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Bula do Cefoxitina Sódica

Princípio Ativo: Cefoxitina Sódica

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 13 de Fevereiro de 2020.

Cefoxitina Sódica, para o que é indicado e para o que serve?

Tratamento

A Cefoxitina Sódica é indicada para o tratamento de infecções graves, causadas por cepas suscetíveis de microrganismos, listadas abaixo:

Infecções no trato respiratório inferior, incluindo pneumonia e abscesso pulmonar, causadas por:

Streptococcus pneumoniae, outros estreptococos (exceto Enterococus faecalis), Staphylococcus aureus (incluindo cepas produtoras de penicilinase), Escherichia coli, Klebsiella spp., Haemophilus influenzae e Bacteroides spp.

Infecções intra-abdominais, incluindo peritonite e abscesso intra-abdominal, causados por:

Escherichia coli, Klebsiella spp., Bacteroides spp. (incluindo Bacteroides fragilis) e Clostridium spp.

Infecções ginecológicas, incluindo endometrite, celulite pélvica e doença inflamatória pélvica causadas por:

Escherichia coli, Bacteroides spp. (incluindo Bacteroides fragilis), Clostridium spp., Peptococcus niger, Peptostreptococcus spp. e Streptococcus agalactiae. A Cefoxitina Sódica, como outras cefalosporinas, não apresenta atividade contra Chlamydia trachomatis. Assim, quando a Cefoxitina Sódica for utilizada no tratamento de pacientes com doença inflamatória pélvica e a Chlamydia trachomatis for um dos agentes patogênicos suspeitos, devem-se utilizar medidas anticlamidianas apropriadas.

Septicemia causada por:

Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus (incluindo cepas produtoras de penicilinase), Escherichia coli, Klebsiella spp. e Bacteroides spp. (incluindo Bacteroides fragilis).

Infecções ósseas e das articulações causadas por:

Staphylococcus aureus (incluindo cepas produtoras de penicilinase).

Infecções na pele e tecidos moles causadas por:

Staphylococcus aureus (incluindo cepas produtoras de penicilinase), Staphylococcus epidermidis, Streptococcus pyogenes e outros estreptococos (exceto Enterococcus faecalis), Escherichia coli, Proteus mirabilis, Klebsiella spp., Bacteroides spp. (incluindo Bacteroides fragilis), Clostridium spp., Peptococcus niger e Peptostreptococcus spp.

O uso empírico da Cefoxitina Sódica deve ser acompanhado de estudos apropriados de suscetibilidade do microrganismo à Cefoxitina Sódica. De acordo com os resultados, a terapia deverá ser modificada ou não.

Em estudos comparativos randomizados, a Cefoxitina Sódica e a cefalotina demonstraram ser seguras e efetivas no controle de infecções causadas por cocos Gram-positivos e bastonetes Gram-negativos, suscetíveis às cefalosporinas. A Cefoxitina Sódica apresenta um alto grau de estabilidade na presença de betalactamases, penicilinases e cefalosporinases bacterianas. Muitas infecções causadas por bactérias, aeróbicas e anaeróbicas, resistentes a algumas cefalosporinas e a alguns antibióticos penicilínicos (ampicilina, carbenicilina, penicilina G), respondem ao tratamento com Cefoxitina Sódica. Muitas infecções mistas, causadas por microrganismos aeróbicos e anaeróbicos suscetíveis, respondem ao tratamento com Cefoxitina Sódica.

Profilaxia cirúrgica

A Cefoxitina Sódica é indicada para a profilaxia da infecção em pacientes submetidos à cirurgia gastrintestinal não-contaminada, histerectomia vaginal, histerectomia abdominal ou cesariana.

Se houver sinais de infecção, deve-se coletar material para cultura com a finalidade de identificação do patógeno para que o tratamento apropriado seja instituído.

Quais as contraindicações do Cefoxitina Sódica?

A Cefoxitina Sódica é contraindicada para pacientes com histórico de alergia a Cefoxitina Sódica, cefalosporinas ou outros antibacterianos betalactâmicos (penicilina e seus derivados, penicilamina).

A Cefoxitina Sódica não deve ser administrada a pacientes hipersensíveis as cefalosporinas quando não existir experiência clínica neste sentido.

