Isturisa
Recordati Rare DiseasesBula do Isturisa
Isturisa® é indicado para o tratamento da Síndrome de Cushing endógena em adultos, uma condição em que o corpo produz o hormônio cortisol em excesso. Quantidades altas de cortisol podem levar a uma variedade de sintomas como ganho de peso (particularmente na cintura), rosto em forma de lua, facilidade de adquirir hematomas, menstruação irregular, excesso de pelos no corpo e no rosto e sensação geral de fraqueza, cansaço ou indisposição.
Isturisa® bloqueia a principal enzima que produz cortisol nas glândulas supra-renais. O efeito é a redução da produção excessiva de cortisol e, como consequência, a melhora dos sintomas da síndrome de Cushing endógena.
Não utilize Isturisa® se você é alérgico à substância ativa fosfato de osilodrostate ou qualquer outro componente do medicamento. Este medicamento é contraindicado para uso por crianças.
Atenção: Contém os corantes óxido de ferro vermelho e óxido de ferro amarelo que podem, eventualmente, causar reações alérgicas.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Utilize Isturisa® exatamente como indicado pelo seu médico.
Isturisa® deve ser utilizado por via oral, com ou sem alimentos.
A dose inicial recomendada é de dois comprimidos de 1mg duas vezes ao dia (a cada 12 horas). Pacientes de ascendência asiática e pacientes com doença hepática podem precisar de uma dose inicial menor.
Após o início do tratamento, seu médico poderá alterar a dose, a depender de sua resposta ao tratamento. A dose máxima recomendada é de 30 mg duas vezes ao dia.
Não interrompa o uso de Isturisa®, a não ser que seu médico diga para fazê-lo. Se o tratamento for interrompido, seus sintomas podem retornar.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Não utilize uma dose dupla para compensar uma dose esquecida. Em vez disso, espere até a hora da próxima dose e a tome no horário programado.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Consulte seu médico antes de utilizar Isturisa®. Informe seu médico se apresentar um distúrbio cardíaco ou um distúrbio de ritmo cardíaco, como batimento cardíaco irregular, incluindo uma condição chamada síndrome do QT prolongado (prolongamento do intervalo QT). Além disso, informe seu médico se possuir doença hepática. Nesses casos, poderá ser necessário ajuste na dose de Isturisa®.
Entre em contato com seu médico imediatamente se apresentar fraqueza, tontura, cansaço, falta de apetite, náusea (sensação de enjoo) ou vômito. A presença de dois ou mais desses sintomas pode indicar um quadro de insuficiência adrenal (baixos níveis de cortisol).
Seu médico solicitará exames de sangue e/ou urina antes do início do tratamento, e regularmente durante o tratamento. Isso será feito para detectar quaisquer possíveis anormalidades em seus níveis de magnésio, cálcio e potássio e para medir seus níveis de cortisol. Dependendo dos resultados, a dose utilizada de Isturisa® poderá ser alterada.
Esse medicamento pode ter um efeito indesejado sobre a função do coração (denominado “prolongamento do intervalo QT”). Portanto, seu médico também verificará esse efeito por meio de um eletrocardiograma (ECG) antes do início e durante o tratamento.
Este medicamento pode aumentar o risco de alteração grave nos batimentos cardíacos, que pode ser potencialmente fatal (morte súbita).
Não tome este medicamento se você tiver uma alteração no coração chamada síndrome congênita de prolongamento do intervalo QT (ou síndrome do QT longo), ou se você já teve algum episódio de ritmo cardíaco anormal, porque pode ser perigoso e provocar alterações do ritmo do coração, inclusive com risco de morte.
Avise seu médico se você tiver bradicardia (diminuição da frequência cardíaca), insuficiência cardíaca ou outras doenças do coração, ou se você souber que tem baixo nível de potássio ou de magnésio no sangue. Avise seu médico se você estiver utilizando outros medicamentos, especialmente medicamentos que causam prolongamento do intervalo QT (alteração do ritmo do coração no eletrocardiograma), medicamentos para arritmia (para corrigir o ritmo do coração) ou medicamentos diuréticos (remédios para eliminar água do corpo).
Se seu quadro de síndrome de Cushing endógena for causado por um tumor benigno (chamado adenoma) na glândula pituitária, seu médico poderá considerar a interrupção do tratamento caso um exame da hipófise demonstre que o adenoma se expandiu para regiões vizinhas.
