Nanismo: definição, características, tem tratamentos e prevenção?

Qual a definição do nanismo?

O nanismo é uma condição classificada como um deficiência física, resultante de condições genéticas que levam uma pessoa a ter estatura significativamente abaixo da média da população.

A forma mais comum de nanismo é conhecida como acondroplasia, caracterizada pelo encurtamento dos membros, tanto dos braços quanto das pernas.

Essa condição pode ser identificada em alguns casos ainda durante o período pré-natal, por meio de exames que medem o tamanho da cabeça e dos ossos do feto, possibilitando a detecção de possíveis desproporções no desenvolvimento.

O nanismo pode ter um impacto significativo no crescimento e no desenvolvimento ao longo da infância e adolescência e limitando as atividades diárias.

No entanto, é importante deixar claro que a condição não afeta a inteligência ou as habilidades cognitivas da pessoa, e muitas pessoas conseguem levar vidas plenas e produtivas.

O apoio médico e psicossocial é essencial para ajudar as pessoas com nanismo a superar os desafios e a alcançar seu pleno potencial.

O que leva uma pessoa a ter nanismo?

O nanismo pode ser causado por diversos fatores, que podem ser divididos em categorias principais:

Nanismo hipofisário ou pituitário

Este tipo de nanismo é causado por distúrbios metabólicos e hormonais, especialmente pela deficiência na produção do hormônio do crescimento ou pela resistência do organismo a esse hormônio. 

Também conhecido como nanismo proporcional, os órgãos mantêm uma proporção adequada entre si e com a altura do indivíduo.

Acondroplasia

Aqui a causa é considerada uma doença rara e o tipo mais comum de nanismo desproporcional.

Se trata de uma síndrome genética que afeta o crescimento normal dos ossos longos, como o fêmur e o úmero, acelerando o processo de ossificação das cartilagens responsáveis pela formação dos ossos. Como resultado, diferentes partes do corpo crescem de forma desigual.

Características de uma pessoa com nanismo

Primeiramente é importante explicar que o nanismo não interfere só na estatura, apesar de ser a principal característica. Pessoas com nanismo frequentemente apresentam sinais distintos, incluindo:

• Braços e pernas mais curtos em relação ao tamanho normal do tronco;
• Macrocefalia, que seria a cabeça maior do que o usual, com uma testa proeminente e achatamento na parte superior do nariz;
• Dedos curtos e grossos, assim como as mãos, que podem ser pequenas em relação ao corpo;
• Crescimento lento e puberdade atrasada;
• Atraso no desenvolvimento sexual;
• Pés planos, pequenos e largos;
• Mobilidade nas articulações pode ser comprometida;
• Problemas como cifose e lordose (curvaturas anormais na coluna vertebral);
• Mandíbula deslocada para frente, e pode haver desalinhamento dos dentes.

Qual é a altura que é considerado nanismo?

O nanismo é tipicamente caracterizado por uma estatura de 1,40 metros ou menos na idade adulta, sendo que a altura média dos adultos afetados pela deficiência é de aproximadamente 1,20 metros. 

No entanto, essas medidas podem variar ligeiramente de acordo com a população e os critérios específicos utilizados para definir o nanismo em diferentes contextos médicos e sociais.

Tem tratamento?

Geralmente, o tratamento do nanismo é focado na gestão dos sintomas específicos e cuidados de cada paciente, tentando proporcionar melhor qualidade de vida.

A metodologia pode variar de acordo com a sua causa, portanto, é importante que a criança seja submetida a uma avaliação médica para um diagnóstico precoce e preciso.

O tratamento pode ser prolongado ao longo de vários anos e requer um acompanhamento próximo por parte de um médico especialista na área. 

Medicação

O tratamento medicamentoso para o nanismo é limitado e difere para o nanismo hipofisário/pituitário e acondroplasia. Em casos de nanismo hipofisário/pituitário, o tratamento é realizado com reposição hormonal, especificamente repondo o hormônio de crescimento. 

Este hormônio está entre os medicamentos de alto custo que são distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em casos onde há uma indicação médica precisa para sua utilização.

Esses medicamentos são formulados com a somatropina, um hormônio biossintético semelhante ao hormônio de crescimento desenvolvido pelo organismo.

Para a acondroplasia, foi aprovado no Brasil o medicamento formulado com o princípio ativo vosoritida, para crianças a partir de 6 meses de idade. Seu mecanismo de ação consiste em estimular o crescimento dos ossos, que estão prejudicados por conta da condição.

É possível prevenir?

A prevenção do nanismo é uma questão complexa devido à possibilidade de mutações genéticas espontâneas, o que torna difícil garantir uma prevenção absoluta. 

No entanto, o aconselhamento genético ou terapia gênica são recursos possíveis para casais que planejam ter filhos e têm histórico familiar de acondroplasia ou outras formas de nanismo.

O aconselhamento genético oferece informações detalhadas sobre os riscos de transmissão genética da condição e pode ajudar os casais a tomar decisões informadas sobre suas opções reprodutivas. 

Qual a diferença de nanismo e anão?

O termo "anão" é utilizado de maneira popular e informal para descrever pessoas com baixa estatura. Porém, essa terminologia é considerada depreciativa e ofensiva, pois carrega conotações negativas e discriminatórias.

Enquanto "nanismo" pode ser considerada uma expressão mais neutra e específica do ponto de vista médico, referindo-se a um conjunto de condições genéticas e médicas que afetam o crescimento e a estatura.

Embora ambos se refiram ao mesmo fim, é importante reconhecer a diferença para uma comunicação consciente e mais respeitosa em relação às pessoas com nanismo.

Como saber se seu filho tem nanismo?

É possível identificar se o seu filho tem nanismo em diferentes estágios do desenvolvimento. Em alguns casos, sinais indicativos podem ser observados durante o pré-natal. 

Se houver suspeitas do crescimento da criança, existem exames mais detalhados que podem ser realizados após o nascimento para confirmar o diagnóstico.

Uma vez confirmado o diagnóstico de nanismo, é importante iniciar um acompanhamento multidisciplinar para garantir o melhor cuidado e qualidade de vida para a criança. 

Isso pode incluir a coordenação de especialistas em pediatria, endocrinologia, ortopedia, entre outros, para monitorar o desenvolvimento físico, emocional e social da criança e fornecer suporte adequado às necessidades específicas associadas ao nanismo.

Referências

1. Nanismo: o que preciso saber sobre a condição? — João Ferro;
2. 25/10 – Dia Nacional de Combate ao Preconceito Contra as Pessoas com Nanismo. — Biblioteca Virtual em Saúde - MINISTÉRIO DA SAÚDE;
3. Nanismo — Biblioteca Virtual em Saúde MS;
4. Diferenças entre distúrbio de crescimento infantil e nanismo — Pfizer Brasil.