Em pacientes hipersensíveis à penicilina, deve se levar em conta a possibilidade de reações alérgicas cruzadas.

Como usar o Cefoxitina Sódica?

Administração intravenosa

Reconstitua Cefoxitina Sódica com água para injetáveis: adicionar 10 mL de água para injetáveis ao frasco-ampola contendo 1000 mg. Agite para dissolver e a seguir transfira todo o conteúdo do frasco para uma seringa.

Para injeção intravenosa direta, Cefoxitina Sódica pode ser injetada lentamente na veia, durante um período de 3 a 5 minutos, ou pode ser administrada através do tubo, neste caso, se o paciente está recebendo outras soluções parenterais deve-se descontinuar temporariamente a outra solução e injetar a Cefoxitina Sódica.

Pode-se empregar injeção intravenosa intermitente de Cefoxitina Sódica. Entretanto, durante a injeção da solução que contém Cefoxitina Sódica, aconselha-se interromper temporariamente a administração de qualquer outra solução no mesmo local (usando um equipo adequado).

Uma solução de Cefoxitina Sódica também pode ser administrada por infusão intravenosa contínua.

Preparo da solução

Reconstituição de Cefoxitina Sódica para administração intravenosa:

O profissional da saúde, antes da reconstituição do medicamento, deve verificar a aparência do pó no interior do frascoampola, buscando identificar alguma partícula que possa interferir na integridade e na qualidade do medicamento.

Para a reconstituição da solução do frasco-ampola de Cefoxitina Sódica, são necessários 10 mL de água para injetáveis.

Para a completa homogeneização da solução, recomenda-se agitar o frasco-ampola vigorosamente antes de retirar a dose a ser injetada.

Com a finalidade de evitar o aparecimento de partículas de borracha após a inserção de agulha no frasco-ampola, proceder da seguinte forma:
  1. Encaixar uma agulha de injeção de, no máximo, 0,8 mm de calibre.
  2. Encher a seringa com o diluente apropriado.
  3. Segurar a seringa verticalmente à borracha.
  4. Perfurar a tampa dentro da área marcada, deixando o frasco-ampola firmemente na posição vertical.
  5. É recomendado não perfurar mais de 4 vezes a área demarcada (ISO 7864).
Veja abaixo o procedimento:

Após a reconstituição, o profissional da saúde deverá inspecionar cuidadosamente, antes de sua utilização, se a solução no interior do frasco-ampola está fluida, livre de fragmentos ou de alguma substância que possa comprometer a eficácia e a segurança do medicamento. O profissional não deverá utilizar o produto ao verificar qualquer alteração que possa prejudicar a saúde do paciente.

Para evitar problemas de contaminação, deve-se tomar cuidado durante a reconstituição para assegurar assepsia.

Compatibilidade e estabilidade

Foram estabelecidas a compatibilidade da Cefoxitina Sódica em solução com os seguintes líquidos para infusão intravenosa e aditivos injetáveis:

  • Cloreto de sódio 0,9%;
  • Glicose 5%;
  • Glicose 10%;
  • Solução de Ringer lactato;
  • Água para Injetáveis.

A Cefoxitina Sódica reconstituída com água para injetáveis mantém potência satisfatória por 12 horas.

Após reconstituição com cloreto de sódio 0,9%, glicose 5%, glicose 10% e Solução de Ringer lactato o produto é estável durante 4 horas.

Nota: A Cefoxitina Sódica quando na forma de pó, deve ser armazenada sob temperatura inferior a 30ºC. O pó e as soluções tendem a escurecer, dependendo das condições de armazenamento. A potência do produto, contudo, permanece inalterada.

Incompatibilidade

A Cefoxitina Sódica não deve ser misturada com outros antimicrobianos ou com outras soluções que não as citadas acima.

A Cefoxitina Sódica é incompatível com aminoglicosídeos. Se clinicamente necessário, aminoglicosídeos e cefalosporinas devem ser administrados por vias separadas para evitar uma possível inativação de ambas as substâncias.

Posologia do Cefoxitina Sódica


Tratamento

Adultos

A posologia adulta usual é 1 g ou 2 g de Cefoxitina Sódica a cada 8 horas (veja quadro a seguir).

