Bula do Satralizumabe
Princípio Ativo: Satralizumabe
Satralizumabe, para o que é indicado e para o que serve?
Satralizumabe é indicado em monoterapia ou em combinação com terapia imunossupressora para o tratamento de doenças do espectro da neuromielite óptica (ENMO) em pacientes adultos e adolescentes a partir de 12 anos de idade soropositivos para anti-aquaporina-4-IgG (IgG-AQP4).
Satralizumabe não é destinado ao tratamento do surto da doença na fase de recidiva aguda.
Quais as contraindicações do Satralizumabe?
Satralizumabe é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade conhecida a satralizumabe ou qualquer um de seus excipientes.
O tratamento com Satralizumabe não deve ser iniciado em pacientes com infecções graves ativas.
Como usar o Satralizumabe?
O tratamento deve ser iniciado sob a supervisão de um médico e/ou profissional de saúde habilitado.
Para evitar erros de medicação, é importante verificar o rótulo da seringa preenchida para assegurar que o medicamento que está sendo administrado seja Satralizumabe.
Satralizumabe 120 mg é administrado por injeção SC usando uma seringa preenchida de uso único. Satralizumabe deve ser administrado como uma injeção SC. O conteúdo total da seringa preenchida (1 mL) deve ser administrado.
Os locais de injeção recomendados são o abdômen e a coxa. Os locais das injeções devem ser alternados e as injeções nunca devem ser administradas em pintas, cicatrizes ou áreas em que a pele esteja sensível, com equimoses, hiperemiada, endurecida ou não intacta.
Instruções para preparo, manuseio e aplicação de Satralizumabe seringa preenchida de uso único com dispositivo de segurança da agulha
Preparo para utilização de Satralizumabe
- Retire o cartucho contendo a seringa do refrigerador e coloque-o em uma superfície de trabalho limpa e plana (como uma mesa).
- Verifique a data de validade na parte de trás do cartucho (vide Figura A). Não utilize se o cartucho estiver expirado.
- Verifique se a frente do cartucho está lacrada (vide Figura C). Não utilize se o lacre estiver rompido.
Se a data de validade expirou ou o lacre estiver rompido, não utilize. Vá para a etapa 21 “Descarte de Satralizumabe” e entre em contato com o seu médico. - Abra o cartucho lacrado (vide Figura B).
- Cuidadosamente retire a seringa do cartucho segurando o corpo da seringa (vide Figura C).
Não:
- Vire o cartucho de cabeça para baixo para remover a seringa.
- Toque os dispositivos de segurança – isso pode danificar a seringa.
- Segure o êmbolo ou a tampa da agulha.
Verifique a seringa
- Verifique a data de validade na seringa. Não utilize se a seringa estiver vencida.
- Verifique a seringa quanto a danos. Não utilize se estiver rachada ou quebrada.
- Verifique através da janela de visualização se o líquido é transparente e incolor a levemente amarelo. Não administre o medicamento se o líquido estiver turvo, descolorido ou apresentar partículas.
Pode haver pequenas bolhas de ar na seringa. Isso é normal e você não deve tentar removê-las.
Se o prazo de validade estiver expirado, a seringa danificada ou o líquido turvo, descolorido ou contiver partículas, não o utilize. Vá para a etapa 21 “Descarte de Satralizumabe” e entre em contato com o seu médico.
Deixe a seringa em temperatura ambiente
- Depois de verificar a seringa, coloque-a em uma superfície de trabalho limpa e plana (como uma mesa) por 30 minutos - isso permitirá que ela atinja a temperatura ambiente (vide Figura E).
É importante deixar a seringa atingir a temperatura ambiente, pois a injeção do medicamento resfriado pode causar desconforto e dificultar a injeção.
Não:
- Acelere o processo de aquecimento de qualquer maneira, através da utilização de um micro-ondas ou colocando a seringa em água morna.
- Remova a tampa da agulha enquanto a seringa estiver atingindo a temperatura ambiente.
Lave as mãos
- Lave suas mãos com sabão e água (vide Figura F).
Escolha o local da injeção
- Escolha o local da injeção:
- Na parte inferior do estômago (abdômen) ou;
- Na frente e no meio de suas coxas.
Não:
- Injetar na área de 5 cm ao redor do umbigo.
- Injetar em pintas, cicatrizes, machucados ou áreas em que a pele esteja sensível, avermelhada, endurecida ou não intacta.
Escolha um local diferente de injeção para cada nova injeção – escolha um local diferente para injeção com pelo menos 2,5 centímetros da área que você utilizou na última injeção.
Limpar o local da injeção
- Limpe o local da injeção com um lenço umedecido com álcool e deixe secar.
Não:
- Abane ou sopre a área que você limpou.
- Toque o local da injeção novamente antes de administrar a injeção.
Injeção de Satralizumabe
- Segure o corpo da seringa entre o polegar e o indicador. Com a outra mão, retire a tampa da agulha. Você pode ver uma gota de líquido na ponta da agulha - isso é normal e não afeta sua dose (vide Figura H).
Use a seringa dentro de 5 minutos após retirar a tampa da agulha ou a seringa pode obstruir.
Não:
- Retire a tampa da agulha até que você esteja pronto para injetar Satralizumabe.
- Coloque a tampa da agulha novamente depois de removida, pois isso pode danificá-la.
- Toque na agulha ou deixe que ela toque em qualquer superfície após remover a tampa da agulha.
- Descarte a tampa da agulha em um recipiente apropriado para objetos pontiagudos ou cortantes. Veja a etapa 21 “Descarte de Satralizumabe”.
- Segure o corpo da seringa usando o polegar e o indicador. Com a outra mão, faça uma prega de pele na área que você limpou (veja Figura I).
- Use um movimento rápido, semelhante a um dardo, para inserir a agulha em um ângulo entre 45° e 90° (veja Figura I).
Não:
- Insira a agulha através da roupa.
- Altere o ângulo da injeção.
- Reinsira a agulha.
- Depois de inserir a agulha, solte a prega de pele.
- Injete lentamente todo o medicamento empurrando suavemente o êmbolo até o fim, até tocar nos dispositivos de segurança (vide Figura J).
- Solte o êmbolo cuidadosamente e deixe a agulha sair da pele no mesmo ângulo em que foi inserida (vide Figura K).
A agulha será então coberta pelo revestimento da agulha. Caso a agulha esteja descoberta, coloque cuidadosamente a seringa em um recipiente apropriado para objetos pontiagudos ou cortantes para evitar ferimentos. Veja a etapa 21 “Descarte de Satralizumabe”.
Cuidados com o local da injeção
- Pode haver um pequeno sangramento no local da injeção. Você pode pressionar uma bola de algodão ou gaze sobre o local da injeção, mas não esfregue. Se necessário, você também pode cobrir o local da injeção com um pequeno curativo. Se o medicamento entrar em contato com a sua pele, lave a área com água.
Descarte de Satralizumabe
- Não tente recolocar a tampa na sua seringa. Coloque a seringa usada em um recipiente apropriado para objetos pontiagudos ou cortantes imediatamente após o uso (vide Figura L). Não jogue (descarte) a seringa no lixo doméstico e não a recicle.
