Bula do Seizla
Princípio Ativo: Lacosamida
Classe Terapêutica: Antiepilépticos
Seizla, para o que é indicado e para o que serve?
Seizla® (lacosamida) é indicado:
- Monoterapia no tratamento de convulsões de início parcial em pacientes com epilepsia a partir de 16 anos de idade;
- Terapia adjuvante (em conjunto com outro medicamento antiepiléptico) no tratamento de crises parciais com ou sem generalização secundária em pacientes a partir de 16 anos de idade com epilepsia.
Como o Seizla funciona?
A epilepsia é uma doença em que o paciente tem crises repetidas (convulsões).
Seizla® é utilizado para o tipo de epilepsia em que as crises inicialmente afetam apenas um dos lados do cérebro, podendo posteriormente estender-se a áreas maiores em ambos os lados do cérebro (crises parciais com ou sem generalização secundária).
O mecanismo de ação preciso pelo qual Seizla® exerce seu efeito antiepiléptico ainda não está totalmente esclarecido.
Após tomar um comprimido de Seizla® a concentração máxima no sangue é atingida de meia a 4 horas após o uso.
Quais as contraindicações do Seizla?
Não tome Seizla® caso tenha alergia (hipersensibilidade) à lacosamida ou a qualquer outro componente deste medicamento. Se não tiver certeza sobre a possibilidade de alergia, consulte o seu médico.
Como usar o Seizla?
Seizla® deve ser tomado duas vezes por dia. O tratamento pode ser iniciado por administração oral ou intravenosa. Lacosamida solução para infusão pode também ser uma alternativa para pacientes quando a administração oral está temporariamente inviável.
Seizla® pode ser administrado com ou sem alimentos.
Os comprimidos revestidos de Seizla® não devem ser partidos.
No primeiro dia de tratamento o paciente deve começar com comprimidos de Seizla® 50 mg duas vezes ao dia. Durante a segunda semana, o paciente deve tomar comprimidos de Seizla® 100 mg duas vezes ao dia. Dependendo da resposta e da tolerabilidade, Seizla® 150 mg pode ser tomado duas vezes ao dia durante a terceira semana e Seizla® 200 mg duas vezes ao dia durante a quarta semana.
Monoterapia
A dose inicial recomendada é 100 mg duas vezes ao dia (200 mg/dia).
Dependendo da resposta e tolerabilidade, a dose pode ser aumentada em 50 mg duas vezes ao dia (100 mg/dia) em intervalos semanais, até uma máxima dose de manutenção recomendada de 200 mg duas vezes ao dia (400 mg/dia).
Para pacientes que alcançaram uma dose superior a 400 mg/dia e que precisam de medicamentos antiepilépticos adicionais, a posologia recomendada a ser seguida é a da terapia adjuvante descrita a seguir.
Terapia adjuvante
A dose inicial recomendada é de 50 mg duas vezes por dia, a qual deverá ser aumentada para uma dose terapêutica inicial de 100 mg duas vezes por dia após uma semana.
Dependendo da resposta clínica e tolerabilidade, a dose de manutenção pode ser aumentada em 50 mg, duas vezes por dia, a cada semana, até uma dose diária máxima de 400 mg (200 mg duas vezes por dia).
Para pacientes que fazem uso da terapia adjuvante que serão convertidos para a monoterapia, uma vez que a dose de manutenção tenha sido administrada por pelo menos 3 dias, recomenda-se a retirada gradual das drogas antiepiléticas concomitantes durante pelo menos 6 semanas.
Se o paciente estiver fazendo uso de mais de uma droga antiepilética, as drogas antiepiléticas devem ser retiradas de maneira sequencial. A eficácia e segurança da lacosamida não foram estabelecidas para conversão simultânea para monoterapia de duas ou mais drogas antiepiléticas.
Início do tratamento com lacosamida utilizando uma dose de ataque
O tratamento com lacosamida também pode ser iniciado com uma dose de ataque de 200 mg, seguida por uma dose de regime de manutenção, após aproximadamente 12 horas, de 100 mg duas vezes ao dia (200 mg/dia). Ajuste de doses subsequentes devem ser realizados de acordo com a resposta individual e tolerabilidade do paciente. A dose de ataque deve ser administrada sob supervisão médica considerando sua farmacocinética e o potencial para o aumento de incidência de reações adversas relacionadas ao Sistema Nervoso Central. A administração da dose de ataque não foi estudada em condições agudas em estados epilépticos.