Tipo de infecção

Dose Frequência

Posologia Diária Total

Não complicada

1 g A cada 8 horas (ocasionalmente a cada 6 horas)

3 g (4) g

Moderadamente grave ou grave

2 g A cada 8 horas (ocasionalmente a cada 6 horas)

6 g (8) g

Infecções que geralmente requerem antibióticos em posologia mais alta

3 g (2) g A cada 6 horas (a cada 4 horas)

12 g

Em adultos com insuficiência renal pode ser administrada uma dose inicial de ataque de 1 g a 2 g. Após a dose de ataque, as recomendações para posologia de manutenção podem ser usadas como orientação.

Nos pacientes que se submetem a hemodiálise, a dose de ataque de 1 a 2 g deve ser administrada após cada hemodiálise, e a dose de manutenção deve ser aplicada conforme tabela a seguir:

Função Renal

Depuração de Creatinina (mL/min) Dose

Frequência

Comprometimento leve

50 – 30 1 – 2 g

A cada 8 – 12 horas

Comprometimento moderado

29 – 10 1 – 2 g

A cada 12 – 24 horas

Comprometimento grave

9 – 5 0,5 – 1 g

A cada 12 – 24 horas

Praticamente sem função

< 5 0,5 – 1 g

A cada 24 – 48 horas

Idosos

Podem necessitar de uma diminuição das doses administradas em função da condição renal.

Limite de dose para idosos com mais de 75 anos de idade

2 g a cada 8 horas.

Esquema posológico pediátrico

Grupo etário

Dose

Frequência
Lactentes*

20 – 40 mg/kg

A cada 6 a 8 horas
Crianças

20 – 40 mg/kg

A cada 6 a 8 horas

(*) Os dados clínicos são insuficientes para recomendar a utilização de Cefoxitina Sódica em crianças com menos de três meses de idade

Nas infecções graves, a posologia diária total pode ser aumentada até 200 mg/kg, porém não deve exceder 12 g ao dia.

Em crianças com insuficiência renal, a freqüência posológica deve ser reduzida, conforme indicado para adultos.

Atenção: a terapia antibiótica para infecções por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A deve ser mantida por pelo menos 10 dias para proteger contra o risco de febre reumática ou glomerulonefrite. Em infecções por estafilococos e outras infecções envolvendo acúmulo de pus, a drenagem cirúrgica indicada deve ser realizada.

Posologia profilática

Para uso profilático em cirurgia são recomendadas as seguintes doses:

Cirurgia geral
Adultos

2 g administrados por via intravenosa, 30 minutos a 1 hora da incisão inicial; a seguir 2 g a cada 6 horas.

Comumente, a terapia profilática não se estende por mais de 24 horas.

Crianças maiores de 3 meses de idade

No caso de lactentes e crianças, podem ser administradas doses de 30 - 40 mg/kg nos intervalos descritos acima.

Pacientes submetidas à cesariana
  • Dose única de 2 g, por via intravenosa, logo que o cordão umbilical for clampeado;
  • Administrar um regime de 3 doses 2 g, por via intravenosa, assim que o cordão umbilical for clampeado (pinçado), seguido de 2 g, administrados 4 e 8 horas após a dose inicial.

Comumente a terapia profilática não se estende por mais de 24 horas.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Cefoxitina Sódica?

A Cefoxitina Sódica geralmente é bem tolerada. As reações adversas mais comuns foram reações locais após a administração intravenosa. Outras reações adversas foram encontradas com baixa frequência.

Reações locais

Tromboflebite ocorreu após a administração intravenosa.

Reações de hipersensibilidade

Erupção maculopapular ou eritematosa na pele, dermatite esfoliativa, prurido, urticária, eosinofilia, febre e outras reações de hipersensibilidade. Raros casos de anafilaxia e angioedema.

Cardiovascular

Hipotensão.

Gastrintestinal

Diarreia, incluindo colite pseudomembranosa que pode aparecer durante ou após o tratamento com o antibiótico. Casos raros de náusea e vômito foram relatados.

Neuromuscular

Possível exacerbação de miastenia grave.

Alterações Sanguíneas

Eosinofilia, leucopenia, granulocitopenia, neutropenia, anemia, incluindo anemia hemolítica, trombocitopenia e depressão da medula óssea. O teste de Coombs direto positivo pode se desenvolver em alguns pacientes, especialmente aqueles com azotemia.

