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Bula do Luxturna

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 7 de Dezembro de 2024.

Luxturna, para o que é indicado e para o que serve?

Luxturna® é um produto de terapia gênica que contém a substância ativa voretigeno neparvoveque.

Luxturna® será dado a você somente se o teste genético mostrar que sua perda de visão é causada por mutações no gene RPE65.

Luxturna® é utilizado para o tratamento de adultos e crianças com perda de visão devido à distrofia hereditária da retina causada por mutações no gene RPE65. Essas mutações impedem o organismo de produzir uma proteína necessária para a visão, o que pode levar à perda de visão e à eventual cegueira.

Como o Luxturna funciona?

A substância ativa do Luxturna®, o voretigeno neparvoveque, é um vírus modificado que contém uma cópia funcional do gene RPE65. Após a injeção, este gene é entregue nas células da retina, a camada na parte de trás do olho, que detecta a luz. Isso permite que a retina produza as proteínas necessárias para a visão. O vírus usado para entregar o gene não causa doença em humanos.

Se tiver alguma questão sobre o Luxturna®, como funciona ou porque é que este medicamento foi prescrito para você, fale com o seu médico.

Quais as contraindicações do Luxturna?

Seu médico irá avaliar as situações que o medicamento não deve ser utilizado.

Como usar o Luxturna?

Luxturna® será injetado em seu olho em uma sala de cirurgia por cirurgiões experientes em cirurgias oculares.

Luxturna® é administrado sob anestesia. Seu médico falará com você sobre a anestesia e como ela será administrada a você.

Seu médico fará uma cirurgia no olho para remover o gel transparente dentro do olho e, em seguida, injetará Luxturna® diretamente sob sua retina, a fina camada sensível à luz que está na parte de trás do olho. Isso pode ser repetido no seu outro olho pelo menos 6 dias depois. Você precisará ficar de observação pósoperatória por algumas horas após cada procedimento para monitorar sua recuperação e observar os efeitos colaterais da cirurgia ou da anestesia.

Antes do início do tratamento com o Luxturna®, o seu médico pode prescrever um medicamento que suprime o seu sistema imunológico (as defesas naturais do corpo) para que ele não tente combater o Luxturna® quando este for administrado. É importante que você tome este medicamento de acordo com as instruções dadas. Não pare de tomar o medicamento sem falar primeiro com o seu médico.

Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, pergunte ao seu médico.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

O que devo fazer quando me esquecer de usar o Luxturna?

Este medicamento deve ser aplicado por médico experiente em cirurgia ocular. Desta forma, seu médico irá orientar sobre a forma de uso deste medicamento.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico.

Quais cuidados devo ter ao usar o Luxturna?

Siga todas as instruções do seu médico com cuidado. Elas podem diferir das informações gerais contidas nesta bula.

Antes de iniciar o tratamento, informe ao seu médico:

  • Se tiver sinais de uma infeção ocular ou inflamação ocular, por exemplo, se tiver vermelhidão ocular, sensibilidade à luz, inchaço dos olhos ou dor ocular.
  • Se tiver uma infecção ativa de qualquer tipo. O seu médico pode adiar o seu tratamento até a sua infecção desaparecer, porque este medicamento pode dificultar o combate à infecção.

Depois de usar o Luxturna®:

