriais.
Em um estudo agrupado, os bebês foram acompanhados até aproximadamente 21 meses de idade, para avaliar o impacto de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) no portador nasofaríngeo.
Em um ensaio clínico de fase III de grande escala, randomizado e duplo-cego (Estudo clínico em Otite Média e Pneumonia - COMPAS), bebês saudáveis com idade entre 6 a 16 semanas receberam Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) ou a vacina contra a hepatite B, como controle, aos 2, 4 e 6 meses de idade, seguida, respectivamente, por Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) ou pela vacina contra a hepatite A, como controle, dos 15 aos 18 meses de idade.
DPI
Eficiência / eficácia no coorte de bebês abaixo de 7 meses de vida na ocasião do recrutamento:
A eficiência ou eficácia da vacina (EV) foi demonstrada na prevenção de DPI confirmada por cultura causada pelos sorotipos pneumocócicos da vacina, quando Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) foi administrada a bebês pelos esquemas 2+1 ou 3+1 no estudo FinIP ou pelo esquema 3+1 no estudo COMPAS (ver Tabela 1).
Tabela 1: Número de casos de DPI causados pelos sorotipos da vacina e eficiência (FinIP) ou eficácia (COMPAS) da vacina em bebês abaixo de 7 meses de vida na ocasião do recrutamento que receberam pelo menos uma dose da vacina (coorte vacinado total de bebês)
Tipo de DPI | FinIP | COMPAS | ||||||
N° de casos de DPI | EV (IC 95%) | N° de casos de DPI | EV (IC 95%) | |||||
Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada), Esquema 3+1 (N=1O.273) | Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada), Esquema 2+1 (N=1O.O54) | Controle(2) (N=1O.2OO) | Esquema 3+1 | Esquema 2+1 | Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada), Esquema 3+1 (N = 11.798) | Controle (N=11.799) | Esquema 3+1 | |
DPI causada pelos sorotipos da vacina(1) | 0 | 1 | 12 | 100%(3) (82,8; 100) |
91,8%(4) (58,3; 99,6) |
0 | 18 | 100% (77,3; 100) |
DPI sorotipo 6B | 0 | 0 | 5 | 100% (54,9; 100) |
100% (54,5; 100) |
0 | 2 | - |
DPI sorotipo 14 | 0 | 0 | 4 | 100% (39,6; 100) |
100% (43,3; 100) |
0 | 9 | 100% (49,5; 100) |
DPI: Doença pneumocócica invasiva.
EV: Eficiência da vacina.
N: Número de participantes por grupo.
IC: Intervalo de confiança
(1) Exceto pelos sorotipos 6B e 14, os casos de DPI causados pelos sorotipos da vacina e confirmados por cultura incluíram 7F (1 caso nos agrupamentos de 2+1 de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada), 18C, 19F e 23F (1 caso em cada um dos agrupamentos de controle). No COMPAS, os sorotipos 5 (2 casos), 18C (4 casos) e 23F (1 caso) foram detectados no grupo controle, além dos sorotipos 6B e 14.
(2) Os dois grupos de agrupamentos de controle de bebês foram combinados.
(3) Valor p < 0,0001.
(4) Valor p= 0,0009.
No estudo FinIP, a EV observada contra DPI confirmada por cultura causada por qualquer sorotipo foi de 100% (IC 95%: 85,6-100,0%; 0 vs. 14 casos) para o esquema 3+1, 85,8% (IC 95%: 49,1-97,8%; 2 vs. 14 casos) para o esquema 2+1 e 93,0% (IC 95%: 74,9-98,9%; 2 vs. 14 casos) independentemente do esquema de vacinação primária. No estudo COMPAS, o resultado foi de 66,7% (95% IC, 21,8% - 85,9%, 7 vs. 21 casos).
Efetividade após a imunização de recuperação (catch- up):
Entre as 15.447 crianças nos coortes vacinados em esquema de catch-up, não houve nenhum caso de DPI confirmado por cultura nos grupos de Vacina pneumocócica 10 valente (conjugada), enquanto 7 casos de DPI foram observados nos grupos de controle (sorotipos 7F e 14 no coorte de 7-11 meses e sorotipos 3, 4, 6B, 15C e 19F no coorte de 12-18 meses).