Função hepática

Elevações temporárias de TGO, TGP, HDL no soro, fosfatase alcalina sérica e icterícia foram relatadas.

Função renal

Elevações dos níveis de creatinina e/ou do nitrogênio ureico (BUN) séricos foram observadas. Casos raros de insuficiência renal aguda foram relatados. É difícil de averiguar o papel da Cefoxitina Sódica nas mudanças de testes de função renal, pois fatores que predispõem à azotemia pré-renal ou à diminuição da função renal normalmente estão presentes.

Além das reações adversas listadas acima, que foram observadas em pacientes tratados com a Cefoxitina Sódica, podem ocorrer reações adversas e resultados alterados de testes laboratoriais relatados para os antibióticos da classe das cefalosporinas, como: urticária, eritema multiforme, Síndrome de Stevens-Johnson, reações similares à doença do soro, dor abdominal, colite, disfunção renal, nefropatia tóxica, teste falso-positivo para glicose urinária, disfunção hepática incluindo colestase, bilirrubina elevada, anemia aplástica, hemorragia, prolongamento do tempo de protrombina, pancitopenia, agranulocitose, superinfecção e vaginite, incluindo candidíase vaginal.

Várias cefalosporinas promoveram o início de processos convulsivos, particularmente em pacientes com insuficiência renal, quando a dose não foi reduzida. Se ocorrerem convulsões, o medicamento deve ser descontinuado.

Terapia anticonvulsivante pode ser administrada, se indicada clinicamente.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - Notivisa, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Cefoxitina Sódica com outros remédios?

Medicamentos nefrotóxicos

A administração concomitante de Cefoxitina Sódica com agentes nefrotóxicos como aminoglicosídeos, colistina, polimixina B ou vancomicina pode aumentar o risco de nefrotoxicidade.

Probenecida

A probenecida retarda a excreção tubular da Cefoxitina Sódica, produzindo níveis plasmáticos mais elevados e com maior duração. Inibidores da agregação plaquetária: altas doses de Cefoxitina Sódica podem induzir a hipotrombinemia e a utilização concomitante com inibidores da agregação plaquetária aumenta o risco de hemorragia.

Interações com testes laboratoriais

Cefoxitina Sódica pode causar um resultado falso-positivo para glicose na urina em determinações que utilizam soluções de sulfato cúprico (reagente de Benedict ou Clinitest®**).

Indivíduos tratados com Cefoxitina Sódica podem apresentar teste de Coombs direto positivo, o que pode interferir em exames hematológicos ou nas análises imunohematológicas em bancos de sangue.

Altas concentrações de Cefoxitina Sódica (> 100 mcg/mL) podem interferir com a medição dos níveis séricos e urinários de creatinina, pela reação de Jaffé, resultando em uma pequena elevação do resultado obtido pelo teste. Amostras séricas de pacientes tratados com Cefoxitina Sódica não devem ser analisadas para creatinina se forem retiradas em até 2 horas após a administração do medicamento.

Altas concentrações de Cefoxitina Sódica na urina podem interferir com a medição de 17-hidroxicorticosteroides na urina, pela reação de Porter-Silber, resultando em uma pequena elevação do resultado obtido pelo teste.

** Marca registrada da Ames Company, Division of Miles Laboratories, Inc.

Quais cuidados devo ter ao usar o Cefoxitina Sódica?

Antes de iniciar a terapia com Cefoxitina Sódica, deve-se verificar se o paciente já apresentou reação de hipersensibilidade à Cefoxitina Sódica, às cefalosporinas, penicilinas e seus derivados ou outras drogas. Este medicamento é contraindicado para pacientes que já apresentaram hipersensibilidade à Cefoxitina Sódica, às cefalosporinas, penicilinas e seus derivados. Antibióticos devem ser administrados com cautela para qualquer paciente que tenha demonstrado algum tipo de alergia, particularmente a drogas. Se ocorrer qualquer reação alérgica, descontinue a utilização do medicamento. Reações graves de hipersensibilidade aguda podem necessitar de administração de epinefrina (adrenalina) e outras medidas de emergência.