Gravidez, amamentação e fertilidade
Este medicamento não deve ser usado durante a gravidez ou amamentação, a menos que seu médico tenha aconselhado que o faça. Se estiver grávida ou amamentando, se achar que pode estar grávida ou se estiver planejando ter um bebê, peça orientação ao seu médico antes de utilizar o medicamento.
Mulheres que podem engravidar devem usar um método contraceptivo eficaz durante o tratamento, e, por pelo menos uma semana, após a última dose. Pergunte ao seu médico sobre a necessidade de contracepção antes de começar a tomar Isturisa®.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas
Podem ocorrer tontura e cansaço durante o tratamento com Isturisa®. Não dirija ou opere máquinas se você apresentar esses sintomas.
Como todos os medicamentos, Isturisa® pode causar reações adversas, embora não se manifestem em todas as pessoas.
- Reações muito comuns (ocorrem em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): vômito, náusea (enjôo), diarréia, dor abdominal, cansaço (fadiga), retenção de líquido que leva ao inchaço (edema) principalmente nos tornozelos, exames de sangue anormais (níveis aumentados de testosteona, hormônio adrenocorticotrófico, baixos níveis de potássio), diminuição do apetite, tontura, batimento cardíaco acelerado (taquicardia), mialgia (dor muscular), artralgia (dor nas articulações), dores de cabeça, erupção cutânea, pressão arterial baixa (hipotensão), crescimento excessivo de pelos faciais ou corporais (hirsutismo) e acne.
- Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): sensação de mal-estar, resultados anormais de testes de função hepática e desmaio (síncope).
- Reações adversas graves: Avise seu médico imediatamente se você apresentar um distúrbio cardíaco ou de ritmo cardíaco, como batimento cardiáco acelerado ou irregular mesmo em repouso, palpitações, apagões ou desmaio (isso pode ser um sinal de uma condição chamada prolongamento do intervalo QT, um efeito colateral que pode afetar 1 em cada 10 pessoas).
Avise seu médico imediatamente se você possui dois ou mais desses sintomas:
- Fraqueza, tontura, cansaço (fadiga), falta de apetite, náusea (enjoo), vômito. Isso pode indicar que você tem insuficiência adrenal (baixos níveis de cortisol), um efeito colateral que pode afetar mais de 1 em cada 10 pessoas. A insuficiência adrenal ocorre quando o Isturisa® reduz a quantidade de cortisol. É mais provável que essa redução ocorra durante períodos de maior estresse. Seu médico corrigirá isso usando um medicamento hormonal ou ajustando a dose de Isturisa®.
Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, informe seu médico ou cirurgião-dentista.
Idosos
Não há evidências que sugiram que ajuste de dose é necessário para pacientes com mais de 65 anos de idade. No entanto, os dados sobre o uso de fosfato de osilodrostate nessa população são limitados, e Isturisa® deve ser utilizado com precaução.
Crianças
Este medicamento não é recomendado para pacientes com menos de 18 anos de idade. A segurança e a eficácia de Isturisa® em pacientes com menos de 18 anos de idade não foram avaliadas.
Comprimidos revestidos 1 mg e 5 mg
Embalagem com 60 comprimidos.
Uso oral.
Uso adulto.
Cada comprimido revestido de 1 mg contém:
1,431 mg de fosfato de osilodrostate (equivalente a 1 mg de osilodrostate).
Excipientes: celulose microcristalina, manitol, estearato de magnésio, dióxido de silício e croscarmelose sódica.
Revestimento: hipromelose, dióxido de titânio, macrogol e talco.
Contém óxido de ferro amarelo e óxido de ferro vermelho.
Contém corante.
Cada comprimido revestido de 5 mg contém:
7,155 mg de fosfato de osilodrostate (equivalente a 5 mg de osilodrostate).
Excipientes: celulose microcristalina, manitol, estearato de magnésio, dióxido de silício e croscarmelose sódica.
Revestimento: hipromelose, dióxido de titânio, macrogol e talco.
Contém óxido de ferro amarelo.
Contém corante.
Não utilize Isturisa® em doses maiores que a recomendada. Caso isso ocorra, entre em contato com um médico ou hospital para obter orientação imediatamente. Pode ser necessário tratamento médico.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Informe ao seu médico se estiver utilizando, utilizado recentemente ou se vier a utilizar qualquer outro medicamento.
