Para o tratamento do hiperadrenocorticismo hipófiso-dependente e hiperadrenocorticismo adrenal-dependente (doença e síndrome de Cushing).
Não administrar a animais que sofram de doença hepática primária e/ou insuficiência renal.
Não administrar a cães que pesem menos de 3 kg.
Não utilizar em caso de conhecida hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes.
Para administração oral.
A dose inicial para o tratamento é de aproximadamente 2 mg/kg, com base nas combinações disponíveis dos tamanhos de cápsulas. Administrar uma vez ao dia, com as refeições.
Titular a dose de acordo com a resposta individual, conforme determinado por meio de monitorização. Se for necessário aumentar a dose, utilizar combinações dos vários tamanhos das cápsulas por forma a aumentar a dose diária. Uma vasta gama de tamanhos de cápsulas permite uma dosagem perfeita para cada cão. Administrar a dose mais baixa necessária de forma a controlar os sinais clínicos.
Em último caso, se os sintomas não forem controlados de forma adequada durante um período inteiro de interdose de 24 horas, considere o aumento da dose diária total até 50% e a divisão igual da mesma entre as doses da manhã e da noite.
Não dividir nem abrir as cápsulas.
Uma percentagem pequena de animais pode necessitar de doses significativamente superiores a 10 mg/kg de peso corporal por dia. Nestas situações, deve implementar-se um sistema de monitorização apropriado adicional.
Se o seu cão ficar letárgico, desenvolver vômitos ou diarreia ou perder o apetite, interrompa o tratamento e consulte o seu médico veterinário.
Deve diferenciar-se entre a síndrome de desabituação de corticosteroides ou hipocortisolemia e o hipoadrenocorticismo através da avaliação dos eletrólitos no soro.
Os sintomas associados ao hipoadrenocorticismo iatrogénico incluem fraqueza, letargia, anorexia, podendo ocorrer vómitos e diarreia, particularmente se a monitorização não for adequada. Os sinais são geralmente reversíveis dentro de um período de tempo variável a seguir à supressão do tratamento.
Pode também ocorrer uma crise addisoniana aguda (colapso). Tem-se verificado a presença de letargia, vómitos, diarreia e anorexia em cães tratados com Trilostano na ausência de evidência de hipoadrenocorticismo.
Têm ocorrido relatos ocasionais isolados de necrose adrenal em cães tratados, condição essa que pode resultar em hipoadrenocorticismo.
A disfunção renal subclínica pode ser desmascarada pelo tratamento com este medicamento veterinário.
O tratamento pode desmascarar a artrite devido a uma redução nos níveis de corticosteroides endógenos.
Recebeu-se um pequeno número de relatórios de morte súbita durante o tratamento com Trilostano.
Outros efeitos adversos leves e raros incluem a ataxia, hipersalivação, distensão abdominal, tremores musculares e alterações dérmicas.
Caso detecte efeitos graves ou outros efeitos não mencionados, informe o médico veterinário.
A sobredosagem pode resultar em sinais de hipoadrenocorticismo (letargia, anorexia, vómitos, diarreia, sinais cardiovasculares, colapso). Não se registaram mortalidades após a administração crónica de 36 mg/kg em cães saudáveis, no entanto, podem prever-se mortalidades caso sejam administradas doses superiores em cães com hiperadrenocorticismo.
Não existe nenhum antídoto específico para o Trilostano. O tratamento deve ser interrompido e pode ser indicada aplicação de terapia de suporte, incluindo corticosteroides, correção dos desequilíbrios de electrólitos e administração de fluidoterapia, dependendo dos sinais clínicos.
Em casos de sobredosagem aguda, pode ser benéfica a indução de emese seguida de uma administração de carvão ativado.
Qualquer insuficiência adrenocortical iatrogénica é geralmente revertida rapidamente a seguir à interrupção do tratamento. Contudo, numa pequena percentagem dos cães, os efeitos podem prolongar-se. A seguir à interupção do tratamento com Trilostano durante uma semana, deve reiniciar-se o tratamento, com uma dose reduzida.
A possibilidade de haver interações com outros medicamentos veterinários não foi ainda estudada especificamente. Dado que o hiperadrenocorticismo tende a ocorrer em cães mais velhos, muitos deles estarão a tomar medicamentos concomitantes. Em estudos clínicos não se observaram interações.
Deve considerar-se o risco de desenvolvimento de hipercalemia caso o Trilostano seja utilizado em conjunção com diuréticos poupadores de potássio ou inibidores da ECA. A utilização concomitante de tais medicamentos deve ser sujeita a uma análise benefício-risco pelo médico veterinário, já que se noticiaram alguns casos de morte (incluindo morte súbita) em cães tratados concomitantemente com Trilostano e um inibidor da ECA.
Se o seu cão estiver a ser tratado com quaisquer outros medicamentos, é favor informar o seu médico veterinário antes de usar este medicamento veterinário.
Informar o seu médico veterinário caso o seu cão sofra de doenças concomitantes, especialmente doenças do fígado ou rins, anemia ou diabetes mellitus.
Informe o seu médico veterinário caso esteja a planear a reprodução do seu cão ou caso a sua cadela esteja em estado gestante ou lactante.
Não administrar a cadelas gestantes ou lactantes, nem em animais que se destinem à reprodução.
O Trilostano inibe seletiva e reversivelmente o sistema enzimático 3 beta hidroxisteroide isomerase, bloqueando assim a produção de cortisol, corticosterona e aldosterona. Quando utilizado para tratar o hiperadrenocorticismo, o Trilostano reduz a produção dos esteroides glicocorticoide e mineralocorticoide no córtex adrenal. As concentrações destes esteroides na circulação sofrem assim uma redução. O Trilostano também antagoniza a atividade da hormona adrenocorticotrófica exógena (ACTH). O medicamento não exerce qualquer efeito direto sobre o sistema nervoso central ou sobre o sistema cardiovascular.
Os dados farmacocinéticos nos cães têm demonstrado uma grande variabilidade interindividual. Num estudo farmacocinético de beagles de laboratório, a curva AUC variou entre 52 e 281 microgramas/mL/min nos cães alimentados, e entre 16 e 175 microgramas/ml/min nos cães em jejum.
Regra geral, o Trilostano é rapidamente removido do plasma com concentrações plasmáticas que alcançam um máximo de 0,5 a 2,5 horas e retornam quase à linha de base em seis a doze horas após a administração. O metabólito ativo principal do Trilostano, denominado cetoTrilostano, também segue um padrão semelhante. Além disso, não se verificou evidência de que o Trilostano ou os seus metabólitos se acumularam com o tempo. Um estudo de biodisponibilidade oral nos cães demonstrou que o Trilostano era absorvido mais extensivamente quando administrado com alimentos.
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica da farmacêutica responsável: Rafaela Sarturi Sitiniki (CRF-PR 37364). Consulte a bula original. Última atualização: 24 de Agosto de 2022