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Bula do Spasmex

Princípio Ativo: Cloreto de Tróspio

Classe Terapêutica: Produtos Para Incontinência Urinária

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 6 de Dezembro de 2024.

Spasmex, para o que é indicado e para o que serve?

Spasmex® (cloreto de tróspio) está indicado no tratamento de uma condição conhecida como bexiga hiperativa em pacientes adultos, que se caracteriza pela presença de sintomas urinários, tais como desejo frequente de urinar, desejo incontrolável de urinar e perda involuntária de urina.

Como o Spasmex funciona?

Spasmex®, cujo princípio ativo é o cloreto de tróspio, é um medicamento antiespasmódico (medicamento utilizado para relaxar os músculos dos órgãos internos).

Spasmex® (cloreto de tróspio) tem um efeito relaxante sobre o músculo da bexiga, possibilitando diminuir a frequência urinária (“segurar” a urina por mais tempo antes de ir ao banheiro, e aumentar a quantidade de urina que sua bexiga pode suportar). A ação terapêutica de Spasmex® (cloreto de tróspio) se inicia aproximadamente uma semana após o começo do tratamento.

Quais as contraindicações do Spasmex?

Você não deve utilizar Spasmex® se apresentar:

  • Alergia ao cloreto de tróspio ou a qualquer outro componente da formulação do produto;
  • Retenção urinária (dificuldade em urinar);
  • Aumento da pressão intraocular (glaucoma de ângulo fechado);
  • Batimentos cardíacos muito rápidos ou descompassados (arritmias);
  • Miastenia gravis (doença que cursa com intensa fraqueza muscular);
  • Doenças inflamatórias intestinais crônicas (colite ulcerativa e doença de Crohn);
  • Grande dilatação do intestino (megacólon tóxico);
  • Insuficiência renal que requer diálise.

Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Como usar o Spasmex?

Comprimido 15 mg

Você deve tomar Spasmex® (cloreto de tróspio) exatamente como indicado pelo seu médico. Verifique com seu médico ou farmacêutico se você não tiver certeza.

A dose diária recomendada de cloreto de tróspio é de 45 mg. Após avaliação médica da eficácia e da tolerabilidade à medicação, a dose diária pode ser reduzida para 30 mg.

A dosagem dada é de acordo com a tabela a seguir:

Dose diária Dose/dia Dose única correspondente
45 mg (dose diária recomendada) 1 comprimido revestido 3x/dia 15 mg de cloreto de tróspio
2 comprimidos revestidos de manhã e 1 comprimido revestido à noite 30 mg de cloreto de tróspio
15 mg de cloreto de tróspio
30 mg 1 comprimido revestido 2x/ dia 15 mg de cloreto de tróspio

Conforme mostrado na figura abaixo, os comprimidos revestidos de Spasmex® podem ser divididos em duas partes. Para fazer isso, coloque o comprimido revestido em uma superfície dura e pressione o vinco com o polegar (aplique uma pressão breve e forte) para dividir o comprimido em dois pedaços de tamanhos iguais.

Você deve tomar os comprimidos revestidos com uma quantidade suficiente de líquido, de preferência água, por via oral. Os comprimidos revestidos devem, de preferência, ser tomados pela manhã, ao meio dia, e à noite, ou pela manhã e à noite, antes de uma refeição, com o estômago vazio.

Por quanto tempo tomar Spasmex®?

A duração do tratamento é determinada pelo seu médico. A necessidade de tratamento adicional deve ser verificada em intervalos regulares a cada três a seis meses. Converse com seu médico ou farmacêutico em caso de dúvidas sobre quanto tempo tomar Spasmex®.

Indivíduos com insuficiência renal

Em casos de insuficiência renal grave, uma dose diária de 15 mg (correspondente a 1 comprimido de Spasmex® 15 mg ou metade do comprimido de Spasmex® 30 mg) não deve ser excedida.

Em indivíduos com insuficiência renal moderada e grave (clearance de creatinina entre 10 e 50 mL/min/1,73 m2), a dose inicial deve ser reduzida de acordo com a gravidade da insuficiência renal.