De modo geral, a incidência de DPI foi de 35/100.000 pessoas-ano nos coortes expostos a vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) e de 64/100.000 pessoas-ano naqueles expostos à vacina pneumocócica 7-valente (conjugada), representando uma diferença estatisticamente significativa (p=0,03). Nenhuma correlação direta de causa e efeito pode ser deduzida pelos estudos observacionais desse tipo.
No Brasil, a efetividade da vacina pneumocócica 10-valente conjugada foi avaliada em um estudo caso-controle no qual foram analisados 316 casos e 1219 controles pareados por idade e local de residência. Os casos foram recrutados em 10 estados do Brasil selecionados para a vigilância de DPI definida pelo isolamento de pneumococo de fluído normalmente estéril (p.ex. sangue, LCR, líquido pleural). Os controles foram selecionados através do Registro Nacional de Nascidos Vivos. O estudo incluiu crianças a partir de 2 meses de idade que seriam elegíveis para receber a vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) que foi administrada em esquema 3+1 (2, 4, 6 e 12 meses de idade) e uma dose de catch-up (12 a 24 meses de idade) no ano de introdução da vacina em 2010. Os resultados de efetividade contra DPI causada por sorotipos vacinais estão apresentados na tabela abaixo.
Tabela 2: Efetividade da vacina pneumocócica 1O-valente (conjugada) (PCV1O) contra diferentes desfechos de doença pneumocócica invasiva (DPI) nos casos (n=316) e controles (n=1219) na análise de efetividade
- | Exposição* (número de doses) | N de casos/controles que contribuíram para a análise† | Efetividade bruta (IC 95%) | Efetividade ajustada (IC 95%)‡ |
Efetividade Global | ||||
DPI por tipos vacinais§ | Número de doses de PCV10 adequado para a idade | 61/147 | 86,5% (73,2 a 93,2) | 83,8% (65,9 a 92,3) |
Efetividade Global segundo número de doses†† | ||||
DPI por tipos vacinais | Pelo menos uma dose | 78/147 | 83,7% (70,1 a 91,2) | 81,9% (64,4 a 90,8) |
DPI por tipos vacinais | Duas doses | 15/124 | 90,5% (72,4 a 96,7) | 89,9% (64,1 a 96,6) |
DPI por tipos vacinais | Pelo menos duas doses | 17/124 | 96,6% (88,6 a 99,0) | 95,9% (84,0 a 98,9) |
DPI por tipos vacinais | Três doses | 4/108 | 97,5% (87,2 a 99,5) | 96,4% (80,2 a 99,3) |
DPI por tipos vacinais | Pelo menos três doses | 5/108 | 96,7% (86,1 a 99,2) | 95,4% (78,1 a 99,0) |
DPI por tipos vacinais | Quatro doses | 1/80 | 73,5% (-20,4 a 94,2) | 67,7% (-58,0 a 93,4) |
Efetividade Global segundo a síndrome clínica | ||||
Pneumonia ou bacteremia (sorotipos vacinais) | Número de doses de PCV10 adequado para a idade | 26/75 | 88,2% (67,1 a 95,7) | 81,3% (46,9 a 93,4) |
Meningite (sorotipos vacinais) | Número de doses de PCV10 adequado para a idade | 35/72 | 85,1% (61,6 a 94,2) | 87,7% (61,4 a 96,1) |
PCV10: vacina pneumocócica 10-valente (conjugada).
DPI: doença pneumocócica invasiva.
*A referência utilizada para calcular o "odds ratio" para todas as exposições foi número de doses igual a zero.
† Somente os segmentos onde casos e controles tinham status de vacinação discordantes contribuíram para os modelos de regressão logística condicional; o denominador é o número total do segmento do caso-controle no subgrupo e o numerador é o número no segmento com discordância (p.ex: caso vacinado e pelo menos um controle não vacinado, ou caso não vacinado e pelo menos um controle vacinado).
‡ Ajustado para a administração de pelo menos uma dose de vacina tetravalente (difteria-tétano-pertussisHaemophilus influenzae tipo B) e qualquer doença crônica.
§ Inclui os sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F, e 23F.
†† A análise de efetividade por numero de doses não distingue entre tipos diferentes de doses (p.ex: doses primárias, reforço ou catch-up).
Pneumonia
A eficácia de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) contra a pneumonia adquirida na comunidade (PAC) provavelmente bacteriana foi demonstrada no coorte "de acordo com o protocolo" (ATP) (imunizado pelo menos com a série primária de três doses) (valor P d 0,002) como objetivo primário do estudo COMPAS durante o acompanhamento de 38 meses do início do estudo.
