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Bula do Vaxzevria

Princípio Ativo: Vacina Covid 19 (Recombinante)

Classe Terapêutica: Vacinas Para o Coronavírus

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 7 de Dezembro de 2024.

Vaxzevria, para o que é indicado e para o que serve?

Vaxzevria é indicada para a imunização ativa de indivíduos a partir de 18 anos de idade para a prevenção da doença do coronavírus 2019 (Covid-19).

Como o Vaxzevria funciona?

Vaxzevria estimula as defesas naturais do corpo (sistema imune). Isso faz com que o corpo produza sua própria proteção (anticorpos) contra o vírus causador da Covid-19, o SARS-CoV-2. Isso ajudará a proteger você contra a Covid-19 no futuro. Nenhum dos ingredientes dessa vacina pode causar a Covid-19.

Quais as contraindicações do Vaxzevria?

Você não deve receber Vaxzevria:

  • Se você já teve uma reação alérgica grave ao princípio ativo ou a qualquer dos ingredientes de Vaxzevria. Os sinais de uma reação alérgica podem incluir erupção cutânea (manchas vermelhas na pele) com coceira, falta de ar e inchaço da face ou da língua. Contacte imediatamente o seu médico ou profissional de saúde ou dirija-se imediatamente ao pronto-socorro do hospital mais próximo se tiver uma reação alérgica.
  • Se você já teve ao mesmo tempo um coágulo sanguíneo importante e baixos níveis de plaquetas (trombocitopenia), após receber Vaxzevria ou qualquer outra vacina para a Covid-19.
  • Se você já teve um diagnóstico de síndrome de extravasamento capilar (uma condição que causa vazamento de fluídos de pequenos vasos sanguíneos).

Se você não tiver certeza quanto a isso, converse com o seu profissional de saúde.

Como usar o Vaxzevria?

Vaxzevria é injetada em um músculo (usualmente no braço).

Durante e após cada injeção da vacina, o profissional de saúde poderá observá-lo por cerca de 15 minutos para monitorar sinais de uma reação alérgica.

Posologia do Vaxzevria


Você receberá 2 injeções. Você será informado quando precisará retornar para a segunda injeção de Vaxzevria.

A segunda injeção pode ser administrada entre 4 e 12 semanas após a primeira injeção.

Quando Vaxzevria é administrada como a primeira injeção, Vaxzevria (e não outra vacina para Covid-19) seja administrada como segunda injeção para concluir o esquema primário de vacinação.

Você pode receber uma injeção de reforço de Vaxzevria. A decisão de quando e para quem implementar uma terceira dose de Vaxzevria deve ser feita com base nos dados de eficácia da vacina disponíveis, levando em consideração os dados de segurança limitados. A injeção de reforço, com a mesma vacina ou vacina diferente das primeiras doses, pode ser dada a partir de 3 meses após você ter completado o esquema primário de vacinação com Vaxzevria ou com a vacina adsorvida covid-19 (inativada) do Instituto Butantan, ou com a vacina de RNAm da Pfizer, em casos de indisponibilidade desta ou de contraindicação.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

O que devo fazer quando me esquecer de usar o Vaxzevria?

Se você esquecer de retornar no momento programado para a segunda injeção, consulte o profissional de saúde. É importante que você retorne para a segunda injeção de Vaxzevria.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico.

Quais cuidados devo ter ao usar o Vaxzevria?

Converse com o profissional de saúde antes da vacinação:

  • Se você já teve uma reação alérgica grave (anafilaxia) após injeção de qualquer outra vacina ou após ter recebido Vaxzevria no passado;
  • Se você já desmaiou após qualquer injeção com agulha;
  • Se seu sistema imune não funciona adequadamente (imunodeficiência) ou se estiver recebendo medicamentos que enfraquecem o sistema imune (como corticosteroides em doses altas, imunossupressores ou medicamentos contra o câncer);
  • Se você atualmente tem uma infecção grave com febre alta (maior que 38°C). No entanto, uma febre leve ou uma infecção leve, como um resfriado, não são razões para atrasar a vacinação;
  • Se você já teve um coágulo sanguíneo no passado ou um distúrbio autoimune (doença em que o sistema imune do corpo ataca suas próprias células) incluindo trombocitopenia imune (PTI);
  • Se você tem um problema com sangramentos ou aparecimento de marcas roxas ou se você estiver recebendo medicamentos que afinam o sangue (anticoagulante).

