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Bula do Carprofeno

Princípio Ativo: Carprofeno

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 30 de Agosto de 2022.

Carprofeno, para o que é indicado e para o que serve?

Carprofeno é indicado para o alívio da dor e inflamação exclusivamente em cães.

Carprofeno é clinicamente eficaz para diminuir os sinais associados à osteoartrite e para o controle da dor em casos de cirurgias ortopédicas.

Quais as contraindicações do Carprofeno?

Não usar em animais com histórico de hipersensibilidade ao Carprofeno.

Não se recomenda o uso do produto em cães com menos de 6 semanas de idade ou idosos, cadelas gestantes, em lactação ou para animais destinados à reprodução.

Não utilizar em gatos.

Como usar o Carprofeno?

Os comprimidos de Carprofeno devem ser administrados por via oral e possuem palatabilizante em sua formulação para facilitar a ingestão voluntária pelos cães.

Em caso de recusa, recomenda-se que o comprimido seja administrado misturado a pequena quantidade de alimento ou diretamente na boca do cão (de modo a garantir sua ingestão).

Posologia do Carprofeno


A dosagem indicada para administração oral em dose única diária de 4,4 mg de Carprofeno por kg de peso corporal ou na dose de 2,2 mg/kg de peso corporal administrado duas vezes ao dia.

Quadro de dose de Carprofeno (indicação para dose diária de 4,4 mg/kg) conforme o peso animal (Kg) e a concentração do comprimido (mg):

Peso do cão Comprimido de 25 mg Comprimido de 75 mg Comprimido de 100 mg
5 kg 1 - -
10 kg 2 - -
15 kg - 1 -
20 kg - - 1
30 kg - 2 -
40 kg - - 2

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Carprofeno?

Carprofeno como qualquer outro medicamento de sua classe, não está livre de reações adversas. Os proprietários devem ser prevenidos sobre o potencial de reações adversas e serem informados dos sinais clínicos associados com intolerância à droga.

Distúrbios gastrintestinais como vômito e diarreia são os efeitos colaterais mais associados ao uso de AINEs. A maioria dos casos das alterações gastrintestinais é solucionada com a suspensão da medicação e/ou tratamento sintomático.

Reações adversas sérias associadas com esta classe de droga podem ocorrer repentinamente e em raras situações podem ser fatais. Os proprietários devem ser orientados para descontinuar o tratamento com Carprofeno e contatar um Médico Veterinário imediatamente se forem observados sinais de intolerância.

Algumas reações adversas, apesar da baixa prevalência, devem ser de conhecimento do clínico e do proprietário, como por exemplo:

  • Trato gastrintestinal: vômito, diarreia, constipação, inapetência, melena, hematêmese, ulceração péptica, gastrite e pancreatite.
  • Fígado: inapetência, vômitos, hepatotoxicidade aguda, elevação da atividade sérica das enzimas hepáticas, anormalidades nos testes de função hepática, hiperbilirrubinemia, hiperbilirrubinúria e hipoalbuminemia.
  • Sistema Nervoso: ataxia, paresia, paralisia, tremores musculares, sinais vestibulares e agressividade.
  • Comportamento: excitação, sedação e letargia.
  • Rins: hematúria, poliúria, polidipsia, incontinência urinária, infecção do trato urinário, azotemia, insuficiência renal aguda, necrose tubular aguda, acidose e glicosúria.
  • Alterações hematológicas: anemia e trombocitopenia imunomediadas, anemia por hemorragia, epistaxe e equimose.
  • Pele: descamação cutânea, prurido, alopecia, paniculite necrotizante/vasculite e dermatite úmida aguda.
  • Alterações imunológicas ou de hipersensibilidade: edema facial, eritema e urticária.

Caso detecte algum efeito colateral grave ou outros efeitos não mencionados nesta bula, informe imediatamente ao Médico Veterinário.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Carprofeno com outros remédios?

O uso concomitante de Carprofeno com outro AINE ou corticosteroide deve ser evitado.