  • Obtenha cuidados imediatos com o seu médico se o seu olho ou olhos ficarem vermelhos, doloridos, sensíveis à luz, se você vir flashes ou flutuações na sua visão ou se observar alguma piora ou visão turva.
  • Pode ocorrer declínio permanente na acuidade visual após injeção subretiniana de Luxturna®. Contate o seu médico ou farmacêutico se tiver quaisquer alterações na visão.
  • Você deve evitar viagens aéreas ou viajar para altitudes elevadas antes de ser aconselhado pelo seu médico. Durante o tratamento com este medicamento, o médico insere uma bolha de ar no olho, que é lentamente absorvida pelo seu corpo. Até que a bolha seja completamente absorvida, a viagem aérea ou o deslocamento para altitudes elevadas pode fazer com que a bolha se expanda e leve a danos nos olhos, incluindo perda de visão. Por favor fale com o seu médico antes de viajar.
  • Você deve evitar nadar, por causa de um risco aumentado de infecção no olho. Por favor, fale com o seu médico antes de retomar a natação depois de usar o Luxturna®.
  • Algumas pessoas desenvolvem catarata. Uma catarata é a turvação das lentes naturais do interior do olho, o que pode dificultar a sua visualização com clareza. O desenvolvimento ou agravamento da catarata é uma complicação conhecida da cirurgia ocular que será necessária antes de você usar o Luxturna®. Existe um risco adicional de catarata se a lente dentro do olho for danificada pela agulha usada para injetar o medicamento na parte de trás do olho.
  • Pode haver um pouco de medicamento presente em suas lágrimas. Como precaução, você e seu cuidador devem colocar todos os curativos e materiais usados com lágrimas e secreções nasais em sacos selados antes de descartá-los. Você e seu cuidador devem seguir estas precauções por 14 dias.
  • Você e seu cuidador, especialmente se você estiver grávida, amamentando ou com o sistema imunológico debilitado, devem usar luvas durante as trocas de curativos e ao descartar os curativos e outros resíduos. Sigam essas precauções durante 14 dias após o tratamento.
  • Você não poderá doar sangue, órgãos, tecidos e células para transplante depois de ter sido tratado com Luxturna®. Isso porque Luxturna® é um produto de terapia gênica.

Crianças e adolescentes (menores de 18 anos)

Luxturna® não foi estudado em crianças com menos de quatro anos de idade.

Gravidez e Lactação

Se você está grávida ou amamentando, se pensa que pode estar grávida ou planeja engravidar, consulte o seu médico ou enfermeiro antes de receber tratamento com Luxturna®.

Os efeitos deste medicamento na gravidez e no feto não são conhecidos. Como precaução, você não deve receber Luxturna® enquanto estiver grávida.

Não se sabe se o Luxturna® passa para o leite materno. Pergunte ao seu médico se deve interromper a amamentação depois de usar o Luxturna®.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Luxturna?

Como com todos os medicamentos, os pacientes tratados com Luxturna® podem ter efeitos colaterais, embora eles não se manifestem em todas as pessoas. Os efeitos colaterais associados à administração de Luxturna® são devidos ao próprio medicamento, ao procedimento de injeção ou à utilização de corticosteroides e afetam principalmente o olho.

Alguns efeitos colaterais podem ser graves

Procure ajuda médica imediata se tiver algum dos seguintes sintomas, que podem ser sintomas de inflamação, infecção ou reação alérgica do olho:

  • Uma diminuição repentina ou mudança na visão,
  • Um aumento da dor, desconforto ou vermelhidão nos olhos.

Se tiver quaisquer efeitos colaterais graves, informe o seu médico imediatamente.

Outros efeitos colaterais possíveis

Outros efeitos colaterais que podem ocorrer após o tratamento com Luxturna® são descritos abaixo:

Se estes efeitos colaterais se agravarem, informe o seu médico.

Muito comuns: podem afetar mais do que 1 entre 10 pessoas
  • Vermelhidão do olho.
  • Catarata (turvação da lente).
  • Aumento da pressão no olho.
Comuns: podem afetar até 1 entre 10 pessoas
  • Depósitos sob a retina.
  • Fissura na retina (rasgo na retina).
  • Anormalidades na parte de trás do olho.
  • Afinamento da superfície do olho (dellen).
  • Dor ocular.
  • Inchaço dos olhos.
  • Irritação no olho.
  • Inflamação no olho.
  • Sensação de corpo estranho no olho.
  • Descolamento da retina.
Desconhecido: a frequência não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis
  • Afinamento da retina (atrofia coriorretiniana).

Danos nos tecidos dos olhos podem ser acompanhados por sangramento e inchaço e um risco aumentado de infecção. A visão se reduz nos dias após a cirurgia e geralmente depois melhora; informe o seu médico se a visão não retornar.

Se detectar quaisquer efeitos colaterais não mencionados nesta bula, por favor informe o seu médico.

Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, informe seu médico ou cirurgião-dentista.

Apresentações do Luxturna

Solução para Diluição

Luxturna® - Solução concentrada para injeção subretiniana - frasco de dose única de 2 mL com um volume extraível de 0,5 mL.

A concentração fornecida de 5 x 1012 genomas virais (gv) por mL, requer uma diluição de 1:10 antes da administração.

Após a diluição, cada dose contém 1,5 x 1011 gv em um volume de 0,3 mL. O diluente é fornecido em volumes extraíveis de 1,7 mL em dois frascos de uso único de 2 mL.

Via subretiniana.

Uso adulto e pediátrico.

Qual a composição do Luxturna?

Voretigeno neparvoveque é um vetor de transferência gênica que utiliza um capsídeo de vetor viral adenoassociado sorotipo 2 (AAV2) como veículo de transporte do cDNA da proteína do epitélio pigmentado retiniano humano de 65 kDa (hRPE65) para a retina. Voretigeno neparvoveque é derivado de AAV de ocorrência natural usando técnicas de DNA recombinante.

Excipientes

Solução concentrada: cloreto de sódio, fosfato de sódio monobásico (para ajuste do pH), fosfato de sódio dibásico (para ajuste do pH), poloxaleno, água para injetáveis.
Diluente: cloreto de sódio, fosfato de sódio monobásico (para ajuste do pH), fosfato de sódio dibásico (para ajuste do pH), poloxaleno, água para injetáveis.

Luxturna® não contém conservantes.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Luxturna maior do que a recomendada?

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Luxturna com outros remédios?

Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver usando, se tiver utilizado recentemente ou possa precisar utilizar quaisquer outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.

Qual a ação da substância do Luxturna?

Resultados da Eficácia 


Estudos clínicos

Estudo 301

A eficácia de Voretigeno Neparvoveque em pacientes pediátricos e adultos foi avaliada em um ensaio aberto, randomizado, de dois centros (Estudo 301).

Dos 31 participantes incluídos, 21 participantes foram randomizados para receber injeção subretiniana de Voretigeno Neparvoveque. Um participante descontinuou o estudo antes do tratamento. Dez participantes foram randomizados para o grupo de controle (não intervenção). Um participante do grupo de controle retirou o consentimento e foi descontinuado do estudo. Os nove participantes que foram randomizados para o grupo de controle foram cruzados para receber injeção subretiniana de Voretigeno Neparvoveque após um ano de observação. A média de idade dos 31 participantes randomizados foi de 15 anos (faixa de 4 a 44 anos), incluindo 64% dos participantes pediátricos (n=20, idade de 4 a 17 anos) e 36% adultos (n=11). Injeções subretinianas bilaterais de Voretigeno Neparvoveque foram administradas sequencialmente em dois procedimentos cirúrgicos separados com um intervalo de 6 a 18 dias.

A eficácia de Voretigeno Neparvoveque foi estabelecida com base na mudança de pontuação do teste de mobilidade de luminância múltipla (MLMT) desde o início até o ano 1.

O MLMT foi projetado para medir mudanças na visão funcional, especificamente a capacidade de um participante de percorrer um percurso com precisão e em um ritmo razoável em diferentes níveis de iluminação ambiental.

O MLMT foi avaliado usando os dois olhos (visão binocular) e cada olho separadamente em um ou mais dos sete níveis de iluminação, variando de 400 lux (correspondente a um escritório muito iluminado) a 1 lux (correspondendo a uma noite de verão sem lua). Cada nível de luz foi atribuído um código de pontuação que varia de 0 a 6. Uma maior pontuação indicava que o participante conseguiu passar o MLMT em um nível de luz mais baixo. O MLMT de cada participante foi filmado e avaliado por avaliadores independentes usando uma combinação definida de pontuações de velocidade e exatidão. A pontuação do MLMT foi determinada pelo menor nível de luz em que o participante foi capaz de passar pelo MLMT. A mudança da pontuação do MLMT foi definida como a diferença entre a pontuação do início e a pontuação do ano 1. Uma mudança positiva na pontuação do MLMT, do início até a visita do ano 1, indicou que o participante era capaz de concluir o MLMT em um nível de luz mais baixo.