Pergunte ao seu médico ou farmacêutico informações sobre onde você pode obter um recipiente para materiais perfurocortantes ou que outros tipos de recipientes resistentes a perfurações podem ser usados para descartar com segurança as seringas e tampas de agulha usadas, se você não tiver um.
Descarte o recipiente para materiais perfurocortantes usado conforme as instruções do seu médico ou farmacêutico.
Não descarte o recipiente para materiais perfurocortantes usado no lixo doméstico.
Não recicle o recipiente para materiais perfurocortantes usado.
Administração pelo paciente e/ou cuidador
A primeira injeção deve ser realizada sob a supervisão de um profissional da saúde qualificado.
Um paciente adulto / cuidador pode administrar todas as outras doses de Satralizumabe em casa, se o médico responsável pelo tratamento determinar que é apropriado e o paciente adulto / cuidador puder realizar a técnica de injeção.
Pacientes / cuidadores devem procurar atendimento médico imediato se o paciente desenvolver sintomas de reações alérgicas graves e devem verificar com o médico se o tratamento com Satralizumabe pode ser continuado ou não.
Incompatibilidades
- Na ausência de estudos de compatibilidade, este medicamento não deve ser misturado com outros medicamentos.
Posologia do Satralizumabe
Satralizumabe pode ser usado como monoterapia ou em combinação com corticosteroides orais (OCs), azatioprina (AZA) ou micofenolato de mofetila (MMF). Consulte também a bula para esses produtos.
Doses iniciais
A dose inicial recomendada é de 120 mg de injeção subcutânea (SC) a cada duas semanas nas três primeiras administrações (primeira dose na semana 0, segunda dose na semana 2 e terceira dose na semana 4).
Doses de manutenção
A dose de manutenção recomendada é de 120 mg de injeção SC a cada quatro semanas.
Duração do tratamento
Satralizumabe destina-se ao tratamento de longo prazo. O uso de Satralizumabe foi estudado apenas no contexto de administração crônica e o efeito da descontinuação não foi caracterizado. Os pacientes que descontinuam Satralizumabe devem ser rigorosamente monitorados quanto a sinais e sintomas de recidiva de doenças do ENMO.
Doses atrasadas ou perdidas
Se uma injeção for perdida, por qualquer razão outra que não seja elevação das enzimas hepáticas, ela deve ser administrada conforme descrito na Tabela 4.
Tabela 4. Dosagem recomendada para doses atrasadas ou perdidas
Última dose administrada | Dosagem recomendada para doses atrasadas ou perdidas |
Menos de 8 semanas durante o período de manutenção ou perda de uma dose inicial | Administre 120 mg por injeção subcutânea o mais rápido possível e não aguarde até a próxima dose planejada |
Período de manutenção Após a administração da dose atrasada ou perdida, redefina o esquema de dosagem para a cada 4 semanas |
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Doses iniciais Se a segunda dose inicial for atrasada ou perdida, administre o mais rápido possível e administre a terceira e última dose inicial 2 semanas depois. Se a terceira dose inicial for atrasada ou perdida, administre o mais rápido possível e administre a 1ª dose de manutenção 4 semanas depois |
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8 semanas a menos de 12 semanas | 120 mg por injeção subcutânea em 0* e 2 semanas, seguido de 120 mg a cada 4 semanas |
12 semanas ou mais | 120 mg por injeção subcutânea em 0*, 2 e 4 semanas, seguido por 120 mg a cada 4 semanas |
* “0 semanas” refere-se ao tempo da primeira administração após a dose perdida.
Modificação da dose para anormalidades nas enzimas hepáticas
Se a elevação da ALT ou AST for > 5 x LSN e estiver associada a qualquer aumento de bilirrubina, o tratamento com Satralizumabe deve ser descontinuado, e o reinício não é recomendado.
Se a elevação de ALT ou AST for > 5 x LSN e não estiver associada a qualquer aumento de bilirrubina, o tratamento com Satralizumabe deve ser descontinuado. Satralizumabe pode ser reiniciado na dose de 120 mg de injeção SC a cada quatro semanas quando os níveis de ALT e AST retornarem à faixa normal e com base em avaliação do benefício-risco do tratamento no paciente. Se for tomada a decisão de reiniciar o tratamento, os parâmetros hepáticos devem ser rigorosamente monitorados, e se for observado qualquer aumento subsequente na ALT/AST e/ou bilirrubina, Satralizumabe deve ser descontinuado, e o reinício não é recomendado.
Tabela 5. Dosagem recomendada para reinício do tratamento após elevação das transaminases hepáticas
Última dose administrada | Dosagem recomendada para reinício do tratamento |
Menos de 12 semanas | Reinicie com uma dose de 120 mg por injeção subcutânea a cada 4 semanas |
12 semanas ou mais | Reinicie com uma dose de 120 mg por injeção subcutânea nas semanas 0*, 2 e 4, seguido por uma dose de 120 mg a cada 4 semanas |
* “0 semanas” refere-se ao tempo da primeira administração após a dose perdida.
Orientação sobre modificação de dose para neutropenia
Se a contagem de neutrófilos for inferior a 1,0 × 109/L e confirmado por repetição do teste, Satralizumabe deve ser interrompido até que a contagem de neutrófilos seja > 1,0 × 109/L.
Orientação sobre modificação de dose para redução na contagem de plaquetas
Se a contagem de plaquetas estiver abaixo de 75 × 109/L e confirmado por repetição do teste, Satralizumabe deve ser interrompido até que a contagem de plaquetas seja ≥ 75 × 109/L.
Populações especiais
População pediátrica
A segurança e a eficácia de Satralizumabe em crianças com idade < 12 anos não foram estabelecidas. Não há dados disponíveis.
A posologia em pacientes adolescentes com idade ≥ 12 anos e pacientes adultos é a mesma.
A segurança e a eficácia de Satralizumabe em pacientes com < 12 anos ou com peso corporal < 40 kg não foram estudadas.
Idosos
Não é necessário ajuste da dose de Satralizumabe em pacientes ≥ 65 anos.
Insuficiência renal
A segurança e a eficácia de Satralizumabe não foram formalmente estudadas em pacientes com insuficiência renal. Não é recomendado qualquer ajuste da dose em pacientes com insuficiência renal.
Insuficiência hepática
A segurança e a eficácia de Satralizumabe não foram estudadas em pacientes com insuficiência hepática. Não há dados disponíveis.
Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Satralizumabe?
Visão geral das reações adversas
A segurança de Satralizumabe como monoterapia ou em combinação com TIS foi avaliada com base em dados de dois estudos clínicos randomizados de fase III, multicêntricos, duplo-cegos, controlados por placebo (BN40898 e BN40900), que inclui 63 pacientes expostos à monoterapia com Satralizumabe e 41 pacientes exposto a Satralizumabe em combinação com TIS. No período duplo-cego controlado, a exposição média do paciente ao Satralizumabe foi de aproximadamente 2 anos em ambos os estudos BN40900 e BN40898 cada. A exposição média ao placebo foi de aproximadamente 1 ano.