A dose diária recomendada é de 15 mg (correspondente a 1 comprimido de Spasmex® 15 mg ou metade do comprimido de Spasmex® 30 mg) ou 22,5 mg (correspondente a 1 comprimido de Spasmex® 15 mg mais uma metade do comprimido de Spasmex® 15 mg). A dosagem individual deve ser definida de acordo com a eficácia e a tolerabilidade ao medicamento. Os comprimidos revestidos de Spasmex® 15 mg podem ser divididos em partes iguais de 7,5 mg cada, como mostrado na figura anterior. Pacientes com insuficiência renal grave devem tomar Spasmex® com alimentos.

Indivíduos com insuficiência hepática

O ajuste da dose não é necessário em casos de comprometimento leve à moderado da função hepática.

O tratamento não é recomendado em casos de insuficiência hepática grave.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompa o tratamento sem o conhecimento de seu médico.

Este medicamento não deve ser mastigado.

Comprimido 30 mg

Você deve tomar Spasmex® (cloreto de tróspio) exatamente como indicado pelo seu médico. Verifique com seu médico ou farmacêutico se você não tiver certeza.

A dose diária recomendada de cloreto de tróspio é de 45 mg. Após avaliação médica da eficácia e da tolerabilidade à medicação, a dose diária pode ser reduzida para 30 mg.

A dosagem dada é de acordo com a tabela a seguir:

Dose diária Dose/dia Dose única correspondente
45 mg (dose diária recomendada) ½ comprimido revestido 3x/dia 15 mg de cloreto de tróspio
1 comprimido revestido de manhã e ½ comprimido revestido à noite 30 mg de cloreto de tróspio
15 mg de cloreto de tróspio
30 mg ½ comprimido revestido 2x/dia 15 mg de cloreto de tróspio

Conforme mostrado na figura abaixo, os comprimidos revestidos de Spasmex® podem ser divididos em duas partes. Para fazer isso, coloque o comprimido revestido em uma superfície dura e pressione o vinco com o polegar (aplique uma pressão breve e forte) para dividir o comprimido em dois pedaços de tamanhos iguais.

Você deve tomar os comprimidos revestidos com uma quantidade suficiente de líquido, de preferência água, por via oral. Os comprimidos revestidos devem, de preferência, ser tomados pela manhã, ao meio dia, e à noite, ou pela manhã e à noite, antes de uma refeição, com o estômago vazio.

Por quanto tempo tomar Spasmex®?

A duração do tratamento é determinada pelo seu médico. A necessidade de tratamento adicional deve ser verificada em intervalos regulares a cada três a seis meses. Converse com seu médico ou farmacêutico em caso de dúvidas sobre quanto tempo tomar Spasmex®.

Indivíduos com insuficiência renal

Em casos de insuficiência renal grave, uma dose diária de 15 mg (correspondente a metade do comprimido de Spasmex® 30 mg) não deve ser excedida.

Em indivíduos com insuficiência renal moderada e grave (clearance de creatinina entre 10 e 50 mL/min/1,73 m2), a dose inicial deve ser reduzida de acordo com a gravidade da insuficiência renal.

A dose diária recomendada é de 15 mg (correspondente a metade do comprimido de Spasmex® 30 mg) ou 30 mg (correspondente a 1 comprimido de Spasmex® 30 mg) a cada dois dias. A dosagem individual deve ser definida de acordo com a eficácia e a tolerabilidade ao medicamento. Os comprimidos revestidos de Spasmex® 30 mg podem ser divididos em partes iguais de 15 mg cada, como mostrado na figura anterior.

Pacientes com insuficiência renal grave devem tomar Spasmex® com alimentos.

Indivíduos com insuficiência hepática

O ajuste da dose não é necessário em casos de comprometimento leve à moderado da função hepática.

O tratamento não é recomendado em casos de insuficiência hepática grave.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompa o tratamento sem o conhecimento de seu médico.

Este medicamento não deve ser mastigado.

O que devo fazer quando me esquecer de usar o Spasmex?

Você pode tomar a dose deste medicamento assim que se lembrar. Entretanto, se já estiver perto do horário de tomar a próxima dose, pule a dose esquecida e tome a próxima, continuando normalmente o esquema de doses recomendado pelo seu médico. Neste caso, não tome o medicamento em dobro para compensar doses esquecidas.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico ou cirurgião-dentista.

Quais cuidados devo ter ao usar o Spasmex?

Este medicamento foi prescrito somente para você. Não compartilhe Spasmex® (cloreto de tróspio) com ninguém, mesmo se eles apresentarem sintomas semelhantes aos seus.

Se você sofre de doença hepática grave, você não deve tomar Spasmex®.