É particularmente importante que seja mencionado qualquer um dos seguintes medicamentos:
- Medicamentos que podem ter um efeito indesejado sobre a função do coração (chamado prolongamento do intervalo QT). Esses incluem medicamentos usados para ritmo cardíaco anormal, como quinidina, sotalol e amiodarona; medicamentos usados para alergias (anti-histamínicos); antidepressivos, como a amitriptilina e medicamentos para transtornos mentais (antipsicóticos); antibióticos, incluindo os seguintes tipos: macrolídeos, fluoroquinolonas ou imidazol; e outros medicamentos para a doença de Cushing (pasireotida e cetoconazol).
- Teofilina (usada para tratar problemas respiratórios) ou tizanidina (usada para tratar dores musculares e cãibras musculares).
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para sua saúde.
Resultados da Eficácia
Dados de segurança pré-clínicos
Toxicidade de dose repetida
Em estudos de toxicidade de dose repetida realizados em camundongos, ratos e cães, observou-se que o sistema nervoso central, o fígado, órgãos reprodutivos femininos e a glândula adrenal foram os principais órgãos-alvo. O NOAEL para efeitos hepáticos, nos órgãos reprodutivos e adrenais em estudos de longo prazo (26 e 39 semanas) foi de pelo menos quatro vezes a exposição clínica humana com base na AUC. Foram observados achados referentes ao sistema nervoso central (agressão, hipersensibilidade ao toque e aumento ou diminuição da atividade) em ratos, camundongos e cães. O NOAEL para os efeitos no sistema nervoso central foi aproximadamente 2 vezes a Cmax livre humana, com base nas espécies mais sensíveis.
Carcinogenicidade e mutagenicidade
Ensaios de genotoxicidade conduzidos in vitro em sistemas bacterianos e in vitro e in vivo em sistemas mamíferos, com e sem ativação metabólica, não indicam um risco relevante em humanos. Em estudos de carcinogenicidade em ratos e camundongos, observou-se um aumento na incidência de adenoma/carcinoma hepatocelular (em doses mais baixas em machos do que em fêmeas) e alterações neoplásicas de adenoma/carcinoma folicular da tireoide (apenas em ratos machos). Essas descobertas são, provavelmente, específicas de roedores e não são consideradas relevantes para os humanos.
Fertilidade e toxicidade reprodutiva
Estudos reprodutivos em coelhos e ratos demonstraram embriotoxicidade, fetotoxicidade (aumento de reabsorções e diminuição da viabilidade fetal, diminuição do peso fetal, malformações externas e variações viscerais e esqueléticas) e teratogenicidade, em doses tóxicas para a mãe. O NOAEL foi 10 vezes a exposição humana (AUC) em um estudo de desenvolvimento pré e pós-natal, e de 8 a 73 vezes a exposição humana (AUC) em um estudo de fertilidade em ratos e desenvolvimento embrionário inicial. O NOAEL materno e fetal no estudo de desenvolvimento embrionário fetal em coelhos foi 0,6 vezes a exposição humana (AUC).
Toxicidade juvenil
Os resultados nos estudos de toxicidade em ratos jovens foram, em grande parte, consistentes com os observados nos estudos em ratos adultos. Foi observada maturação sexual retardada em doses elevadas, sem efeitos no desempenho reprodutivo global ou parâmetros após um período de recuperação de 6 semanas. Não houve efeitos no crescimento ósseo longo ou desempenho comportamental.
Eficácia e segurança clínica
A eficácia e segurança de fosfato de osilodrostate em pacientes com a síndrome de Cushing endógena em adultos foram avaliadas em dois estudos de fase III multicêntricos (estudos C2301 e C2302).
O estudo C2301 é um estudo de retirada randomizada (RW), e o estudo C2302 é duplo-cego, randomizado de fosfato de osilodrostate em comparação com placebo.
Estudo C2301
O estudo C2301 consistiu em um período de 26 semanas de tratamento aberto de braço único com fosfato de osilodrostate, seguido de um período de retirada randomizada duplo-cego de 8 semanas, no qual os pacientes foram randomizados na proporção de 1:1 para receberem fosfato de osilodrostate ou placebo, e um período subsequente de 14 semanas de tratamento aberto com fosfato de osilodrostate. Os pacientes que mantiveram o benefício clínico com o fosfato de osilodrostate poderiam continuar num período de extensão de longo prazo até que o último paciente atingisse a semana 72, a fim de coletar mais dados de eficácia e segurança.