As reações adversas ao medicamento (RAMs) mais frequentemente relatadas foram cefaleia, artralgia e reações relacionadas com a injeção (Tabela 6). Eventos adversos graves relacionados ao medicamento, incluindo infecções, foram relatados em 2,9% dos pacientes que receberam o tratamento com Satralizumabe na porção controlada por placebo dos estudos clínicos. Houve 3,8% dos pacientes tratados com Satralizumabe que descontinuaram os estudos devido a eventos adversos e 22,1% que tiveram interrupções da dose devido a eventos adversos (por exemplo, infecções). Essas taxas foram comparáveis às taxas observadas em pacientes tratados com placebo.
Reações adversas em estudos clínicos
Uma vez que os estudos clínicos são realizados em condições muito específicas, as taxas de reações adversas observadas nos estudos clínicos podem não refletir as taxas observadas na prática e não devem ser comparadas com as taxas em estudos clínicos de outro medicamento. As informações sobre reações adversas de estudos clínicos são úteis para identificar eventos adversos relacionados ao medicamento e para taxas aproximadas.
A Tabela 6 resume as RAMs que foram relatadas em associação ao uso de Satralizumabe como monoterapia ou em combinação com TIS em estudos clínicos. Em ambos os estudos, os pacientes do grupo Satralizumabe receberam doses de 120 mg, injetadas por via subcutânea, nas semanas 0, 2, 4 e a cada 4 semanas posteriormente. Uma vez que os pacientes nos grupos Satralizumabe em ambos os estudos clínicos tiveram um período de tratamento mais longo que aqueles nos grupos com placebo (ou placebo em combinação com TIS), as reações adversas após ajuste para exposição também são apresentadas.
As RAMs dos estudos clínicos são listadas pela classe de sistemas de órgãos MedDRA.
A categoria de frequência correspondente para cada reação adversa ao medicamento é baseada nos valores de frequência e na seguinte convenção:
- Muito comum (≥ 1/10);
- Comum (≥ 1/100 a < 1/10);
- Incomum (≥ 1/1.000 a < 1/100);
- Rara (≥ 1/10.000 a < 1/1.000);
- Muito rara (< 1/10.000).
Tabela 6. Resumo das RAMs que ocorreram mais comumente em pacientes tratados com Satralizumabe do que no grupo controle (definido como proporção ≥ 2% maior de pacientes e ≥ 2 eventos/100 PY maior no grupo satralizumabe em relação ao grupo placebo) 1
RAM | BN40898 (em combinação com TIS) | BN40900 (monoterapia) | ||||||
Número de Pacientes n (%) | Taxa de EA /100PY | Número de Pacientes n (%) | Taxa de EA /100PY | |||||
Placebo n=42 | Satralizumabe n=41 | Placebo (PY=59.5) | Satralizumabe (PY=78.5) | Placebo n=32 | Satralizumabe n=63 | Placebo (PY=40.6) | Satralizumabe (PY=115.21) | |
Distúrbios do sistema sanguíneo e linfático | ||||||||
Hipofibrinogenemia | 0 | 1 (2,4%) | 0 | 1,3 | 0 | 2 (3,2%) | 0 | 1,7 |
Distúrbios gerais e no local de administração | ||||||||
Edema periférico | 0 | 1 (2,4%) | 0 | 1,3 | 0 | 4 (6,3%) | 0 | 3,5 |
Lesões, intoxicação e complicações de procedimentos | ||||||||
Reações relacionadas à injeção | 2 (4,8%) | 5 (12,2%) | 3,4 | 21,7 | 5 (15,6%) | 8 (12,7%) | 17,3 | 13,9 |
Investigações | ||||||||
Diminuição na contagem de células brancas | 4 (9,5%) | 7 (17,1%) | 21,85 | 14,01 | 0 | 7 (11,1%) | 0 | 9,55 |
Bilirrubina sanguínea aumentada | 0 | 1 (2,4%) | 0 | 11,46 | 0 | 1 (1,6%) | 0 | 0,87 |
Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conjuntivo | ||||||||
Artralgia | 0 | 4 (9,8%) | 0 | 5,1 | 1 (3,1%) | 10 (15,9%) | 2,5 | 8,7 |
Rigidez musculoesquelética | 0 | 1 (2,4%) | 0 | 1,3 | 0 | 4 (6,3%) | 0 | 3,5 |
Distúrbios do sistema nervoso | ||||||||
Cefaleia | 4 (9,5%) | 10 (24,4%) | 10,1 | 28,0 | 4 (12,5%) | 10 (15,9%) | 12,3 | 11,3 |
Enxaqueca | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 4 (6,3%) | 0 | 3,5 |
Distúrbios psiquiátricos | ||||||||
Insônia | 0 | 1 (2,4%) | 0 | 1,3 | 1 (3,1%) | 5 (7,9%) | 2,5 | 4,3 |
Distúrbios respiratórios, torácicos e do mediastino | ||||||||
Rinite alérgica | 0 | 2 (4,9%) | 0 | 2,6 | 0 | 2 (3,2%) | 0 | 1,7 |
Distúrbios cutâneos e do tecido subcutâneo | ||||||||
Erupção | 2 (4,8%) | 0 | 3,4 | 0 | 1 (3,1%) | 9 (14,3%) | 4,9 | 12,2 |
Prurido | 1 (2,4%) | 0 | 1,7 | 0 | 0 | 6 (9,5%) | 0 | 6,9 |
1 RAMs identificados com base na revisão médica de todos os EAs os quais foram superiores a ≥ 2/100 PY e ≥ 2% no grupo Satralizumabe versus os grupos controle.
RAMs = reações adversas ao medicamento.
TIS = Terapia Imunossupressora.
EA = Eventos Adversos.
PY = pacientes-anos.
Descrição das reações adversas ao medicamento selecionadas dos estudos clínicos
Reações relacionadas à injeção (RRIs)
As RRIs relatadas em pacientes tratados com Satralizumabe em monoterapia ou em combinação com TIS foram predominantemente leves a moderadas, e a maioria ocorreu dentro de 24 horas após as injeções. Nenhuma das reações relacionadas à injeção exigiu interrupção ou descontinuação de dose.
Reações sistêmicas relacionadas à injeção
Durante o período duplo-cego, 6,7% dos pacientes que receberam Satralizumabe e 4,1% dos pacientes que receberam placebo relataram reações sistêmicas relacionadas à injeção. Os sintomas sistêmicos mais comumente relatados foram diarreia e cefaleia. Os sintomas graves incluem vertigem e hipertensão. A taxa de reações sistêmicas relacionadas à injeção que ocorreram na presença de anticorpos antidroga (ADAs) foi de 4,96 eventos por 100 pacientes-ano. Na ausência de ADAs detectáveis, foi de 11,41 eventos por 100 pacientes-ano.
Reações no local de injeção
Durante o período duplo-cego, 8,7% dos pacientes que receberam Satralizumabe e 6,8% dos pacientes que receberam placebo relataram reações no local de injeção. Os sintomas mais comumente relatados foram rubor, eritema, prurido, erupção e dor. A taxa de reações no local de injeção que ocorreram na presença de ADAs foi de 6,61 eventos por 100 pacientes-ano. Na ausência de ADAs detectáveis, foi de 11,41 eventos por 100 pacientes-ano.
