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Bula do Atenolol + Nifedipino

Princípio Ativo: Atenolol + Nifedipino

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 16 de Outubro de 2020.

Atenolol + Nifedipino, para o que é indicado e para o que serve?

Atenolol + Nifedipino está indicado no tratamento da hipertensão arterial, na doença arterial coronariana e angina crônica estável.

Quais as contraindicações do Atenolol + Nifedipino?

Atenolol + Nifedipino está contra-indicado em pacientes portadores de bloqueio aurículo-ventricular de 2º e 3º graus, bloqueio sinoatrial, síndrome do nódulo sinusal, insuficiência cardíaca congestiva descompensada, estenose aórtica severa, choque cardiogênico, infarto recente do miocárdio, bradicardia acentuada, hipotensão acentuada, asma brônquica, durante gravidez e em pacientes com hipersensibilidade conhecida aos princípios ativos.

Como usar o Atenolol + Nifedipino?

Recomenda-se, para pacientes que não tenham recebido tratamento medicamentoso anti-hipertensivo anterior, o emprego de uma dose inicial de Atenolol + Nifedipino 10 mg + 25 mg uma vez ao dia.

O mesmo recomenda-se para pacientes idosos ou com alterações renais e/ou hepáticas. Para pacientes não-idosos ou já em uso de outras formas de nifedipino ou atenolol, a posologia inicial é Atenolol + Nifedipino 20 mg + 50 mg uma vez ao dia.

A dosagem de Atenolol + Nifedipino deve ser sempre titulada de acordo com a resposta do paciente. Assim, recomenda-se após 7 a 15 dias da dose inicial, e de acordo com a resposta terapêutica obtida, reajustar a dose do paciente se necessário.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Atenolol + Nifedipino?

Ao início do tratamento podem ocorrer: fadiga, sensação de vertigem, cefaléia, sensação de calor na face (flush), sudorese e edema de membros inferiores. Estes fenômenos são de intensidade discreta e, em geral, desaparecem em 1 a 2 semanas.

Eventualmente e bem mais raramente, foram observados gastralgia, eritema cutâneo, bradicardia, hipotensão, parestesia nos braços e nas pernas, sensação de frio nos membros, fraqueza muscular e cãibras.

Em pacientes com tendência a broncoespasmos (p.ex.: bronquite asmática) é possível a ocorrência de dispnéia em virtude do aumento da resistência das vias aéreas devido à seletividade beta1 do atenolol.

É muito rara a ocorrência de distúrbios do sono (do tipo observado com o uso de outros beta-bloqueadores). Pode também, raramente, acontecer “rashes” cutâneos e/ou olhos secos. Caso ocorra alguma reação que não possa ser explicada por outra causa, deve-se considerar a interrupção da terapêutica, que deve ser de maneira gradativa.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Atenolol + Nifedipino com outros remédios?

O uso associado com reserpina, alfametildopa, clonidina, guanetidina, pode levar à acentuada redução tensional e bradicardia.

Se Atenolol + Nifedipino e clonidina forem administrados concomitantemente, a clonidina não deve ser descontinuada antes que o uso de Atenolol + Nifedipino tenha sido interrompido por vários dias.

Atenolol + Nifedipino deve ser administrado com cautela em pacientes que fazem uso de digitálicos e/ou diuréticos, pois tanto os digitá- licos como o atenolol aumentam o tempo de condução AV. Quando nifedipino é administrado com digoxina ocorre aumento dos níveis de digoxina, podendo ocorrer exacerbação de efeito. Quando atenolol é administrado com vasoconstritores (p.ex.: adrenalina, anfetamina, fenilefrina) pode ocorrer hipertensão severa.

Os sais de alumínio (p.ex.: hidróxido de alumínio), a colestiramina e o colestipol podem diminuir a absorção dos beta-bloqueadores.

O uso concomitante de verapamil e betabloqueadores pode levar à significativa bradicardia ou bloqueio AV, além de efeitos inotrópicos negativos.

O uso associado de amiodarona aumenta a probabilidade de bradicardia, parada sinusal e bloqueio AV quando beta-bloqueadores ou bloqueadores dos canais de Ca2+ são administrados concomitantemente em portadores de doença do nó sinusal ou bloqueios átrioventriculares.

O verapamil e o diltiazem podem intensificar a bradicardia sinusal e/ou provocar bloqueio e insuficiência cardíaca quando administrados associados a beta-bloqueadores.

Quando nifedipino é administrado junto com cimetidina ou ranitidina ocorre um aumento do seu efeito (o pico plasmá- tico de nifedipino aumenta, talvez devido a inibição do citocromo P-450 hepá- tico pela cimetidina).

O uso concomitante de Atenolol + Nifedipino com outros agentes beta-bloqueadores pode provocar hipotensão severa ou exacerbação de angina.

Atenolol + Nifedipino em uso concomitante de anestésicos voláteis (p.ex.: éter, clorofórmio, cloreto de etila, halotano, metoxifluorano) pode acarretar uma hipotensão acentuada.

Quais cuidados devo ter ao usar o Atenolol + Nifedipino?

O uso de Atenolol + Nifedipino não é recomendado ou deve ser feito com muita cautela em pacientes com angina pectoris severa e/ou estenose importante de três vasos coronários.