Os critérios de elegibilidade incluíram a Doença de Cushing (com confirmação da fonte pituitária do excesso de hormônio adrenocorticotrófico) e um valor médio de cortisol livre na urina (mUFC, derivado de três coletas de urina de 24 horas) maior que 1,5 vezes o valor de referência máximo durante a triagem.
Um total de 137 pacientes adultos foram envolvidos. A idade média dos pacientes foi de 41,2 anos, e a maioria eram mulheres (77%). Sete pacientes possuíam idade igual ou superior à 65 anos. A terapia prévia incluiu cirurgia hipofisária em 88% dos pacientes e terapia medicamentosa em 75% dos pacientes. Os níveis médio e mediano de mUFC na linha de base foram de 1006,0 nmol/24h (7 x ULN) e 476,4 nmol/24h (3 x ULN), respectivamente (ULN: 138 nmol/24h). As comorbidades na linha de base incluíram hipertensão (67,9% dos pacientes), obesidade (29,9%), diabetes mellitus (21,9%), e osteoporose (27,7%).
Os pacientes receberam uma dose inicial de 2mg de fosfato de osilodrostate duas vezes ao dia, e a dose poderia ser ajustada de acordo com a resposta individual e tolerabilidade de cada paciente durante um período inicial de 12 semanas. Pacientes que não tiveram mais aumentos de dose durante as 12 semanas seguintes, e com mUFC ≤ULN na semana 24, foram randomizados em uma proporção de 1:1 na semana 26 para receber fosfato de osilodrostate ou placebo por 8 semanas (período de retirada randomizado duplo-cego), seguido pela administração de fosfato de osilodrostate durante o restante do estudo. Na semana 26, 71 pacientes foram randomizados em uma proporção 1:1 para continuar recebendo fosfato de osilodrostate (n=36), ou para passar a receber placebo (n=35). Os pacientes que não foram elegíveis para a randomização na semana 24 (n=47) continuaram em tratamento aberto com fosfato de osilodrostate. Dezenove pacientes foram descontinuados antes da semana 26. 113 pacientes completaram a semana 48, e 106 pacientes entraram na fase de extensão. Outros 8 pacientes descontinuaram entre a semana 48 e a semana 72.
O desfecho primário do estudo era comparar a proporção de pacientes que apresentaram resposta completa na semana 34 (final do período de descontinuação randomizada de 8 semanas) entre pacientes randomizados para continuar o tratamento ativo e placebo. Para o desfecho primário, uma resposta completa foi definida como valor de mUFC ≤ULN na semana 34. Pacientes que tiveram sua dose aumentada durante o período de descontinuação randomizada ou que descontinuaram o tratamento randomizado foram considerados como não respondedores. O desfecho secundário principal foi a avaliação da taxa de resposta completa na semana 24. Os pacientes que tiveram aumento na dose entre as semanas 12 e 24 e pacientes sem avaliação válida de mUFC na semana 24 foram considerados como não respondedores para o desfecho secundário principal.
Resultados
O estudo C2301 atingiu seus desfechos primários e secundários principais (Tabela 1). Os níveis de mUFC diminuíram para 62,5 nmol/24h (-84,1% em relação ao valor inicial, n=125) na semana 12, para 75,5 nmol/24h (-82,3%, n=125) na semana 24 e para 63,3 nmol/24h (-87,9%, n=108) na semana 48 e para 64 nmol/24h (-86,6%, n=96) na semana 72.
O tempo médio para a primeira mUFC normal, com o escalonamento de dose usado no estudo, foi de 41 dias.