Infecções e infecções graves
No estudo em monoterapia com Satralizumabe, a taxa de infecções exposição-ajustada foi menor nos pacientes tratados com Satralizumabe [99,8 eventos/100 PY) em comparação com pacientes que receberam placebo [162,6 eventos/100 PY]. A taxa de infecções graves foi de 5,2 eventos/100 PY em pacientes tratados com Satralizumabe comparado com 9,9 eventos/100 PY em pacientes que receberam placebo.
Em pacientes tratados com Satralizumabe em combinação com TIS, a taxa de infecções foi de 132,5 eventos/100 PY em comparação com 149,6 eventos/100 PY em pacientes que receberam placebo em combinação com TIS; a taxa de infecções graves foi de 2,6 eventos/100 PY em comparação com 5,0 eventos/100 PY em pacientes que receberam placebo em combinação com TIS.
Aumento do peso corporal
No período de tratamento duplo-cego, aumento do peso corporal ≥ 15% da linha de base foi observado em 4,8% dos pacientes tratados com Satralizumabe (monoterapia ou em combinação com TIS) em comparação com 2,7% dos pacientes que receberam placebo (ou mais TIS).
Alterações laboratoriais: hematológica, bioquímica clínica e outros dados quantitativos
Neutrófilos
No período de tratamento duplo-cego, observou-se diminuição de neutrófilos em 31,7% dos pacientes tratados com Satralizumabe (monoterapia ou em combinação com TIS) em comparação com 21,6% dos pacientes que receberam placebo (ou placebo mais TIS). A maioria das reduções de neutrófilos foi transitória ou intermitente.
Dos pacientes no grupo Satralizumabe, 9,6% apresentaram neutrófilos abaixo de 1 × 109/L (grau 3 ou grau 4), em comparação com 5,4% no grupo placebo ou placebo mais TIS, o que não foi associado temporalmente a quaisquer infecções graves.
Plaquetas
No período de tratamento duplo-cego, ocorreram reduções na contagem de plaquetas em 24,0% dos pacientes com Satralizumabe (monoterapia ou em combinação com TIS) em comparação com 9,5% dos pacientes que receberam placebo ou placebo mais TIS. A diminuição da contagem de plaquetas não foi associada a eventos hemorrágicos.
A maioria das reduções de plaquetas foi transitória e não inferior a 75 × 109/L. Nenhum dos pacientes apresentou uma diminuição na contagem de plaquetas ≤ 50 × 109/L (grau 3).
Enzimas hepáticas
No período de tratamento duplo-cego, elevações de ALT ou AST ocorreram em 27,9% e 18,3% dos pacientes tratados com Satralizumabe (monoterapia ou em combinação com TIS), respectivamente, em comparação com 12,2% e 13,5% dos pacientes que receberam placebo ou placebo mais TIS. A maioria das elevações estava abaixo de 3 x LSN, foi transitória e resolvida sem interrupção de Satralizumabe.
Elevações de ALT ou AST > 3 x LSN ocorreram em 2,9% e 1,9% dos pacientes tratados com Satralizumabe (monoterapia ou em combinação com TIS), respectivamente, as quais não estavam associadas a aumentos na bilirrubina total. Elevações de ALT acima de 5 x LSN foram observadas 4 semanas após o início da terapia em um paciente que recebeu Satralizumabe em combinação com TIS, com normalização após a descontinuação de Satralizumabe.
Parâmetros lipídicos
No período de tratamento duplo-cego, 10,6% dos pacientes que receberam Satralizumabe (monoterapia ou em combinação com TIS) apresentaram elevações no colesterol total acima de 7,75 mmol/L, em comparação com 1,4% dos pacientes que receberam placebo ou placebo mais TIS; 18,3% dos pacientes que receberam Satralizumabe apresentaram elevações de triglicérides acima de 3,42 mmol/L, em comparação com 6,8% dos pacientes que receberam placebo. As elevações nos parâmetros lipídicos não exigiram interrupção da dose.
Fibrinogênio
A redução do fibrinogênio é um efeito conhecido de Satralizumabe relacionado ao seu mecanismo de ação. No período de tratamento duplo-cego dos estudos clínicos, 71,2% dos pacientes tratados com Satralizumabe e 20,3% dos pacientes que receberam placebo tiveram redução dos níveis basais de fibrinogênio. Não houveram eventos hemorrágicos entre os pacientes com níveis reduzidos de fibrinogênio.
Fatores de complemento
Diminuições em C3, C4 e CH50 são efeitos conhecidos de Satralizumabe relacionados ao seu mecanismo de ação. No período de tratamento duplo-cego dos estudos clínicos, reduções em C3, C4 e CH50 ocorreram em 66,7%, 56,9% e 89,6% dos pacientes tratados com de Satralizumabe, respectivamente, em comparação com 18,2%, 4,1% e 44,4% dos pacientes recebendo placebo.
População pediátrica
A segurança de Satralizumabe foi estudada em um número limitado de pacientes pediátricos ≥ 12 anos de idade. Os resultados de segurança foram consistentes com os de adultos.
Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Satralizumabe maior do que a recomendada?
Não existe experiência com superdose nos estudos clínicos em humanos. Uma dose única de até 240 mg de Satralizumabe foi administrada por via subcutânea a voluntários adultos saudáveis em um estudo de fase I e nenhum evento adverso sério ou grave foi observado no estudo.
No caso de superdose, o paciente deve ser rigorosamente supervisionado, tratado de forma sintomática e medidas de suporte instituídas conforme necessário.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Satralizumabe com outros remédios?
Não foram realizados estudos de interação.
As análises de PK populacional não detectaram nenhum efeito da azatioprina (AZA), corticosteroides orais (COs) ou micofenolato de mofetila (MMF) na depuração de Satralizumabe.
O potencial do tratamento com Satralizumabe em reduzir a exposição a medicamentos concomitantes metabolizados pelas isoenzimas do CYP450 por meio do bloqueio da sinalização de IL-6 foi explorado utilizando modelo farmacocinético de base fisiológica (PBPK).
Isso indica que a supressão da sinalização da IL-6 pelo tratamento com Satralizumabe a partir dos baixos níveis basais observados nos estudos de fase III terá apenas um baixo impacto na exposição de uma variedade de substratos da CYP450 (aumento ≤ 15% na ASC para todos os substratos de CYP 1A2, 3A4, 2D6, 2C19). Isso indica que o risco de interação medicamentosa é baixo, entretanto, deve-se ter cautela quando Satralizumabe for administrado ou descontinuado em pacientes que também recebem substratos da CYP450 com um baixo índice terapêutico.
Quais cuidados devo ter ao usar o Satralizumabe?
Para aumentar a rastreabilidade dos medicamentos biológicos, o nome comercial e o número do lote do produto administrado devem ser claramente registrados (ou declarados) no prontuário médico do paciente.
Infecções
Postergar a administração de Satralizumabe em pacientes com infecção ativa até que a infecção seja controlada.
Os pacientes tratados com Satralizumabe podem ser mais suscetíveis a infecções. Os profissionais de saúde devem ter cuidado ao considerar o uso de satralizumabe em pacientes com história de infecção recorrente ou com condições subjacentes que podem predispor os pacientes a infecções.
Local de injeção e reações de hipersensibilidade
Nos estudos clínicos, reações leves a moderadas relacionadas à injeção, locais e sistêmicas, foram mais frequentes em pacientes tratados com Satralizumabe. Aconselhar os pacientes a procurar atendimento médico se apresentarem reações graves ou reações alérgicas graves a Satralizumabe. Se ocorrer uma reação anafilática ou de hipersensibilidade grave, Satralizumabe deve ser descontinuado.