A PAC provavelmente bacteriana é definida como casos de PAC confirmados por radiologia com consolidação alveolar / efusão pleural em raios X de tórax, ou com infiltrados não alveolares, porém com proteína C reativa (CRP) ≥ 40mg/L.
A eficácia da vacina contra PAC provavelmente bacteriana observada nesse estudo é apresentada abaixo (Tabela 3).
Tabela 3: Números e porcentagens de indivíduos com PAC provavelmente bacteriana(*), após 3 doses de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) ou uma vacina de controle, e eficácia da vacina (coorte ATP para eficácia)
Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) (N=1O.295) | Vacina de controle (N=1O.2O1) | Eficácia da vacina | ||
n | % (n/N) | n | % (n/N) | |
240 | 2.3% | 304 | 3.0% | 22.0% (IC 95%: 7,7; 34,2) |
N: Número de participantes por grupo.
n: Número de participantes relatando um primeiro episódio de PAC provavelmente bacteriana a qualquer tempo a partir de 2 semanas após a administração da terceira dose.
%: Porcentagem de participantes relatando um primeiro episódio de PAC provavelmente bacteriana a qualquer tempo a partir de 2 semanas após a administração da terceira dose.
IC: Intervalo de confiança.
* Análise final do objetivo primário - período de observação de 38 meses.
Em uma análise intermediária (durante um período de observação de 38 meses do início do estudo), a eficácia da vacina contra a PAC com consolidação alveolar ou efusão pleural foi de 25,7% (IC 95%: 8,4; 39,6), e contra a PAC clinicamente suspeita encaminhada para raios X foi de 6,7% (IC 95%: 0,7; 12,3).
Durante um longo período de observação de 48 meses do início do estudo, a eficácia da vacina contra PAC provavelmente bacteriana foi de 18,2% (IC 95%: 4,1, 30,3), contra PAC com consolidação alveolar ou efusão pleural foi de 22,4% (IC 95%: 5,7, 36,1) e contra suspeita clínica de PAC encaminhada para avaliação radiológica foi de 7,3% (IC 95%: 1,6, 12,6).
No estudo FinIP, a eficácia da vacina na redução dos casos diagnosticados de pneumonia hospitalar (identificados com base no CID-10, utilizando códigos para pneumonia) foi de 26,7% (IC 95%: 4,9; 43,5) no esquema infantil 3 + 1 e 29,3% (IC 95%: 7,5; 46,3) no esquema infantil 2 + 1. Para vacinação catch-up, a efetividade da vacina foi de 33,2% (IC 95%: 3,0; 53,4) no coorte de 7 - 11 meses e 22,4% (IC 95%: -8,7; 44,8) no coorte de 12 - 18 meses.
Otite média aguda (OMA)
Eficácia contra OMA:
Dois estudos de eficácia, COMPAS e POET (Pneumococcal Otitis Media Efficacy Trial), foram conduzidos com vacinas pneumocócicas conjugadas contendo a proteína D: Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) e uma vacina conjugada 11 valente sob investigação (que, adicionalmente, continha o sorotipo 3), respectivamente.
No COMPAS, 7.214 indivíduos [Coorte Total Vacinada (TVC)] foram incluídos na análise de eficácia de OMA, dos quais 5.989 indivíduos estavam na coorte ATP (Tabela 4).
Tabela 4: Eficácia da vacina contra OMA (1) no COMPAS:
Tipo ou causa de OMA | Eficácia da vacina (IC 95%) |
ATP(2) | |
OMA clínica independentemente da etiologia | 16,1% (-1,1; 30,4)(3) |
Qualquer sorotipo de pneumococos | 56,1% (13,4;77,8) |
10 sorotipos contidos na vacina pneumocócica | 67,1% (17,0; 86,9) |
Sorotipos de pneumococos relacionados com a vacina | 25,7% (-232,2; 83,4) |
Sorotipos de pneumococos não vacinais/ não relacionados com a vacina | 25,7% (-231,9; 83,4) |
Hi (incluindo NTHi) | 15,0% (-83,8; 60,7) |
Somente NTHi | 15,0% (-83,8;60,7) |
IC: Intervalo de Confiança.
(1) Primeiro episódio.
(2) Período de acompanhamento por um máximo de 40 meses a partir de 2 semanas após a terceira dose primária.