Tabela 1 – Resultados principais: Estudo de Fase III em pacientes com doença de Cushing (estudo C2301)
- | Fosfato de osilodrostate n=36 | Placebo n=34 | - |
Desfecho primário: Proporção de respondedores no final do período de retirada aleatória (semana 34) n (%) (IC 95%) | 31 (86,1) (70,5, 95,3) | 10 (29,4) (15,1, 47,5) | - |
Diferença na taxa de resposta Razão de probabilidade (odds ratio): fosfato de osilodrostate vs. Placebo | 13,7 (3,7, 53,4) Valor de p bilateral <0,001 | - | |
Desfechos secundários | Todos os pacientes N=137 | ||
Desfecho secundário principal: Proporção de pacientes com mUFC ≤ULN na semana 24 e sem aumento da dose após a semana 12 (IC 95%) | 72 (52,6%) (43,9, 61,1) | ||
Taxa de resposta completa de mUFC (mUFC ≤ULN) na semana 48 (IC 95%)) | 91 (66,4%) (57,9, 74,3) | ||
Taxa de resposta completa de mUFC (mUFC ≤ULN) na semana 72 (IC 95%) | 86 (62.8%) (54.1, 70.9) |
mUFC: cortisol livre urinário médio; ULN: limite superior normal; IC: intervalo de confiança; resposta: mUFC ≤ULN.
Foram observadas melhorias nos parâmetros cardiovasculares e metabólicos (Tabela 2) e 85,6% dos pacientes com avaliações disponíveis mostraram uma melhoria em pelo menos uma característica física da doença de Cushing na semana 48. Com o acompanhamento mais longo, mantiveram-se as melhoras dos parâmetros cardiovasculares e metabólicos e as características físicas da doença de Cushing.
Tabela 2 – Parâmetros cardiovasculares e metabólicos
- | Estado inicial | Semana 24 | Semana 48 |
Pressão arterial sistólica (mmHg) | 132,2 | 124,9 (-4,1%) | 121,7 (-6,8%) |
Pressão arterial diastólica (mmHg) | 85,3 | 81,0 (-3,8%) | 78,9 (-6,6%) |
Peso corporal (kg) | 80,8 | 77,3 (-3,0%) | 75,5 (-4,6%) |
Circunferência da cintura (cm) | 103,4 | 99,1 (-2,6%) | 97,4 (-4,2%) |
“Hemoglobina glicada (%) | 6,0 | 5,6 (-4,6%) | 5,6 (-5,4%) |
O tratamento com fosfato de osilodrostate também resultou em uma melhora nos resultados relatados pelos pacientes. Foram observadas melhorias em relação ao valor inicial acima da diferença mínima importante (MID) estabelecida para a pontuação de qualidade de vida (QoL) em Cushing (pontuação total, subescala de Problemas Físicos e subescala de Questões Psicossociais), índice de utilidade EQ-5D e pontuações no BDI-II (depressão). A pontuação média total do Cushing QoL melhorou de 42,2 no valor inicial para 58,3 (+14,1; aumento de +52,4% em relação ao valor inicial) na semana 48. As melhorias observadas durante a fase principal foram mantidas durante a fase de extensão.
Estudo C2302
O estudo C2302 utilizou um desenho duplo-cego e controlado por placebo em 74 pacientes adultos (dos quais 73 foram tratados) com doença de Cushing (DC). O estudo foi composto por uma fase central de 12 semanas de um período duplo-cego, controlado por placebo, seguido por um período de tratamento aberto de 36 semanas com fosfato de osilodrostate. Os critérios de elegibilidade incluíram um valor médio de cortisol livre urinário (mUFC, derivado de três coletas de urina de 24 horas) maior que 1,3 vezes o limite superior da normalidade (ULN=138 nmol/24h) na triagem e uma confirmação da fonte hipofisária do excesso de hormônio adrenocorticotrópico (ACTH).
A idade média dos pacientes incluídos foi de 41,2 anos, e 84% deles eram do sexo feminino. No geral, 87,7% haviam sido submetidos a cirurgia antes do início do estudo e 12,3% dos pacientes haviam recebido radioterapia antes do início do estudo. As seguintes comorbidades relevantes foram relatadas no histórico médico dos pacientes incluídos: hipertensão (61,6%), obesidade (13,7%), diabetes mellitus (11,0%) e osteoporose (26,0%). Os níveis medianos e médios de mUFC na linha de base foram 340,3 nmol/24h (2,5 x ULN) e 431,7 nmol/24h (3 x ULN), respectivamente.