Se você sofre de doença hepática leve a moderada, fale com o seu médico antes de tomar este medicamento.

O cloreto de tróspio é excretado principalmente através dos rins. Em indivíduos com insuficiência renal grave, observou-se um aumento importante nas concentrações desse medicamento no sangue. Portanto, em indivíduos com disfunção renal, mesmo leve à moderada, o tratamento deve ser iniciado com cautela.

Indivíduos com intolerância hereditária à galactose, deficiência de lactase ou mal absorção de glicose e galactose não devem tomar Spasmex®.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Gravidez, amamentação e fertilidade

Se você estiver grávida ou amamentando, com suspeita de que esteja grávida ou se estiver planejando engravidar, consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.

Estudos em animais não mostraram o aparecimento de malformações fetais. No entanto, o cloreto de tróspio somente deve ser utilizado durante a gravidez e durante a amamentação após cuidadosa avaliação da indicação, uma vez que não existe experiência para o seu uso durante a gravidez e a amamentação em seres humanos.

Crianças e adolescentes (menores de 18 anos de idade)

Spasmex® (cloreto de tróspio) não deve ser utilizado por crianças ou adolescentes. Uso adulto acima de 18 anos.

Efeitos na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas

Este medicamento pode, mesmo quando utilizado adequadamente, causar visão turva, de tal forma que a capacidade de conduzir e operar máquinas ou trabalhar sem uma retenção segura pode ser prejudicada.

Este efeito pode ocorrer especialmente no início da terapia ou após um aumento da dose, bem como quando o medicamento é usado concomitantemente com a ingestão de bebida alcoólica.

Aviso: este medicamento contém lactose. Pacientes com problemas hereditários de intolerância à galactose, deficiência de lactase de Lapp ou má absorção de glucose-galactose não devem utilizar este medicamento.

Advertências do Spasmex


Converse com seu médico ou farmacêutico antes de tomar Spasmex®, no caso de apresentar:

  • Obstrução no trato gastrointestinal (por exemplo, estreitamento do piloro);
  • Obstrução das vias urinárias que determinem risco de sobra de urina na bexiga (urina residual);
  • Comprometimento do sistema nervoso autonômico;
  • Hérnia de hiato com inflamação do esôfago devido ao refluxo do ácido do estômago;
  • Alguma condição de saúde em que não seja aconselhável um aumento da frequência cardíaca (por exemplo, hipertireoidismo [tireoide hiperfuncionante], doenças nas artérias coronárias, insuficiência cardíaca e uma anormalidade no ECG (exame de traçado cardíaco) conhecida como prolongamento do intervalo QT ou se tomar qualquer medicamento conhecido por causar este problema, como:
    • Medicamentos usados para anormalidades no ritmo cardíaco, como quinidina, sotalol, procainamida, ibutilida, flecainida, dofetilida e amiodarona;
    • Medicamentos usados para rinite alérgica;
    • Medicamentos antipsicóticos (para doenças mentais), como tioridazina, mesoridazina, haloperidol e clorpromazina;
    • Medicamentos anti-infecciosos como pentamidina, moxifloxacino, eritromicina e claritromicina.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Spasmex?

Assim como todos os medicamentos, Spasmex® pode causar reações adversas, no entanto, nem todos os indivíduos que usam o medicamento apresentam essas reações.

As seguintes reações adversas já foram relatadas, conforme a frequência indicada:

Desconhecida (frequência não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis)

  • Síndrome de Steven’s Johnson e necrólise epidérmica tóxica (reações cutâneas graves com sangramento e formação de bolhas, que podem atingir também as mucosas), confusão, alucinação, agitação. Uma ligação causal com o cloreto de tróspio (o princípio ativo de Spasmex®) não pode ser definitivamente confirmada.

Reações muito comuns (ocorrem em mais de 10% dos indivíduos que utilizam este medicamento)

Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos indivíduos que utilizam este medicamento)

  • Dispepsia (má digestão ou indigestão), constipação, dor de estômago e náuseas.

Reações incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos indivíduos que utilizam este medicamento)

  • Alterações para urinar (por exemplo, formação de urina residual), taquicardia (aumento da frequência cardíaca, palpitações, coração acelerado), diminuição da capacidade de focar objetos próximos, diarreia, flatulência (acúmulo de gases intestinais), erupções cutâneas, fraqueza no corpo e dor no peito.