Vacinações
Vacinas vivas e vivas atenuadas não devem ser administradas concomitantemente com Satralizumabe porque a segurança clínica não foi estabelecida. O intervalo entre as vacinas vivas e o início da terapia com Satralizumabe deve estar de acordo com as diretrizes atuais de vacinação relativas a agentes imunomoduladores ou imunossupressores.
Não há dados disponíveis sobre os efeitos da vacinação em pacientes recebendo Satralizumabe. Recomenda-se que todos os pacientes sejam imunizados de acordo com as diretrizes atuais de imunização antes do início da terapia com Satralizumabe.
Tuberculose
Tuberculose ocorreu em pacientes tratados com outros antagonistas do receptor da interleucina-6. Os pacientes devem ser avaliados para fatores de risco para tuberculose e testados para infecção latente antes de iniciar Satralizumabe.
Considerar a terapia antituberculose antes do início de Satralizumabe em pacientes com história de tuberculose latente ou ativa nos quais um curso adequado de tratamento não pode ser confirmado, e para pacientes com teste negativo para tuberculose latente, mas com fatores de risco para infecção por tuberculose. Consulte especialistas em doenças infecciosas sobre se o início da terapia antituberculose é apropriado antes de iniciar o tratamento. Os pacientes devem ser monitorados quanto ao desenvolvimento de sinais e sintomas de tuberculose com Satralizumabe, mesmo se o teste inicial para tuberculose for negativo.
Reativação do vírus da hepatite B (HBV)
O risco de reativação do HBV foi observado com outras terapias imunossupressoras. Pacientes com infecção crônica pelo HBV foram excluídos dos estudos clínicos. Realizar triagem do HBV em todos os pacientes antes do início do tratamento com Satralizumabe. Não administrar Satralizumabe em pacientes com hepatite ativa. Para pacientes que são portadores crônicos de HBV [HBsAg +] ou são negativos para HBsAg e positivos para anti HBc total [HBcAb +], consulte especialistas em doenças hepáticas antes de iniciar e durante o tratamento com Satralizumabe.
Monitoramento e Testes laboratoriais
Contagem de neutrófilos
Ocorreram diminuições na contagem de neutrófilos após o tratamento com Satralizumabe (vide item "Reações Adversas"). A contagem de neutrófilos deve ser monitorada 4 a 8 semanas após o início da terapia e, posteriormente, conforme indicação clínica. Para a recomendação de modificação de dose, consulte o item "Posologia e Modo de Usar".
Considerações pré-operatórias
Não há experiência com eventos hemorrágicos em pacientes tratados com Satralizumabe que desenvolveram anormalidades de fatores de coagulação; a avaliação da coagulação deve ser realizada em pacientes com redução grave de plaquetas e / ou fibrinogênio antes de procedimentos cirúrgicos.
Enzimas hepáticas
Foram observadas elevações leves e moderadas das transaminases hepáticas com o tratamento com Satralizumabe, sendo que a maioria das elevações foi abaixo de 5 vezes o limite superior da normalidade (LSN), não limitando o tratamento e resolvidas enquanto Satralizumabe era administrado.
Os níveis de alanina aminotransferase (ALT) e aspartato transaminase (AST) devem ser monitorados a cada quatro semanas durante os primeiros três meses de tratamento, seguidos pelo monitoramento a cada três meses por um ano, e posteriormente conforme clinicamente indicado.
O tratamento com Satralizumabe deve ser descontinuado em pacientes com ALT ou AST > 5 x LSN.
Recomenda-se cuidado na administração de Satralizumabe com medicamentos potencialmente hepatotóxicos e em pacientes com doença hepática ativa.
Cardiovascular
Foram observados níveis séricos elevados de lipídeos nos estudos clínicos com Satralizumabe. Pacientes com insuficiência cardíaca grave foram excluídos dos estudos clínicos com Satralizumabe.
Gravidez e lactação
Categoria de risco na gravidez: C.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Não há dados sobre o uso de Satralizumabe em mulheres grávidas. Sabe-se que a IgG humana atravessa a barreira placentária; portanto, Satralizumabe pode ser transmitido da mãe para o feto em desenvolvimento. Satralizumabe demonstrou atravessar a placenta em macacas cynomolgus prenhes. Num estudo aprimorado de desenvolvimento pré e pós-natal, a administração de satralizumabe em macacas cynomolgus prenhes resultou na redução da função imunitária da progênie. Satralizumabe não é recomendado durante a gravidez, a menos que o potencial benefício para a mãe supere o potencial risco ao feto.
Mulheres com potencial para engravidar devem usar métodos contraceptivos eficazes durante e até 3 meses após o tratamento com Satralizumabe.
Lactação
Não se sabe se Satralizumabe é excretado no leite materno ou absorvido sistemicamente após a ingestão. No entanto, como as IgGs são excretadas no leite humano e há evidências pré-clínicas de excreção no leite, deve-se tomar uma decisão sobre descontinuar a amamentação ou descontinuar a terapia com Satralizumabe levando em consideração o benefício da amamentação para a criança e os benefícios da terapia para a mãe.
Fertilidade
Não há dados clínicos disponíveis sobre o efeito de Satralizumabe na fertilidade humana. Estudos em animais não mostraram comprometimento da fertilidade de machos ou fêmeas. Os efeitos em desfechos reprodutivos masculinos e femininos foram investigados em macacos. Em estudos de toxicidade de dose repetida de 4 e 26 semanas conduzidos em macacos cynomolgus maduros que receberam satralizumabe por injeção SC, os machos desenvolveram atrofia testicular.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas
Satralizumabe tem mínima ou nenhuma influência na capacidade de dirigir e usar máquinas.
Abuso e dependência
Não foram realizados estudos sobre abuso e dependência de drogas. Entretanto, não há evidência nos dados disponíveis de que o tratamento com Satralizumabe resulta em dependência.
Até o momento, não há informações de que satralizumabe possa causar doping.
Qual a ação da substância do Satralizumabe?
Resultados de Eficácia
A eficácia e a segurança de Satralizumabe foram avaliadas em dois estudos clínicos pivotais de fase III (BN40898 e BN40900) em pacientes com diagnóstico de neuromielite óptica (NMO) soropositivo ou soronegativo para IgG-AQP4 (critérios de Wingerchuck 2006) ou com diagnóstico de doenças do ENMO soropositivos para IgG-AQP4 (critérios de Wingerchuck 2007). Retrospectivamente, esses pacientes também atenderam aos critérios mais recentes propostos pelo painel internacional para o diagnóstico de NMO. O efeito de Satralizumabe foi estudado em pacientes adultos (estudos BN40898 e BN40900) e adolescentes (com idade ≥ 12 e <18 anos) (estudo BN40898). A inclusão de pacientes adultos com NMO soronegativos para IgG-AQP4 foi limitada a aproximadamente 30% em ambos os estudos para que a população do estudo refletisse a população de pacientes com NMO do mundo real.