(3) Não é estatisticamente significativa segundo critérios pré-definidos (p unicaudal = 0,032).
No entanto, na coorte TVC, a eficácia da vacina contra episódios clínicos de OMA foi de 19% (IC 95%: 4,4; 31,4).
Em outro ensaio clínico de eficácia, duplo-cego e randomizado POET, realizado na República Tcheca e na Eslováquia, 4.907 crianças (coorte ATP) receberam ou a vacina em investigação 11-valente (11Pn-PD), que continha os dez sorotipos de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) juntamente com o sorotipo 3 - para o qual não foi demonstrada eficácia -, ou uma vacina de controle (vacina hepatite A), de acordo com o esquema vacinal de 3, 4, 5 e 12-15 meses (Tabela 5).
A eficácia da vacina 11Pn-PD contra a primeira ocorrência de um episódio de OMA por um sorotipo dessa vacina foi de 52,6% (IC de 95%: 35,0- 65,5). A eficácia específica por sorotipo contra o primeiro episódio de OMA foi demonstrada para os sorotipos 6B (86,5%; IC de 95%: 54,9-96,0), 14 (94,8%; IC de 95%: 61,0- 99,3), 19F (43,3%; IC de 95%: 6,3- 65,4) e 23F (70,8%; IC de 95%: 20,8-89,2). Para os outros sorotipos da vacina, o número de casos de OMA foi muito limitado para permitir que se tirasse qualquer conclusão sobre a eficácia. A eficácia contra qualquer episódio de OMA por qualquer sorotipo pneumocócico foi de 51,5% (36,8-62,9). Tanto no estudo COMPAS (com base nos poucos casos relatados) quanto no estudo POET, não se observou aumento na incidência de OMA devido a não vacinação/vacinas não relacionadas à sorotipos, caso esse em que a vacina 11 Pn-PD apresentou eficácia de 8,5% (-64,2: 49,0) no POET, ou devido a outros patógenos bacterianos ou sorotipos não incluídos na vacina. A eficácia estimada desse medicamento contra qualquer episódio clínico de otite média, independentemente da etiologia, foi de 33,6% (IC de 95%: 20,8- 44,3) no POET.
Com base na ligação imunológica da resposta funcional (OPA) da Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) com a da formulação 11-valente, administrada no POET, espera se que a Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) confira eficácia protetora idêntica contra a OMA.
Impacto nas prescrições de antimicrobianos:
Na FinIP, o coorte infantil do total de vacinados, a vacinação com Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) reduziu as prescrições ambulatoriais para a amoxicilina, o antibiótico mais prescrito para OMA, por 7,9% (IC 95%: 2,0: 13,4) no esquema 3 + 1 e 7,5% (IC 95%: 0,9; 13,6), no esquema 2 + 1. Nos grupos de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada), houve uma tendência para redução na prescrição de antimicrobianos ambulatoriais e na prescrição dos antimicrobianos geralmente recomendados para otite média e infecções respiratórias.
Impacto sobre o portador nasofaríngeo
O efeito de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) sobre o estado do portador nasofaríngeo foi avaliado em dois estudos randomizados, duplo-cegos, utilizando um controle inativo: no estudo agrupado FinIP na Finlândia (5.092 indivíduos) e no COMPAS (1.921 indivíduos).
Em ambos os estudos, Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) reduziu significativamente o portador do tipo vacinal (combinado e individualmente, 6B, 19F e 23F), com uma tendência de aumento após a vacinação de reforço no portador nasofaríngeo do tipo não vacinal/não relacionado à vacina, resultando em uma redução consistente do estado de portador geral para pneumococos. No estudo agrupado, também foi observada uma redução significativa para o sorotipo 14 da vacina e para o sorotipo 19A, como proteção cruzada.
Eficácia na vigilância pós-comercialização
No Brasil, Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) foi introduzida no Programa Nacional de Imunização (PNI) em março de 2010, usando o esquema 3+1 em crianças (2, 4, 6 meses de idade e uma dose de reforço aos 12 meses), com uma campanha de catch-up em crianças até 2 anos de idade. Com base em quase 3 anos de vigilância seguidos da introdução de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada), um estudo de caso-controle pareado relatou uma diminuição significativa na cultura ou PCR confirmou DPI devido a qualquer sorotipo da vacina, e DPI devido aos sorotipos individuais 6B, 14 e 19A.