Reações raras (ocorrem entre 0,01% e 0,1% dos indivíduos que utilizam este medicamento)

  • Retenção urinária, frequência cardíaca rápida e irregular, angioedema (inchaço doloroso na pele, geralmente no rosto, causado por alergia), falta de ar, aumento leve a moderado de enzimas hepáticas e anafilaxia (reação alérgica grave).

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também a empresa através do seu serviço de atendimento.

Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, informe seu médico ou cirurgião-dentista.

Apresentações do Spasmex

Comprimidos revestidos 

  • 15 mg. Caixa com 15 ou 30 comprimidos;
  • 30 mg. Caixa com 10 ou 90 comprimidos.

Uso oral.

Uso adulto.

Qual a composição do Spasmex?

Cada comprimido revestido de 15 mg contém:

Cloreto de tróspio 15 mg
Excipientes q.s.p. 1 comprimido

Excipientes: lactose monoidratada, celulose microcristalina, amido, amidoglicolato de sódio, dióxido de silício, ácido esteárico, povidona, hipromelose, dióxido de titânio.

Cada comprimido revestido de 30 mg contém:

Cloreto de tróspio 30 mg
Excipientes q.s.p. 1 comprimido

Excipientes: lactose monoidratada, celulose microcristalina, amido, amidoglicolato de sódio, dióxido de silício, ácido esteárico, povidona, hipromelose, dióxido de titânio.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Spasmex maior do que a recomendada?

Entre imediatamente em contato com seu médico, enfermeiro ou farmacêutico se você tomar acidentalmente mais Spasmex® do que o médico prescreveu.

Os sinais esperados de uma superdosagem são sintomas anticolinérgicos exacerbados, tais como distúrbios visuais, taquicardia, boca seca e vermelhidão na pele.

No caso de superdosagem, recomenda-se, entre outras medidas, lavagem gástrica, aplicação de medicamentos oculares em indivíduos com glaucoma, colocação de sonda para retenção urinária e administração de medicamento adicionais em casos graves, a critério médico.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Spasmex com outros remédios?

É importante que você mantenha uma lista escrita de todos os medicamentos sob prescrição médica e sem prescrição que você está tomando; bem como quaisquer produtos, tais como vitaminas, minerais ou outros suplementos dietéticos. Você deve trazer esta lista com você cada vez que você visitar o médico ou se você está internado em um hospital. Esta lista também é uma informação importante para levar com você em caso de emergências.

É particularmente importante que você mencione qualquer um dos medicamentos a seguir:

Aumentos dos efeitos colaterais

  • Um aumento dos efeitos anticolinérgicos da amantadina (fármaco utilizado para tratar a doença de Parkinson), dos antidepressivos tricíclicos (medicamentos utilizados para o tratamento da depressão), quinidina e disopiramida (medicamentos utilizados para tratar arritmias), anti-histamínicos (medicamentos utilizados no tratamento de alergias).
  • Aumento do efeito taquicardizante (aumento da frequência cardíaca) de medicamentos ß-simpaticomiméticos (medicamentos usados no tratamento de asma, por exemplo).

Redução do efeito

  • Diminuição do efeito de substâncias usadas para estimular o esvaziamento gástrico e tratar doença de refluxo gastroesofágico (por exemplo metoclopramida e cisaprida).

Outras possíveis interações

  • Como o cloreto de tróspio influencia a motilidade e a secreção do trato gastrointestinal (por exemplo, a descarga de sucos digestivos), não se pode excluir que ele modifique a cinética de outros medicamentos administrados concomitantemente.
  • Ao tomar Spasmex® concomitantemente com medicamentos que contenham substâncias como guar, colestiramina e colestipol, não se pode ser descartar que a absorção de cloreto de tróspio não será reduzida. Portanto, o uso concomitante de medicamentos que contêm essas substâncias não é recomendado.

Ingestão de Spasmex® com alimentos

Você deve tomar Spasmex® pelo menos uma hora antes das refeições ou em jejum.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.

Interação Alimentícia: posso usar o Spasmex com alimentos?

Em estudo farmacocinético (P133) realizado por Schulz, H.U (1997) foi observado que a área sob a curva (ASC), após administração múltipla de doses diárias de 3x15 mg de Cloreto de Tróspio, foi reduzida em aproximadamente um terço quando Cloreto de Tróspio 15 mg foi administrado concomitantemente à ingestão de um desjejum com elevado teor de gordura, em comparação com as condições em jejum. Quando o desjejum com elevado teor de gordura foi ingerido duas horas após a administração do fármaco as concentrações plasmáticas médias estavam ligeiramente elevadas quando comparado com a ingestão concomitante ao alimento, mas abaixo dos níveis de pico observados em jejum.

