Lisodren 500mg, caixa com 100 comprimidos
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Bula do Lisodren
Lisodren é indicado no tratamento de carcinoma (tumor maligno) do córtex da glândula adrenal, quando não há possibilidade de operação, seja o tumor do tipo funcional ou não funcional.
Lisodren é um medicamento tóxico para as células da adrenal, embora possa provocar inibição sem destruição aparente das suas células. Seu modo de ação é desconhecido. Segundo os dados disponíveis, sugere-se que este medicamento modifique o metabolismo de esteroides (substâncias produzidas pela adrenal) e impeça o funcionamento do córtex da glândula adrenal.
Lisodren não deve ser utilizado por indivíduos que já tenham apresentado hipersensibilidade (alergia) ao mitotano ou a outros componentes da fórmula deste medicamento.
Este medicamento deve ser usado por via oral.
Para segurança e eficácia desta apresentação, Lisodren não deve ser administrado por vias não recomendadas. A administração deve ser somente pela via oral.
O esquema recomendado de tratamento é iniciar com 2 a 6 gramas de Lisodren por dia, em doses divididas, 3 ou 4 vezes ao dia. As doses são geralmente aumentadas de forma gradual até 9 a 10 gramas por dia. Se surgirem efeitos colaterais graves, a dose deverá ser reduzida até que seja atingida a dose máxima tolerada. Caso seja possível tolerar doses mais elevadas, e se neste caso houver uma resposta clínica melhor, a dose deverá ser aumentada dentro do intervalo terapêutico (ver abaixo) até toxicidade inaceitável.
A dose máxima tolerada varia de 2 a 16 gramas por dia, mas tem sido normalmente de 9 a 10 gramas por dia. As doses mais altas já utilizadas em estudos clínicos foram de 18 a 19 gramas por dia.
Ajuste da dose, monitoramento e interrupção
A dose deve ser ajustada para ser atingida a janela terapêutica (faixa plasmática aceitável na qual os resultados terapêuticos são positivos - concentrações plasmáticas de mitotano entre 14 e 20 mg/L), o que garante eficácia ótima de Lisodren com segurança aceitável. Toxicidade neurológica grave tem sido relatada com concentrações de mitotano acima de 20 mg/L e, por conseguinte, esse limite não deve ser excedido. As concentrações plasmáticas de mitotano (quantidade de mitotano no sangue) devem ser medidas em intervalos regulares (por exemplo, após cada ajuste da dose), até que o intervalo de concentração-alvo seja atingido, normalmente dentro de 3 a 5 meses. Por causa do acúmulo tecidual, os níveis plasmáticos de mitotano devem ser monitorados regularmente (por exemplo, mensalmente) uma vez que a dose de manutenção seja atingida.
Se ocorrerem efeitos tóxicos na vigência de níveis plasmáticos de mitotano (quantidade de mitotano no sangue) acima de 20 mg/L, o tratamento deve ser suspenso e reiniciado quando os níveis plasmáticos estiverem dentro do intervalo terapêutico. Se ocorrerem efeitos tóxicos inaceitáveis na vigência de níveis plasmáticos de mitotano dentro da janela terapêutica (faixa plasmática aceitável na qual os resultados terapêuticos são positivos), a dose deve ser reduzida até que uma dose máxima tolerada seja atingida. Os ajustes de dose não produzem mudanças imediatas nos níveis plasmáticos de mitotano. Devido à meia-vida prolongada, concentrações séricas (no sangue) significativas podem persistir. Assim, a monitorização regular (por exemplo, de dois em dois meses) dos níveis plasmáticos de mitotano é necessária após a interrupção do tratamento.
O tratamento deve ser realizado no hospital até que seja atingida uma dosagem estável.
O tratamento deve continuar enquanto forem observados benefícios clínicos. A manutenção da condição clínica ou a diminuição do crescimento de lesões metastáticas (tumores) podem ser consideradas como benefícios clínicos caso estes possam ser comprovados.
A rápida descoberta da doença e o início rápido ao tratamento aumentam as chances de resposta positiva. A eficácia do tratamento pode ser demonstrada pela redução dos sinais e sintomas causados pela produção excessiva de esteroides pelo tumor.