População especial
Idosos (a partir dos 65 anos)
Não é necessária redução de dose em pacientes idosos.
Deve ser levada em conta a redução da depuração renal associada à idade com aumento dos níveis AUC (área sob a curva) em pacientes idosos. Existem dados clínicos limitados em pacientes idosos com epilepsia utilizando doses maiores do que 400 mg/dia.
Insuficiência renal
Não é necessário qualquer ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal leve a moderada (depuração de creatina >30 mL/min).
Recomenda-se uma dose máxima de 300 mg/dia em pacientes com insuficiência renal grave (depuração de creatina ≤ 30 mL/min) e em pacientes com insuficiência renal terminal.
Em pacientes em hemodiálise recomenda-se um suplemento de até 50% da dose diária dividida imediatamente após cada tratamento de hemodiálise.
O tratamento de pacientes com doença renal terminal deve ser feito com cautela dada à limitada experiência clínica e ao acúmulo de metabólito (sem atividade farmacológica conhecida).
A titulação da dose deve ser efetuada com cuidado em todos os pacientes com insuficiência renal.
Insuficiência hepática
Uma dose máxima de 300 mg/dia é recomendada para pacientes com insuficiência hepática leve a moderada.
A titulação da dose deve ser efetuada com cuidado considerando a coexistência de insuficiência renal. A farmacocinética da lacosamida não foi estudada em pacientes com insuficiência hepática grave. A lacosamida deve ser administrada a pacientes portadores de insuficiência hepática grave apenas quando os benefícios terapêuticos esperados superarem possíveis riscos. A posologia e administração devem ser ajustadas e os sintomas do paciente observados cuidadosamente.
População pediátrica
Seizla® não é recomendado em crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos devido à ausência de dados de segurança e eficácia.
Descontinuação
De acordo com a prática clínica corrente, caso seja necessário suspender o tratamento com Seizla®, recomenda-se que este seja retirado de forma gradual (ex: reduzir a dose diária em 200 mg/semana).
Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
O que devo fazer quando me esquecer de usar o Seizla?
Se você esquecer de tomar uma dose por algumas horas, tome-a assim que se lembrar. Se estiver já próximo da dose seguinte, não tome o comprimido esquecido. Tome Seizla® na hora que normalmente tomaria.
Não tome uma dose dobrada para compensar um comprimido que você não lembrou de tomar.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou do seu médico, ou do cirurgião-dentista
Quais cuidados devo ter ao usar o Seizla?
Leia toda essa bula cuidadosamente antes de começar a tomar este medicamento.
- Guarde esta bula. Você pode precisar lê-la novamente.
- Se você tiver questões posteriores, pergunte a seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi prescrito para você. Não o repasse para outras pessoas. Isto pode prejudicá-las, mesmo que os sintomas sejam os mesmos que os seus.
- Se qualquer um dos seus efeitos colaterais ficar sério, ou se você tiver qualquer reação adversa não listada nessa bula, avise seu médico ou farmacêutico.
Fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Seizla®:
- Se estiver tomando algum medicamento que provoque uma alteração no ECG (eletrocardiograma) como, por exemplo, uma alteração denominada aumento do intervalo PR, ou medicamentos utilizados no tratamento de alguns tipos de irregularidades do ritmo cardíaco e insuficiência cardíaca. Caso não tenha a certeza de que os medicamentos que você usa possam provocar estes efeitos, consulte o seu médico;
- Se tem uma condição associada a um distúrbio na condução elétrica através do coração ou se tem uma doença cardíaca grave como insuficiência cardíaca ou enfarte.
Seizla® pode causar tonturas, que podem aumentar o risco de acidente ou queda, motivo pelo qual você deve ter maior cuidado até estar familiarizado com os efeitos que este medicamento possa ter.
Um pequeno número de pessoas que iniciaram tratamento com antiepilépticos, como a lacosamida, apresentou pensamentos de autoagressão ou suicídio. Se a qualquer momento você tiver estes pensamentos, comunique imediatamente o seu médico.
Seizla® pode ser ingerido com ou sem alimentos.