Se você não tiver certeza se qualquer das situações acima se aplica a você, converse com o profissional de saúde antes de receber a vacina.

Casos muito raros de coágulos sanguíneos com níveis baixos de plaquetas no sangue foram observados após a vacinação com Vaxzevria. A maioria desses casos ocorreu nos primeiros 21 dias após a vacinação e alguns casos tiveram um resultado fatal.

Coágulos sanguíneos no cérebro, não associados a níveis baixos de plaquetas no sangue, foram observados muito raramente após a vacinação com Vaxzevria. Porém, não foi determinado se esses eventos foram devido à vacina. Alguns casos tiveram um resultado fatal.

Níveis muito baixos de plaquetas sanguíneas (trombocitopenia imune), que podem estar associados a sangramento, foram relatados muito raramente, geralmente nas primeiras quatro semanas após a vacinação com Vaxzevria.

Procure atendimento médico urgente se alguns dias após a vacinação você:

  • Sentir uma dor de cabeça grave ou persistente, visão turva, confusão ou convulsões;
  • Desenvolver falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor nas pernas ou dor abdominal persistente;
  • Notar hematomas espontâneos e incomuns na pele ou identificar pontos redondos além do local da vacinação.

Casos muito raros de síndrome de extravasamento capilar foram observados após a vacinação com Vaxzevria. Alguns desses pacientes tinham um diagnóstico prévio da doença. A síndrome de extravasamento capilar é uma doença grave e potencialmente fatal que leva ao vazamento de fluidos de pequenos vasos sanguíneos (capilares), resultando no rápido inchaço dos braços e pernas, aumento repentino de peso e sensação de tontura (pressão arterial baixa). Procure atendimento médico imediatamente se desenvolver esses sintomas nos dias após a vacinação.

Procure atendimento médico imediato se você desenvolver fraqueza e paralisia nas extremidades que podem progredir para o peito e rosto (síndrome de Guillain-Barré). Isso foi relatado muito raramente após a aplicação de Vaxzevria e sua relação com a vacina ainda não foi estabelecida.

O risco de eventos muito raros (como distúrbios de coagulação incluindo síndrome de trombose com trombocitopenia, síndrome de extravasamento capilar, síndrome de Guillain-Barré e mielite transversa) após a administração de uma dose de reforço de Vaxzevria não foi caracterizado.

Como com qualquer vacina, Vaxzevria pode não proteger todo mundo que é vacinado contra a Covid-19. Ainda não se sabe por quanto tempo as pessoas que recebem a vacina estarão protegidas.

A efetividade da vacina pode variar de acordo com a variante do vírus SARS-CoV-2.

Crianças e adolescentes

Não há dados atualmente disponíveis sobre o uso de Vaxzevria em crianças e adolescentes menores que 18 anos de idade.

Dirigir e usar máquinas

Vaxzevria não tem efeito conhecido sobre a capacidade de dirigir e usar máquinas. No entanto, os efeitos colaterais listados podem impactar sua capacidade de dirigir e usar máquinas. Se você ficar indisposto, não dirija ou use máquinas.

Gravidez e amamentação

Categoria B.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Há dados limitados sobre o uso de Vaxzevria em mulheres grávidas ou que estejam amamentando. Informe o seu profissional de saúde se você estiver grávida, amamentando, achando que está grávida ou planejando ter um bebê. Seu profissional de saúde discutirá com você os benefícios e potenciais riscos de receber a vacina durante a gestação.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Vaxzevria?

Como todos os medicamentos, essa vacina pode causar efeitos colaterais, apesar de nem todas as pessoas os apresentarem.

Foram observados coágulos sanguíneos importantes em combinação com níveis baixos de plaquetas no sangue (trombocitopenia) muito raramente (com uma frequência inferior a 1 em 100.000 indivíduos vacinados).

Procure atendimento médico imediatamente se, alguns dias após a vacinação, você tiver algum dos seguintes sintomas:

  • Sentir uma dor de cabeça grave ou persistente, visão turva, confusão ou convulsões;
  • Desenvolver falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor nas pernas ou dor abdominal persistente;
  • Notar hematomas incomuns na pele ou identificar pontos redondos além do local da vacinação.