Em alguns casos, pacientes foram tratados de forma intermitente (com interrupções no tratamento) e ao reaparecerem os sintomas graves o tratamento foi retomado. É comum não acontecer resposta ao tratamento após seu terceiro ou quarto ciclo. De acordo com a experiência nesta área, sugere-se que o melhor tratamento é o contínuo, com a máxima dosagem possível de Lisodren.
Idosos
Em geral, deve-se ter cuidado ao escolher a dose para um paciente idoso. Usualmente, deve-se iniciar o tratamento com a menor dose recomendada, devido a maior ocorrência de disfunção hepática, renal ou cardíaca (problemas no fígado, rins ou coração), doenças associadas e uso de vários medicamentos em conjunto nestes pacientes.
Pacientes pediátricos
A segurança e a eficácia em pacientes pediátricos não foram estabelecidas. A posologia de Lisodren para pacientes pediátricos não foi devidamente caracterizada.
Manipulação e descarte
Devem ser considerados os procedimentos adequados relacionados ao manuseio e descarte de medicamentos antineoplásicos como Lisodren.
Não existe um acordo geral que institua que todos os procedimentos recomendados nos guias sejam necessários ou apropriados.
Para diminuir o risco de exposição da pele, é recomendável sempre utilizar luvas impermeáveis para manusear frascos contendo Lisodren. Isto inclui todas as atividades de manuseio em clínicas, farmácias, estoques e em situações de cuidados domiciliares, incluindo a abertura da embalagem e inspeção, transporte e preparação da dose e administração.
Deve-se evitar entrar em contato com comprimidos esmagados e/ou quebrados. Se o contato com comprimidos quebrados ocorrer, deve-se lavar toda a região imediatamente.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento de seu médico.
Este medicamento precisa ser usado em uma programação regular. Se você esquecer uma dose, fale com o seu médico, com o seu cuidador de saúde domiciliar, ou com a clínica onde você recebe seu tratamento para obter as instruções.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico.
Lisodren deve ser utilizado com a supervisão de um médico qualificado e experiente no uso de medicamentos quimioterápicos contra o câncer.
Choque, trauma grave
Lisodren deve ser interrompido temporariamente de forma imediata após choque (situação clínica grave e de risco à vida, como infecção muito grave) ou trauma grave (como acidentes ou ferimentos graves), uma vez que o medicamento impede o funcionamento adequado da glândula adrenal. Neste caso, pode-se repor artificialmente os hormônios que o córtex adrenal produz, uma vez que a glândula deprimida poderá não iniciar imediatamente a liberação hormonal.
Antes de iniciar o tratamento
Todo tumor existente, se possível, deverá ser cirurgicamente removido antes de ser instituída a administração de Lisodren. Isto é necessário para minimizar a possibilidade de infarto e hemorragia no tumor devido ao rápido efeito citotóxico do medicamento.
Disfunção hepática (do fígado)
Lisodren deve ser administrado com cuidado a pacientes com outras doenças no fígado que não sejam por lesões metastáticas (implantes do tumor em diversos órgãos) do tumor da adrenal, visto que o metabolismo de Lisodren pode sofrer interferência e o medicamento poderá se acumular, ficando em maior quantidade no organismo.
Monitoramento dos níveis plasmáticos
Os níveis plasmáticos de mitotano (quantidade de mitotano no sangue) devem ser monitorados a fim de ajustar a dose, especialmente se altas doses iniciais forem consideradas necessárias. Os ajustes de dose podem ser necessários para atingir os níveis terapêuticos desejados, que são entre 14 e 20 mg/L (faixa plasmática aceitável na qual os resultados terapêuticos são positivos) e evitar reações adversas específicas.
Distúrbios do sistema nervoso central
O uso de Lisodren poderá levar a problemas cerebrais e comprometimento de função, o que pode ser reversível após sua interrupção. Avaliações de comportamento e neurológicas devem ser feitas a intervalos regulares, especialmente quando os níveis plasmáticos de mitotano (quantidade de mitotano no sangue) excederem os 20 mg/L.
Hipogonadismo
Foi descrito hipogonadismo em homens, com sintomas como desenvolvimento das mamas, diminuição da libido, disfunção erétil e distúrbios de fertilidade.