Os comprimidos revestidos de Seizla® não devem ser partidos.
Como medida de precaução, não é recomendável tomar Seizla® com álcool, pois Seizla® pode provocar tonturas ou sensação de cansaço. A ingestão concomitante de álcool pode agravar estes efeitos.
Gravidez e Amamentação
Se você estiver grávida não deve tomar Seizla®, uma vez que os efeitos na gravidez e no feto são desconhecidos. Consulte imediatamente o seu médico caso esteja grávida ou esteja pensando em engravidar, ele decidirá se você deve tomar Seizla®.
O aleitamento não é recomendado durante o tratamento, pois Seizla® passa para o leite materno. Se estiver amamentando, informe o seu médico imediatamente, ele decidirá se você deve tomar Seizla®.
A pesquisa revelou um aumento de risco de malformações fetais nos filhos de grávidas medicadas com antiepilépticos. Por outro lado, o tratamento efetivo com antiepilépticos não deverá ser interrompido subitamente uma vez que o agravamento da doença é prejudicial para mãe e feto.
Categoria de risco na gravidez: C.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Você não deve dirigir veículos ou operar máquinas no início do tratamento, pois sua habilidade e capacidade de reação podem estar prejudicadas. Você não deve conduzir ou utilizar estes equipamentos até ser estabelecida a forma com que este medicamento afeta a sua capacidade de realizar estas tarefas.
O uso deste medicamento pode causar tontura, desmaios ou perda da consciência, expondo o paciente a quedas ou acidentes.
Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Seizla?
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos secundários, embora estes não se manifestem em todas as pessoas.
As reações adversas do Sistema Nervoso tais como tonturas podem ser maiores após a dose de ataque.
Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento)
- Tonturas, dor de cabeça.
Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento)
- Depressão, estado de confusão, insônia;
- Nistagmo (movimento involuntário dos olhos), distúrbio de equilíbrio, falha de memória, tremor, sonolência, disartria (problemas na fala), hipoestesia (perda/diminuição da sensibilidade), parestesia (formigamento);
- Visão embaçada;
- Diplopia (visão dupla);
- Vertigem (tontura), tinido (zumbido no ouvido);
- Náuseas (sentir-se enjoado);
- Vômitos, constipação, flatulência (acúmulo excessivo de gases), dispepsia (indigestão), boca seca, diarreia;
- Prurido (coceira por todo o corpo);
- Rash (vermelhidão da pele, erupção cutânea);
- Distúrbio ao andar, astenia (fraqueza), fadiga (cansaço fora do comum), irritabilidade;
- Quedas, laceração da pele, contusão.
Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento)
- Reações de hipersensibilidade (alergia) ao medicamento;
- Tentativa de suicídio;
- Ideação suicida (pensamentos relacionados com suicídio ou em machucar a si mesmo);
- Distúrbio psicótico (pensamentos anômalos e/ou perda de sentido da realidade);
- Alucinação (ver e/ou ouvir coisas que não são reais);
- Agressividade;
- Agitação;
- Euforia (sensação exagerada de bem-estar);
- Síncope (desmaio);
- Distúrbio cognitivo (lentificação do raciocínio);
- Coordenação anormal;
- Distúrbio de atenção;
- Bloqueio atrioventricular (alteração dos batimentos cardíacos);
- Bradicardia (diminuição do número de batimentos cardíacos);
- Testes da função do fígado anormal (alterado);
- Urticária (coceira);
- Espasmos musculares;
- Sensação de embriaguez.
Frequência desconhecida: não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis
- Agranulocitose (redução acentuada de glóbulos brancos no sangue);
- Reações de hipersensibilidade ao medicamento: também conhecidas como Reações Medicamentosas com eosinofilia (quantidade anormalmente alta de eosinófilos no sangue) e sintomas sistêmicos (DRESS);
- Fibrilação atrial (alteração dos batimentos cardíacos observada no exame de eletrocardiografia);
- Flutter atrial (ritmo cardíaco anormal que ocorre nos átrios do coração);
- Aumento de enzimas hepáticas (maior que 2 vezes o limite superior normal);
- Necrólise epidérmica tóxica (reação alérgica grave na pele);
- Síndrome de Stevens-Johnson (reação alérgica grave na pele).
Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não indicados nesta bula, fale com o seu médico ou farmacêutico.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.
Apresentações do Seizla
Medicamento similar equivalente ao medicamento de referência.
Comprimidos revestidos
- Comprimidos revestidos de 50 mg em embalagens com 10, 14, 30 e 60 comprimidos.
- Comprimidos revestidos de 100 mg em embalagens com 10, 30 e 60 comprimidos.
- Comprimidos revestidos de 150 mg em embalagens com 30 e 60 comprimidos.
- Comprimidos revestidos de 200 mg em embalagens com 30 e 60 comprimidos.
Uso adulto e pediátrico acima de 16 anos.
Uso oral.
Qual a composição do Seizla?
Cada comprimido revestido de Seizla® 50 mg contém:
50 mg de lacosamida.
Excipientes: celulose microcristalina, hiprolose, crospovidona, estearato de magnésio, álcool polivinílico, talco, dióxido de silício, macrogol, dióxido de titânio, óxido de ferro vermelho, óxido de ferro preto e azul de indigotina.
Cada comprimido revestido de Seizla® 100 mg contém:
100 mg de lacosamida.
Excipientes: celulose microcristalina, hiprolose, crospovidona, estearato de magnésio, álcool polivinílico, talco, dióxido de silício, macrogol, dióxido de titânio, óxido de ferro vermelho e óxido de ferro amarelo.
Cada comprimido revestido de Seizla® 150 mg contém:
150 mg lacosamida.
Excipientes: celulose microcristalina, hiprolose, crospovidona, estearato de magnésio, álcool polivinílico, talco, dióxido de silício, macrogol, dióxido de titânio, óxido de ferro vermelho, óxido de ferro amarelo e óxido de ferro preto.
Cada comprimido revestido de Seizla® 200 mg contém:
200 mg de lacosamida.
Excipientes: celulose microcristalina, hiprolose, crospovidona, estearato de magnésio, álcool polivinílico, talco, dióxido de silício, macrogol, dióxido de titânio e azul de indigotina.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Seizla maior do que a recomendada?
Os sintomas observados após o uso de uma quantidade maior que a indicada são principalmente relacionados aos sistemas nervoso central e gastrintestinal.
- Os tipos de eventos adversos ocorridos com doses acima de 400 mg até 800 mg não foram clinicamente diferentes dos eventos dos pacientes que utilizaram as doses recomendadas de lacosamida.
- Os eventos reportados após uma tomada superior a 800 mg são: tontura, náusea, convulsões (generalizadas tônico-clônicas, status epilepticus). Distúrbios de condução cardíaca, choque e coma também foram observados. Casos de óbito foram relatados em pacientes após ingestão de dose única de várias gramas de lacosamida.
Converse com seu médico se você tomou mais comprimidos do que deveria.
O seu médico irá estabelecer o melhor tratamento possível para tratar a superdose.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Seizla com outros remédios?
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver tomando, tiver tomado recentemente ou se vier a tomar outros medicamentos. É especialmente relevante caso esteja tomando medicamentos para problemas cardíacos.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para sua saúde.
Qual a ação da substância do Seizla?
Resultados de eficácia
A eficácia de Lacosamida como terapia adjunta em doses recomendadas (200 mg/dia, 400 mg/dia) foi estabelecida em 3 estudos clínicos multicêntricos, randomizados, placebo-controlados com um período de manutenção de 12 semanas.
A Lacosamida 600 mg/dia também demonstrou ser eficaz em estudos controlados de terapia adjunta, embora tenha apresentado eficácia similar a 400 mg/dia e os pacientes foram menos suscetíveis a tolerar essa dose devido às reações adversas relacionadas ao Sistema Nervoso Central e Sistema Gastrointestinal. Assim, a dose de 600 mg/dia não é recomendada.
A dose máxima recomendada é de 400 mg/dia. Esses estudos, envolvendo 1308 pacientes com histórico de média de 23 anos de crises parciais, foram desenvolvidos para avaliar a segurança e eficácia da Lacosamida quando administrada concomitantemente com 1 a 3 medicamentos antiepilépticos em pacientes com crises parciais não controladas, com ou sem generalização secundária.
