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Bula do Cloridrato de Isoxsuprina

Princípio Ativo: Cloridrato de Isoxsuprina

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 13 de Fevereiro de 2020.

Cloridrato de Isoxsuprina, para o que é indicado e para o que serve?

Cloridrato de Isoxsuprina é indicada no tratamento das seguintes condições clínicas

Como relaxante uterino

Ameaça de abortamento e ameaça de parto prematuro;

Como vasodilatador periférico

Arteriosclerose obliterante, tromboangite obliterante (Doença de Burger), Doença de Raynaud, distúrbios vasculares periféricos secundários a varizes, acrocianose, espasmos vasculares e sintomas associados à insuficiência cerebrovascular.

Quais as contraindicações do Cloridrato de Isoxsuprina?

O uso de Cloridrato de Isoxsuprina é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade ao Cloridrato de Isoxsuprina ou a qualquer dos componentes da formulação, na presença de hemorragia, angina grave, infarto de miocárdio recente, insuficiência cardíaca congestiva, problemas cardiológicos associados a arritmias, hipertireoidismo, anemia grave, hipertensão pulmonar, diabetes mellitus, hipertensão arterial, doenças hematológicas, doença cerebrovascular grave, glaucoma, descolamento prematuro da placenta e corioamnionites. O Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa) também não deve ser usada imediatamente após o parto, se a paciente já estiver em trabalho de parto avançado, em caso de morte fetal intrauterina e em pacientes com eclâmpsia. A administração parenteral deve ser evitada em pacientes portadores de hipotensão ou taquicardia.

Como usar o Cloridrato de Isoxsuprina?

Ameaça de abortamento e parto prematuro

Tratamento de manutenção

Após 48 horas do término das contrações uterinas, administrar 1 comprimido 4 vezes ao dia (de 6 em 6 horas), habitualmente, por 2 semanas.

Como vasodilatador periférico

Administrar 2 comprimidos de Cloridrato de Isoxsuprina (substância) de 3 a 4 vezes por dia (de 8 em 8 horas ou, no máximo, de 6 em 6 horas). Preferencialmente, recomenda-se a administração após a ingestão de alimentos.

Recomenda-se usar o produto ininterruptamente por períodos prolongados, pois a melhora pode, em alguns casos, aparecer depois de 6 a 10 semanas de tratamento; somente após se verificar melhora significativa é que se deve diminuir a dosagem gradativamente até uma dose de manutenção.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Cloridrato de Isoxsuprina?

A maioria dos eventos adversos relatados ocorreu com o uso parenteral do Cloridrato de Isoxsuprina; são eles

Reações comuns ( >1/100 e < 1/10)

Tontura, fraqueza, taquicardia, hipotensão, náuseas e vômitos.

Reações muitos raras (<1/10.000)

Dores torácicas, comprometimento da respiração, eritemas, exantemas graves e dores abdominais.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Cloridrato de Isoxsuprina com outros remédios?

Recomenda-se aos pacientes não fumar, pois a nicotina provoca vasoconstrição.

Não foram relatadas interações com outras drogas, no entanto, o Cloridrato de Isoxsuprina pode potencializar os efeitos de medicamentos hipotensores.

Quais cuidados devo ter ao usar o Cloridrato de Isoxsuprina?

Em caso de aparecimento de exantemas graves durante a terapia com Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa), o seu uso deve ser descontinuado. Na ameaça de parto prematuro, a paciente deve ser mantida em posição lateral durante a administração do produto por infusão, sendo que não são obtidos resultados significativos em pacientes com membranas rotas e dilatação do colo excedendo 4 cm.

A administração endovenosa de Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa) deve ser feita somente sob a forma diluída (infusão), a fim de se prevenir queda de pressão arterial; caso ocorra hipotensão excessiva, deve-se diminuir a velocidade de infusão. Uma eventual hipotensão brusca pode ser tratada pela administração de 5 unidades de oxitocina gota-a-gota.

O Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa) (substância ativa) atravessa a barreira placentária e pode causar taquicardia no neonato. O uso intravenoso para prevenção de parto prematuro pode aumentar a incidência de hipoglicemia, hipocalcemia e hipotensão no neonato. A incidência de toxicidade está relacionada diretamente com as concentrações plasmáticas de Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa) (substância ativa) no neonato, que são afetadas pelo tempo de gestação e pelo intervalo entre a administração e o parto (relacionado à velocidade de eliminação da droga).

O Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa) (substância ativa) pode causar tontura; assim, não é recomendado que a paciente dirija veículos, opere máquinas ou exerça atividades que exijam atenção até saber como seu organismo reagirá a este fármaco.

O Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa) está classificada na Categoria C de risco na gravidez.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Qual a ação da substância do Cloridrato de Isoxsuprina?

Resultados de eficácia

Calixto e cols. analisaram as potências relativas e mecanismos de ação do Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa), Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa), terbutalina e orciprenalina no miométrio isolado de gestantes, tanto em contrações espontâneas como naquelas induzidas por potássio, caracterizando suas atividades como agonistas beta-adrenérgicos. Conforme mostrado na Tabela 1, O Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa) foi 10 vezes mais potente que a terbutalina (p < 0,05) em inibir as contrações do miométrio em gestantes.

Tabela 1:Efeitos inbitórios produzidos pelo Cloridrato de Isoxsuprina (subatância ativa) e pela terbutalina nas concentrações espontâneas do miométrio isolado de gestantes na ausência ou na presença de cocaína 10 -5 M

aDose relativa calculada como DE 50 na ausência/DE 50 na presença de cocaína.
bExperimentos realizados na ausência da cocaína

Spallicci MDB e cols. fizeram uma revisão sobre os procedimentos adotados pelo Hospital Universitário da Universidade de São Paulo para a inibição dos trabalhos de parto prematuros. As pacientes foram mantidas internadas e em repouso para, inicialmente, realizar hidratação parenteral, seguida de infusão endovenosa de cinco ampolas de Cloridrato de Isoxsuprina diluídas em 500 mL de soro glicosado a 5%, iniciando-se com 4 gotas/min (50 mcg/min) e aumentando 4 gotas/min a cada 20 minutos (máximo de 40 gotas/min), até atingir a dose necessária para inibir as contrações uterinas. Obtida a dose mínima necessária para a inibição das contrações, esta foi mantida durante duas horas e então, reduzida gradativamente, até atingir a dose inicial ou a menor dose eficaz, a qual foi utilizada por mais duas horas e, então, observada a possibilidade de desmame, caso a caso. Efeitos colaterais relacionados ao uso do Cloridrato de Isoxsuprina que necessitassem a sua interrupção não foram observados. O trabalho de parto foi inibido em 90% dos casos. Os resultados sugerem que o uso do Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa) pode ser seguro e eficaz na inibição do trabalho de parto prematuro, contribuindo para a diminuição da prematuridade e suas consequências.

Giorgino & Egan avaliaram o efeito do Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa) no trabalho de parto prematuro e no risco de abortamento. Na primeira análise, dois estudos clínicos duplo-cegos e placebo-controlados foram examinados e na segunda análise, 25 publicações foram revisadas. A primeira análise evidenciou um resultado positivo com Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa) em 92% dos casos em comparação ao placebo, seja no risco de abortamento ou no risco de parto prematuro. Na segunda análise, um efeito benéfico também foi observado no prolongamento da gestação (em 54,5% das mulheres em risco de abortamento) e na prevenção do parto prematuro (em 82,3% das mulheres tratadas).

Características farmacológicas

Farmacodinâmica

O Cloridrato de Isoxsuprina  é um simpaticomimético do grupo das fenolaminas, agonista de receptores beta 2-adrenérgicos. O Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa) causa relaxamento direto da musculatura lisa uterina e vascular e sua ação vasodilatadora é maior nas artérias que suprem os músculos esqueléticos do que naquelas que suprem a pele. O Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa) também produz efeitos inotrópicos e cronotrópicos positivos. O início de ação dá-se em 1 hora após a administração oral, ou 10 minutos após a injeção intravenosa.

Farmacocinética

O Cloridrato de Isoxsuprina é bem absorvida pelo trato gastrointestinal; ela não sofre ação da monoaminoxidase (MAO). A concentração plasmática máxima (Cmáx) ocorre após 1 hora da administração oral. A meia-vida plasmática do Cloridrato de Isoxsuprina (substância ativa) é de aproximadamente 1,25 horas em adultos e de 1,5 a 3 horas em neonatos; ela é transportada parcialmente conjugada no sangue e é excretada na urina conjugada a outros compostos; sua excreção fecal é insignificante. A alimentação não interfere com a absorção do Cloridrato de Isoxsuprina.

O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 13 de Fevereiro de 2020.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 13 de Fevereiro de 2020.

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