Macrocistos no ovário em mulheres na pré-menopausa
Macrocistos no ovário foram observados com maior incidência em mulheres na pré-menopausa. Casos isolados de cistos complicados foram reportados. Uma melhora foi observada com a descontinuação do mitotano. Mulheres devem procurar com urgência aconselhamento médico se apresentarem sintomas ginecológicos, como sangramento e/ou dor pélvica.
Risco de insuficiência adrenal
Lisodren modifica o metabolismo de esteroides exógenos (hormônios que têm origem fora do nosso organismo) resultando em uma porcentagem significativa de pacientes com sinais de insuficiência adrenal (redução da atividade da glândula adrenal). Nestes pacientes, a terapia de reposição de esteroides deve ser considerada, sob acompanhamento médico. Já que Lisodren aumenta a ligação de hormônios a proteínas, os níveis de cortisol e corticotropina (ACTH) livres (certos tipos de hormônios) devem ser monitorados para se determinar a dose ótima de reposição de esteroides. Portanto, uma dose ligeiramente maior do que a terapia de reposição normal poderá ser necessária.
Acúmulo de mitotano nos tecidos
Mitotano pode se acumular no tecido adiposo (tecido especializado no armazenamento de gordura), o que pode resultar em prolongamento da meia-vida plasmática (intervalo de tempo no qual a concentração de mitotano no sangue se reduz à metade). Consequentemente, apesar da dose de Lisodren permanecer constante, os níveis de mitotano no sangue podem aumentar. Portanto, o monitoramento regular dos níveis de mitotano no sangue é necessário após a dose de manutenção ter sido estabelecida (por exemplo, mensalmente). O monitoramento deve continuar após a interrupção do tratamento (por exemplo, a cada dois meses), já que a liberação prolongada de mitotano pode ocorrer. Monitoramento rigoroso dos níveis plasmáticos de mitotano é recomendado no tratamento de pacientes com excesso de peso e pacientes com perda de peso recente (por exemplo, a cada duas semanas).
Tempo de sangramento
Tempo de sangramento prolongado (uma situação que pode aumentar o risco de hemorragias) tem sido relatado em pacientes tratados com Lisodren, o que deve ser levado em conta quando uma cirurgia for considerada.
Substâncias metabolizadas através do citocromo P-450
Mitotano tem uma meia-vida longa (intervalo de tempo no qual a concentração de mitotano no sangue se reduz a metade) e é um indutor das enzimas hepáticas do citocromo P-450 (enzimas presentes no fígado envolvidas na metabolização de vários compostos de origem endógena e exógena). A indução enzimática deve persistir após a interrupção do tratamento com mitotano. Medicamentos metabolizados pelas enzimas do citocromo P-450 devem ser utilizados com cautela e a dose deve ser ajustada, conforme o caso, quando coadministrados com mitotano e por um período de, aproximadamente, 6 meses após a interrupção do tratamento com mitotano.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas
Lisodren pode causar efeitos sobre o sistema nervoso central (cérebro), prejudicando o estado de alerta mental e físico.
Uso na gravidez e na amamentação
Lisodren só deve ser utilizado por mulheres grávidas se estritamente necessário.
Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes, durante e após a interrupção do tratamento, enquanto os níveis plasmáticos de mitotano forem detectáveis.
Mitotano foi detectado no leite materno. Devido ao potencial de reações adversas graves em lactentes, as mães devem ser aconselhadas a interromper a amamentação durante a terapia com Lisodren e após a interrupção do tratamento, enquanto os níveis plasmáticos de mitotano forem detectáveis.
Este medicamento não deve ser usado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Uso em pacientes idosos
Estudos clínicos com Lisodren não incluíram um número suficiente de pacientes com 65 anos ou mais para determinar se estes respondem diferentemente dos pacientes mais jovens. Outras experiências clínicas reportadas não identificaram diferenças entre as respostas de pacientes idosos e jovens.
Uso em crianças
A segurança e a efetividade do tratamento com Lisodren em crianças não foram estabelecidas. Problemas de tireoide, distúrbios neuropsicológicos, retardo no crescimento e um caso de encefalopatia foram observados em crianças e adolescentes que fizeram uso de Lisodren. Além disso, alguns sinais de alterações hormonais (como hiperdesenvolvimento da mama em meninos e sangramento vaginal e/ou desenvolvimento precoce das mamas em meninas) foram observados.