A medida de eficácia primária em ambos os estudos foi surto definido em protocolo (SDP), com base em uma piora pré-especificada na Escala Expandida do Estado de Incapacidade (EDSS – Expanded Disability Status Scale) e Escala de Estado Funcional (FSS – Functional System Scores) e confirmada por um Comitê de Desfecho Clínico (CDC) independente. A análise do desfecho primário foi o tempo para o primeiro SDP confirmado pelo CDC com avaliação da EDSS/FSS realizada dentro de 7 dias após os sintomas terem sido relatados pelo paciente (surto adjudicado).
Estudo BN40898 (também conhecido como SA-307JG ou SAkuraSky)
O estudo BN40898 foi um estudo clínico randomizado, multicêntrico, duplo-cego, controlado por placebo para avaliar o efeito de Satralizumabe em combinação com terapia imunossupressora (TIS) estável (corticosteroide oral [CO] até 15 mg/dia [equivalente à prednisolona], azatioprina [AZA] até 3 mg/kg/dia ou micofenolato de mofetila [MMF] até 3000 mg/dia; aos adolescentes era permitida a combinação de AZA com CO ou MMF com CO). O estudo incluiu 83 pacientes soropositivos e soronegativos para IgG-AQP4 (incluindo 7 adolescentes). Os pacientes receberam as três primeiras doses únicas de Satralizumabe 120 mg ou placebo correspondente por injeção SC na região abdominal ou femoral a cada 2 semanas durante as primeiras 4 semanas e uma vez a cada 4 semanas posteriormente.
O desenho do estudo e as características basais da população IgG-AQP4 soropositivos do estudo são apresentados na Tabela 1.
O estudo foi orientado por eventos e o período duplo-cego do estudo para avaliação da eficácia terminou quando um total de 26 surtos adjudicados foi observado.
Tabela 1. Desenho do estudo e características basais em pacientes IgG-AQP4 soropositivos do estudo BN40898
Nome do Estudo |
Estudo BN40898 |
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Desenho do estudo | |||
População do estudo | Pacientes adolescentes e adultos com NMO ou doenças do ENMO, tratados com TIS estável Idade 12 – 74 anos, ≥ 2 surtos nos últimos 2 anos antes da triagem (com pelo menos um surto nos 12 meses anteriores à triagem), EDSS de 0 a 6,5 |
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Duração do estudo para avaliação da eficácia | Orientado por eventos (26 surtos definidos em protocolo confirmados pelo CDC) Tempo de acompanhamento mediano: Satralizumabe 100 semanas, placebo 74 semanas |
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Grupos de tratamento, em randomização 1:1 |
Grupo A: Satralizumabe 120 mg SC Grupo B: placebo |
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Características basais de pacientes IgG-AQP4 soropositivos | Satralizumabe + TIS (n = 27) | Placebo + TIS (n = 28) | |
Diagnóstico, n (%): | NMO | 19 (70,4) | 14 (50,0) |
Doenças do ENMO | 8 (29,6) | 14 (50,0) | |
Idade média em anos (DP) (Mín-Máx) |
44,4 (15,7) (13 – 73) |
43,4 (12,9) (14 – 65) |
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Adolescentes (≥12 e <18 anos), n (%) | 1 (3,7) | 2 (7,1) | |
Distribuição entre os sexos, n (%) masculino / n (%) feminino | 0 / 27 (100) | 0 / 28 (100) | |
Terapia imunossupressora (TIS), n (%): | Corticosteroides orais (COs) | 14 (51,9) | 13 (46,4) |
Azatioprina (AZA) | 11 (40,7) | 11 (39,3) | |
Micofenolato de mofetila (MMF) | 1 (3,7) | 3 (10,7) | |
AZA + COs* | 0 | 0 | |
MMF + COs* | 1 (3,7) | 1 (3,6) |
*Combinação permitida para pacientes adolescentes.
Estudo BN40900 (também conhecido como SA-309JG ou SAkuraStar)
O estudo BN40900 foi um estudo clínico randomizado, multicêntrico, duplo-cego e controlado por placebo para avaliar o efeito de Satralizumabe em monoterapia em comparação com placebo. O estudo incluiu 95 pacientes adultos soropositivos e soronegativos para IgG-AQP4. Os pacientes receberam as três primeiras doses únicas de Satralizumabe 120 mg ou placebo correspondente por injeção SC na região abdominal ou femoral a cada 2 semanas durante as primeiras 4 semanas e uma vez a cada 4 semanas posteriormente.
O desenho do estudo e as características basais da população IgG-AQP4 soropositivos do estudo são apresentados na Tabela 2.
O período duplo-cego do estudo para avaliação da eficácia terminou 1,5 ano após a data de randomização do último paciente incluído.
Tabela 2. Desenho do estudo e características basais em pacientes IgG-AQP4 soropositivos do estudo BN40900
Nome do Estudo |
Estudo BN40900 |
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Desenho do estudo | |||
População do estudo | Pacientes adultos com NMO ou ENMO Idade 18 – 74 anos, ≥ 1 surto ou primeiro surto nos últimos 12 meses antes da triagem, EDSS de 0 a 6,5. Pacientes haviam recebido tratamento prévio para prevenção de surto para doenças do ENMO ou eram virgens de tratamento |
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Duração do estudo para avaliação da eficácia | Orientado por eventos (44 surtos definidos em protocolo confirmados pelo CDC ou 1,5 ano após a data da randomização do último paciente incluído, o que ocorresse primeiro) Tempo de acompanhamento mediano: Satralizumabe 95,4 semanas, placebo 60,5 semanas |
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Grupos de tratamento, em randomização 2:1 | Monoterapia: Grupo A: Satralizumabe 120 mg SC Grupo B: placebo |
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Características basais de pacientes IgG-AQP4 soropositivos | Satralizumabe (n = 41) | Placebo (n = 23) | |
Diagnóstico, n (%): | NMO | 26 (63,4) | 15 (65,2) |
Doenças do ENMO | 15 (36,6) | 8 (34,8) | |
Idade média em anos (DP) (Mín-Máx) |
46,0 (12,0) (22 – 70) |
40,1 (11,5) (20 – 56) |
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Distribuição entre os sexos, n (%) masculino / n (%) feminino | 10 (24,4) / 31 (75,6) | 1 (4,3) / 22 (95,7) |
Eficácia primária
Em pacientes soropositivos para IgG-AQP4, o risco relativo de ocorrência de um surto adjudicado no estudo BN40898 foi reduzido em 79% (Razão de Risco [RR] [IC 95%]:
- 0,21 [0,06 – 0,75]), no estudo BN40900 em 74% (RR [IC 95%]: 0,26 [0,11 – 0,63]).
Em 48 semanas, 91,5% e 82,9% dos pacientes soropositivos para IgG-AQP4 tratados com Satralizumabe permaneceram livres de surto adjudicado quando utilizado em combinação com TIS ou em monoterapia, respectivamente. Em 96 semanas, 91,5% e 76,5% dos pacientes soropositivos para IgG-AQP4 tratados com Satralizumabe permaneceram livres de surto adjudicado quando utilizado em combinação com TIS ou em monoterapia, respectivamente. Quando os dados dos estudos BN40898 e BN40900 foram agrupados, o tratamento com Satralizumabe com ou sem TIS levou à redução global de risco de 75% (RR [IC 95%]: 0,25 [0,12 – 0,50]) em pacientes soropositivos para IgG-AQP4 (vide Tabela 3, Figura 1, Figura 2). A eficácia foi não significativa em pacientes IgG-AQP4 soronegativos.