Na linha de base, os pacientes foram alocados aleatoriamente de forma 2:1 para receber fosfato de osilodrostate 2 mg duas vezes ao dia ou placebo correspondente; a dose poderia ser aumentada gradualmente em intervalos de 3 semanas até 20 mg duas vezes ao dia. Ao final do período randomizado duplo-cego de 12 semanas, todos os pacientes foram tratados abertamente com fosfato de osilodrostate. A dose inicial foi de 2 mg duas vezes ao dia. Os pacientes que receberam uma dose diária <2 mg duas vezes ao dia durante as 12 semanas da fase duplo-cega, randomizada e controlada por placebo, continuaram com sua última dose do Período 1, independentemente do tratamento.
O desfecho primário do estudo foi comparar a proporção de respondedores completos (mUFC< ULN) no final do período de 12 semanas controlado por placebo entre os pacientes randomizados para fosfato de osilodrostate e os randomizados para placebo. Os pacientes que interromperam o tratamento randomizado ou descontinuaram o estudo durante o período controlado por placebo foram considerados não respondedores. O principal desfecho secundário foi avaliar a proporção de respondedores completos em ambos os braços combinados na semana 36 (mUFC< ULN) em pacientes que receberam fosfato de osilodrostate. As reduções de dose e as interrupções temporárias de dose por motivos de segurança não impediram que os pacientes fossem contados como respondedores completos para o principal desfecho secundário.
Resultados
No estudo C2302, o desfecho primário de eficácia (proporção de respondedores completos no final do período de 12 semanas controlado por placebo) foi atingido.
Tabela 3 – Resultados do desfecho primário – Estudo de fase III (C2302)
- | Fosfato de osilodrostate N=48 | Placebo N=25 | - |
Desfecho primário: Taxa de resposta completa no final do período de 12 semanas controlado por placebo (95% CI*) | 37 (77.1) (70.5, 95.3) | 2 (8.0) (15.1, 47.5) | - |
Diferença na taxa de resposta Razão de probabilidade (odds ratio): fosfato de osilodrostate vs. Placebo | 43.4 (7.1, 343.2) valor de p bilateral < 0.0001 | - | |
Desfechos secundários | Todos os pacientes N=73 | ||
Desfecho secundário principal: Proporção de resposta completa após 36 semanas de tratamento com fosfato de osilodrostate em ambos os braços combinados (IC 95%) | 59/73 (80.8%) (69.9, 89.1) |
mUFC: cortisol livre urinário médio; ULN: limite superior do normal; IC: intervalo de confiança; resposta: mUFC ≤ULN.
De modo geral, a mUFC diminuiu consistentemente durante o tratamento com fosfato de osilodrostate. A mUFC mediana foi reduzida de 342,2 nmol/24h (2,5 x ULN) na linha de base para 49,2 nmol/24h (0,4xULN; alteração da linha de base -83,6%) na semana 12 em pacientes tratados com fosfato de osilodrostate, enquanto a mUFC mediana dos pacientes com placebo passou de 297,6 nmol/24h (2,2 x ULN) na linha de base para 305,5 nmol/24h (2,2 x ULN; alteração da linha de base +4,5%).
O tempo médio para a primeira mUFC normal, com o escalonamento de dose usado no estudo, foi de 35 dias em pacientes tratados com fosfato de osilodrostate.
O tratamento com fosfato de osilodrostate demonstrou uma melhora nos parâmetros clínicos e metabólicos relacionados ao sistema cardiovascular (por exemplo, glicemia em jejum, pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), peso e circunferência da cintura) associados à DC. A melhora nesses parâmetros já foi observada no final do período controlado por placebo (semana 12) e mantida durante o período de tratamento aberto (semana 12 a 48).
Durante o período controlado por placebo, houve uma tendência de mais pacientes no braço que recebeu fosfato de osilodrostate apresentarem melhora nas características físicas da DC em relação ao grupo que recebeu placebo. As exceções foram nos domínios de rubor facial, estrias e atrofia muscular proximal.
Outras causas da síndrome de Cushing (SC)
A eficácia do fosfato de osilodrostate também foi avaliada em nove pacientes adultos japoneses com outras causas da síndrome de Cushing (adenoma adrenal, síndrome da corticotropina ectópica e hiperplasia adrenal macronodular independente de ACTH; estudo C1201). Na semana 12 (desfecho primário), uma resposta completa (mUFC ≤ ULN) foi observada em 6 pacientes (66,7%) e uma resposta parcial (diminuição do mUFC em pelo menos 50%) em um paciente adicional (11,1%). A dose média utilizada no estudo foi de 2,6 mg/dia (faixa de 1,3-7,5 mg/dia). A duração média do tratamento neste estudo foi de 24 semanas, e a exposição de longo prazo foi limitada.