Três desfechos secundários também foram testados: teste de limiar de sensibilidade à luz de campo total (FST) usando luz branca; a mudança na pontuação do MLMT para o primeiro olho atribuído; e teste de acuidade visual (AV).

A Tabela 2-1 resume a variação média da classificação do MLMT desde o início até o ano 1 no grupo de tratamento de Voretigeno Neparvoveque em comparação com o grupo de controle.

Tabela 2-1 Mudanças na pontuação do MLMT: Ano 1, comparado ao início (população ITT: n=21 Intervenção, n=10 Controle)

Mudança na pontuação do MLMT Diferença (IC 95%) Controle de Intervenção Valor de p
Usando visão binocular 1.6 (0.72, 2.41) 0.001
Usando somente o primeiro olho atribuído 1.7 (0.89, 2.52) 0.001
Usando somente o segundo olho atribuído 2.0 (1.14, 2.85) < 0.001

A pontuação de mudança do MLMT monocular melhorou significativamente no grupo de tratamento e foi semelhante aos resultados do MLMT binocular (consulte Tabela 2-1).

A Tabela 2-2 mostra o número e a porcentagem de pacientes com diferentes magnitudes de mudança na pontuação do MLMT usando os dois olhos no ano 1. Onze dos 21 (52%) participantes do grupo de tratamento de Voretigeno Neparvoveque tiveram uma mudança na pontuação do MLMT de dois ou mais, enquanto um dos dez (10%) participantes do grupo de controle teve uma mudança na pontuação do MLMT de dois.

Tabela 2-2 Magnitude da mudança da pontuação do MLMT usando os dois olhos no ano 1

Mudança de pontuação Voretigeno Neparvoveque (n=21) Controle (n=10)
-1 0 3 (30%)
0 2 (10%) 3 (30%)
1 8 (38%) 3 (30%)
2 5 (24%) 1 (10%)
3 5 (24%) 0
4 1 (4%) 0

A Figura 2-1 mostra o desempenho de MLMT de pacientes individuais usando os dois olhos no início e no ano 1.

Figura 2-1 Pontuação do MLMT usando os dois olhos no início e no ano 1 para participantes individuais

O figura 2-1 relaciona os participantes, considerando as diferentes idades, com os níveis de iluminação ( > 400 a 1 Lux).

Nota para Figura 2-1: *participantes que foram retirados ou descontinuados. Os círculos abertos são as pontuações do início. Os círculos fechados são as pontuações do ano 1. Os números ao lado do círculo sólido representam a mudança de pontuação no ano 1. As linhas horizontais com setas representam a magnitude da mudança de pontuação e sua direção. Setas apontando para a direita representam melhora. A seção superior mostra os resultados dos 21 participantes do grupo de tratamento. A seção inferior mostra os resultados dos 10 participantes no grupo de controle. Os participantes de cada grupo são cronologicamente organizados por idade, com o participante mais jovem no topo e o participante mais velho na parte inferior.

A Figura 2-2 mostra o efeito do medicamento ao longo do período de três anos no grupo de tratamento com voretigeno neparvoveque, bem como o efeito no grupo de controle após o cruzamento para receber injeção subretiniana de voretigeno neparvoveque. Diferenças significativas no desempenho do MLMT binocular foram observadas no grupo de tratamento com voretigeno neparvoveque no dia 30 e foram mantidas durante as visitas restantes de acompanhamento ao longo do período de três anos, comparado a nenhuma mudança no grupo de controle. No entanto, após o cruzamento para receber injeção subretiniana de voretigeno neparvoveque, os participantes do grupo de controle apresentaram uma resposta semelhante ao voretigeno neparvoveque comparado com os participantes do grupo de tratamento voretigeno neparvoveque.