As reações adversas são classificadas utilizando as seguintes categorias de frequência:
Reações adversas muito comuns (≥ 1/10)
- Depressão;
- Letargia (estado de sono profundo); sonolência; tontura ou vertigem (tontura);
- Anorexia (perda de apetite); náusea (vontade de vomitar); vômito; diarreia;
- Rash cutâneo (lesões avermelhadas na pele).
Reações adversas comuns (≥ 1/100, <1/10)
- Visão turva; diplopia (visão de duas imagens em um único objeto); opacidade do cristalino; retinopatia tóxica (lesões na retina);
- Hipertensão (pressão alta); hipotensão ortostática (diminuição da pressão ao passar da posição deitada para sentada ou de pé); rubor (vermelhidão);
- Hematúria (presença de sangue na urina); cistite hemorrágica (inflamação da bexiga com presença de sangue na urina); albuminúria (presença de albumina na urina);
- Dor generalizada; hiperpirexia (febre acima de 40 graus); diminuição de iodo ligado à proteína (PBI).
Reações adversas de frequência desconhecida (não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis)
- Leucopenia (redução no número de leucócitos no sangue);
- Retardo do crescimento; hipotireoidismo (deficiência dos hormônios produzidos pela glândula tireoide); distúrbio da tireoide; hipogonadismo em homens (com sintomas como desenvolvimento das mamas, diminuição da libido, disfunção erétil e distúrbios de fertilidade);
- Estado confusional (desorientação);
- Distúrbios neuropsicológicos; disartria (incapacidade de articular as palavras de maneira correta); dor de cabeça; ataxia (falta de coordenação dos movimentos musculares); deficiência mental;
- Maculopatia (agravamento da rinopatia, uma doença que afeta a retina);
- Hepatite; aumento das enzimas hepáticas;
- Ginecomastia (aumento do tecido mamário em homens); macrocistos no ovário;
- Astenia (perda ou diminuição da força física);
- Tempo de sangramento prolongado; aumento de fosfatase alcalina no sangue; aumento da gama-glutamil transferase; ácido úrico sanguíneo diminuído; colesterol sanguíneo aumentado; aumento da trigliceridemia, diminuição de hormônios sanguíneos em mulheres (androstenediona e testosterona), aumento de globulina ligadora de hormônio sexual, diminuição de hormônio sanguíneo em homens (testosterona);
- Reações alérgicas, coceira.
Atenção: este produto é um medicamento novo no país e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, informe seu médico.
Comprimido 500 mg
Frascos com 100 comprimidos.
Uso oral.
Uso adulto.
Cada comprimido de Lisodren contém:
500 mg de mitotano.
Ingredientes inativos: celulose microcristalina, macrogol, amido e dióxido de silício.
A superdosagem (dose excessiva) de Lisodren pode levar à depressão grave do sistema nervoso central, especialmente se os níveis plasmáticos de mitotano (quantidade de mitotano no sangue) estiverem acima de 20 mg/L. Nenhum antídoto comprovado foi estabelecido para a superdosagem de Lisodren. O paciente deve ser acompanhado de perto. Dada a longa meiavida (intervalo de tempo no qual a concentração de mitotano no sangue se reduz a metade) e a natureza lipofílica de mitotano, pode demorar semanas para voltar ao normal. Outros efeitos devem ser tratados sintomaticamente. Devido à sua natureza lipofílica, é improvável que mitotano seja dialisável.
Recomenda-se que a frequência de monitorização dos níveis plasmáticos de mitotano seja aumentada (por exemplo, a cada duas semanas) em pacientes com risco de superdosagem (por exemplo, pacientes com insuficiência hepática, pacientes obesos ou pacientes com perda de peso recente).
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
O uso concomitante de Lisodren e anticoagulantes cumarínicos (como varfarina), deve ser acompanhado de perto pelo médico, pois a alteração da dose do anticoagulante pode ser necessária.
O uso de Lisodren por pacientes que estejam recebendo outras drogas susceptíveis à influência da indução das enzimas hepáticas deve ser acompanhado pelo médico.
Outras interações
- Refeições com alto teor de gordura: a administração de Lisodren com refeições gordurosas aumenta a absorção de mitotano.
