Bula do Carprofeno
Princípio Ativo: Carprofeno
Carprofeno, para o que é indicado e para o que serve?
Carprofeno é indicado para o alívio da dor e inflamação exclusivamente em cães.
Carprofeno é clinicamente eficaz para diminuir os sinais associados à osteoartrite e para o controle da dor em casos de cirurgias ortopédicas.
Quais as contraindicações do Carprofeno?
Não usar em animais com histórico de hipersensibilidade ao Carprofeno.
Não se recomenda o uso do produto em cães com menos de 6 semanas de idade ou idosos, cadelas gestantes, em lactação ou para animais destinados à reprodução.
Não utilizar em gatos.
Como usar o Carprofeno?
Os comprimidos de Carprofeno devem ser administrados por via oral e possuem palatabilizante em sua formulação para facilitar a ingestão voluntária pelos cães.
Em caso de recusa, recomenda-se que o comprimido seja administrado misturado a pequena quantidade de alimento ou diretamente na boca do cão (de modo a garantir sua ingestão).
Posologia do Carprofeno
A dosagem indicada para administração oral em dose única diária de 4,4 mg de Carprofeno por kg de peso corporal ou na dose de 2,2 mg/kg de peso corporal administrado duas vezes ao dia.
Quadro de dose de Carprofeno (indicação para dose diária de 4,4 mg/kg) conforme o peso animal (Kg) e a concentração do comprimido (mg):
Peso do cão | Comprimido de 25 mg | Comprimido de 75 mg | Comprimido de 100 mg |
5 kg | 1 | - | - |
10 kg | 2 | - | - |
15 kg | - | 1 | - |
20 kg | - | - | 1 |
30 kg | - | 2 | - |
40 kg | - | - | 2 |
Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Carprofeno?
Carprofeno como qualquer outro medicamento de sua classe, não está livre de reações adversas. Os proprietários devem ser prevenidos sobre o potencial de reações adversas e serem informados dos sinais clínicos associados com intolerância à droga.
Distúrbios gastrintestinais como vômito e diarreia são os efeitos colaterais mais associados ao uso de AINEs. A maioria dos casos das alterações gastrintestinais é solucionada com a suspensão da medicação e/ou tratamento sintomático.
Reações adversas sérias associadas com esta classe de droga podem ocorrer repentinamente e em raras situações podem ser fatais. Os proprietários devem ser orientados para descontinuar o tratamento com Carprofeno e contatar um Médico Veterinário imediatamente se forem observados sinais de intolerância.
Algumas reações adversas, apesar da baixa prevalência, devem ser de conhecimento do clínico e do proprietário, como por exemplo:
- Trato gastrintestinal: vômito, diarreia, constipação, inapetência, melena, hematêmese, ulceração péptica, gastrite e pancreatite.
- Fígado: inapetência, vômitos, hepatotoxicidade aguda, elevação da atividade sérica das enzimas hepáticas, anormalidades nos testes de função hepática, hiperbilirrubinemia, hiperbilirrubinúria e hipoalbuminemia.
- Sistema Nervoso: ataxia, paresia, paralisia, tremores musculares, sinais vestibulares e agressividade.
- Comportamento: excitação, sedação e letargia.
- Rins: hematúria, poliúria, polidipsia, incontinência urinária, infecção do trato urinário, azotemia, insuficiência renal aguda, necrose tubular aguda, acidose e glicosúria.
- Alterações hematológicas: anemia e trombocitopenia imunomediadas, anemia por hemorragia, epistaxe e equimose.
- Pele: descamação cutânea, prurido, alopecia, paniculite necrotizante/vasculite e dermatite úmida aguda.
- Alterações imunológicas ou de hipersensibilidade: edema facial, eritema e urticária.
Caso detecte algum efeito colateral grave ou outros efeitos não mencionados nesta bula, informe imediatamente ao Médico Veterinário.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Carprofeno com outros remédios?
O uso concomitante de Carprofeno com outro AINE ou corticosteroide deve ser evitado.