Figura 2-2 Mudança na pontuação do MLMT usando visão binocular versus tempo antes/depois da exposição ao voretigeno neparvoveque

Nota para Figura 2-2: Cada caixa representa os 50% do meio da distribuição da mudança de pontuação do MLMT. Linhas pontilhadas verticais representam os 25% adicionais acima e abaixo da caixa. A barra horizontal dentro de cada caixa representa a mediana. O ponto dentro de cada caixa representa a média. A linha sólida conecta as alterações médias de pontuação do MLMT durante as visitas para o grupo de tratamento. A linha pontilhada conecta a variação média de pontuação do MLMT sobre as visitas para o grupo de controle, incluindo cinco visitas durante o primeiro ano sem receber voretigeno neparvoveque. Foi administrado voretigeno neparvoveque ao grupo de controle após 1 ano de observação.

  • BL: baseline [avaliação inicial]; D30, D90, D180: 30, 90 e 180 dias após o início do estudo;
  • Y1, Y2, Y3: um, dois e três anos após o início do estudo;
  • XBL; XD30; XD90; XD180: avaliação inicial, 30, 90 e 180 dias após o início do estudo para o grupo de cruzamento de controle;
  • XY1; XY2: um e dois anos após o início do estudo para o grupo de cruzamento de controle.

O teste de FST é uma medida global da sensibilidade da retina à luz, em que os valores de Log10 (cd.s/m2 ) indicam melhor sensibilidade quando são mais negativos. Resultados do teste de sensibilidade à luz em campo total no primeiro ano de estudo: luz branca [Log10 (cd.s/m2 )] são mostrados na Tabela 2-3 a seguir.

Tabela 2-3 Teste de sensibilidade à luz de campo total

Teste de sensibilidade à luz de campo total - Primeiro olho atribuído (ITT)
  Intervenção, N = 21    
  Início Ano 1: Mudança
N 20 20 19
Média (SE) -1.23 (0.10) -3.44 (0.30) -2.21 (0.30)
 
  Controle, N = 10
N 9 9 9
Média (SE) -1.65 (0.14) -1.54 (0.44) 0.12 (0.45)
  Diferença (IC 95%) (Intervenção-Controle) -2.33 (-3.44, -1.22), p < 0.001
Teste de sensibilidade à luz de campo total - Segundo olho atribuído (ITT)
  Intervenção, N = 21
  Início Ano 1: Mudança
N 20 20 19
Média (SE) -1.35 (0.09) -3.28 (0.29) -1.93 (0.31)
  Controle, N = 10    
N 9 9 9
Média (SE) -1.64 (0.14) -1.69 (0.44) 0.04 (0.46)
  Diferença (IC 95%) (Intervenção-Controle) -1.89 (-3.03, -0.75), p=0.002
Teste de sensibilidade à luz de campo total - Média entre os dois olhos (ITT) Diferença (IC 95%) (Intervenção-Controle): -2.11 (-3.19, -1.04), p < 0.001

Os participantes do grupo de controle que cruzaram para receber uma injecção subretiniana de voretigeno neparvoveque no ano 1 apresentaram uma resposta semelhante ao voretigeno neparvoveque como participantes no grupo de intervenção original. Para ambos os grupos de tratamento, após a administração do vetor, o ganho no desempenho do FST foi maior que 2 unidades log, refletindo uma melhora de mais de 100 vezes na sensibilidade à luz. A melhora na sensibilidade à luz de campo total foi mantida por até 3 anos após a exposição ao voretigeno neparvoveque.

Uma análise de suporte mostrou que as relações lineares entre as pontuações do MLMT e FST neste estudo foram geralmente boas a fortes, indicando que os participantes com melhora no teste de mobilidade no ano 1 tenderam a ter resultados FST menores (ou seja, melhores) no ano 1.

Um ano após a exposição ao voretigeno neparvoveque, a mudança média em relação ao início na acuidade visual em ambos os olhos usando a escala de Holladay foi de -0,16 LogMAR para o grupo de intervenção e de 0,01 LogMAR para o grupo de controle não tratado. Isso refletiu uma melhora média de 8 letras ETDRS para os participantes de intervenção, comparado com uma perda média de 0,5 letras para os participantes de controle. Essa diferença entre os grupos não foi estatisticamente significativa.