Tabela 5: Resumo da eficácia de Vacina pneumocócica 10- valente (conjugada) para DPI no Brasil
Tipo de DPI(1) | Eficácia ajustada(2) (IC 95%) |
Qualquer sorotipo vacinal de DPI(3) | 83,8% (65,9; 92,3) |
Pneumonia invasiva ou bacteriemia |
81,3% (46,9; 93,4) |
Meningite |
87,7% (61,4; 96,1) |
DPI devido aos sorotipos individuais(4) | |
6B |
82,8% (23,8; 96,1) |
14 |
87,7% (60,8; 96,1) |
19A |
82,2% (10,7; 96,4) |
(1) Cultura ou PCR confirmou DPI.
(2) A eficácia ajustada representa a porcentagem de redução de DPI no grupo vacinado com Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) em comparação ao grupo não vacinado, controlando para fatores de confusão.
(3) Casos de cultura ou PCR confirmados para os sorotipos 4, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F contribuíram para a análise.
(4) Sorotipos individuais para os quais foram alcançadas estatísticas significantes.
Na Finlândia, Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) foi introduzido no PNI em setembro de 2010, com o esquema 2+1 em crianças (3, 5 meses de idade e uma dose de reforço aos 12 meses) sem campanha de catch-up. Antes e depois a comparação PNI sugere uma redução significativa na incidência de qualquer cultura que confirmou DPI, qualquer sorotipos da vacina DPI e DPI devido ao sorotipo 19A.
Tabela 6: Preços de DPI e as reduções das taxas correspondentes na Finlândia(1)
DPI | Incidência por 1OO.OOO pessoas/ano | Redução da taxa relativa(2) (IC 95%) |
|
Antes do PNI | Depois do PNI | ||
Qualquer cultura confirmada | 62.9 | 12.9 | 80% (72;85) |
Qualquer sorotipo de vacina(3) | 49.1 | 4.2 | 92% (86;95) |
Sorotipo 19A | 5.5 | 2.1 | 62% (20;85) |
(1) Crianças ≤ 5 anos de idade durante os três primeiros anos após a introdução PNI.
(2) A redução da taxa relativa indica quanto a incidência de DPI foi reduzida no coorte de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada), versus coortes não vacinados.
(3) Casos confirmados de cultura dos sorotipos 1, 4, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F contribuíram para a análise.
No Quebec, Canadá, Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) foi introduzido no programa de imunização infantil (2 doses primárias em bebês com menos de 6 meses de idade e uma dose de reforço aos 12 meses) após 4,5 anos de uso da vacina pneumocócica 7-valente (conjugada) (VPC). Com base em 1,5 anos de vigilância, seguido da introdução de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada), com cobertura acima de 90% no grupo de idade com a vacina elegível, uma diminuição na incidência do sorotipo da vacina DPI (em grande parte devido à mudanças do sorotipo 7F) foi observada com nenhum aumento concomitante na incidência do sorotipo DPI não-vacina, levando a uma diminuição global na incidência de DPI no grupo etário alvo em comparação com a incidência registrada no período anterior.
Dados adicionais de imunogenicidade
Não-inferioridade imunológica à vacina pneumocócica 7-valente (conjugada)
Conforme recomendado pela OMS, a avaliação da eficácia potencial contra a DPI pré-licenciamento se baseia na comparação quanto às respostas imunes aos sete sorotipos comuns entre Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) e a vacina pneumocócica 7-valente (conjugada), cuja eficácia protetora foi anteriormente avaliada. Mediram-se também as respostas imunológicas aos três sorotipos adicionais de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada).
Num ensaio clínico de comparação direta com a vacina pneumocócica 7-valente (conjugada), demonstrou-se a não inferioridade da resposta imunológica à Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) medida por ELISA para todos os sorotipos, exceto o 6B e o 23F (limite superior do IC de 96,5% relativo à diferença entre os grupos >10%) (Tabela 1). Em relação aos sorotipos 6B e 23F, respectivamente 65,9% e 81,4% dos bebês vacinados aos 2, 3 e 4 meses atingiram o limite de anticorpos (i.e 0.20µg/ml) um mês após a terceira dose da Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada), versus 79,0% e 94,1%, respectivamente, após três doses da vacina pneumocócica 7-valente (conjugada). Não está clara a relevância clínica dessas diferenças visto que foi observado em um estudo clínico duplo cego randomizado que Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) é efetiva contra DPI causada pelo sorotipo 6B (Tabela 1).