Tabela 3. Principais desfechos de eficácia dos estudos BN40898 e BN40900
- | BN40898 | BN40900 | ||
Satralizumabe + TIS (n = 41) | Placebo + TIS (n = 42) | Satralizumabe (n = 63) | Placebo (n = 32) | |
Análise do Subgrupo do Desfecho Primário (pacientes soropositivos para IgG-AQP4) | ||||
Número de pacientes soropositivos para IgG-AQP4 (n) | 27 | 28 | 41 | 23 |
Redução do Risco (Estudos Individuais) | 79% (RR: 0,21; IC 95%: 0,06; 0,75; p = 0,0086) | 74% (RR: 0,26; IC 95%: 0,11; 0,63; p = 0,0014) | ||
Redução do Risco (Análise Agrupada) | 75% (RR: 0,25; IC 95%: 0,12; 0,50; p <0,0001) | |||
Proporção de pacientes livres de surto adjudicado em 48 semanas | 91,5% (IC 95%: 69,64; 97,83) | 59,9% (IC 95%: 36,25; 77,25) | 82,9% (IC 95%: 67,49; 91,47) | 55,4% (IC 95%: 32,96; 73,08) |
Proporção de pacientes livres de surto adjudicado em 96 semanas | 91,5% (IC 95%: 69,64; 97,83) | 53,3% (IC 95%: 29,34; 72,38) | 76,5% (IC 95%: 59,22; 87,21) | 41,1% (IC 95%: 20,76; 60,41) |
Figura 1. Estudo BN40898 – Tempo até o primeiro surto adjudicado durante o período duplo-cego em pacientes soropositivos para IgG-AQP4
Figura 2. Estudo BN40900 – Tempo até o primeiro surto adjudicado durante o período duplo-cego em pacientes soropositivos para IgG-AQP4
Principais desfechos secundários
Nenhum efeito para os desfechos secundários dor e fadiga pôde ser demonstrado devido ao baixo número de pacientes com avaliações de dor e fadiga durante e após um surto.
Imunogenicidade
No estudo de Fase III BN40898 (em combinação com TIS) e no estudo de Fase III BN40900 (em monoterapia), foram observados anticorpos antidroga (ADA) em 41% e 71% dos pacientes que receberam Satralizumabe no período duplo-cego, respectivamente. A capacidade dos ADAs para neutralizar a ligação de Satralizumabe é desconhecida.
A exposição foi menor em pacientes positivos para ADA, no entanto, não houve impacto dos ADAs na segurança e nenhum impacto evidente sobre a eficácia ou marcadores farmacodinâmicos indicativos de ação-alvo.
O tratamento com satralizumabe levou a uma redução semelhante no risco de apresentar um surto adjudicado em pacientes nos estudos de fase III, apesar das diferentes taxas de ADA entre esses estudos.
Pacientes com maior peso corporal e menor exposição apresentaram maior probabilidade de desenvolver ADAs (independentemente do tratamento de base com TIS); no entanto, o efeito do tratamento foi comparável em todos os grupos de peso corporal quando usado em combinação com TIS, ou em monoterapia. A dose recomendada é apropriada para todos os pacientes e não é necessária interrupção ou modificação da dose em pacientes que desenvolvem ADAs.
População pediátrica
No estudo BN40898, foram incluídos 7 pacientes adolescentes. A média de idade foi 15,4 anos, e o peso corporal mediano foi 79,6 kg. A maioria era do sexo feminino (n = 6). Quatro pacientes eram brancos, dois eram negros / afro-americanos e um era asiático. Três (42,9%) pacientes adolescentes foram soropositivos para IgG-AQP4 na triagem (2 no grupo placebo e 1 no grupo Satralizumabe). Durante o período duplo-cego, 1 de 3 adolescentes no grupo placebo e 1 de 4 adolescentes no grupo Satralizumabe apresentaram um surto adjudicado. Devido ao pequeno tamanho da amostra, a razão de risco para o desfecho primário de tempo até o primeiro surto adjudicado nesse subgrupo não foi calculada.
Características Farmacológicas
Satralizumabe é um anticorpo monoclonal de imunoglobulina G2 (IgG2) recombinante humanizada produzido em células de ovário de hamster chinês por tecnologia de DNA recombinante (incluindo uma tecnologia de ligação pH dependente).
Mecanismo de ação
Satralizumabe é um anticorpo monoclonal (mAb) humanizado IgG2 que se liga ao receptor de interleucina-6 (IL-6R) solúvel e de membrana e, dessa forma, inibe a cascata de sinalização da interleucina-6 (IL-6) através desses receptores. A IL-6 é uma citocina pleiotrópica produzida por vários tipos celulares e está envolvida em diversos processos, como ativação de células B, diferenciação de células B em plasmablastos e produção de autoanticorpos, ativação e diferenciação de células Th17, inibição de célula T reguladora e alterações na permeabilidade da barreira hematoencefálica. Os níveis de IL-6 são elevados no líquido cefalorraquidiano e no soro de pacientes com NMO e doenças do ENMO durante os períodos de atividade da doença. Algumas funções da IL-6 têm sido relacionadas à patogênese da NMO e doenças do ENMO, incluindo a produção de autoanticorpos patogênicos contra a aquaporina-4 (AQP4), um canal proteico de água expresso principalmente nos astrócitos no sistema nervoso central (SNC).
Propriedades farmacodinâmicas
Em estudos clínicos com satralizumabe em NMO e doenças do ENMO, foram observadas reduções na proteína C reativa (PCR), fibrinogênio e complemento (C3, C4 e CH50).
Propriedades farmacocinéticas
A farmacocinética de Satralizumabe foi caracterizada em voluntários saudáveis japoneses e caucasianos, e em pacientes com NMO e doenças do ENMO. A farmacocinética em pacientes com NMO e doenças do ENMO usando a dose recomendada foi caracterizada ao serem utilizados métodos de análise farmacocinética (PK) populacional com base em um banco de dados de 104 pacientes.
O curso de concentração-tempo de Satralizumabe em pacientes com NMO ou doenças do ENMO foi descrito com precisão por um modelo farmacocinético populacional bicompartimental com eliminação paralela linear e alvo-mediada (Michaelis-Menten) e absorção SC de primeira ordem. Os parâmetros de depuração e volume de Satralizumabe foram dimensionados alometricamente pelo peso corporal (por meio da função de potência com o coeficiente de potência fixo de 0,75 e 1 para parâmetros de depuração e volume, respectivamente). O peso corporal demonstrou ser uma covariável significativa, com depuração e volume de distribuição do compartimento central (Vc) para pacientes que pesam 123 kg (percentil 97,5º da distribuição de peso) aumentados em 71,3% e 105%, respectivamente, em comparação com um paciente de 60 kg.
A farmacocinética no estado de equilíbrio foi alcançada após o período de ataque (8 semanas) para Cmin, Cmáx e ASC como a seguir (média [± DP]): Cmin: 19,7 (12,2) mcg/mL, Cmáx: 31,5 (14,9) mcg/mL e ASC: 737 (386) mcg.mL/dia. A farmacocinética não foi afetada pela imunoterapia de base.