Características Farmacológicas
Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: anti-corticoesteroides.
Código ATC: H02CA02.
Mecanismo de ação
Fosfato de osilodroste é um inibidor da síntese de cortisol, e age inibindo a enzima 11β-hidroxilase (CYP11B1), responsável pela etapa final da biossíntese do cortisol na glândula adrenal.
A inibição da CYP11B1 está associada à acumulação de precursores, como o 11-desoxicortisol, e à aceleração da biossíntese adrenal, incluindo andrógenos. Na doença de Cushing, a redução na concentração de cortisol plasmático também estimula a secreção de ACTH, através do mecanismo de feedback, o qual acelera a biossíntese de esteroides.
Efeitos farmacodinâmicos
Em um estudo completo de intervalo QT (n=86 voluntários saudáveis, homens e mulheres) com fosfato de osilodrostate, as diferenças máximas na duração do intervalo QTcF em relação ao placebo foram de 1,73 ms (IC 90%: 0,15, 3,31) na dose de 10 mg e de 25,38 ms (IC 90%: 23,53, 27,22) em uma dose supraterapêutica de 150 mg. Com base na interpolação desses resultados, estima-se que o prolongamento máximo médio na dose mais alta recomendada de 30 mg seja de +5,3 ms.
Propriedades farmacocinéticas
Absorção
Fosfato de osilodrostate é um composto altamente solúvel e permeável (BCS classe 1). É rapidamente absorvido (tmax de aproximadamente 1 h), e supõe-se que a absorção oral em humanos seja quase completa. A estabilidade é atingida no dia 2.
A co-administração de Fosfato de Osilodrostate com alimento não afetou a absorção numa escala clinicamente significativa. Em um estudo com voluntários saudáveis (n=20), a administração de uma única dose de 30 mg de fosfato de osilodrostate com uma refeição rica em gordura resultou em uma redução modesta da AUC (área sob a curva) e Cmax (concentração máxima) em 11% e 21%, respectivamente, e o tmax (tempo para alcançar a concentração máxima) mediano foi atrasado de 1 para 2,5 horas.
Não foi observado acúmulo clinicamente relevante em estudos clínicos. Foi estimada uma taxa de acumulação de 1,3 para a faixa de dose de 2 a 30 mg.
Distribuição
O volume aparente médio de distribuição do fosfato de osilodrostate é de, aproximadamente, 100 litros. A ligação proteica do fosfato de osilodrostate e de seu principal metabólito M34.5 é baixa (menos de 40%) e independente da concentração. A razão entre a concentração de fosfato de osilodrostate no sangue e no plasma é de 0,85. O fosfato de osilodrostate não é um substrato para os transportadores OATP1B1 ou OATP1B3.
Biotransformação
Em um estudo ADME humano em indivíduos saudáveis após a administração de uma dose única de 50 mg de [14C]-osilodrostate, o metabolismo foi considerado sua via de depuração mais importante, já que cerca de 80% da dose foi excretada na forma de metabólitos. Os três principais metabólitos no plasma (M34.5, M16.5 e M24.9) representam 51%, 9% e 7% da dose, respectivamente. Ambos M34.5 e M24.9 possuem meia-vida maior que o osilodrostate, e espera-se algum acúmulo com a dosagem duas vezes ao dia. Foi constatada uma diminuição na contribuição do fosfato de osilodrostate para a área sob a curva de radioatividade (AUC) ao longo do tempo após a dose, o que ocorreu em paralelo com um aumento correspondente na contribuição de M34.5.
Treze metabólitos foram caracterizados na urina, sendo os três principais: M16.5, M22 (um glucuronídeo de M34.5) e M24.9, com 17%, 13% e 11% da dose, respectivamente. A formação do metabólito M16.5 (N-glucuronídeo direto), majoritário na urina, foi catalisada pela UGT1A4, 2B7 e 2B10. Menos de 1% da dose foi excretada como M34.5 (osilodrostate di-oxigenado) na urina, mas 13% da dose foi identificada como M22 (glucuronídeo M34.5). A formação de M34.5 não foi mediada pela CYP.