Caso seja necessário o uso simultâneo de inibidores da enzima conversora da angiotensina com o Carprofeno, o animal deverá ser cuidadosamente monitorado pelo Médico Veterinário.

Recomenda-se precaução caso seja feito o uso concomitante de Carprofeno com medicamentos nefrotóxicos, pois pode haver exacerbação dos efeitos colaterais renais.

Em animais que recebem tratamento com fenobarbital, o uso concomitante do Carprofeno pode elevar a atividade sérica das enzimas hepáticas. Sugere-se que os parâmetros bioquímicos sejam definidos antes de iniciar o tratamento.

Recomenda-se sempre consultar um Médico Veterinário.

Quais cuidados devo ter ao usar o Carprofeno?

Obedecer às dosagens e recomendações de uso do produto.

Mantenha este, ou qualquer outro medicamento veterinário, fora do alcance de crianças e animais domésticos.

Não fumar ou alimentar-se durante o manuseio do produto.

Lavar sempre as mãos após o manuseio de qualquer produto veterinário.

Não armazenar perto de alimentos, bebidas, outros medicamentos, produtos de higiene pessoal ou domésticos.

Não reutilizar as embalagens vazias e descartá-las conforme legislação vigente, para evitar a contaminação do meio ambiente.

Limitações de uso

Animais com doenças renais, desidratação, hipotensão, condições associadas a baixo volume circulatório efetivo como: cardiopatias, ascite, terapia diurética, hipoproteinemia, e também, trombocitopenia, coagulopatias, úlcera gástrica e desordens gastrintestinais, devem ser avaliados por um Médico Veterinário previamente ao uso do produto.

Qual a ação da substância do Carprofeno?

O Carprofeno, ingrediente ativo do Carprofeno, é um anti-inflamatório não esteroidal (AINE) com ação analgésica e atividade antipirética. Semelhantemente a outros AINEs, o mecanismo de ação consiste basicamente em inibir a enzima ciclooxigenase (COX) que converte o ácido araquidônico em prostaglandinas e outros mediadores inflamatórios. O Carprofeno é inibidor reversível da ciclooxigenase e inbidor moderadamente potente da fosfolipase A2.

As diferenças na atividade anti-inflamatória e potencial ulcerogênico entre os diversos AINEs podem ser explicadas pelo grau de inibição das duas isoformas da ciclooxigenase. A Ciclooxigenase 1 (COX-1) leva à formação de prostaglandinas relacionadas com funções regulatórias gastrintestinais (proteção da mucosa gastrintestinal), reações fisiológicas renais (manutenção do fluxo sanguíneo renal) e vasculares.

Já a Ciclooxigenase 2 (COX-2) leva à formação de prostaglandinas que participam dos eventos inflamatórios e térmicos.

O Carprofeno possui ação seletiva COX-2, provocando menor toxicose renal e gastrintestinal quando comparado à outras classes de AINEs.

Quando administrado por via oral em cães, o Carprofeno apresenta biodisponibilidade maior que 90% e, encontra-se ligado às proteínas plasmáticas (acima de 99%).

O tempo de ação não é dependente da meia-vida de eliminação do fármaco. Outros fatores estão relacionados, entre eles:

  • Os AINEs tendem a se acumular no exsudato inflamatório, do qual são depurados mais lentamente do que no plasma;
  • Após a administração oral, a absorção continua à medida que a droga é metabolizada e excretada.

O pico de concentração plasmática do Carprofeno, após administração oral em cães nas doses terapêuticas de 2,0 e 4,0 mg/kg, é de aproximadamente 1 hora após a administração e a meia-vida de eliminação é de aproximadamente 8 horas.

A biotransformação ocorre no fígado e os metabólitos resultantes são eliminados pelas fezes (70-80%) e urina (10- 20%).

Fontes consultadas

  • Bula do Medicamento Carprodyl®.

Doenças relacionadas

O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 30 de Agosto de 2022.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 30 de Agosto de 2022.

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