Bula do Trusopt
Princípio Ativo: Cloridrato de Dorzolamida
Classe Terapêutica: Preparações Antiglaucomas E Mióticas Tópicas
Trusopt, para o que é indicado e para o que serve?
Trusopt solução oftálmica é indicado para reduzir a pressão intraocular elevada e tratar o glaucoma.
Trusopt pode ser usado sozinho ou com outros medicamentos para diminuir a pressão intraocular (denominados betabloqueadores).
Como Trusopt funciona?
Trusopt é um inibidor da anidrase carbônica de uso oftálmico que diminui a pressão ocular.
Quais as contraindicações do Trusopt?
Você não deve usar Trusopt se for alérgico a qualquer um de seus componentes.
Como usar o Trusopt?
Não deixe que a ponta do frasco toque o(s) olho(s) ou as áreas ao redor do(s) olho(s). A fim de evitar uma possível contaminação, mantenha a ponta do frasco longe do contato com qualquer superfície.
- Antes de utilizar a medicação pela primeira vez, certifique-se de que a fita de segurança, localizada na parte frontal do frasco, está intacta. A existência de um espaço entre o frasco e a tampa é normal quando o frasco ainda não foi aberto.
- Retire a fita de segurança para quebrar o lacre.
- Para abrir o frasco, gire a tampa na direção indicada pelas setas. Não agitar antes de usar. Não puxe a tampa diretamente para cima, afastando-a do frasco, pois isso pode fazer com que o dispensador não funcione corretamente.
- Incline sua cabeça para trás e puxe levemente sua pálpebra inferior para formar uma bolsa entre a sua pálpebra e o seu olho.
- Inverta o frasco e pressione levemente com o dedão ou com o dedo indicador a “Área de Compressão do Dedo” (conforme indicado) até que uma única gota seja dispensada no olho, conforme a prescrição médica.
Não toque a ponta do frasco nos olhos ou nas pálpebras
Se manuseados inadequadamente, os medicamentos oftálmicos podem ser contaminados por bactérias comuns, conhecidas por causar infecções oculares. O uso de medicamentos oftálmicos contaminados pode causar lesões oculares graves e perda da visão. Se você suspeitar que seu medicamento possa estar contaminado ou se você desenvolver uma infecção ocular, contate seu médico imediatamente.
- Se tiver dificuldade para aplicar o medicamento depois de abrir o frasco pela primeira vez, recoloque a tampa no frasco, aperte-a (Não aperte com força) e, a seguir, retire-a, girando a tampa na direção oposta ao indicado pelas setas no topo da tampa. Não agitar antes de usar.
- Repita os passos 4 e 5 para aplicar o medicamento no outro olho, se esta tiver sido a recomendação do seu médico.
- Recoloque a tampa, rosqueando-a até que esteja tocando firmemente o frasco. Para fechamento apropriado, a seta do lado esquerdo da tampa deve estar alinhada com a seta do lado esquerdo do rótulo do frasco. Não aperte demais, pois você pode danificar o frasco e a tampa.
- A ponta gotejadora foi desenhada para liberar uma única gota; portanto, NÃO alargue o furo da ponta gotejadora.
- Após ter utilizado todas as doses, irá sobrar um pouco de Trusopt no frasco. Não se preocupe, pois foi acrescentada uma quantidade extra de Trusopt no frasco para garantir a utilização da quantidade integral de Trusopt prescrita por seu médico. Não tente remover o excesso de medicamento do frasco.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Dosagem
A posologia e a duração apropriadas do tratamento serão estabelecidas pelo seu médico.
Quando utilizado isoladamente, sem outra medicação, a posologia de Trusopt solução oftálmica é de uma gota no(s) olho(s) afetado(s) pela manhã, à tarde e à noite.
Se o seu médico prescreveu Trusopt e um colírio betabloqueador oftálmico para diminuir a pressão ocular, a posologia será uma gota de Trusopt no olho(s) afetado(s) pela manhã e outra à noite.
Se você for utilizar mais de uma medicação oftálmica que deva ser aplicada diretamente no(s) olho(s), o intervalo de administração entre um e outro medicamento deverá ser de pelo menos 10 minutos.
Não modifique a posologia do medicamento sem consultar seu médico. Se precisar descontinuar o tratamento, avise seu médico imediatamente.
O que devo fazer quando eu me esquecer de tomar Trusopt?