As porcentagens de indivíduos vacinados que atingiram o limite para os três sorotipos adicionais (1, 5 e 7F) de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) foram respectivamente de 97,3%, 99,0% e 99,5%, e estes índices foram pelo menos tão bons como a resposta agregada da vacina pneumocócica 7-valente (conjugada) contra os sete sorotipos comuns (95,8%).
Tabela 7: Análise comparativa entre a vacina pneumocócica 7-valente (conjugada) e Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) em porcentagem de indivíduos com concentrações de anticorpos ≥ 0,20mcg/ml, um mes após a terceira dose
Anticorpos | Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) | Vacina pneumocócica 7-valente (conjugada) | Diferença em %≥ 0.20mcg/ml- vacina pneumocócica 7-valente (conjugada) menos Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) | ||||
N | % | N | % | % | IC de 96,5% | ||
Anti-4 | 1.106 | 97,1 | 373 | 100 | 2,89 | 1,71 | 4,16 |
Anti-6B | 1.100 | 65,9 | 372 | 79,0 | 13,12 | 7,53 | 18,28 |
Anti-9V | 1.103 | 98,1 | 374 | 99,5 | 1,37 | -0,28 | 2,56 |
Anti-14 | 1.100 | 99,5 | 374 | 99,5 | -0,08 | -1,66 | 0,71 |
Anti-18C | 1.102 | 96,0 | 374 | 98,9 | 2,92 | 0,88 | 4,57 |
Anti-19F | 1.104 | 95,4 | 375 | 99,2 | 3,83 | 1,87 | 5,50 |
Anti-23F | 1.102 | 81,4 | 374 | 94,1 | 12,72 | 8,89 | 16,13 |
As concentrações médias geométricas (GMCs) de anticorpos após a vacinação primária conferidas por Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) contra os sete sorotipos comuns foram inferiores às propiciadas pela vacina pneumocócica 7-valente (conjugada). As GMCs antes da dose de reforço (de 8 a 12 meses após a última dose da vacinação primária) foram no geral idênticas para ambas. Após a dose de reforço, as GMCs conferidas por Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) foram inferiores para a maioria dos sorotipos comuns em comparação com a vacina pneumocócica 7- valente (conjugada).
No mesmo ensaio clínico, Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) demonstrou gerar anticorpos funcionais contra todos os seus sorotipos. Em relação a cada um dos sete sorotipos comuns, de 87,7% a 100% dos indivíduos que receberam Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) e de 92,1% a 100% dos que utilizaram a vacina pneumocócica 7-valente (conjugada) atingiram títulos de atividade opsonofagocítica (OPA) ≥ 8 um mês após a terceira dose. A diferença entre ambas as vacinas em porcentagem de indivíduos com títulos OPA ≥ 8 foi <5% para todos os sorotipos comuns, incluindo o 6B e o 23F. Após a imunização primária e de reforço, os títulos médios geométricos (GMTs) de anticorpos OPA conferidos por Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) foram inferiores aos obtidos pela vacina pneumocócica 7-valente (conjugada) para os sete sorotipos comuns, exceto para o sorotipo 19F.
Para os sorotipos 1, 5 e 7F, as porcentagens dos que atingiram títulos OPA ≥ 8 com Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) foram, respectivamente, de 65,7%, 90,9% e 99,6% após o esquema de vacinação primária e de 91,0%, 96,3% e 100% após a dose de reforço. A resposta OPA para os sorotipos 1 e 5 foi inferior em magnitude comparativamente à resposta para cada um dos outros sorotipos. As implicações desse achado quanto à eficácia protetora não são conhecidas. A resposta para o sorotipo 7F ocorreu no mesmo intervalo que a dos sete sorotipos comuns às duas vacinas.
O impacto direto da Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) sobre a DPI varia entre os países e estima-se que oscile entre 54% e 88%, dependendo da proporção de DPIs causadas pelos sorotipos nela contidos.
A administração da quarta dose (de reforço) no segundo ano de vida demonstrou a resposta de anticorpo anamnéstica medida por ELISA e OPA para os 10 sorotipos incluídos na vacina, evidenciando-se a indução da memória imunológica após o curso primário de três doses.