Em uma análise post hoc de apoio usando a escala de Lange para pontuação fora do quadro, o grupo de intervenção mostrou uma melhora de 9,0 letras versus uma melhora de 1,5 letras no grupo de controle, média de ambos os olhos (diferença de 7,5 letras). Essa diferença entre os grupos foi estatisticamente significativa.

Dados de segurança não clínicos

A administração subretiniana simultânea e bilateral de voretigeno neparvoveque foi bem tolerada em níveis de dose até 8,25 x 1010 gv por olho em cães com uma mutação RPE-65 de ocorrência natural e 7,5 x 1011 gv (5 vezes superior à dose humana recomendada) por olho em primatas não humanos (NHPs) com olhos com visão normal. Em ambos os modelos animais, administrações sequenciais subretinianas bilaterais, onde o olho contralateral foi injetado após o primeiro olho, foram bem toleradas no nível de dose humana recomendada de 1,5 x 1011 gv por olho. Além disso, os cães com a mutação RPE-65 apresentaram melhor comportamento visual e respostas pupilares.

A histopatologia ocular de olhos de cão e de primatas não humanos expostos ao voretigeno neparvoveque mostrou apenas mudanças leves, que foram principalmente relacionadas com a cicatrização de lesão cirúrgica. Em um estudo toxicológico anterior, um vetor AAV2 semelhante administrado subretinianamente em cães em uma dose de 10 vezes a dose recomendada resultou em toxicidade focal da retina e infiltrados celulares inflamatórios histologicamente em regiões expostas ao vetor. Outros achados de estudos não clínicos de voretigeno neparvoveque incluíram células inflamatórias ocasionais e isoladas na retina, sem degeneração aparente da retina. Após a administração de um único vetor, os cães desenvolveram anticorpos contra o capsídeo do vetor AAV2 que estavam ausentes em primatas não humanos naïve.

Carcinogenicidade e mutagenicidade

Não foram realizados estudos em animais para avaliar os efeitos da voretigeno neparvoveque na carcinogenicidade ou mutagenicidade.

Referências bibliográficas

  1. LTW888 - voretigeno neparvoveque. 7010592_CG_A-23P-967. Quality Overall Summary – Drug product. Novartis. 29-Mar-2019.
  2. Luxturna (voretigeno neparvoveque). Pharmacy manual for the dose preparation of Voretigeno Neparvoveque. January 2019.
  3. Luxturna (voretigeno neparvoveque). LTW888A1 – 2.5 Clinical Overview in Biallelic RPE65 mutation-associated retinal dystrophy. Novartis. 29-Mar-2019.
  4. Luxturna (voretigeno neparvoveque). Surgical manual for the administration of Voretigeno Neparvoveque. January 2019.
  5. Luxturna (voretigeno neparvoveque). LTW888A1 – 2.7.4 Summary of Clinical Safety in confirmed biallelic RPE65 mutation-associated retinal dystrophy. Novartis. 26-Mar-2019.
  6. LTW888 (voretigeno neparvoveque). 2.4 Nonclinical Overview. Novartis. 24-Jan-2019.
  7. LTW888 Voretigeno neparvoveque (AAV2-hRPE65v2). 2.7.2 Summary of Clinical Pharmacology Studies. Novartis. 14-Feb-2019.
  8. LTW888 (voretigeno neparvoveque). 2.7.3 Summary of Clinical Efficacy in Biallelic RPE65 mutationassociated retinal dystrophy. Novartis. 27-Mar-2019.

Características Farmacológicas


Grupo farmacoterapêutico: Outros oftalmológicos - voretigeno neparvoveque.

Código ATC: S01XA27.

Mecanismo de ação

O Voretigeno Neparvoveque foi concebido para fornecer uma cópia normal do gene que codifica a proteína de 65 kDa (RPE65) do epitélio pigmentado retiniano humano para as células da retina em pessoas com níveis reduzidos ou ausentes de RPE65 biologicamente ativo. O RPE65 é produzido nas células do epitélio pigmentado retiniano (EPR) e converte todo o trans-retinol em 11-cis-retinol, que subsequentemente forma o cromóforo, 11 cis-retinal, durante o ciclo visual (retinoide). O ciclo visual é crítico na fototransdução, que se refere à conversão biológica de um fóton de luz em um sinal elétrico na retina. Mutações no gene RPE65 levam a níveis reduzidos ou ausentes da atividade do isômero hidrolase do RPE65, bloqueando o ciclo visual, resultando em comprometimento da visão e, por fim, cegueira completa.