É importante utilizar Trusopt de acordo com a orientação de seu médico. Se esquecer de aplicar uma dose, faça isso assim que possível. No entanto, se já estiver perto do horário da próxima dose, ignore a dose esquecida e volte ao esquema posológico regular.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Quais cuidados devo ter ao usar o Trusopt?
Informe seu médico sobre todos os problemas de saúde atuais ou passados e se é alérgico a qualquer medicamento. Se você apresentar qualquer irritação nos olhos ou qualquer problema ocular novo, como vermelhidão dos olhos ou inchaço das pálpebras, entre em contato com seu médico imediatamente.
Se você suspeitar que Trusopt está causando uma reação alérgica (por exemplo, lesões na pele ou prurido), interrompa o tratamento e entre em contato imediatamente com seu médico.
Informe o médico se você apresenta ou já apresentou problemas nos rins ou no fígado.
Trusopt contém cloreto de benzalcônio como conservante. Esse conservante pode se depositar nas lentes de contato gelatinosas. Se você usa esse tipo de lentes, consulte seu médico antes de usar Trusopt.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Trusopt?
Assim como todos os medicamentos, Trusopt pode causar efeitos adversos, embora nem todos possam apresentá-los.
Os seguintes efeitos adversos foram relatados com Trusopt durante estudos clínicos ou durante a experiência pós-comercialização:
Efeitos adversos muito comuns (ocorrem em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):
Queimação e ardência dos olhos.
Efeitos adversos comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):
Doença da Córnea com olho dolorido e visão turva (ceratite pontilhada superficial), lacrimejamento com coceira nos olhos (conjuntivite), irritação/inflamação da pálpebra, visão turva, dor de cabeça, náuseas, gosto amargo e fadiga.
Efeitos adversos incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento):
Inflamação da iris.
Efeitos adversos raros (ocorrem entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento):
Formigamento ou dormência das mãos e pés, miopia transitória (que pode desaparecer quando o tratamento for interrompido), desenvolvimento de fluido sob a retina (descolamento da coroide, após cirurgia de filtração), dor ocular, crosta palpebral, irritação ocular (incluindo vermelhidão), cálculos renais, sangramento nasal, irritação da garganta, boca seca, erupção cutânea localizada (dermatite de contato), reações do tipo alérgico, como erupção cutânea, urticária, coceira, em raros casos, possível inchaço dos lábios, olhos e boca, e, mais raramente, espirros e reações cutâneas graves.
Se alguns desses efeitos adversos ficarem sérios ou se perceber algum efeito adverso não listado na bula, entre em contato com seu médico ou com o farmacêutico.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelp uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.
População Especial do Trusopt
Gravidez e Amamentação:
Informe seu médico se estiver amamentando ou se pretende amamentar. Ele decidirá se você deve usar Trusopt.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Uso pediátrico:
Trusopt não é recomendado para crianças.
Uso em idosos:
nos estudos clínicos, os efeitos de Trusopt observados em pacientes idosos foram semelhantes aos observados em pacientes mais jovens.
Dirigir ou Operar Máquinas:
existem efeitos adversos associados com este medicamento, como tontura e visão embaçada, que podem afetar sua habilidade para dirigir e/ou operar máquinas. Não dirija ou opere máquinas até que se sinta bem ou que sua visão esteja nítida.
Qual a composição do Trusopt?
Ingrediente ativo:
Cada mL de Trusopt 2% contém 20 mg de dorzolamida (equivalente a 22,3 mg de cloridrato de dorzolamida).
Ingredientes inativos:
Hietelose, manitol, citrato de sódio, hidróxido de sódio (para ajustar o pH), água para injetáveis e cloreto de benzalcônio a 0,0075% como conservante.
Cada mL de Trusopt coném aproximadamente 24 gotas e cada gota contém 0,83 mg de dorzolamida.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Trusopt maior do que a recomendada?
Se o medicamento for ingerido acidentalmente, procure um médico imediatamente.
Os seguintes sintomas foram relatados em caso de:
Ingestão:
Sonolência.
Aplicação tópica:
Náusea, tontura, dor de cabeça, cansaço, sono conturbado e disfagia (dificuldade para engolir).
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Trusopt com outros remédios?
Não foram realizados estudos específicos de interações medicamentosas com Cloridrato de Dorzolamida solução oftálmica.