Tabela: Área sob a curva do Cloreto de Tróspio, resultados do estudo P133 (condições steady state)

Dia do estudo Regime de administração ASC (h x ng/mL)
4 3x15 mg junto de desjejum com elevado teor de gordura 18.05
4 3x15 mg sob condições de jejum 31.38
5 3x15 mg junto de desjejum com elevado teor de gordura 16.74
5 3x15 mg em jejum com ingestão de desjejum com elevado teor de gordura após duas horas 24.03

Com base nesses achados, pode-se concluir que a absorção do Cloreto de Tróspio no trato gastrointestinal é influenciada pela ingestão concomitante de alimentos.

Em outros dois estudos foi avaliada a biodisponibilidade do Cloreto de Tróspio a partir de uma formulação de comprimido de liberação controlada contendo 45 mg (teste) em comparação com três comprimidos revestidos de liberação imediata com 15 mg cada (referência) em condições de jejum (Rachor, K. e Rachor, D. 2010 - P276) e apenas em condições de alimentação normal (Rachor, K. e Rachor, D. 2010 - P279).

Com base nos dados individuais e dos perfis médios da concentração plasmática/ período do estudo em jejum, observou-se que, em condição de jejum, as concentrações médias de Cloreto de Tróspio estavam claramente reduzidas na formulação de liberação controlada quando comparadas com a formulação de liberação imediata.

No segundo estudo, sob condição alimentada, os perfis de concentração versus tempo da formulação de liberação controlada assim como da formulação de liberação imediata confirmaram o efeito redutor da ingestão concomitante ao alimento. No entanto, a ASC foi extremamente baixa quando a formulação de liberação controlada foi administrada junto do alimento.

Em estudo comparativo de steady state por Rachor, D. (2010 - P284) foi avaliada a biodisponibilidade relativa do Cloreto de Tróspio após administração oral de um comprimido revestido de liberação imediata contendo 15 mg de Cloreto de Tróspio, três vezes ao dia, sob condições de alimentação (teste) versus uma formulação comercial de liberação prolongada contendo 60 mg de Cloreto de Tróspio, uma vez ao dia (referência). Os comprimidos revestidos de liberação imediata foram tomados imediatamente antes da refeição (Tratamento A), enquanto a formulação de liberação prolongada foi avaliada sob duas condições em relação ao tempo de ingestão dos alimentos: Tratamento B, com refeição uma hora após a administração do fármaco e Tratamento C, com a refeição imediatamente após a administração do fármaco.

De acordo com os dados obtidos para as concentrações plasmáticas médias sob condição de Cmax elevado, os valores aferidos após os tratamentos A e B foram obtidos em um menor tempo, quando comparados com o tratamento C. Sob condições de alimentação, concentrações plasmáticas médias mais altas e mais balanceadas foram obtidas com a formulação de liberação imediata, mesmo quando uma dose diária inferior foi utilizada como na formulação de liberação imediata contendo 60 mg de Cloreto de Tróspio.

A ingestão concomitante com alimento resulta em uma redução dos valores de Cmax e redução da biodisponibilidade (ASC) quando comparado à ingestão com estômago vazio.

Qual a ação da substância do Spasmex?

Resultados de Eficácia


Cloreto de Tróspio foi avaliado em um estudo clínico randomizado, duplo-cego, multicêntrico, de grupos paralelos e de controle ativo para determinar sua não-inferioridade em comparação a oxibutinina. Para tanto, 1.658 indivíduos com ≥ 8 micções/dia e ≥ 5 episódios de incontinência urinária/semana foram randomizados para receber, 3x/dia, cloreto de tróspio 15 mg (n = 828) ou cloridrato de oxibutinina 2,5 mg (n=830) durante 12 semanas. As doses diárias puderam ser ajustadas após 4 semanas, para 90 mg de cloreto de tróspio (30 mg, 3x/dia) e 15 mg de oxibutinina (5 mg, 3x/dia), se necessário. A redução absoluta nos episódios semanais de incontinência urinária foi avaliada como a variável de eficácia primária. As variáveis de eficácia secundária incluíram a redução absoluta no número de micções em 24 horas. Após 4 semanas, as doses diárias foram duplicadas em 29,2% dos indivíduos recebendo cloreto de tróspio e em 23,3% dos indivíduos recebendo oxibutinina. O cloreto de tróspio foi não-inferior a oxibutinina na redução do número de episódios semanais de incontinência urinária após 4 e 12 semanas. Na população com intenção de tratamento, a variação média foi –10,42 com cloreto de tróspio e –10,00 com oxibutinina (P <0,001 para a hipótese de não-inferioridade).