A proporção de pacientes com uma redução de 50% na frequência das convulsões foi 23%, 34% e 40% para placebo, Lacosamida 200 mg/dia e Lacosamida 400 mg/dia, respectivamente.
Foram determinadas a farmacocinética e segurança de uma dose única de Lacosamida intravenosa em um estudo multicêntrico, aberto, desenhado para assegurar a segurança e tolerabilidade do início rápido de Lacosamida, utilizando uma dose única intravenosa (incluindo 200 mg), seguida por duas doses orais diárias (equivalente a dose intravenosa) como terapia adjunta em pacientes de 16 a 60 anos de idade com convulsões parciais.
Características farmacológicas
Propriedades farmacodinâmicas
A substância ativa, Lacosamida (R-2-acetamida-N-benzil-3-metoxipropionamida), é um aminoácido funcionalizado.
Mecanismo de ação
O mecanismo de ação preciso pelo qual a Lacosamida exerce seu efeito antiepiléptico em humanos ainda precisa ser totalmente elucidado.
Estudos eletrofisiológicos in vitro mostraram que a Lacosamida seletivamente aumenta a inativação lenta de canais de sódio dependentes de voltagem, resultando em estabilização de membranas neuronais hiperexcitáveis.
Farmacodinâmica
A Lacosamida protegeu contra convulsões em uma ampla gama de modelos animais de convulsões parciais e generalizadas primárias e retardou o desenvolvimento de kindling. Em estudos não clínicos, a Lacosamida em combinação com levetiracetam, carbamazepina, fenitoína, valproato, lamotrigina, topiramato ou gabapentina mostraram sinergismo ou efeitos anticonvulsivantes aditivos.
Eletrofisiologia cardíaca
Os efeitos da eletrocardiografia de Lacosamida foram determinados em um estudo clínico farmacológico duplo-cego e randomizado com 247 pacientes saudáveis. As doses crônicas orais de 400 mg e 800 mg/dia foram comparadas com placebo e com o controle positivo (400 mg de moxifloxicino).
Lacosamida não prolongou o intervalo QTc e não teve um efeito dose-relacionado ou clinicamente importante no efeito de duração de QRS. Lacosamida produziu um pequeno aumento dose-relacionado na média do intervalo PR.
No estado de equilíbrio, o tempo da média máxima observada do intervalo PR correspondeu ao Tmáx. O aumento máximo do placebo-substrato no intervalo PR (no Tmáx) foi 7,3 ms para o grupo de 400 mg/dia e 11,9 ms para o grupo de 800 mg/dia. Para pacientes que participaram de estudos controlados, o aumento máximo do placebo-substrato na média de intervalo PR para uma dose de Lacosamida 400 mg/dia foi 3,1 ms em pacientes com convulsões parciais e 9,4 ms para pacientes com neuropatia diabética.
Propriedades farmacocinéticas
Absorção
A Lacosamida é rapidamente e completamente absorvida após administração oral. A biodisponibilidade oral dos comprimidos de Lacosamida é aproximadamente 100%.
Após a administração oral, a concentração plasmática de Lacosamida inalterada aumenta rapidamente e alcança a Cmáx em 0,5 a 4 horas após a dose. Os comprimidos de Lacosamida e solução oral são bioequivalentes. Alimentos não afetam a taxa e extensão de absorção.
Distribuição
O volume de distribuição é aproximadamente 0,6 L/kg. A taxa de ligação da Lacosamida às proteínas plasmáticas é menos de 15%.
Metabolismo
95% da dose é excretada na urina como fármaco e metabólitos. O metabolismo da Lacosamida não foi completamente elucidado.
Os principais componentes excretados na urina foram Lacosamida inalterada (aproximadamente 40% da dose) e seu metabólito Odesmetil menos de 30%.
Uma fração polar tida como derivado da serina foi quantificada em cerca de 20% na urina, mas foi detectado somente em pequenas quantidades (0-2%) no plasma humano de alguns pacientes. Pequenas quantidades (0,5-2%) de metabólitos adicionais foram encontradas na urina.
CYP2C9, CYP2C19 e CYP3A4 são os principais responsáveis pela formação do metabólito O-desmetil. Nenhuma diferença com relevância clínica na exposição à Lacosamida foi observada comparando-se sua farmacocinética em metabolizadores extensivos (EMs, com um CYP2C19 funcional) e metabolizadores lentos (PMs [poor metabolizers], falta de um CYP2C19 funcional). Nenhuma outra enzima foi identificada por estar envolvida no metabolismo da Lacosamida.