Absorção
Em pacientes adultos com NMO / doenças do ENMO após administração subcutânea, a meia-vida de absorção foi de cerca de 3 dias com o regime posológico recomendado. O estado estacionário foi alcançado após o período de carga da dose (8 semanas) com a média geométrica (CV) de Ctrough observada de 19,0 (13,9%) μg/mL. A análise de farmacocinética populacional estimou que a constante da taxa de absorção de Satralizumabe foi 0,254 L/dia (CV 33,9%) e a biodisponibilidade foi 78,5% (CV 7,0%).
Distribuição
Em pacientes com NMO / doenças do ENMO, Satralizumabe sofre distribuição bifásica. Para um paciente típico de 60 kg, o volume central de distribuição estimado foi 3,46 L (IC 95%: 3,21 – 3,97), e o volume de distribuição periférico foi 2,07 L (IC 95%: 1,78 – 2,59).
Biotransformação
O metabolismo de satralizumabe não foi estudado diretamente, pois os anticorpos monoclonais são depurados principalmente por catabolismo.
Eliminação
A depuração total de satralizumabe é concentração-dependente, tanto eliminação linear e alvo-mediada (Michaelis-Menten). O peso corporal mostrou ser uma covariável significativa. A depuração e o volume central de distribuição (Vc) para pacientes com peso de 123 kg (97,5º percentil da distribuição de peso) aumentaram 71,3% e 105%, respectivamente, em comparação com um paciente de 60 kg. A análise farmacocinética populacional estimou a depuração linear (representando aproximadamente metade da depuração total no estado estacionário usando a dose recomendada em pacientes com NMO e doenças do ENMO) em 0,0679 L/dia (CV 27%) e o t1/2 terminal associado em aproximadamente 30 dias (intervalo de 22-37 dias).
Populações especiais
As análises de farmacocinética populacional em pacientes adultos com NMO ou doenças do ENMO mostraram que idade, sexo e raça não influenciaram significativamente a farmacocinética de satralizumabe. Embora o peso corporal tenha influenciado a farmacocinética de satralizumabe, não são recomendados ajustes de dose para nenhuma dessas populações.
População Pediátrica
Os dados obtidos em 8 pacientes adolescentes [13 a 17 anos] que receberam o regime de dosagem de adulto mostram que os parâmetros PK populacionais para satralizumabe não são significativamente diferentes daqueles na população adulta. Portanto, nenhum ajuste de dose é necessário.
A segurança e eficácia de Satralizumabe em crianças com menos de 12 anos de idade não foram estabelecidas. O Satralizumabe foi autorizado para uso em pacientes adolescentes com 12 anos ou mais com base em dados de farmacologia clínica e extrapolação de eficácia e segurança de pacientes adultos com doenças do ENMO.
Idosos
Não foram realizados estudos específicos para investigar a PK de satralizumabe em pacientes com idade ≥ 65 anos; embora pacientes com NMO ou doenças do ENMO entre 65 e 74 anos tenham sido incluídos nos estudos clínicos BN40898 e BN40900.
As análises de PK populacional com base nos dados desses pacientes mostraram que a idade não afetou a PK de satralizumabe. A segurança e eficácia de Satralizumabe foram estudadas em um número limitado de pacientes geriátricos (n = 4, idade entre 65-73). Embora não tenha havido diferenças aparentes observadas nos estudos relacionadas à idade, o número de pacientes com 65 anos ou mais não é suficiente para determinar se eles respondem de forma semelhante aos pacientes mais jovens. A segurança e eficácia de Satralizumabe em pacientes geriátricos > 74 anos de idade não foram estudadas.
Insuficiência renal
A segurança e eficácia de Satralizumabe em pacientes com insuficiência renal moderada a grave não foram estudadas. Pacientes com insuficiência renal leve foram incluídos nos estudos clínicos. A farmacocinética de satralizumabe nestes pacientes não foi afetada.
Insuficiência hepática
Não foi realizado nenhum estudo formal do efeito da insuficiência hepática na PK de satralizumabe.
Segurança pré-clínica
Dados não-clínicos não revelam riscos especiais para humanos com base nos estudos convencionais de segurança farmacológica, toxicidade de doses repetidas e toxicidade reprodutiva e do desenvolvimento. Entretanto, não há dados suficientes para descartar qualquer dano em humanos.
Carcinogenicidade
Não foram realizados estudos de carcinogenicidade em roedores para estabelecer o potencial carcinogênico de satralizumabe. Lesões proliferativas não foram observadas em um estudo de toxicidade crônica de seis meses em macacos cynomolgus.
Genotoxicidade
Não foram realizados estudos para estabelecer o potencial mutagênico de satralizumabe. Não se espera que anticorpos causem efeitos no DNA.
Toxicidade Reprodutiva
O tratamento pré e pós-natal com até 50 mg/kg/semana de satralizumabe em macacas prenhes e suas progênies não provocou efeitos adversos nas fêmeas progenitoras, no desenvolvimento fetal, no resultado da gravidez ou na sobrevivência e desenvolvimento dos filhotes, incluindo capacidade de aprendizado. Satralizumabe se distribuiu pela barreira placentária.
As concentrações de satralizumabe no leite materno foram muito baixas (< 0,9% dos níveis plasmáticos maternos correspondentes). Para um anticorpo com mecanismo de ação semelhante, foi relatado um aumento na incidência de morte embriofetal em macacos.
Fertilidade
Não foram observados efeitos nos órgãos reprodutores de macacos machos ou fêmeas em tratamento crônico com satralizumabe.
Toxicidade de doses repetidas
Estudos não-clínicos com macacos, uma espécie responsiva com reatividade cruzada ao satralizumabe, não revelaram riscos especiais para humanos, com base na segurança farmacológica, desfechos de toxicidade de dose aguda e repetida.
Na administração semanal de até 50 mg/kg de satralizumabe a macacos cynomolgus em estudos de 4 e 26 semanas de toxicidade de dose SC repetida não foram observadas alterações tóxicas causadas pela administração do medicamento.
A única alteração relevante nesses estudos foi o aumento do nível sérico de IL-6, considerado resultado da ação farmacológica (ação neutralizante do IL-6R) de satralizumabe, e não associado a nenhum achado adverso. O tratamento com satralizumabe desencadeou uma resposta imunológica com anticorpos anti-droga na maioria dos animais tratados, o que, contudo, não afetou a resposta farmacológica e não resultou em eventos adversos.
Tolerância local
A injeção SC da formulação clínica de satralizumabe não provocou nenhuma reação adversa no local da administração em macacos.
Reatividade cruzada nos tecidos
A reatividade cruzada nos tecidos detectada com satralizumabe em tecidos de macacos e humanos reflete os locais de expressão de IL-6R. Não foi detectada reatividade cruzada relevante em outros tecidos.
Síndrome de liberação de citocinas
Com base em estudos in vitro com sangue humano, o risco de liberação de citocinas pró-inflamatórias com satralizumabe é considerado baixo em termos de incidência e aumento de citocinas.
Fontes consultadas
- Bula do Profissional do Medicamento Enspryng®.
Doenças relacionadas
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 19 de Dezembro de 2023.