Também não houve diferença entre os grupos em relação às reduções no número de micções diárias. A frequência de eventos adversos foi semelhante entre os dois grupos de tratamento, mas piora da boca seca foi menos frequente no grupo recebendo cloreto de tróspio1.

Neste estudo multicêntrico, duplo-cego, randomizado com controle com placebo para avaliação da segurança e eficácia do cloreto de tróspio 15 mg administrado três vezes ao dia por 28 dias em 46 pacientes com incontinência de urgência.

Pacientes (grupo do tróspio: 20 mulheres, 2 homens, média de idade: 49.1 anos, média de peso: 72.3kg; grupo placebo: 16 mulheres, 1 homem, média de idade 53.9 anos, média de peso 68.5kg), foram tratados com comprimidos revestidos de cloreto de tróspio com concentração 15 mg ou com placebo, administrado três vezes ao dia, todos os dias, por 28 dias. O parâmetro principal foi a alteração na capacidade máxima da bexiga via determinação por cistometria antes e depois do período de tratamento.

A ocorrência e frequência de eventos adversos durante o tratamento foram avaliadas como parâmetros secundários.

Os valores de capacidade máxima da bexiga pré-tratamento eram comparáveis entres os dois grupos (grupo cloreto de tróspio: 174.7mL, grupo placebo: 206.2mL; p = 0.21). Em pacientes avaliados por análise perprotocol, a média de capacidade máxima da bexiga aumentou em 82.3mL em pacientes que receberam terapia com cloreto de tróspio, mas diminuiu levemente (-4.1 ml; p≤ 0.01) no grupo placebo. Secura da boca foi reportada como evento adverso 11 vezes no grupo cloreto de tróspio e 7 vezes no grupo placebo (p = 0.41). Outros eventos adversos foram observados raramente nos dois grupos (0 a 3 vezes).

 Neste estudo clínico em pacientes com incontinência de urgência, tratamento com cloreto de tróspio na concentração 15mg administrada três vezes ao dia, diariamente, por 28 dias levou a um aumento significativo da capacidade máxima da bexiga quando comparado com o tratamento fazendo uso de placebo. Não houve diferença na frequência de eventos adversos no grupo de tratamento quando comparado com o grupo placebo2.

Em um estudo duplo-cego, dois grupos (dose padrão e dose ajustável) com um total de 80 pacientes foram tratados com comprimidos revestidos de cloreto de tróspio por um período de 3 a 5 semanas. A duração do tratamento e as doses diárias variaram de acordo com a alteração dos parâmetros urológicos definidos como resposta terapêutica. Na primeira semana, ambos os grupos começaram com a administração de 45 mg/dia (3 × 15 mg). No grupo da dose ajustável (4 mulheres, 32 homens; média de idade: 36 anos, média de peso: 72kg), era permissível o aumento da dose diária até 90 ou 135 mg/dia, dependendo na resposta urodinâmica ao tratamento. Em contraste, as doses permaneceram inalteradas no grupo de dose padrão (6 mulheres, 34 homens, média de idade: 36 anos, média de peso: 74kg) embora a necessidade de ajuste de dose tenha sido reconhecida nas condições de estudo duplo-cego. A resposta terapêutica foi definida como a melhora de pelo menos dois de três parâmetros urodinâmicos: compliance da bexiga ≥ 20 mL/cmH2O, capacidade cistométrica máxima > 250 mL e pressão máxima do detrusor ≤ 40cmH2O. Alteração em parâmetros urodinâmicos individuais foram determinados como variáveis secundárias de eficácia. A resposta terapêutica foi analisada utilizando o teste de Fisher-Yates, e o teste de Mann-Whitney U foi utilizado para os parâmetros secundários. As concentrações plasmáticas de tróspio foram aferidas para mensurar a adesão do paciente. Segurança e tolerabilidade foram avaliadas baseadas nos eventos adversos e taxa de afastamento.