Procure atendimento médico urgente se tiver sintomas de uma reação alérgica grave. Essas reações podem incluir uma combinação de qualquer um dos seguintes sintomas:

  • Sensação de desmaio ou tontura;
  • Mudanças no seu batimento cardíaco;
  • Falta de ar ou respiração ofegante;
  • Inchaço dos lábios, rosto ou garganta.

Em estudos clínicos com a vacina, a maioria dos efeitos colaterais foi de natureza leve a moderada e resolvida dentro de poucos dias. Menos efeitos colaterais foram relatados após a segunda dose.

Se efeitos colaterais como dor e/ou febre estiverem incomodando, informe o seu profissional de saúde, ele poderá indicar o uso de algum medicamento para alivio destes sintomas, como por exemplo medicamentos contendo paracetamol.

Após a vacinação, você pode ter mais de um efeito colateral ao mesmo tempo (por exemplo, dores musculares / articulares, dores de cabeça, calafrios e mal-estar geral). Se algum dos seus sintomas persistir, consulte o seu profissional de saúde.

Os efeitos colaterais que ocorreram durante os estudos clínicos com Vaxzevria foram:

Muito Comum (pode afetar mais de 1 em cada 10 pessoas)

  • Sensibilidade, dor, sensação de calor, coceira ou hematoma (manchas roxas) onde a injeção é administrada;
  • Sensação de indisposição de forma geral;
  • Sensação de cansaço (fadiga);
  • Calafrio ou sensação febril;
  • Dor de cabeça;
  • Enjoos (náusea);
  • Dor na articulação ou dor muscular.

Comum (pode afetar até 1 em cada 10 pessoas)

  • Plaquetas sanguíneas baixas (trombocitopenia);
  • Inchaço, vermelhidão ou um caroço no local da injeção;
  • Febre;
  • Enjoos (vômitos), diarreia ou dor abdominal;
  • Dor nas pernas ou braços;
  • Sintomas semelhantes aos de um resfriado como febre acima de 38 °C, dor de garganta, coriza (nariz escorrendo), tosse e calafrios*;
  • Sensação de tontura.

Incomum (pode afetar até 1 em cada 100 pessoas)

  • Sonolência, letargia;
  • Diminuição do apetite;
  • Linfonodos (ínguas) aumentados;
  • Sudorese excessiva, coceira na pele ou erupção na pele;
  • Espasmos musculares;
  • Sensação como dormência, formigamento, alfinetadas e agulhadas em alguma parte do corpo (parestesia);
  • Diminuição da sensibilidade ao toque em determinada região do corpo (hipoestesia);
  • Percepção ou captação de certos barulhos ou zumbidos nos ouvidos (tinido).

Rara (pode afetar até 1 em cada 1.000 pessoas)

  • Paralisia facial.

Muito rara (pode afetar até 1 em cada 10.000 pessoas)

  • Coágulos sanguíneos importantes em combinação com níveis baixos de plaquetas no sangue (trombocitopenia) foram observados com uma frequência inferior a 1 em 100.000 indivíduos vacinados;
  • Doença autoimune que compromete o funcionamento do sistema nervoso periférico e caracterizado inicialmente por fraqueza muscular (Síndrome de Guillain-Barré);
  • Vazamento do conteúdo de pequenos vasos sanguíneos (capilares) (Síndrome de extravasamento capilar).

Desconhecida (não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis)

  • Reação alérgica grave (anafilaxia);
  • Inchaços graves nos lábios, face, boca e garganta (que pode causar dificuldade em engolir ou respirar);
  • Doença em que o sistema imunológico provoca uma diminuição da quantidade de plaquetas (trombócitos) presentes no sangue (trombocitopenia imune);
  • Inflamação da medula espinhal (mielite transversa);
  • Alteração do paladar (disgeusia);
  • Dor na superfície ou no fundo do olho (dor ocular);
  • Sensibilidade à luz, desconforto provocado pela luz nos olhos (fotofobia);
  • Obstrução das veias cerebrais por coágulos (trombos) (trombose dos seios venosos cerebrais);
  • Formação de coágulo no sangue (trombo) que obstrui ou dificulta a circulação de um vaso sanguíneo (tromboembolismo venoso);
  • Inflamação das veias do sangue na pele, geralmente com erupção na pele e pequenos pontos vermelhos ou roxos (vasculite cutânea).

