Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM): o que é e quais são seus sintomas

Definição

O transtorno disfórico pré-menstrual, ou TDPM (CID 10 – N94.3), é uma evolução da tensão pré-menstrual, sendo uma forma mais grave da TPM. Ele consiste na manifestação de sintomas diversos de caráter físico, emocional e comportamental.

A condição ocorre nos dias que antecedem o início da menstruação, como o nome já sugere. Nesse período, o corpo está se preparando para a eliminação da camada do endométrio que foi produzida durante o período da ovulação. Durante esse processo, há uma mudança hormonal no corpo, que provocam os sintomas.

Estudos apontam que aproximadamente 5% das mulheres em idade fértil enfrentam o transtorno disfórico pré-menstrual em seus ciclos.

A condição em si não pode ser tratada, mas as terapias adequadas podem auxiliar na redução dos sintomas, conferindo maior qualidade de vida às pessoas que possuem o TDPM.

O que causa o transtorno disfórico pré-menstrual?

O TDPM é uma reação diante das mudanças geradas pela variação hormonal na fase anterior à menstruação. Porém, as causas diretas ainda não são totalmente claras.

Alguns fatores associados podem influenciar no surgimento da condição:

• Hormônios;
• Influência genética;
• Deficiência de serotonina;
• Falta de magnésio e cálcio no organismo.

Sintomas

Os sintomas gerais dos transtornos pré-menstruais geralmente abrangem:

• Irritabilidade e estresse;
• Ansiedade;
• Agitação e falta de concentração;
• Falta de energia;
• Fadiga;
• Insônia;
• Inchaço;
• Dor nas mamas.

O transtorno disfórico pré-menstrual, sendo uma condição mais grave, apresenta sintomas também mais graves. Ele pode causar um impacto emocional maior, com humor depressivo e falta de interesse nas atividades do dia a dia.

Assim, uma das características desse transtorno que o diferencia da TPM é a interferência na vida cotidiana, por vezes chegando ao ponto de incapacitar a mulher.

Para que o TDPM seja diagnosticado, é preciso que alguns desses sintomas sejam identificados por, pelo menos, 2 ciclos menstruais seguidos:

• Alterações súbitas de humor;
• Desesperança e pensamentos autodepreciativos;
• Conflitos intensificados;
• Mudanças intensas de apetite;
• Sensação de falta de controle e sobrecarga.

O diagnóstico deve ser realizado cuidadosamente, e os sintomas devem ser listados e analisados pelo(a) médico(a) ginecologista que acompanha a paciente.

Em geral, não é necessário fazer exames médicos além da análise clínica com base nos relatos para diagnosticar o TDPM. Porém, se o(a) médico(a) achar necessário, ele(e) pode encaminhar a pessoa para outros profissionais.

Se há suspeita de algum transtorno mental, por exemplo, é importante fazer um acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. Médicos da área de endocrinologia também podem contribuir para os cuidados referentes à parte hormonal.

Como tratar

O tratamento do transtorno disfórico pré-menstrual consiste em conjunto de ações que visam reduzir os sintomas. Pode ser indicada uma mudança de hábitos, incluindo:

• Prática de exercícios físicos e de outras atividades relaxantes;
• Repouso;
• Regulação do sono;
• Acompanhamento psicológico;
• Alterações na alimentação;
• Suplementação de minerais;
• Tratamento medicamentoso.

Para isso, pode ser importante buscar um acompanhamento profissional em diversas áreas.

O plano de alimentação, por exemplo, deve ser feio por um(a) nutricionista, que irá avaliar as necessidades individuais de cada paciente.

O mesmo vale para os exercícios físicos, que precisam ser acompanhados por profissionais de educação física.

Um acompanhamento psicológico pode ser necessário quando há uma alteração emocional muito intensa.

Medicação

O tratamento medicamentoso pode ser realizado com diferentes tipos de fármacos. Um exemplo é a progesterona e outros com ação hormonal, que auxiliam na regulação do organismo.

Também podem ser usados medicamentos do grupo de inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs), que agem aliviando sintomas emocionais, como ansiedade e irritabilidade.

Nessa categoria, podem ser usados fluoxetina, sertralina, paroxetina, entre outros.

Para dores, as opção são os fármacos da categoria de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).

É importante lembrar que qualquer medicamento só pode ser utilizado se houver indicação médica, e a administração deve ser feita conforme prescrito.

Preocupações comuns

Veja a resposta para algumas dúvidas comuns relacionadas à essa condição.

Como controlar o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual?

O controle dos sintomas do transtorno disfórico pré-menstrual pode ser feito de acordo com o tratamento indicado por um(a) médico(a). Em geral, ele pode envolver mudanças de hábitos, alimentação equilibrada, reposição de nutrientes e tratamento medicamentoso.

Qual é a diferença entre TPM e TDPM?

A principal diferença está na forma que os distúrbios se manifestam. A TPM, ou tensão pré-menstrual, é um conjunto de sintomas que surgem antes do início da menstruação. TDPM, ou transtorno disfórico pré-menstrual, consiste na evolução dessa condição. Neste segundo caso, os sintomas são mais graves e interferem na vida da pessoa em um nível intenso.

Como saber se tenho TDPM?

O diagnóstico deve ser feito por um profissional. Ao fazer a consulta com um(a) ginecologista, é preciso informar os sintomas percebidos nos últimos meses. Isso é importante para diferenciar o transtorno da TPM ou de alguma outra condição.

Referências

• Manual MSD - Versão para Profissionais de Saúde (2023) — Síndrome pré-menstrual (SPM);
• Gislene V. Miranda et al. Revista Médica de Minas Gerais (2007) — Estudo sobre o transtorno disfórico pré-menstrual em uma população de mulheres em Belo Horizonte;
• Minuto Saudável (2020) — Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM): conheça a Super TPM.