Ambos os grupos de dose possuíam características comparáveis na fase basal. A resposta terapêutica foi atingida em 58% dos pacientes no grupo de dose ajustável (ADG) e em 72% dos pacientes no grupo de dose padrão (SDG, p =0.23). Aumentos clinicamente relevantes na capacidade cistométrica máxima e compliance da bexiga foram observados, e houve uma clara diminuição na pressão do detrusor. Após o sétimo dia, a dose diária foi acrescida em 52.8% para todos os pacientes no grupo da dose ajustável e em 32.5% para os pacientes no grupo de dose padrão. Um novo escalonamento de dose após o décimo quarto dia foi avaliado como sendo necessário em 15% do grupo de dose padrão e 22% do grupo de dose ajustável.

As principais mudanças nos parâmetros urodinâmicos ocorreu durante os primeiros sete dias de tratamento, mas em alguns pacientes, demorou um pouco mais. Nenhuma diferença estatisticamente significativa entre os níveis plasmáticos de cloreto de tróspio foi observada entre os dois grupos a qualquer momento, mas o aumento da concentração plasmática com doses mais altas foi evidenciado quando os pacientes foram diferenciados em estágios de dosagem individual. Nos dois grupos, o evento adverso relacionado ao tratamento mais relatado foi boca seca (ADG 35%, SDG 37%), que não levou à descontinuação do tratamento. A frequência de outros eventos adversos como pele seca, disopia, aumento da frequência cardíaca e distúrbios gastrointestinais foram muito inferiores.

Geralmente em pacientes com hiperatividade neurogênica do detrusor, doses diárias de 45mg de cloreto de tróspio podem ser consideradas como a dose padrão e o ajuste de dose em casos como aumento de peso corporal pode não ser necessário. No entanto, doses diárias elevadas de até 135 mg aparentam ser seguras quando prescritas em pacientes individuais com menos susceptibilidade ao fármaco3.

Referências Bibliográficas

1 – Zellner, M., Madersbacher, H., Palmtag, H., Stöhrer, M., Bödeker, R. H., & P195 Study Group. Trospium chloride and oxybutynin hydrochloride in a german study of adults with urinary urge incontinence: results of a 12-week, multicenter, randomized, double-blind, parallel-group, flexibledose noninferiority trial. Clinical therapeutics 2009; 31(11): 2519-2539.
2 – Ulshöfer B, Bihr AM, Bödeker RH, Schwantes U & Jahn HP: Clin Drug Invest 21 (8): 563-569, 2001.
3 – Menarini M, Del Popolo P, Di Benedetto P, Haselmann J, Bödeker RH, Schwantes U, Madersbacher H: Int J Clin Pharmacol Therap 44 (12): 623-631, 2006.
4 – Dmochowski, R., & Staskin, D. R. (2006). The QT interval and antimuscarinic drugs. Current Bladder Dysfunction Reports 2006; 1(1), 3-7.

Características Farmacológicas


Código ATC: G04BD09
Grupo farmacoterapêutico: antiespasmódico, fármaco urológico.

Mecanismo de ação

O cloreto de tróspio, um derivado de amônio quaternário do nortropanol, pertence ao grupo de compostos anticolinérgicos. Dependendo da concentração, o fármaco compete com o transmissor endógeno acetilcolina por sítios de ligação pós-sinápticos. O fármaco tem alta afinidade pelos receptores muscarínicos M1 e M3 e uma menor afinidade, comparativamente, aos receptores M2, e liga-se a receptores nicotínicos de forma negligenciável.

Farmacodinâmica

O cloreto de tróspio tem um efeito relaxante considerável sobre os órgãos e músculos lisos devido às suas propriedades antimuscarínicas. Ele reduz a tensão dos músculos lisos do sistema gastrointestinal e do trato urogenital e inibe as secreções brônquica, salivar e sudorípara e a acomodação pupilar. Até o momento, não foram observados efeitos sobre o sistema nervoso central.

Em dois estudos de segurança em voluntários saudáveis, foi comprovado que o cloreto de tróspio não afeta a repolarização cardíaca, mas possui um efeito consistente e dose-dependente de acelerar a frequência cardíaca.