Em ensaios clínicos, foram notificados casos muito raros de eventos associados a inflamação do sistema nervoso, que podem causar dormência, sensação de formigamento e/ ou perda de sensibilidade. No entanto, não está confirmado se esses eventos foram devido à vacina.

* Algumas pessoas relataram calafrios com tremores (em alguns casos rigidez) e aumento da temperatura corporal, possivelmente com sudorese, dor de cabeça (incluindo dores semelhantes à enxaqueca), náusea, dores musculares e mal-estar, começando em até um dia da vacinação e durando geralmente um ou dois dias. Se a sua febre for alta e durar mais de dois ou três dias, ou se apresentar outros sintomas persistentes, isso pode não ser devido aos efeitos colaterais da vacina e você deve seguir as orientações apropriadas de acordo com seus sintomas.

Se você observar qualquer efeito colateral não mencionado nessa bula, informe o profissional de saúde.

Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, informe seu médico.

Apresentações do Vaxzevria

Suspensão injetável 10 doses (0,5 mL/dose)

Embalagem com 10 frascos-ampola contendo 5 mL (10 doses) cada.

Via intramuscular.

Uso adulto.

Qual a composição do Vaxzevria?

Cada frasco-ampola contém:

10 doses de Vaxzevria.

Cada dose de 0,5 mL contém 5 × 1010 partículas virais (pv) de vetor adenovírus recombinante de chimpanzé, deficiente para replicação (ChAdOx1), que expressa a glicoproteína SARS-CoV-2 Spike (S). Produzido em células renais embrionárias humanas (HEK) 293 geneticamente modificadas.

Esse produto contém organismos geneticamente modificados (OGMs).

Excipientes: L-Histidina, cloridrato de L-histidina monoidratado, cloreto de magnésio hexaidratado, polissorbato 80, etanol, sacarose, cloreto de sódio, edetato dissódico di-hidratado (EDTA) e água para injetáveis.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Vaxzevria maior do que a recomendada?

Não há tratamento específico para uma superdose com Vaxzevria. No caso de uma superdose, você deve ser monitorado e receber tratamento sintomático conforme adequado.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Vaxzevria com outros remédios?

Informe o seu profissional de saúde se você estiver tomando, se tomou recentemente ou se poderá tomar qualquer outro medicamento ou vacina.

Informe ao seu médico se você está fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.

Qual a ação da substância do Vaxzevria?

Resultados de Eficácia


Eficácia clínica

Análise primária dos dados agrupados dos estudos COV001, COV002, COV003 e COV005

A vacina covid-19 (recombinante) foi avaliada com base em dados agrupados de quatro estudos controlados, randomizados, cegos e em andamento: um estudo de Fase I/II, COV001 (NCT04324606), em adultos sadios de 18 a 55 anos de idade no Reino Unido; um estudo de Fase II/III, COV002 (NCT04400838), em adultos ≥ 18 anos de idade (incluindo idosos) no Reino Unido; um estudo de Fase III, COV003 (ISRCTN89951424), em adultos ≥ 18 anos de idade (incluindo idosos) no Brasil; e um estudo Fase I/II, COV005 (NCT04444674), em adultos entre 18 e 65 anos de idade na África do Sul. Os estudos excluíram indivíduos com histórico de anafilaxia ou angioedema, doenças cardiovasculares, gastrointestinais, hepáticas, renais, endócrinas/ metabólicas graves e/ ou não controladas e doenças neurológicas, bem como aqueles com imunossupressão grave. Nos estudos COV001 e COV002, as vacinações para influenza sazonal e pneumocócica foram permitidas (pelo menos 7 dias antes ou depois da vacina do estudo).

Todos os indivíduos serão acompanhados por até 12 meses, para avaliações da segurança e eficácia contra a doença COVID-19.

Na análise agrupada para eficácia (COV002 e COV003), indivíduos ≥ 18 anos de idade receberam duas doses da vacina covid-19 (recombinante) (N=8.597) ou controle (vacina meningocócica ou soro fisiológico) (N=8.581).

Devido a restrições logísticas, o intervalo entre a dose 1 e a dose 2 variou de 3 a 28 semanas com 77,0% dos participantes recebendo suas duas doses dentro do intervalo de 4 a 12 semanas.