Colite pseudomembranosa tem sido relatada com a utilização de praticamente todos os agentes antibacterianos, incluindo a Cefoxitina Sódica, e sua gravidade pode variar de leve a grave com risco de morte. Portanto, é importante considerar este diagnóstico em pacientes que apresentarem diarreia subsequente à administração de agentes antibacterianos.

O tratamento com agentes antimicrobianos altera a flora normal do cólon e pode permitir o crescimento de clostrídeos. Estudos indicam que uma toxina produzida pelo Clostridium difficile é uma causa primária de “colite associada a antibióticos”.

Estabelecido o diagnóstico de colite pseudomembranosa, medidas terapêuticas apropriadas devem ser adotadas. Casos leves de colite pseudomembranosa normalmente respondem à suspensão do medicamento. Em casos moderados a graves, devem ser considerados a utilização de fluido e eletrólitos, suplementação proteica e tratamento com um medicamento antibacteriano de ação clínica efetiva contra a colite por Clostridium difficile.

Os antibióticos (incluindo as cefalosporinas) devem ser prescritos com cautela para indivíduos com histórico de doença gastrintestinal, particularmente colite.

A dose diária total deve ser reduzida quando a Cefoxitina Sódica for administrada a pacientes com redução temporária ou persistente do volume urinário, devido à insuficiência renal, uma vez que concentrações séricas elevadas e prolongadas do produto podem ocorrer nestes indivíduos.

A Cefoxitina Sódica não é recomendada para a terapia de meningite por baixa penetração liquorica. Caso haja suspeita de meningite, deve-se usar um antibiótico apropriado.

Categoria de risco na gravidez: B.

Este medicamento não deve ser usado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Estudos de reprodução realizados em ratos e camundongos, com doses parenterais de aproximadamente 1 a 7,5 vezes a dose máxima recomendada para humanos, não revelaram efeitos teratogênicos ou tóxicos para o feto, apesar de ser observada uma pequena diminuição no peso fetal.

Não há, entretanto, estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. Como os estudos de reprodução em animais nem sempre são preditivos da resposta humana, a Cefoxitina Sódica só deve ser usada durante a gravidez se estritamente necessária.

Uso na lactação

A Cefoxitina Sódica é excretada no leite humano em baixas concentrações. Deve-se ter cautela na administração da Cefoxitina Sódica em mulheres que estejam amamentando.

Carcinogênese, mutagênese e diminuição da fertilidade

Não foram realizados estudos de longo prazo em animais para avaliar o potencial carcinogênico ou mutagênico. Estudos em ratos tratados por via intravenosa com 400 mg/kg de Cefoxitina Sódica (aproximadamente três vezes a dose máxima recomendada para humanos) não revelaram efeitos na fertilidade ou na habilidade de acasalamento.

Uso em crianças

A segurança e a eficácia em pacientes pediátricos com menos de três meses de idade ainda não foram estabelecidas. Em pacientes pediátricos a partir de três meses de idade, doses mais elevadas de Cefoxitina Sódica foram associadas com uma incidência elevada de eosinofilia e aumento de AST.

Qual a ação da substância do Cefoxitina Sódica?

Resultados de Eficácia


A eficácia clínica e bacteriológica da Cefoxitina Sódica foi avaliada em 33 pacientes com 34 infecções, sendo: 13 infecções de tecidos moles, 12 pneumonias, 3 infecções do trato urinário, 2 peritonites e 4 infecções mistas. Destas infecções, 71% foram consideradas curadas e 86% destes pacientes que tiveram as culturas repetidas, apresentaram cura bacteriológica. A Cefoxitina Sódica foi mais ativa contra microrganismos Gram-negativos anaeróbicos facultativos e obrigatórios isolados destes pacientes, quando comparada com a cefalotina.1

A cefazolina e a Cefoxitina Sódica foram comparadas no tratamento de infecções em que era esperado que o patógeno suspeito fosse suscetível a ambos os antibacterianos. 10 pacientes foram tratados com Cefoxitina Sódica, sendo eles diagnosticados com pneumonia (4), infecção de tecidos moles (4), pielonefrite aguda (1) e infecção gonocócica disseminada (1). Os pacientes tratados com Cefoxitina Sódica apresentaram boas respostas clínicas e bacteriológicas. A Cefoxitina Sódica apresentou eficácia equivalente à da cefazolina.2