- Proteínas ligadas a hormônios: tem sido demonstrado que mitotano aumenta os níveis plasmáticos de proteínas ligadas a hormônios (por exemplo, globulina ligada ao hormônio sexual [SHBG] e globulina ligada aos corticosteroides [CBG]), o que deve ser levado em conta na interpretação dos resultados das análises hormonais. A indução de mitotano no aumento de proteínas ligadas a hormônios pode resultar em ginecomastia.
- Medicamentos com atividade no sistema nervoso central: uma vez que a toxicidade no sistema nervoso central tem sido associada com o uso de Lisodren, um efeito aditivo pode ocorrer com a administração concomitante de medicamentos que tenham ação no sistema nervoso central.
Informe ao seu médico se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento de seu médico. Pode ser perigoso para sua saúde.
Refeições com alto teor de gordura
Os dados farmacocinéticos obtidos a partir de várias formulações de Mitotano sugerem que a administração de Mitotano com refeições gordurosas aumenta a absorção de Mitotano.
Resultados de Eficácia
Mitotano como agente único em doença avançada
Em 1966, Hutter et al. descreveram suas experiências com o uso de Mitotano em uma série de casos, incluindo 138 pacientes portadores de carcinoma do córtex adrenal. Avaliaram a dose utilizada, os efeitos colaterais, a regressão tumoral e dos níveis hormonais, a duração da resposta e também a sobrevida. Observaram redução superior a 50% dos níveis de esteroides urinários em 69% dos pacientes. Dos 59 pacientes que apresentavam resposta mensurável, 34% tiveram regressão tumoral objetiva. A média de duração da resposta foi de 7 meses. Houve uma correlação entre doença mensurável e maior sobrevida.
Em 1973, Lubitz et al. avaliaram o tratamento com Mitotano isolado em 115 pacientes com carcinoma do córtex adrenal inoperável. Os desfechos analisados foram taxa de resposta, duração da resposta, redução da excreção de esteroides, toxicidade e sobrevida. Foi observada redução da excreção de esteroides maior que 30% em 52 de 61 pacientes com tumores secretores. Foi observada ainda regressão tumoral em 54% dos casos, com duração média de 6 meses e a sobrevida mediana de 8,4 meses (21 – 41,3 meses).
Em 1990, Luton et al. estudaram 105 casos de carcinoma do córtex adrenal. Foram descritos os tratamentos realizados nesses pacientes e analisadas a sobrevida livre de doença após a cirurgia, sobrevida em 5 anos, taxa de resposta e redução da excreção de esteroides nos pacientes que receberam Mitotano. Os tumores eram funcionantes em 79% dos casos. Oitenta pacientes foram submetidos à cirurgia e 59 receberam Mitotano. Foi observado controle da secreção hormonal em 75% dos pacientes, mas somente 8 pacientes apresentaram regressão tumoral. A sobrevida livre de doença mediana foi de 12,1 meses (1 – 175 m). A sobrevida mediana foi de 14,5 meses (< 1 – 175 m).
Em 2006, Allolio e Fassnacht revisaram a literatura do carcinoma do córtex adrenal. Foram observadas taxas de resposta entre 13% e 50% nos estudos avaliados. Foi observada relação entre regressão tumoral mensurável e nível sérico de Mitotano em 2 estudos, ocorrendo maior atividade antitumoral quando os níveis plasmáticos de Mitotano eram superiores a 10 a 14 mg/L.
Em 2001, Baudin et al. avaliaram prospectivamente 24 pacientes em uso de Mitotano e correlacionaram os níveis plasmáticos da droga com a taxa de resposta. Dos 13 pacientes portadores de doença metastática, 4 apresentaram resposta tumoral (31%). Essas respostas foram observadas entre os 6 pacientes que atingiram níveis plasmáticos terapêuticos (> 14 mg/L), não sendo observada regressão tumoral no grupo em que os níveis permaneceram baixos (6).
Em 1994, Haak et al. estudaram 96 pacientes, onde 62 foram tratados com Mitotano. Os níveis séricos de Mitotano estavam elevados (14 - 50 mg/L) em 30 pacientes e baixos (entre 4 - 13 mg/L) em 32 pacientes. Dos 29 pacientes com doença mensurável, somente 6 apresentaram regressão tumoral. Todos os 6 pacientes respondedores apresentavam níveis plasmáticos de Mitotano elevados (> 14 mg/L) durante a manutenção do tratamento, sendo observada também maior sobrevida nesse grupo (p < 0,001).