Os dados demográficos basais foram bem equilibrados entre os grupos de tratamento com a vacina covid-19 (recombinante) e o controle. Na análise agrupada, dentre os participantes que receberam a vacina covid-19 (recombinante), 94,1% dos indivíduos tinham de 18 a 64 anos de idade (8,2% com 65 anos de idade ou mais); 56,0% dos indivíduos eram mulheres; 74,9% eram brancos, 10,1% negros e 3,7% asiáticos. No total, 3.056 (35,5%) indivíduos tinham pelo menos uma comorbidade pré-existente (definida como IMC ≥30 kg/m2 , doença cardiovascular, doença respiratória ou diabetes). No momento da análise primária, a mediana do tempo de acompanhamento após a dose 1 e após a dose 2 foi 4,7 meses e 2,7 meses, respectivamente.

A determinação final dos casos de COVID-19 foi feita por um comitê de avaliação que também designou a gravidade da doença de acordo com a escala de progressão clínica da OMS. No total, 332 indivíduos tiveram COVID-19 pelo SARS-CoV-2 virologicamente confirmado (por testes de amplificação de ácido nucleico) ocorrendo ≥ 15 dias após a segunda dose com pelo menos um sintoma de COVID-19 (febre objetiva (definida como ≥ 37,8°C), tosse, falta de ar, anosmia ou ageusia) e sem evidência de infecção prévia pelo SARS-CoV-2. A vacina covid-19 (recombinante) reduziu significantemente a incidência de COVID-19 sintomático em comparação com o grupo controle (vide Tabela 1).

Tabela 1 – Eficácia da vacina covid-19 (recombinante) contra a COVID-19a

População Vacina covid-19 (recombinante) Controle Eficácia da Vacina % (IC)
N Número de casos de COVID-19, n (%) N Número de casos de COVID-19, n (%)
Análise interina (data de corte: 04 Nov 2020)
Primária (vide acima) 5.807 - 5829 - -
Casos de COVID19 - 30 (0,52) - 101 (1,73) 70,42 (54,84; 80,63)a
Hospitalizaçõesb - 0 - 5 (0,09) -
Doenças gravesc - 0 - 1 (0,02) -
Análise atualizada (data de corte: 07 Dez 2020)
Primária (vide acima) 8.597 - 8.581 - -
Casos de COVID-19 - 84 (1,0) - 248 (2,9) 66,7 (57,4; 74,0)d
Hospitalizaçõesb - 0 - 9 (0,1) 100 (50,2; NA)
Doenças gravesc - 0 - 2 (<0,1) -

N = Número de indivíduos incluídos em cada grupo;
n = Número de indivíduos com um evento confirmado;
IC = Intervalo de confiança;
NA = Não avaliado;
a IC 95,84%;
b Escala de gravidade da OMS ≥4;
c Escala de gravidade da OMS ≥ 6;
d IC 95%.

Na análise interina, os indivíduos que tinham uma ou mais comorbidades tiveram uma eficácia da vacina de 73,43% [IC 95%: 48,49; 86,29]; 11 (0,53%) vs 43 (2,02%) para a vacina covid-19 (recombinante) (N=2.070) e o controle (N=2,113), respectivamente; que foi similar à eficácia da vacina observada na população geral. Na análise atualizada, a eficácia da vacina neste subgrupo de participantes com uma ou mais comorbidades foi de 62,7% (IC 95%: 44,8; 74,8 [vacina covid-19 (recombinante) 34/3.056 versus controle 93/3.102]).

O número de casos de COVID-19 em indivíduos ≥ 65 anos de idade foi muito pequeno para qualquer conclusão sobre a eficácia. Para essa subpopulação, estão disponíveis dados de imunogenicidade, conforme descrito abaixo. Na análise interina houve 2 casos de COVID-19 em 660 participantes. Na análise atualizada, houve 12 casos em 1.383 participantes (4 para vacina covid-19 (recombinante) versus 8 para controle; Eficácia da vacina = 51,9% [IC 95%፦60,0; 85,5]). A maioria de participantes ≥ 65 anos recebeu suas doses com um intervalo menor do que 6 semanas.