A eficácia de Cefoxitina Sódica foi avaliada em 26 crianças com infecções bacterianas (exceto meningite), principalmente celulite (13 pacientes), pneumonia (5 pacientes) e infecção óssea e das articulações (4 pacientes). Todas as crianças estudadas apresentaram melhora ou foram consideradas curadas.3

A eficácia de Cefoxitina Sódica no perioperatório, para prevenção de infecção após cesariana primária, foi avaliada em mulheres que receberam três doses de Cefoxitina Sódica ou placebo. As mulheres que receberam Cefoxitina Sódica (138) apresentaram significativamente menos infecções graves (19,5% vs. 4,3%), menos infecções urinárias (10,7% vs. 4,4%) e menos cursos de antibiótico pósoperatório (23,4 vs. 11,6). O uso da Cefoxitina Sódica no perioperatório, iniciado logo que o cordão umbilical é clampeado, é eficaz na prevenção de infecção após cesariana primária.4

Referências Bibliográficas​​​​​​​

1.Heseltine PN, Busch DF, Meyer RD, Finegold SM. Cefoxitin: clinical evaluation in thirty-eight patients. Antimicrob Agents Chemother. 1977 Mar;11(3):427-34.
2.Gurwith M, Albritton W, Lank B, Harding G, Ronald A. Prospective comparison of cefoxitin and cefazolin in infections caused by aerobic bacteria. Antimicrob Agents Chemother. 1978 Feb;13(2):255-60.
3.Jacobson JA, Santos JI, Palmer WM. Clinical and bacteriological evaluation of cefoxitin therapy in children. Antimicrob Agents Chemother. 1979; 16(2):183-5.
4.Polk BF, Krache M, Phillippe M, Muñoz A, Hutchinson D, Miao L, Schoenbaum SC. Randomized clinical trial of perioperative cefoxitin in preventing maternal infection after primary cesarean section. Am J Obstet Gynecol. 1982 Apr 15;142(8):983-7.

Características Farmacológicas


A Cefoxitina Sódica é um antibiótico semissintético, de amplo espectro, pertencente à classe das cefamicinas. É um derivado da cefamicina C, produzida pelo Streptomyces lactamdurans. A Cefoxitina Sódica é o sal sódico do (6R, 7S)-3-(hidroximetil)-7-metoxi8-oxo-7-[2-(2-tienil) acetamido]-5-tia-1azabiciclo [4.2.0] oct-2- eno-2-carbamato carboxilado (éster) e sua fórmula molecular é C16H16N3NaO7S2.

Farmacocinética

Após administração de uma dose intravenosa de 1 g de Cefoxitina Sódica a um adulto sadio, as concentrações plasmáticas chegaram a 110 mcg/mL em 5 minutos, caindo para menos de 1 mcg/mL em 4 horas.

Cerca de 70% a 80% da Cefoxitina Sódica se liga a proteínas plasmáticas.

A meia-vida plasmática de Cefoxitina Sódica, após uma dose intravenosa, é de 41 a 59 minutos em um adulto sadio.

Aproximadamente 85% da Cefoxitina Sódica são excretados, inalterados, por via renal em um período de 6 horas, resultando em altas concentrações urinárias. A probenecida retarda a excreção tubular, produzindo níveis plasmáticos mais elevados e com maior duração.

A Cefoxitina Sódica distribui-se amplamente pelos tecidos e fluidos corporais, incluindo os fluidos ascítico, pleural e sinovial.

Concentrações terapêuticas podem ser detectadas na bile. A Cefoxitina Sódica não se difunde para o líquido cefalorraquidiano, mesmo quando as meninges estão inflamadas.

Microbiologia

A ação bactericida da Cefoxitina Sódica resulta da inibição da síntese da parede celular. A Cefoxitina Sódica possui atividade in vitro contra diversos microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. O grupo metóxi na posição 7 fornece à Cefoxitina Sódica um alto grau de estabilidade na presença de betalactamases, penicilinases ou cefalosporinases das bactérias Gram-negativas. A Cefoxitina Sódica tem demonstrado atividade contra a maioria das cepas dos microrganismos abaixo, tanto in vitro, quanto clinicamente.