Farmacodinâmica

A injeção de Voretigeno Neparvoveque no espaço subretiniano resulta na transdução de algumas células do epitélio pigmentado retiniano com um cDNA que codifica a proteína RPE65 humana normal, fornecendo assim o potencial para restaurar o ciclo visual.

Farmacocinética

Biodistribuição (dentro do corpo) e Eliminação de Vetor (excreção/secreção)

Os níveis de DNA de vetor de Voretigeno Neparvoveque em vários tecidos e secreções foram determinados usando um ensaio quantitativo de reação em cadeia da polimerase (qPCR).

Dados não clínicos

A biodistribuição de voretigeno neparvoveque foi avaliada aos três meses após a administração subretiniana em primatas não humanos. Os níveis mais altos de sequências de DNA de vetor foram detectados em fluidos intraoculares (líquido de câmara anterior e vítreo) de olhos injetados com vetor. Níveis baixos de sequências de DNA de vetor foram detectados no nervo óptico do olho injetado pelo vetor, quiasma óptico, baço e fígado, e esporadicamente nos linfomodos. Sequências de DNA de vetor não foram detectadas nas gônadas.

Dados clínicos

A eliminação e a biodistribuição do vetor de Voretigeno Neparvoveque foram investigados em um estudo medindo o DNA de Voretigeno Neparvoveque em lágrimas de ambos os olhos, no soro e sangue total de participantes do Estudo 301. Em resumo, o vetor de Voretigeno Neparvoveque foi eliminado transitoriamente e em níveis baixos em lágrimas do olho injetado em 45% dos participantes no Estudo 301 e ocasionalmente (7%) do olho não injetado até o Dia 3 após a injeção.

Em 29 participantes que receberam administrações bilaterais, o DNA de vetor de Voretigeno Neparvoveque estava presente em amostras de lágrimas de 13 participantes (45%). Níveis máximos de DNA de vetor foram detectados nas amostras de lágrimas no dia 1 após a injeção, após o dia 1 nenhum vetor de DNA foi detectado na maioria dos participantes (8 de 13). Três participantes (10%) tinham DNA de vetor em amostras de lágrimas até o dia 3 após a injeção, e dois participantes (7%) tinham DNA de vetor em amostras de lágrima por cerca de duas semanas após a injeção. Em outros dois participantes (7%), o DNA de vetor foi detectado em amostras de lágrimas do olho não injetado (ou previamente injetado) até o dia 3 após a injeção. DNA de vetor foi detectado no soro em 3/29 (10%) participantes, incluindo dois com DNA de vetor em amostras de lágrima até o dia 3 após cada injeção.

Como devo armazenar o Luxturna?

Luxturna® será armazenado pelos profissionais de saúde em sua instituição de saúde. Você não armazenará o Luxturna® por conta própria.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Luxturna

MS - 1.0068.1173

Farm. Resp.:
Flávia Regina Pegorer
CRF-SP 18.150

Importado por:
Novartis Biociências S.A.
Av. Prof. Vicente Rao, 90 - São Paulo - SP
NPJ: 56.994.502/0001-30
Indústria Brasileira

Fabricado por:
Nova Laboratories Ltd.
Wigston, Reino Unido.

Embalado por:
Catalent UK Packaging Ltd.
Westhoughton, Reino Unido ou Catalent CTS (Edinburgh) Limited, Bathgate, Reino Unido (vide cartucho).

® = Marca registrada em nome de Spark Therapeutics, Inc

Venda sob prescrição médica.

Uso restrito a hospitais.

Quer saber mais?

Consulta também a Bula do Voretigeno Neparvoveque


O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 7 de Dezembro de 2024.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 7 de Dezembro de 2024.

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