O nível de proteção obtido de uma única dose SD da vacina covid-19 (recombinante) foi avaliado em uma análise exploratória que incluiu indivíduos que receberam uma dose. Os participantes foram censurados da análise no primeiro momento em que receberam uma segunda dose ou 12 semanas após a dose 1. Nessa população, a eficácia da vacina a partir de 22 dias após a dose 1 foi de 73,0% (IC 95%: 48,8; 85,8 [vacina covid-19 (recombinante) 12/7.998 vs controle 44/7.982]). Na análise atualizada, a eficácia foi de 69,2% (IC 95%: 48,5; 82,4 [vacina covid-19 (recombinante) 20/11.044 vs controle 65/11.015]).

Análises exploratórias mostraram que o aumento da imunogenicidade foi associado a um intervalo de dose mais longo (consulte a Tabela 3 de imunogenicidade). Os resultados de eficácia das análises de subgrupos utilizando o conjunto de dados atualizado foram consistentes com os dados de imunogenicidade (Tabela 2).

Tabela 2 – Eficácia da vacina covid-19 (recombinante) por intervalo de dosea

Intervalo de dose Vacina covid-19 (recombinante) Controle Eficácia da Vacina % (IC 95%)
N Número de casos de COVID-19, n (%) N Número de casos de COVID-19, n (%)
< 6 semanas 3.905 35 (0,9) 3.871 76 (2,0) 55,1 (33,0; 69,9)
6-8 semanas 1.124 20 (1,8) 1.023 44 (4,3) 59,7 (31,7; 76,3)
9-11 semanas 1.530 14 (0,9) 1.594 52 (3,3) 72,3 (50,0; 84,6)
≥ 12 semanas 2.038 15 (0,7) 2.093 76 (3,6) 80,0 (65,2; 88,5)

N = Número de indivíduos incluídos em cada grupo;
n = Número de indivíduos com um evento confirmado;
IC = Intervalo de confiança;
a Dados da análise atualizada (data de corte de 07 de Dezembro de 2020).

Imunogenicidade

Após a vacinação com a vacina covid-19 (recombinante), em indivíduos que eram soronegativos no basal, a soroconversão (conforme medida por um aumento ≥ 4 vezes do basal em anticorpos ligantes à proteína S) foi demonstrada em ≥ 98% dos indivíduos em 28 dias após a primeira dose e > 99% em 28 dias após a segunda.

Anticorpos ligantes à proteína S mais elevados foram observados com intervalo crescente de dose (Tabela 2).

Tendências similares foram observadas entre as análises dos anticorpos neutralizantes e anticorpos de ligantes à proteína S. Uma correlação imunológica de proteção não foi estabelecida; portanto o nível de resposta imune que proporciona proteção contra COVID-19 é desconhecida.

Tabela 3 – Resposta de anticorpo ligante à proteína S do SARS CoV-2 com a vacina covid-19 (recombinante) a,b

População Basal 28 dias após a dose 1 28 dias após a dose 2
GMT (IC 95%) GMT (IC 95%) GMT (IC 95%)
Geral (N=1.538) 57,1 (53,8; 60,6) (N=1.466) 8.358,0 (7.879,2; 8.866,0) (N=1.511) 30.599,8 (29.137,1; 32.135,9)
Intervalo de Dose
< 6 semanas (N=578) 61,4 (55,3; 68,0) (N=578) 8.184,5 (7.423,9; 9.023,1) (N=564) 21.384,2 (19.750,7; 23.152,8)
6-8 semanas (N=339) 56,1 (49,6; 63,3) (N=290) 9.103,9 (8.063,1; 10.279,1) (N=331) 28.764,8 (25.990,8; 31.834,9)
9-11 semanas (N=331) 53,6 (47,5; 60,4) (N=309) 8.120,9 (7.100,2; 9.288,4) (N=327) 37.596,1 (34.494,2; 40.976,8)
≥ 12 semanas (N=290) 54,3 (47,6; 61,9) (N=289) 8.249,7 (7.254,5; 9.381,4) (N=289) 52.360,9 (47.135,2; 58.165,9)

N = Número de indivíduos incluídos em cada grupo;
GMT = Média geométrica do título;
IC = Intervalo de confiança;
S = Spike;
a Resposta imune avaliada usando um imunoensaio multiplex;
b em indivíduos soronegativos que receberam duas doses recomendadas de vacina.

A resposta imune observada em indivíduos com uma ou mais comorbidades foi consistente com a população geral.