Aeróbicos Gram-positivos
  • Staphylococcus aureus* (incluindo cepas produtoras de penicilinase);
  • Staphylococcus epidermidis*;
  • Streptococcus pneumoniae;
  • Streptococcus agalactiae;
  • Streptococcus pyogenes.

A maioria das cepas de enterococos, como o Enterococos faecalis, é resistente.

* Estafilococos resistentes à meticilina, também são resistentes à Cefoxitina Sódica.

Aeróbicos Gram-negativos
  • Escherichia coli;
  • Klebsiella spp. (incluindo Klebsiella pneumoniae);
  • Haemophilus influenzae;
  • Morganella morganii;
  • Neisseria gonorrhoeae (incluindo cepas produtoras de penicilinase);
  • Proteus mirabilis;
  • Proteus vulgaris;
  • Providencia spp. (incluindo Providencia rettgeri).
Anaeróbicos
  • Clostridium spp.;
  • Peptococcus niger;
  • Peptostreptococcus spp.;
  • Bacteroides spp. (incluindo Bacteroides fragilis, Bacteroides distasonis, Bacteroides ovatus, Bacteroides thetaiotaomicron).
A Cefoxitina Sódica tem demonstrado atividade in vitro contra os microrganismos abaixo, porém sua segurança e eficácia no tratamento clínico não foram estabelecidas:
Aeróbicos Gram-positivos

Eikenella corrodens (exceto cepas produtoras de betalactamases), Klebsiella oxytoca.

Aeróbicos Gram-negativos

Clostridium perfringens.

Anaeróbicos

Prevotella bivia (anteriormente Bacteroides bivius).

A Cefoxitina Sódica é inativa in vitro contra a maior parte das cepas de Pseudomonas aeruginosa, enterococos e a maior parte das cepas de Enterobacter cloacae. Os estafilococos resistentes à meticilina são geralmente resistentes à Cefoxitina Sódica.

Testes de suscetibilidade

Técnicas de Difusão

Métodos quantitativos baseados na medição dos diâmetros dos halos de inibição proporcionam uma estimativa de suscetibilidade ao antibiótico. Um procedimento padronizado deste tipo utiliza discos com 30 mcg de Cefoxitina Sódica. A interpretação envolve a correlação dos diâmetros dos halos obtidos, nos testes com os discos, com a Concentração Inibitória Mínima (CIM) para a Cefoxitina Sódica.

Os resultados dos testes de suscetibilidade, usando discos de 30 mcg de Cefoxitina Sódica, devem ser interpretados de acordo com os seguintes critérios:

Tabela 1: Cefoxitina Sódica - Resultados da Técnica de Difusão para microrganismos aeróbicosa, b, c

Diâmetro do halo (mm)

Interpretação

≥ 18

Suscetível

15 – 17

Intermediário

≤ 14

Resistente

a - Estafilococos resistentes à meticilina devem ser considerados resistentes à Cefoxitina Sódica. Os resultados do teste in vitro não devem ser considerados.
b - Para testes com Haemophilus influenzae, esses valores são aplicáveis apenas para testes utilizando o HTM (Haemophilus Test Medium).
c - Para testes com estreptococos, esses valores são aplicáveis apenas ao método de microdiluição em caldo ágar de MuellerHinton com 5% de sangue desfibrinado de ovelhas e incubado em 5% de CO2.

Um resultado “Suscetível” indica que o patógeno provavelmente será inibido pelos níveis normalmente atingidos em tecidos e fluidos corporais. Um resultado “Intermediário” sugere que o microrganismo deve ser suscetível se for usada uma alta dose ou se a infecção estiver confinada nos tecidos e líquidos onde altos níveis do antibiótico são atingidos. Um resultado “Resistente” indica que as concentrações alcançadas não serão suficientes para inibir o microrganismo e outra terapia deve ser selecionada.

Procedimentos padronizados requerem o uso de cepas-controle de microrganismos (cepas ATCC).

Os discos de 30 mcg de Cefoxitina Sódica devem produzir o seguinte halo de inibição:

Tabela 2: Cefoxitina Sódica - Resultados da Técnica de Difusão para teste com cepas ATCC.