Caso seja necessário o uso simultâneo de inibidores da enzima conversora da angiotensina com o Carprofeno, o animal deverá ser cuidadosamente monitorado pelo Médico Veterinário.
Recomenda-se precaução caso seja feito o uso concomitante de Carprofeno com medicamentos nefrotóxicos, pois pode haver exacerbação dos efeitos colaterais renais.
Em animais que recebem tratamento com fenobarbital, o uso concomitante do Carprofeno pode elevar a atividade sérica das enzimas hepáticas. Sugere-se que os parâmetros bioquímicos sejam definidos antes de iniciar o tratamento.
Recomenda-se sempre consultar um Médico Veterinário.
Quais cuidados devo ter ao usar o Carprofeno?
Obedecer às dosagens e recomendações de uso do produto.
Mantenha este, ou qualquer outro medicamento veterinário, fora do alcance de crianças e animais domésticos.
Não fumar ou alimentar-se durante o manuseio do produto.
Lavar sempre as mãos após o manuseio de qualquer produto veterinário.
Não armazenar perto de alimentos, bebidas, outros medicamentos, produtos de higiene pessoal ou domésticos.
Não reutilizar as embalagens vazias e descartá-las conforme legislação vigente, para evitar a contaminação do meio ambiente.
Limitações de uso
Animais com doenças renais, desidratação, hipotensão, condições associadas a baixo volume circulatório efetivo como: cardiopatias, ascite, terapia diurética, hipoproteinemia, e também, trombocitopenia, coagulopatias, úlcera gástrica e desordens gastrintestinais, devem ser avaliados por um Médico Veterinário previamente ao uso do produto.
Qual a ação da substância do Carprofeno?
O Carprofeno, ingrediente ativo do Carprofeno, é um anti-inflamatório não esteroidal (AINE) com ação analgésica e atividade antipirética. Semelhantemente a outros AINEs, o mecanismo de ação consiste basicamente em inibir a enzima ciclooxigenase (COX) que converte o ácido araquidônico em prostaglandinas e outros mediadores inflamatórios. O Carprofeno é inibidor reversível da ciclooxigenase e inbidor moderadamente potente da fosfolipase A2.
As diferenças na atividade anti-inflamatória e potencial ulcerogênico entre os diversos AINEs podem ser explicadas pelo grau de inibição das duas isoformas da ciclooxigenase. A Ciclooxigenase 1 (COX-1) leva à formação de prostaglandinas relacionadas com funções regulatórias gastrintestinais (proteção da mucosa gastrintestinal), reações fisiológicas renais (manutenção do fluxo sanguíneo renal) e vasculares.
Já a Ciclooxigenase 2 (COX-2) leva à formação de prostaglandinas que participam dos eventos inflamatórios e térmicos.
O Carprofeno possui ação seletiva COX-2, provocando menor toxicose renal e gastrintestinal quando comparado à outras classes de AINEs.
Quando administrado por via oral em cães, o Carprofeno apresenta biodisponibilidade maior que 90% e, encontra-se ligado às proteínas plasmáticas (acima de 99%).
O tempo de ação não é dependente da meia-vida de eliminação do fármaco. Outros fatores estão relacionados, entre eles:
- Os AINEs tendem a se acumular no exsudato inflamatório, do qual são depurados mais lentamente do que no plasma;
- Após a administração oral, a absorção continua à medida que a droga é metabolizada e excretada.
O pico de concentração plasmática do Carprofeno, após administração oral em cães nas doses terapêuticas de 2,0 e 4,0 mg/kg, é de aproximadamente 1 hora após a administração e a meia-vida de eliminação é de aproximadamente 8 horas.
A biotransformação ocorre no fígado e os metabólitos resultantes são eliminados pelas fezes (70-80%) e urina (10- 20%).
Fontes consultadas
- Bula do Medicamento Carprodyl®.
Doenças relacionadas
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 30 de Agosto de 2022.