Dessa maneira, observa-se que em pacientes com doença mensurável, a regressão tumoral foi observada entre 34% e 61% dos casos nos estudos iniciais. Os estudos subsequentes apresentaram taxas de resposta ao redor de 10% a 30%. Essa discrepância pode ser explicada, em parte, pelos métodos de imagem mais acurados dos últimos estudos e também porque, nos estudos iniciais, a avaliação da eficácia era influenciada pelo efeito do Mitotano na produção de esteroides e nos sintomas clínicos, que podem ocorrer sem a redução tumoral.
Mitotano em combinação com quimioterapia
Em doença avançada, ainda não está definido se o uso da quimioterapia combinada ao Mitotano é superior ao uso deste isoladamente.
Um estudo retrospectivo realizado na Universidade do Texas pelo MD Anderson Cancer Center avaliou e comparou a eficácia dos esquemas terapêuticos mais usados no tratamento de primeira linha do carcinoma do córtex adrenal avançado. Foram avaliados 57 pacientes submetidos a diferentes regimes quimioterápicos, em relação à sobrevida e o tempo para progressão.
Os grupos de pacientes tratados foram divididos em:
- Mitotano (n = 12), cisplatina e etoposídeo (n = 16), Mitotano, cisplatina e etoposídeo (n = 11), Mitotano combinado a outros citotóxicos (n = 5), cisplatina e etoposídeo combinado a outros citotóxicos (n = 3) e outros citotóxicos (n = 10). Não foi observada diferença na sobrevida entre os pacientes tratados com esses diferentes esquemas (p = 0,31), exceto pelo uso isolado do Mitotano estar associado a um maior tempo para progressão de doença (6,24 meses; IC 95% 3,58-32,13, p < 0,02).
Um estudo prospectivo multicêntrico fase II investigou a combinação de Mitotano com quimioterapia baseada em etoposídeo, doxorrubicina e cisplatina em 72 pacientes portadores carcinoma de córtex de adrenal avançado, não candidatos à cirurgia e com doença mensurável. A taxa de resposta global foi de 48,6% (IC 95%, 37,1 - 60,3%) e cinco pacientes apresentaram resposta completa. O tempo para progressão dos pacientes respondedores foi de 18 meses.
O National Cancer Institute avaliou a associação de Mitotano com quimioterapia infusional com doxorrubicina, etoposídeo e vincristina em 35 pacientes portadores de doença metastática. Foi observada taxa de resposta de 22% com duração média de 12,4 meses. Em outro estudo realizado com 18 pacientes, o tratamento com Mitotano, cisplatina e etoposídeo apresentou taxa de resposta de 33%.
Um estudo italiano avaliou a combinação do Mitotano com etoposídeo, cisplatina e doxorrubicina em 28 pacientes com doença metastática. Foi observada taxa de resposta de 53,5% (IC 95%, 35 - 72%) e tempo para progressão nos pacientes respondedores de 24,4 meses. Foi observada maior toxicidade neurológica e gastrintestinal no tratamento combinado.
Referências Bibliográficas:
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3. Luton JP, Cerdas S, Billaud L, Thomas G, Guilhaume B, Bertagna X, et al. Clinical features of adrenocortical carcinoma, prognostic factors, and the effect of mitotane therapy. N Engl J Med. 1990 Apr 26;322(17):1195-201.
4. Allolio B, Fassnacht M. Clinical review: Adrenocortical carcinoma: clinical update. J Clin Endocrinol Metab. 2006 Jun;91(6):2027-37.
5. Baudin E, Pellegriti G, Bonnay M, Penfornis A, Laplanche A, Vassal G, et al. Impact of monitoring plasma 1,1-dichlorodiphenildichloroethane (o,p'DDD) levels on the treatment of patients with adrenocortical carcinoma. Cancer. 2001 Sep 15;92(6):1385-92.
6. Haak HR, Hermans J, van de Velde CJ, Lentjes EG, Goslings BM, Fleuren GJ, et al. Optimal treatment of adrenocortical carcinoma with mitotane: results in a consecutive series of 96 patients. Br J Cancer. 1994 May;69(5):947-51.