Altas taxas de soroconversão foram observadas em idosos (≥ 65 anos) após a primeira (97,3% N=149), e a segunda dose (100,0% N= 156). O aumento nos anticorpos ligantes à proteína S 28 dias após segunda dose foi numericamente menor para indivíduos ≥ 65 anos de idade (GMT=19.258,5 [N=161, IC 95%: 16.650,4; 22.275,1]) em comparação com indivíduos com idade entre 18-64 anos (GMT=32.337,1 [N=1.350, IC 95%: 30.720,8; 34.038,4]). A maioria dos indivíduos ≥ 65 anos de idade teve um intervalo de dose < 6 semanas, o que pode ter contribuído aos títulos numericamente menores observados.

Em indivíduos com evidência sorológica de infecção prévia ao SARS-CoV-2 no basal (GMT=10.979, [N=36; IC 95%: 6.452,7; 18.680 ]), os títulos de anticorpo S atingiram o pico em 28 dias após a dose 1 (GMT= 139.010,4 [N=35; IC 95%: 95.429,0 ; 202.495,1]), porém não aumentaram mais após a segunda dose.

As respostas de célula T específicas para a proteína Spike, conforme medido por ensaio imunospot com ligação enzimática IFN-ɣ (ELISpot) foram induzidas após uma primeira dose da vacina covid-19 (recombinante) e não aumentaram adicionalmente após uma segunda dose.

Referências Bibliográficas

M. Voysey, S. A. C. Clemens, S. A. Madhi, et al.
Safety and efficacy of the ChAdOx1 nCoV-19 vaccine (AZD1222) against SARS-CoV-2: an interim analysis of four randomised controlled trials in Brazil, South Africa, and the UK.
Lancet, 2020 Dec 8, Doi: 10.1016/S0140-6736(20)32661-1.

Características Farmacológicas


Propriedades Farmacodinâmicas

Mecanismo de ação

A vacina covid-19 (recombinante) é uma vacina monovalente composta por um único vetor adenovírus recombinante de chimpanzé, deficiente para replicação (ChAdOx1), que expressa a glicoproteína S do SARSCoV-2. Após a administração, a glicoproteína S do SARS-CoV-2 é expressada localmente estimulando anticorpos neutralizantes e resposta imune celular.

Propriedades Farmacocinéticas

Não aplicável.

Dados de segurança pré-clínica

Os dados pré-clínicos obtidos dos estudos de toxicologia e tolerância local com vacinas em investigação utilizando a mesma tecnologia da vacina de vetor adenoviral ChAdOx1 como a vacina covid-19 (recombinante), concluíram que a tecnologia ChAdOx1 foi bem tolerada em camundongos e não foi associada com qualquer efeito adverso.

Mutagenicidade e carcinogenicidade

Vacina covid-19 (recombinante) é uma vacina e, como tal, estudos de genotoxicidade (mutagenicidade) e carcinogenicidade não foram realizados.

Toxicologia reprodutiva

Os estudos de toxicidade reprodutiva em animais ainda não foram concluídos.

Como devo armazenar o Vaxzevria?

O profissional de saúde é responsável pelo armazenamento dessa vacina e descarte adequado de qualquer produto não usado.

Vaxzevria deve ser conservada sob refrigeração (2 a 8ºC). Não congelar. Armazenar na embalagem externa a fim de proteger da luz. Não agitar.

Após a retirada da primeira dose, Vaxzevria deve ser administrada em no máximo:

  • 6 horas se armazenada em temperatura ambiente, até 30ºC, ou;
  • 48 horas sob refrigeração (2 a 8ºC).

O frasco pode ser refrigerado novamente, mas o tempo cumulativo de armazenamento em temperatura ambiente não deve exceder 6 horas e o tempo total cumulativo de armazenamento não deve exceder 48 horas.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características do medicamento

Vaxzevria é uma suspensão incolor a levemente marrom, clara a levemente opaca.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Vaxzevria

MS - 1.1618.0284

Farm. Resp.:
Mauricio Rivas Marante
CRF-SP nº 28.847

Fabricado por:
Catalent Anagni S.R.L.
Anagni – Itália

Importado por:
AstraZeneca do Brasil Ltda.
Rod. Raposo Tavares, km 26,9 – Cotia – SP
CEP 06707-000
CNPJ 60.318.797/0001-00

Venda sob prescrição médica.

Quer saber mais?

Consulta também a Bula do Vacina Covid 19 (Recombinante)


O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 7 de Dezembro de 2024.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 7 de Dezembro de 2024.

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