Farmacocinética

A concentração plasmática máxima (Cmáx) de cloreto de tróspio é atingida de 4 a 6 horas após a administração oral. A meia-vida de eliminação é muito variável, de 5 a 18 horas após a administração oral e o cloreto de tróspio não se acumula. A taxa de ligação às proteínas plasmáticas é de 50-80%. Na faixa de dose entre 20 a 60 mg (dose única), as concentrações plasmáticas são lineares. A fração predominante de cloreto de tróspio disponível sistemicamente é excretada inalterada através do sistema renal. Uma pequena fração é excretada como espiro-álcool (cerca de 10%), um metabolito formado por hidrólise do éster.

Administração de Cloreto de Tróspio com alimentos

A administração concomitante com alimento resulta em uma biodisponibilidade reduzida, mas níveis plasmáticos mais homogêneos. Em um estudo aberto, de doses múltiplas, randomizado, cruzado em dois períodos feito em voluntários homens saudáveis a ASCss foi 42,5% menor quando os comprimidos revestidos de cloreto de tróspio foram administrados em conjunto com uma refeição rica em gordura quando comparados com a ingestão sem alimento, e o Cmax foi reduzido em 62,5%.

Grupos especiais de pacientes

Os dados farmacocinéticos não revelaram diferenças importantes em indivíduos idosos ou entre os sexos masculino e feminino.

A segurança e eficácia de Cloreto de Tróspio em pacientes pediátricos não foram estabelecidas.

O cloreto de tróspio exibe variabilidade diária na exposição, com diminuição do Cmax e ASC no horário do almoço e pela noite em relação às doses matinais.

Em um estudo envolvendo pacientes sofrendo com comprometimento renal moderado a severo (estimativa de clearance de creatinina pela fórmula Cockcroft-Gault < 50mL/min) encontrou-se que o valor médio da ASC era cinco vezes maior e o Cmax 4,5 vezes maior. A meia vida do fármaco foi prolongada (1,7 vezes maior) em comparação com indivíduos saudáveis. Não houve diferença marcante em relação à ASC e Cmax encontrada quando comparando indivíduos saudáveis e pacientes com comprometimento renal moderado (clearance de creatinina 50-80mL/min).

Resultados de um estudo farmacocinético que incluiu indivíduos com comprometimento leve a moderado da função hepática não revelou a necessidade de ajuste da dose nesse grupo de indivíduos.

Segurança não clínica

Propriedades toxicológicas

Potencial mutagênico e carcinogênico

O cloreto de tróspio não apresentou efeitos mutagênicos in-vitro ou in-vivo. Estudos de potencial carcinogênico a longo prazo em camundongos e ratos não trouxe evidências de potencial carcinogênico para o cloreto de tróspio.

Toxicidade reprodutiva

Estudos de toxicidade embrionária conduzidos em camundongos e coelhos não providenciaram evidências de teratogênese ou qualquer outro efeito tóxico ao embrião. O desenvolvimento fetal, parto, desenvolvimento pós-parto e fertilidade dos camundongos não foram afetados.

Em camundongos, o cloreto de tróspio atravessa a barreira placentária e é excretado no leite materno. Não há dados de uso em humanos durante a gravidez e lactação.

Como devo armazenar o Spasmex?

Conservar Spasmex® em sua embalagem original, em temperatura ambiente (15 a 30º C).

Após partir o comprimido, utilizar a metade restante em até 24 horas.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características do medicamento

Comprimido 15 mg

Comprimido revestido quase branco, inodoro, redondo, biconvexo, com vinco de um lado e gravação em relevo ‘0’ na frente.

Comprimido 30 mg

Comprimido revestido branco à quase branco, inodoro, redondo, biconvexo, com vinco de um lado e sem gravação na frente.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Spasmex

M.S - 1.0118.0631

Farmacêutico Responsável:
Rodrigo de Morais Vaz
CRF-SP nº 39282

Fabricado por:
Dr. Pfleger Arzneimittel GmbH
Dr.-R.-Pfleger-Straße 12
96052 - Bamberg - Alemanha

Registrado, importado e comercializado por:
Apsen Farmacêutica S/A
Rua La Paz, nº 37/67 – Santo Amaro
CEP 04755-020 – São Paulo – SP
CNPJ 62.462.015/0001-29
Indústria Brasileira

Venda sob prescrição médica.

Quer saber mais?

Consulta também a Bula do Cloreto de Tróspio


O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 6 de Dezembro de 2024.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 6 de Dezembro de 2024.

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