A concentração plasmática de Lacosamida-O-desmetil é de aproximadamente 15%. Este metabólito principal não mostrou atividade farmacológica.
Eliminação
A Lacosamida é primariamente eliminada da circulação sistêmica por excreção renal e biotransformação. Após administração oral e intravenosa de Lacosamida radiomarcada, aproximadamente 95% de radioatividade administrada foi recuperada na urina e menos de 0,5% nas fezes. A meia-vida de eliminação da substância inalterada é aproximadamente 13 horas.
A farmacocinética é proporcional à dose e constante ao longo do tempo, com baixa variabilidade intra e interindividual. Seguindo as duas tomadas diárias, as concentrações plasmáticas no estado de equilíbrio são alcançados após um período de 3 dias. A concentração plasmática aumenta com um fator de acúmulo de aproximadamente 2.
Uma dose de ataque de 200 mg aproxima-se às concentrações do estado de equilíbrio comparáveis a uma administração de 100 mg duas vezes ao dia.
População especial
Sexo
Estudos clínicos mostraram que o sexo não possui uma influência significativa nas concentrações plasmáticas de Lacosamida.
Raça
Não existem diferenças clínicas relevantes na farmacocinética da Lacosamida entre pacientes asiáticos, negros e caucasianos.
Insuficiência renal
A AUC da Lacosamida foi aumentada em aproximadamente 30% em pacientes com insuficiência renal leve a moderada. Em pacientes com insuficiência renal grave e pacientes em estágio terminal de doença renal, que necessitavam de hemodiálise, a AUC teve aumento de 60% quando comparada a sujeitos saudáveis, nos quais a Cmáx permaneceu inalterada.
A Lacosamida foi efetivamente removida do plasma por hemodiálise. Após um tratamento de hemodiálise de 4 horas, a AUC de Lacosamida foi reduzida em aproximadamente 50%. Assim, a suplementação da dose após hemodiálise é recomendada (ver item Posologia). A exposição ao metabólito O-desmetil foi severamente aumentada em pacientes com insuficiência renal moderada e grave.
Na ausência de hemodiálise em pacientes com insuficiência renal em estágio terminal, os níveis foram aumentados e continuaram aumentando durante as 24 horas da amostragem. É desconhecido se a exposição aumentada ao metabólito em pacientes no estágio terminal da doença poderia causar um aumento dos eventos adversos, mas nenhuma atividade farmacológica do metabólito foi identificada.
Insuficiência hepática
Os pacientes com insuficiência hepática moderada (Child-Pugh B) demonstraram uma maior concentração plasmática de Lacosamida (aproximadamente 50% a mais do que a AUC normal). A alta exposição foi parcialmente devida a função renal reduzida nos pacientes estudados.
Estima-se que a redução na depuração não renal em pacientes do estudo leve a um aumento de 20% na AUC de Lacosamida. A farmacocinética de Lacosamida não foi avaliada na insuficiência hepática grave.
Idosos
Em um estudo com homens e mulheres idosos incluindo 4 pacientes > 75 anos de idade, a AUC foi cerca de 30% e 50% maior em comparação a jovens adultos, respectivamente. Isto está parcialmente relacionado com o menor peso corporal.
A diferença normal de peso corpóreo é 26% e 23%, respectivamente. Uma variabilidade aumentada na exposição também foi observada. A depuração renal de Lacosamida foi apenas um pouco reduzida nos idosos participantes deste estudo.
Uma redução de dose geral não é considerada necessária a menos que seja indicada devido à redução da função renal.
Dados de segurança pré-clínica
Nos estudos de toxicidade, as concentrações plasmáticas obtidas de Lacosamida foram similares ou somente marginalmente maiores do que aquelas observadas em pacientes, o que deixa margens baixas ou não existentes para a exposição humana.
Um estudo farmacológico de segurança com administração intravenosa de Lacosamida em cachorros anestesiados mostrou aumentos transitórios no intervalo PR e na duração do complexo QRS e diminuição na pressão sanguínea mais comumente devido à ação cardiodepressora. Essas mudanças transitórias tiveram início na mesma faixa de concentração da dose máxima clinicamente recomendada.