Nos estudos clínicos, Cloridrato de Dorzolamida foi utilizado concomitantemente, sem evidência de interações adversas, com os seguintes medicamentos:
- Solução oftálmica de timolol, solução oftálmica de betaxolol e medicamentos de administração sistêmica, incluindo inibidores da ECA, bloqueadores dos canais de cálcio, diuréticos, anti-inflamatórios não esteroides (incluindo o ácido acetilsalicílico) e hormônios (por exemplo, estrógeno, insulina, tiroxina).
O Cloridrato de Dorzolamida é um inibidor da anidrase carbônica e, embora seja administrado por via tópica, é absorvido sistemicamente. Nos estudos clínicos, Cloridrato de Dorzolamida não foi associado a distúrbios ácido-base. Contudo, esses distúrbios foram relatados com os inibidores da anidrase carbônica administrados por via oral e, em alguns casos, resultaram em interações medicamentosas (por exemplo, toxicidade associada à terapia com altas doses de salicilato). Portanto, deve-se considerar a possibilidade de tais interações medicamentosas em pacientes que estejam recebendo Cloridrato de Dorzolamida.
Qual a ação da substância do Trusopt?
Resultados de Eficácia
A eficácia da monoterapia com Cloridrato de Dorzolamida em pacientes com glaucoma ou hipertensão ocular (PIO basal ≥ 23 mmHg) foi demonstrada em estudos clínicos de até um ano de duração. O efeito redutor da PIO de Cloridrato de Dorzolamida foi demonstrado durante todo o dia e se manteve durante a administração prolongada.
Em um estudo de pequeno porte, os pacientes receberam medicação durante doze dias no total. Os pacientes (N = 18) que receberam Cloridrato de Dorzolamida 2% três vezes ao dia nos sete dias que antecederam o estudo apresentaram as seguintes reduções porcentuais médias da PIO: 21% no vale matutino (antes da primeira dose), 22% no pico (duas horas pós-dose), 18% no vale vespertino (oito horas pós-dose) e 18% no final do dia (quatro horas após a dose vespertina).
A eficácia de Cloridrato de Dorzolamida como monoterapia também foi demonstrada em dois estudos clínicos de grande porte. Em um estudo controlado de um ano de duração (N = 523), Cloridrato de Dorzolamida 2% três vezes ao dia (N = 313) foi comparado ao betaxolol 0,5% (N = 107) e ao timolol 0,5% (N = 103), administrados duas vezes ao dia. No final do estudo, as reduções porcentuais médias da PIO no pico e no vale vespertino (para Cloridrato de Dorzolamida) foram respectivamente: Cloridrato de Dorzolamida = 23% e 17%; betaxolol = 21% e 15%; timolol = 25% e 20%. As diferenças entre as reduções porcentuais médias da PIO no pico não foram significativas entre os grupos de tratamento. No vale vespertino, a redução porcentual média da PIO com o timolol foi significativamente maior (p ≤ 0,05) do que com Cloridrato de Dorzolamida ou betaxolol, porém não foi observada diferença significativa entre Cloridrato de Dorzolamida e o betaxolol.
Em um estudo de dose-resposta (N = 333), Cloridrato de Dorzolamida foi comparado ao placebo durante uma fase de seis semanas, seguida de um ano de tratamento com Cloridrato de Dorzolamida. Após seis semanas, os pacientes que receberam Cloridrato de Dorzolamida 2% três vezes ao dia (N = 86) apresentaram reduções porcentuais médias da PIO no vale e no pico matutino de 13% e 16%, respectivamente, significativamente maiores (p ≤ 0,01) do que as observadas com o placebo. Durante a extensão do tratamento (N = 160) com Cloridrato de Dorzolamida 2% três vezes ao dia em monoterapia por até um ano, a eficácia foi compatível com os achados de seis semanas; as reduções porcentuais médias da PIO no vale e no pico matutino, a partir do pré-estudo, foram de 15% e 18%, com base na última avaliação realizada sob monoterapia.
Terapia adjuvante aos betabloqueadores
A eficácia de Cloridrato de Dorzolamida como terapia adjuvante para pacientes com glaucoma ou hipertensão ocular (PIO ≥ 22 mmHg durante tratamento com betabloqueadores oftálmicos) foi demonstrada em estudos clínicos com até um ano de duração. O efeito redutor da PIO de Cloridrato de Dorzolamida como terapia adjuvante foi demonstrado ao longo do dia e esse efeito manteve-se com a administração prolongada.