Em pacientes portadores de doenças respiratórias obstrutivas, um eventual broncoespasmo ocorrido com o emprego de Atenolol + Nifedipino pode ser rapidamente eliminado com broncodilatadores habituais como salbutamol, fenoterol ou isoprenalina. Devido à ação hipotensora do medicamento, a capacidade de reação pode variar individualmente, fato que deve ser considerado ao dirigir veículos ou operar máquinas, em especial no início do tratamento.

Não existe ainda suficiente experiência sobre o uso da associação nifedipino e atenolol em pacientes com insufici- ência renal severa.

Deve ser introduzido somente após compensação em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada.

O tratamento não deve ser descontinuado abruptamente. Em caso de cirurgia concomitante com o tratamento com Atenolol + Nifedipino, deve-se tomar cuidado com agentes anestésicos, tais como: éter, ciclopropano e tricloroetileno.

Se ocorrer dominância vagal, a atropina (injeção de 1 a 2 mg por via intravenosa) pode corrigi-la.

Gravidez e Lactação

Como ocorre com qualquer droga, Atenolol + Nifedipino não deve ser administrado na gravidez, a não ser que o seu uso seja essencial. Deve-se avaliar os possíveis riscos contra os benefícios, quando a droga for usada por mulheres grávidas ou que possam engravidar.

É possível sua excreção no leite materno, portanto, não é recomendado seu uso por mães que amamentam.

Qual a ação da substância do Atenolol + Nifedipino?

Resultados de Eficácia

O nifedipino é um derivado diidropiridínico, que inibe o influxo do íon cálcio através da membrana celular, nas células musculares lisas vasculares e no músculo cardíaco (também chamado de bloqueador dos canais lentos do cálcio ou antagonista de cálcio).

A liberação da substância ativa no organismo de forma prolongada permite a manutenção de níveis constantes de sua atividade, com administrações a intervalos de até 12 horas.

O mecanismo pelo qual o nifedipino reduz a pressão arterial envolve a vasodilatação arterial periférica e conseqüentemente a redução na resistência vascular periférica, cujo aumento é a causa fundamental da hipertensão.

O nifedipino dilata as artérias e arteríolas coronarianas tanto nas regiões normais como nas isquêmicas, e é um inibidor potente do espasmo coronariano espontâneo ou induzido por ergonovina, atuando, portanto, tanto na melhora da distribuição do oxigênio (vasoespasmo), como na redução de sua utilização (controle da hipertensão).

O atenolol é um beta-bloqueador cardiosseletivo, ou seja, age predominantemente bloqueando os receptores β1 que se situam principalmente nas fibras miocárdicas, apresentando menor ação sobre os receptores β2 (localizados na musculatura lisa dos brônquios e dos vasos periféricos). Apresenta, portanto, menor possibilidade de efeitos adversos quando comparado aos beta-bloqueadores não-seletivos em pneumopatas crônicos, asmáticos, fumantes, portadores de vasculopatias periféricas e diabéticos.

Entretanto, este efeito preferencial não é absoluto, pois em altas doses, a cardiosseletividade não é observada. O atenolol não possui atividade simpatomimética intrínseca, nem atividade estabilizadora de membrana.

Estudos em animais indicam que apenas quantidades desprezíveis de atenolol cruzam a barreira hematoencefálica. É provável que a ação do atenolol na redução da freqüência e contratilidade cardíacas faça com que ele seja eficaz na eliminação ou redução de sintomas de pacientes com angina.

A associação de nifedipino e atenolol produz efeitos antianginosos e hipotensores superiores aos verificados com cada agente isolado. O aumento reflexo da freqüência cardíaca provocado pelo nifedipino é contrabalanceado pelo atenolol e ocorre idêntico efeito quanto ao aumento do tônus do sistema nervoso simpático.

Características Farmacológicas

No homem, a absorção de uma dose oral de atenolol é rápida e consistente, porém incompleta. Aproximadamente 50% da dose oral é absorvida pelo trato gastrintestinal e o restante é excretado inalterado pelas fezes. Os picos plasmáticos ocorrem após 2 a 4 horas da administração. Sua longa meia-vida plasmática permite a terapêutica em dose única diária na maioria dos pacientes.

Em virtude de sua alta cardiosseletividade, o atenolol pode ser usado com sucesso em pacientes com alterações respiratórias que não toleram beta-bloqueadores não-seletivos. Sua meiavida plasmática (aproximadamente 6 horas) pode se elevar na presença de comprometimento renal grave, uma vez que os rins são sua principal via de eliminação. Sua ligação às proteínas plasmáticas é baixa (aproximadamente 3%).

O nifedipino é rápida e completamente absorvido após administração oral. A concentração plasmática máxima é alcançada 1,5 a 4,2 h após a ingestão, com a formulação de liberação lenta (retard). A ingestão concomitante de alimentos retarda, mas não reduz a absorção. É metabolizado no fígado em metabólitos inativos solúveis em água, dos quais aproximadamente 80% são eliminados pela via renal.

Apenas traços (menos de 0,1% da dose) podem ser detectados na urina, na forma inalterada (não metabolizada). Uma vez que a biotransformação hepática está diretamente envolvida no processo, a farmacocinética do nifedipino pode estar alterada em pacientes com insuficiência hepática crônica.

Doenças relacionadas

O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 16 de Outubro de 2020.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 16 de Outubro de 2020.

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