Também foi demonstrado que Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) induz resposta imune aos sorotipos 6 A e 19 A (reação cruzada) com aumentos de GMCs (5,5 e 6,1 na concentração média, respectivamente) e GMT de OPA (6.7 e 6.1, na concentração média, respectivamente) observados um mês após a dose de reforço em comparação à concentração pré-reforço.
Em um estudo clínico, no qual as crianças foram vacinadas com 6, 10 e 14 semanas, a porcentagem de crianças vacinadas com a vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) que apresentaram concentração de anticorpos ≥ 0,20µg/ml e com títulos OPA ≥8 estava no mesmo nível que a porcentagem dos vacinados com a vacina pneumocócica 7-valente (conjugada), para os sete sorotipos em comum. As diferenças observadas na porcentagem de pacientes com títulos OPA≥ 8 foi menor que 5% para todos os sorotipos exceto o 19F (que a porcentagem foi maior no grupo vacinado com a vacina pneumocócica 10-valente (conjugada)).
Imunogenicidade em bebês de 6 semanas a 6 meses de idade
Esquema primário de três doses:
Em ensaios clínicos realizados em vários países da Europa, no Chile e nas Filipinas, avaliou-se a imunogenicidade de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) após a série de vacinação primária de três doses (N=3.089), de acordo com diferentes esquemas vacinais (de 6-10-14 semanas, 2-3-4, 3-4-5 meses ou 2-4-6 meses de idade). A quarta dose (de reforço) foi administrada a 1.976 indivíduos em seis ensaios clínicos. No geral observaram-se respostas semelhantes com os diferentes esquemas, embora se tenham verificado respostas imunes um pouco superiores para o de 2-4-6 meses.
Memória imunológica:
Um único desafio com o polissacarídeo aos 12 meses de idade induziu uma resposta imune anamnéstica contra os sorotipos vacinais e uma reação cruzada contra o sorotipo 19A, o que é considerado indicativo de indução de memória imunológica em decorrência da série primária de vacinação com Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada).
No acompanhamento do estudo que avaliava os esquemas de vacinação primária de 2 doses e 3 doses, a persistência de anticorpos em 36- 46 meses de idade foi demonstrada em indivíduos vacinados com 2 doses. Após um desafio de dose única de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) administrada durante o quarto ano de vida, o aumento no número de anticorpo por ELISA GMC e GMT por OPA, pré para pós vacinação, em 2 doses e 3 doses em indivíduos vacinados foi semelhante e indicativo de uma resposta imunológica anamnéstica para todos os sorotipos da vacina e a sorotipos de 6A e 19A (proteção cruzada). Respostas imunológicas anamnésticas a proteína D também foram apresentados com os dois esquemas.
Imunogenicidade em bebês e crianças não vacinadas ≥ 7 meses de idade (catch-up)
As respostas imunológicas induzidas por Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) de crianças mais velhas não vacinadas previamente foram avaliadas em três estudos clínicos.
O primeiro estudo clínico avaliou as respostas imunes para os sorotipos da vacina e do sorotipo 19A (proteção cruzada) em crianças com idade entre 7-11 meses, 12-23 meses e 2 à 5 anos:
- Crianças com idade entre 7 e 11 meses receberam duas doses primárias seguidas de uma dose de reforço no segundo ano de vida. As respostas imunológicas depois da dose de reforço nesse grupo etário foram, em geral, semelhantes às observadas depois da dose de reforço em bebês com menos de 6 meses de idade sensibilizados com três doses.
- Em crianças com idade entre 12-23 meses, as respostas imunológicas geradas depois de 2 doses foram comparáveis às respostas geradas depois de 3 doses em bebês, com exceção dos sorotipos da vacina 18C e 19F, assim como o sorotipo 19A (proteção cruzada), para os quais as respostas foram maiores nas crianças de 12 a 23 meses.
- Em crianças de 2 a 5 anos de idade que receberam 1 dose , as GMCs de anticorpos por ELISA para 6 sorotipos da vacina, assim como para o sorotipo 19A (proteção cruzada), foram similares às atingidas depois de esquema de vacinação de três doses em bebês, embora se revelassem inferiores para 4 sorotipos da vacina (sorotipos 1, 5, 14 e 23F) e para a antiproteína D. Os GMTs por OPA foram semelhantes ou maiores depois da dose única do que após o curso primário de três doses em bebês, exceto para o sorotipo 5.