Em um estudo controlado com placebo de uma semana de duração (N = 32), quando os pacientes (N = 16) que estavam recebendo timolol 0,5% duas vezes ao dia passaram a receber também Cloridrato de Dorzolamida 2% duas vezes ao dia, foram observadas as seguintes reduções porcentuais adicionais na média da PIO: 17% no vale matutino, 21% no pico (uma hora pós-dose) e 13% no vale vespertino (doze horas pós-dose).
Em um estudo de comparação de doses, com seis meses de duração que incluiu pacientes (N = 261) recebendo timolol 0,5% duas vezes ao dia, o efeito hipotensor ocular aditivo de Cloridrato de Dorzolamida 2% duas vezes ao dia (N = 89) foi comparado ao da pilocarpina 2% quatro vezes ao dia (N = 44). Os dois fármacos apresentaram eficácia comparável como terapia adjuvante durante o período de tratamento de seis meses. Ao final desse período, foram observadas as seguintes reduções porcentuais adicionais na média da PIO, tanto no vale como no pico matutino (duas horas pós-dose): Cloridrato de Dorzolamida = 13% e 11%; pilocarpina = 10% e 10%.
Por fim, durante o período de um ano do estudo comparativo com betabloqueador descrito anteriormente (N = 523), um subgrupo de 59 pacientes que estavam recebendo timolol ou betaxolol necessitou de medicamento adicional para redução da PIO. Foi então adicionado Cloridrato de Dorzolamida 2% duas vezes ao dia e, no final do estudo, as reduções médias porcentuais adicionais no pico (duas horas pós-dose) foram de 14% a 19% e, oito horas pós-dose, de 13% a 14%.
Características Farmacológicas
Cloridrato de Dorzolamida solução oftálmica é um novo inibidor da anidrase carbônica, formulado para uso tópico oftálmico. Diferentemente dos inibidores orais da anidrase carbônica, Cloridrato de Dorzolamida exerce seu efeito diretamente no olho.
Farmacologia Clínica
Mecanismo de ação
A anidrase carbônica (AC) é uma enzima encontrada em muitos tecidos do corpo, incluindo os olhos. Essa enzima catalisa a reação reversível que envolve a hidratação do dióxido de carbono e a desidratação do ácido carbônico. Em humanos, a anidrase carbônica existe na forma de várias isoenzimas, das quais a mais ativa é a anidrase carbônica II (AC-II), encontrada principalmente nas hemácias, além de outros tecidos. A inibição da anidrase carbônica nos processos ciliares do olho diminui a secreção do humor aquoso, provavelmente por reduzir a velocidade de formação dos íons bicarbonato com subsequente redução do transporte de sódio e de fluidos. O resultado é uma redução da pressão intraocular (PIO).
Cloridrato de Dorzolamida solução oftálmica contém Cloridrato de Dorzolamida, um potente inibidor da anidrase carbônica II humana. Após administração ocular tópica, Cloridrato de Dorzolamida reduz a pressão intraocular (PIO) elevada, associada ou não ao glaucoma, que constitui um fator de risco importante na patogênese da lesão do nervo óptico e da perda de campo visual glaucomatoso. Diferentemente dos mióticos, Cloridrato de Dorzolamida reduz a pressão intraocular sem as reações adversas comuns aos mióticos, como cegueira noturna, espasmo de acomodação e constrição da pupila. Além disso, diferentemente dos betabloqueadores, o efeito de Cloridrato de Dorzolamida sobre a frequência cardíaca e a pressão arterial é mínimo ou inexistente.
Os bloqueadores betadrenérgicos de aplicação tópica também reduzem a PIO pela redução da secreção do humor aquoso, porém por um mecanismo de ação diferente. Os estudos demonstraram que, quando Cloridrato de Dorzolamida e um betabloqueador tópico são administrados concomitantemente, observa-se redução adicional da PIO; esse achado é compatível com os efeitos aditivos relatados dos betabloqueadores e dos inibidores orais da anidrase carbônica.
Farmacocinética/farmacodinâmica
Ao contrário dos inibidores orais da anidrase carbônica, a administração tópica do Cloridrato de Dorzolamida permite ao fármaco exercer seus efeitos diretamente no olho em doses consideravelmente mais baixas e, consequentemente, com menor exposição sistêmica. Nos estudos clínicos, isso resultou em redução da PIO sem os distúrbios ácido-base ou alterações eletrolíticas característicos dos inibidores da anidrase carbônica orais.