7. Veytsman I, Nieman L, Fojo T. Management of endocrine manifestations and the use of mitotane as a chemotherapeutic agent for adrenocortical carcinoma. J Clin Oncol. 2009 Sep 20;27(27):4619-29.
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18. Memo, Revised Safe Handling Text for All Oncology Products from EHS-W McGrath/Eileen Hayes. 22 March 2005.
Características Farmacológicas
Propriedades Farmacodinâmicas
Mitotano pode ser mais bem descrito como agente citotóxico da glândula adrenal, embora possa provocar inibição adrenal, aparentemente sem destruição celular. Seu mecanismo bioquímico de ação é desconhecido. Segundo os dados disponíveis, sugere-se que o fármaco modifica o metabolismo periférico de esteroides, assim como suprime diretamente o córtex adrenal.
A administração de Mitotano altera o metabolismo extra-adrenal do cortisol em humanos, levando a uma redução de 17-hidroxicorticosteroides mensuráveis, embora os níveis plasmáticos de corticosteroides não venham a se reduzir. O fármaco, aparentemente, provoca uma formação maior de 6-beta-hidroxilcortisol.
Propriedades Farmacocinéticas
Absorção
Dados obtidos de pacientes portadores de carcinoma adrenal indicam que cerca de 40% de uma dose oral de Mitotano é absorvida.
Distribuição
Os dados de autópsia forneceram evidências de que Mitotano é encontrado na maioria dos tecidos do corpo, entretanto, os tecidos adiposos são o local principal de armazenamento.
Metabolismo e Eliminação
Mitotano é convertido em um metabólito solúvel em água e o fármaco inalterado não é encontrado nem na urina, nem na bile. Aproximadamente 10% de uma dose oral é recuperada na urina na forma de um metabólito solúvel em água. Uma quantidade variável do metabólito (1% a 17%) é excretada na bile e o restante é, aparentemente, armazenado nos tecidos. Após a interrupção da administração de Mitotano, a meia-vida plasmática tem variado de 18 a 159 dias (mediana de 53 dias). Na maioria dos pacientes, os níveis sanguíneos tornaram-se indetectáveis após seis a nove semanas.
Lisodren deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30ºC), protegido da luz e da umidade.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características do medicamento
Os comprimidos de Lisodren são brancos, redondos, biconvexos, vincados em um dos lados e impressos no lado oposto com os caracteres “BL” sobre os caracteres “LI”.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
M.S – 1.6425.0003
Responsável Técnico:
Flávio Caetano Ferreira
CRF-SP nº 56.589
Fabricado por:
Corden Pharma Latina S.p.A.
Via del Murillo, Km 2800
Sermoneta – Latina – Itália
Importado por:
Moksha8 Brasil Distribuidora e Representação de Medicamentos Ltda.
Av. Ibirapuera, 2332, Torre 1, 13° andar - Indianópolis
CEP 04028-002 - São Paulo/SP
CNPJ 07.591.326/0001-80
Venda sob prescrição médica.
Especificações sobre o Lisodren
Caracteristicas Principais
Fabricante:
Tipo do Medicamento:
Novo
Necessita de Receita:
Branca Comum (Venda Sob Prescrição Médica)
Principio Ativo:
Categoria do Medicamento:
Classe Terapêutica:
Especialidades:
Endocrinologia
Oncologia
Preço Máximo ao Consumidor:
PMC/SP R$ 1.757,39
Preço de Fábrica:
PF/SP R$ 1.271,22
Registro no Ministério da Saúde:
1018001190022
Código de Barras:
7896016800702
Temperatura de Armazenamento:
Temperatura ambiente
Produto Refrigerado:
Este produto não precisa ser refrigerado
Doenças Relacionadas:
Bula do Paciente:
Bula do Profissional:
Modo de Uso:
Uso oral
Pode partir:
Esta apresentação não pode ser partida
LISODREN É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE UM MÉDICO OU UM FARMACÊUTICO. LEIA A BULA. MEDICAMENTOS PODEM CAUSAR EFEITOS INDESEJADOS. EVITE A AUTOMEDICAÇÃO: INFORME-SE COM SEU MÉDICO OU FARMACÊUTICO.
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