No segundo estudo clínico, uma única dose administrada durante o segundo ano de vida após 2 doses de catch-up entre 12-20 meses de idade provocou um aumento acentuado do GMC de anticorpos e GMTs por OPA, indicativo de uma memória imunológica.
No terceiro estudo clínico, a administração de duas doses com intervalo de dois meses, com início entre 36 e 46 meses de idade, resultou em maiores GMCs de anticorpos e GMTs por OPA pelo método ELISA do que o verificado um mês depois da vacinação primária com três doses para cada sorotipo de vacina e o sorotipo 19A (proteção cruzada). Uma resposta imunológica similar pode ser observada para a proteína D.
Imunogenicidade em prematuros
A imunogenicidade de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) em bebês muito prematuros (nascidos após um período de gestação de 27-30 semanas) (N = 42), bebês prematuros (nascidos após um período de gestação de 31-36 semanas) (N = 82) e bebês nascidos à termo (nascidos após um período de gestação superior a 36 semanas) (N = 132) foi avaliada seguindo-se um esquema de três doses de vacinação primária, aos 2, 4 e 6 meses de idade. Realizou-se a avaliação da imunogenicidade em 44 bebês muito prematuros, 69 bebês prematuros e 127 bebês nascidos à termo após uma dose de reforço aos 15-18 meses de idade.
Independentemente da maturidade, um mês após a vacinação primária, para cada sorotipo da vacina, pelo menos 92,7% dos indivíduos atingiram concentrações de anticorpos ELISA ≥ 0,2 µg/mL e pelo menos 81,7% atingiram títulos OPA ≥ 8, com exceção do sorotipo 1 (pelo menos 58,8% atingiram títulos OPA ≥ 8). Observaram-se GMCs de anticorpos ELISA e GMTs de OPA semelhantes em todos os bebês, exceto pelo fato de que as GMCs de anticorpos foram mais baixas para os sorotipos 4, 5 e 9V e sorotipo 19A (proteção cruzada) nos bebês muito prematuros e para o sorotipo 9V em bebês prematuros e o GMT de OPA foi mais baixo para o sorotipo 5 nos bebês muito prematuros.
Aumentos de GMCs de anticorpos ELISA e GMTs de OPA foram observados para cada sorotipo de vacina e para o sorotipo 19A (proteção cruzada) um mês após a dose de reforço, o que indica memória imunológica. Os GMCs de anticorpos ELISA e os GMTs de OPA foram semelhantes entre todos os bebês, exceto pelo fato de que em bebês muito prematuros verificou-se GMT de OPA menor para o sorotipo 5. De modo geral, para cada sorotipo de vacina, pelo menos 97,6% dos indivíduos atingiram concentrações de anticorpos ELISA •0,2 µg /mL e, pelo menos 91,9% atingiram títulos OPA ≥ 8.
As respostas imunológicas à proteína D após a vacinação primária e a de reforço foram semelhantes entre os bebês muito prematuros, os bebês prematuros e bebês nascidos à termo.
Dados de segurança pré-clínicos
A formulação da vacina 11-valente, representativa de Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada), não apresenta riscos especiais para o ser humano, de acordo com o revelado por estudos convencionais de farmacologia de segurança, toxicidade de dose única e dose repetida.
Características Farmacológicas
Propriedades farmacodinâmicas
Mecanismo de ação
Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) é uma vacina conjugada de polissacarídeos pneumocócicos que utiliza a proteína D como principal proteína transportadora. A proteína D é de superfície e está presente em todas as cepas de Haemophilus influenzae, inclusive o Haemophilus influenzae não tipável (NTHi). A vacina contém dez sorotipos de Streptococcus pneumoniae (1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F).
Dados epidemiológicos
Os dez sorotipos incluídos nessa vacina representam os principais sorotipos causadores de doenças em todo o mundo e abrangem aproximadamente de 50% a 96% das DPIs ocorridas em crianças menores de 5 anos de idade.
A pneumonia de diferentes etiologias é uma das principais causas de morbidade e mortalidade na infância em âmbito global.
Em estudos prospectivos, estimou-se que Streptococcus pneumoniae foi responsável por 30-50% dos casos de pneumonia bacterêmica.
A OMA é uma doença infantil comum, com diferentes etiologias. Acredita-se que as bactérias sejam responsáveis por pelo menos de 60% a 70% dos episódios clínicos dessa doença. O Streptococcus pneumoniae e o NTHi são as causas mais comuns de OMA bacteriana em todo o mundo.
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