Múltiplas enzimas CYP e UDP glicuronosiltransferases (UGT) participam do metabolismo do osilodrostate, e nenhuma enzima isolada contribui com mais de 25% da depuração total. As principais enzimas CYP envolvidas no metabolismo do fosfato de osilodrostate são CYP3A4, 2B6 e 2D6. A contribuição total das enzimas CYP é de 26%; das enzimas UGT, 19%; foi demonstrado que o metabolismo mediado por outras vias além de CYP e UGT contribuem com aproximadamente 50% da depuração total. Além disso, fosfato de osilodrostate apresentou uma alta permeabilidade intrínseca, baixa taxa de efluxo e impacto modesto dos inibidores sobre a taxa de efluxo in vitro. Isso sugere que o potencial para interações clínicas interações medicamentosas clínicas com produtos medicinais administrados concomitantemente que inibem transportadores ou uma única enzima CYP ou UGT é baixo. Os dados in vitro indicam que os metabólitos não contribuem para o efeito farmacológico do fosfato de osilodrostate.
Eliminação
A meia-vida de eliminação do fosfato de osilodrostate é de aproximadamente 4 horas. Num estudo ADME, a maioria da dose radioativa de fosfato de osilodrostate (91%) foi eliminada na urina, com apenas a menor parte eliminada nas fezes (1,6% da dose). A pequena percentagem da dose eliminada na urina como fosfato de osilodrostate inalterado (5,2%) indica que o metabolismo é a principal via de eliminação em humanos.
Linearidade/ Não linearidade
A exposição (AUCinf e Cmax) aumentou de forma mais do que proporcional à dose dentro da faixa de dose terapêutica.
Interação medicamentosa
Dados in vitro indicam que nem o fosfato de osilodrostate nem o seu principal metabólito M34.5 inibem as seguintes enzimas e transportadores em concentrações clinicamente relevantes: CYP2A6, CYP2C8, CYP2C9, UGT2B7, P-gp, BCRP, BSEP, MRP2, OATP1B3 e MATE2-K. Uma vez que a exposição a M34.5 ainda não foi determinada após doses repetidas, a relevância clínica dos resultados das interações medicamentosas in vitro para M34.5 é desconhecida.
Comprometimento hepático
Em um estudo de Fase I com 33 indivíduos com diferentes graus de função hepática, utilizando uma dose única de 30 mg de fosfato de osilodrostate, a AUCinf (área sob a curva extrapolada até o infinito) foi 1,4 e 2,7 vezes maior nos grupos com comprometimento hepático moderado (Child-Pugh B) e grave (Child-Pugh C), respectivamente. A Cmax (concentração máxima) foi 15% e 20% menor nos grupos com comprometimento hepático moderado e grave. A meia-vida terminal aumentou para 9,3 horas e 19,5 horas nos grupos com comprometimento hepático moderado e grave, respectivamente. O comprometimento hepático leve (Child-Pugh A) não influenciou significativamente a exposição. A taxa de absorção não foi afetada pelo grau de comprometimento hepático.
Comprometimento renal
Em um estudo de Fase I com 15 indivíduos com diferentes graus de função renal, utilizando uma dose única de 30 mg de fosfato de osilodrostate, foi observada exposição sistêmica comparável em indivíduos com comprometimento renal grave, doença renal em estágio final e função renal normal.
Idade e gênero
A idade e o gênero não tiveram impacto significativo na exposição ao fosfato de osilodrostate em adultos. O número de pacientes idosos nos estudos clínicos foi limitado.
Raça/etnia e peso corporal
A biodisponibilidade relativa foi aproximadamente 20% maior em pacientes asiáticos em comparação com outras etnias. O peso corporal não foi considerado um determinante importante dessa diferença.
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Dose | 1mg | 5mg |
Forma Farmacêutica | Comprimido revestido | Comprimido revestido |
Quantidade na embalagem | 60 Unidades | 60 Unidades |
Modo de uso | Uso oral | Uso oral |
Substância ativa | Fosfato de Osilodrostate | Fosfato de Osilodrostate |
Pode partir? | Este medicamento não pode ser partido | Este medicamento não pode ser partido |
Registro Anvisa | 1712600090012 | 1712600090020 |
Precisa de receita | Sim, precisa de receita | Sim, precisa de receita |
Tipo da Receita | Branca Comum (Venda Sob Prescrição Médica) | Branca Comum (Venda Sob Prescrição Médica) |
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