Quando administrada por via tópica, a dorzolamida atinge a circulação sistêmica. Para avaliar o potencial de inibição sistêmica da anidrase carbônica após administração tópica, foram medidas as concentrações do fármaco e dos seus metabólitos nas hemácias e no plasma, além da inibição da anidrase carbônica nas hemácias. A dorzolamida acumula-se nas hemácias durante a administração crônica porque se liga seletivamente à AC-II, ao mesmo tempo em que são mantidas concentrações plasmáticas extremamente baixas do fármaco livre. O fármaco-mãe forma um único metabólito N-desetila, menos potente para inibir a AC-II, mas que inibe também uma isoenzima menos ativa (AC-I). O metabólito também se acumula nas hemácias, onde se liga principalmente à AC-I. A dorzolamida liga-se moderadamente às proteínas plasmáticas (aproximadamente 33%). A dorzolamida é excretada principalmente de forma inalterada na urina; o metabólito também é excretado na urina.
Após o término da administração, a dorzolamida deixa as hemácias de forma não linear, o que resulta inicialmente em rápido declínio da concentração do fármaco, seguido de uma fase de eliminação mais lenta, com meia-vida de aproximadamente quatro meses. Para simular a exposição sistêmica máxima após administração ocular tópica prolongada, a dorzolamida foi administrada por via oral a oito indivíduos saudáveis durante até 20 semanas. A dose oral de 4 mg/dia aproxima-se muito da quantidade máxima do fármaco liberada pela administração ocular tópica de Cloridrato de Dorzolamida 2% três vezes ao dia.
O estado de equilíbrio foi atingido em 13 semanas e se observou que:
- No plasma, as concentrações da dorzolamida e do metabólito ficaram, em geral, abaixo do limite de quantificação do ensaio (15 nM), indicando a quase ausência de fármaco livre ou do metabólito;
- Nas hemácias, as concentrações de dorzolamida aproximaram-se da capacidade de ligação da AC-II (20-25 µM); já as concentrações do metabólito ficaram muito próximas de 12-15 µM, bem abaixo da capacidade de ligação da AC-I (125-155 µM);
- Nas hemácias, a atividade da AC-II foi inibida em 94% - 96% e a atividade da anidrase carbônica total, em 81% - 88%. Essa inibição foi inferior à inibição acima de 99% da atividade da AC-II e a 96% da atividade total da anidrase carbônica, que são as porcentagens de inibição esperadas nas hemácias para se obter efeito farmacológico na função renal e respiratória, respectivamente.
Em um subgrupo de 71 pacientes de um estudo clínico de grande porte (N = 333) em que Cloridrato de Dorzolamida foi administrado três vezes ao dia a pacientes com PIO elevada, as concentrações da dorzolamida e do metabólito e a inibição da anidrase carbônica nas hemácias foram medidas após aproximadamente seis e doze meses de tratamento. Os resultados farmacocinéticos foram compatíveis com os observados no estado de equilíbrio no estudo farmacocinético oral quanto à inibição da AC-II. Neste estudo, apesar de vários pacientes com idade igual ou superior a 65 anos e com insuficiência renal (ClCr estimado de 30 - 60 mL/min) terem apresentado concentrações mais altas do metabólito nas hemácias, diferenças significativas de inibição da anidrase carbônica e efeito colateral sistêmico clinicamente significativo não foram atribuíveis diretamente a este achado.
Como devo armazenar o Trusopt?
Mantenha o frasco fechado e a temperaturas entre 15 e 30°C. Proteja da luz.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Após aberto, válido por 28 dias.
Características físicas
Trusopt é uma solução transparente, incolor a quase incolor, levemente viscosa.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Dizeres Legais do Trusopt
Registro MS - 1.0029.0027
Farmacêutico Responsável:
Fernando C. Lemos - CRF-SP nº 16.243
Registrado e importado por:
Merck Sharp & Dohme Farmacêutica Ltda.
Rua 13 de Maio, 815 - Sousas, Campinas /SP
CNPJ: 45.987.013/0001-34 - Brasil
MSD On Line 0800-0122232
E-mail: online@merck.com
www.msdonline.com.br
Fabricado e embalado por:
Laboratories Merck Sharp & Dohme Chibret
Route de Marsat, lieu-dit, Mirabel, RIOM, 63963
Clermont-Ferrand, França
Venda sob prescrição médica.
Quer saber mais?
Consulta também a Bula do Cloridrato de Dorzolamida
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 21 de Agosto de 2024.
Trusopt 20mg/mL, caixa com 1 frasco com 5mL de solução de uso oftálmico
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