Foram observadas em cachorros anestesiados e macacos Cynomolgus, em doses intravenosas de 15-60 mg/kg, a diminuição da condutividade atrial e ventricular, bloqueio atrioventricular e dissociação atrioventricular.
Em estudos de toxicidade reprodutiva e de desenvolvimento, em roedores e coelhos, não foi observado efeito teratogênico, mas verificou-se aumento no número de natimortos e mortes de cachorros durante o período perinatal, assim como uma ligeira redução do número de filhotes vivos por ninhada e da massa corporal dos filhotes para doses maternas tóxicas em ratos, correspondentes a níveis de exposição sistêmica semelhantes aos esperados durante a exposição clínica.
Os dados sobre o potencial embriofetotóxico e teratogênico da Lacosamida são insuficientes uma vez que não foi possível testar níveis mais elevados de exposição em animais, devido à toxicidade materna.
Estudos em ratos revelaram que a Lacosamida e/ou os seus metabólitos atravessam facilmente a barreira placentária.
Um estudo foi realizado com administração oral de Lacosamida (30, 90 ou 180 mg/kg/dia) em ratos durante o período neonatal e juvenil do desenvolvimento pós natal. Em ratas fêmeas, na dose mais alta, houve uma diminuição reversível no peso cerebral associado a uma diminuição proporcional no peso corporal e uma sugestão de efeito ansiolítico reversível do composto (no teste de campo aberto).
Os eventos adversos potenciais no desenvolvimento do sistema nervoso central não puderam ser descartados. O período pós-natal em ratos geralmente corresponde à gravidez tardia em humanos no que diz respeito ao desenvolvimento cerebral. Os níveis de eventos adversos não observados no desenvolvimento do SNC em ratos foram associados com a AUC da Lacosamida plasmática aproximadamente 3,9 vezes e 1,4 vezes em humanos no MRHD, no PND7 (dia 7 do pós-natal equivalente ao período gestacional tardio em humanos) e PND48 (equivalente a crianças de 12 anos), respectivamente.
Não houve evidência de carcinogenicidade relacionada ao medicamento em ratos ou camundongos. Ratos e camundongos receberam Lacosamida uma vez ao dia por via oral durante 104 semanas, em doses produzindo exposições plasmáticas (AUC) de até 1 e 3 vezes, respectivamente, a AUC plasmática em humanos na dose humana recomendada (MRHD) de 400 mg/dia.
A Lacosamida foi negativa em um teste Ames in vitro e um teste in vivo de micronúcleo de rato e um teste in vivo de síntese de DNA não marcado (UDS). A Lacosamida induziu uma resposta positiva no teste in vitro de linfoma de rato em doses excessivamente altas.
Como devo armazenar o Seizla?
Você deve conservar Seizla® em temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC).
Número de lote, datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Não jogue fora qualquer medicamento no encanamento ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como descartar os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Características do medicamento
- Seizla® 50 mg: comprimido revestido, de coloração rosa claro, oval, com a gravação “E1” de um lado, e liso do outro lado.
- Seizla® 100 mg: comprimido revestido, de coloração amarela, oval, com a gravação “E2” de um lado, e liso do outro lado.
- Seizla® 150 mg: comprimido revestido, de coloração bege, oval, com a gravação “E3” de um lado, e liso do outro lado.
- Seizla® 200 mg: comprimido revestido, de coloração azul, oval, com a gravação “E4” de um lado, e liso do outro lado.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Dizeres Legais do Seizla
M.S - 1.0525.0092
Farmacêutica Responsável:
Dra. Ana Carolina P. Forti
CRF-SP nº 47.244
Fabricado por:
Torrent Pharmaceuticals Ltd.
Baddi- Índia
Importado por:
Torrent do Brasil Ltda.
Av. Tamboré, 1180 - Módulos A3, A4, A5 e A6
Barueri - SP
CNPJ 33.078.528/0001-32
SAC
0800.7708818
Venda sob prescrição médica.
Só pode ser vendido com retenção da receita.
Quer saber mais?
Consulta também a Bula do Lacosamida
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 7 de Novembro de 2024.
Seizla 100mg, caixa com 30 comprimidos revestidos
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