Microrganismo

Diâmetro do Halo (mm)

Escherichia coli ATCC 25922

23 – 29

Staphylococcus aureus ATCC 25923

23 – 29

Técnicas de Diluição

Métodos quantitativos são utilizados para determinar a Concentração Inibitória Mínima (CIM). Deve-se utilizar o método de diluição padronizado pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI), em caldo, ágar ou equivalente.

Os valores de concentração inibitória mínima (CIM) obtidos devem ser interpretados de acordo com os seguintes critérios:

Tabela 3: Cefoxitina Sódica - Resultados da Técnica de Diluição para microrganismos aeróbicosa, b, c

CIM (mcg/mL)

Interpretação

≤ 8

Suscetível

16

Intermediário

≥ 32

Resistente

a - Estafilococos resistentes à meticilina devem ser considerados resistentes à Cefoxitina Sódica. Os resultados do teste in vitro não devem ser considerados.
b - Para testes com Haemophilus influenzae, esses valores são aplicáveis apenas para testes utilizando o HTM (Haemophilus Test Medium).
c - Para testes com estreptococos, esses valores são aplicáveis apenas ao método de microdiluição em caldo ágar de Mueller-Hinton com 5% de sangue de ovelhas desfibrinado e incubado em 5% de CO2.

Um resultado “Suscetível” indica que o patógeno provavelmente será inibido pelos níveis normalmente atingidos em tecidos e fluidos corporais. Um resultado “Intermediário” sugere que o microrganismo deve ser suscetível se for usada uma alta dose ou se a infecção estiver confinada nos tecidos e líquidos onde altos níveis do antibiótico são atingidos. Um resultado “Resistente” indica que as concentrações alcançadas não serão suficientes para inibir o microrganismo e outra terapia deve ser selecionada.

Procedimentos padronizados requerem o uso de cepas-controle de microrganismos (cepas ATCC).

A Cefoxitina Sódica na forma de pó para solução injetável deve produzir os seguintes resultados de CIM:

Tabela 4: Cefoxitina Sódica - Resultados da Técnica de Diluição para teste com cepas ATCC.

Microrganismo

CIM (mcg/mL)

Escherichia coli ATCC 25922

1 – 4

Staphylococcus aureus ATCC 29213

1 – 4

Técnicas Anaeróbicas

Para bactérias anaeróbicas, a suscetibilidade à Cefoxitina Sódica é determinada por métodos padronizados.

Os valores de Concentração Inibitória Mínima (CIM) obtidos devem ser interpretados de acordo com os seguintes critérios:

Tabela 5: Cefoxitina Sódica - Resultados de Técnicas Anaeróbicas para microrganismos anaeróbicos

CIM (mcg/mL)

Interpretação

≤ 16

Suscetível

32

Intermediário

≥ 64

Resistente

Um resultado “Suscetível” indica que o patógeno provavelmente será inibido pelos níveis normalmente atingidos em tecidos e fluidos corporais. Um resultado “Intermediário” sugere que o microrganismo deve ser suscetível se for usada uma alta dose ou se a infecção estiver confinada nos tecidos e líquidos onde altos níveis do antibiótico são atingidos. Um resultado “Resistente” indica que as concentrações alcançadas não serão suficientes para inibir o microrganismo e outra terapia deve ser selecionada.

Procedimentos padronizados requerem o uso de cepas-controle de microrganismos (cepas ATCC).

A Cefoxitina Sódica na forma de pó para solução injetável deve produzir os seguintes resultados de CIM:

Tabela 6: Cefoxitina Sódica - Teste de diluição utilizando o Método de Diluição em Ágara ou o Método de Microdiluição em Caldob para cepas ATCC.

Microrganismo

CIM (mcg/mL)

Bacteroides fragilis ATCC 25285

4 – 16

Bacteroides thetaiotaomicron ATCC 29741

33 – 41

a Faixa aplicável apenas para testes realizados com Ágar sangue Brucella ou Ágar Wilkins-Chalgren.
b Faixa aplicável apenas para testes realizados com o caldo da formulação do Ágar Wilkins-Chalgren.

Fontes consultadas

Fonte: Bula do Profissional do Medicamento Cefoxitina Sódica Blau.

O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 13 de Fevereiro de 2020.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 13 de Fevereiro de 2020.

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