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Bula do Mepisv

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 9 de Outubro de 2024.

Mepisv, para o que é indicado e para o que serve?

Mepisv 3% está indicado para a anestesia local em odontologia. Indicado para a produção de anestesia local por infiltração ou bloqueio, para intervenções odontológicas em geral, extrações múltiplas, próteses imediatas e procedimentos endodônticos.

Como o Mepisv funciona?

O Mepisv 3% irá provocar a perda da sensibilidade na região em que o cirurgião-dentista irá trabalhar por interromper temporariamente o movimento do impulso nervoso, promovendo a anestesia local.

Quais as contraindicações do Mepisv?

Em caso de alergia aos componentes da fórmula, em especial à mepivacaína (ou a qualquer agente anestésico local do tipo amida) ou a qualquer dos excipientes. Os anestésicos locais (como o Mepisv 3%) são contraindicados para pacientes com insuficiência renal, submetidos à diálise renal e também àqueles com nefrite túbulo intersticial crônica. Em pacientes com insuficiência hepática e cardiovascular significativas e diagnosticadas com hipertireoidismo também é contraindicado o uso de anestésicos locais. Em pacientes que apresentem hipertermia maligna (hiperpirexia) o uso de Mepisv 3% não é indicado.

Este medicamento somente poderá ser utilizado por mulheres grávidas com orientação médica ou do cirurgião-dentista. Nesse caso deve-se sempre fazer a aspiração antes da injeção do anestésico a fim de evitar a injeção intra-vascular. Não se sabe se o cloridrato de mepivacaína é excretado no leite materno.

Como usar o Mepisv?

A dose de Mepisv 3% depende da condição física do paciente, da área da cavidade oral que será anestesiada, da vascularização dos tecidos orais e da técnica anestésica a ser utilizada.

O menor volume de solução que resulte em anestesia eficaz deve ser administrado e deve haver tempo entre as injeções para observar se o paciente manifesta alguma reação adversa.

A dose máxima é de aproximadamente 4,4 mg/Kg sem ultrapassar 300 mg de mepivacaína ou 5 carpules para adultos saudáveis normais.

Este medicamento leva de 1,5 a 2 minutos para iniciar seu efeito e a duração deve ser de 20 a 40 minutos para anestesia do dente e de 2 a 3 horas para outras estruturas, como lábios e bochechas.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

O que devo fazer quando me esquecer de usar o Mepisv?

Já que este medicamento é administrado por um profissional da saúde em ambiente ambulatorial, não deverá ocorrer esquecimento de seu uso.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico, de seu médico ou cirurgião dentista.

Quais cuidados devo ter ao usar o Mepisv?

A segurança e eficácia do anestésico local está ligada diretamente dose correta e maneira com que o dentista irá aplicar o medicamento.

Recomenda-se informar ao dentista sobre qualquer doença ou tratamento que tenha, listando todos os medicamentos que está tomando.

As reações alérgicas a anestésicos locais são bastante raras, especialmente as que resultam em morte.

O dentista deverá dispor de equipamentos e medicamentos que permitam identificar a reação alérgica e realizar o tratamento da mesma imediatamente. O paciente deve ter cuidado para não traumatizar os lábios, língua, mucosa da bochecha ou palato mole quando estas estruturas forem anestesiadas. A ingestão de alimentos deve ser adiada até a volta da função e sensibilidade normais.

Uso em crianças

O dentista deverá determinar a dose máxima a ser utilizada com base no peso corporal da criança.

O Mepisv 3% deve ser utilizado com cuidado em pacientes com doenças cardíacas como: doença vascular periférica; arritmias, particularmente de origem ventricular; insuficiência cardíaca e pressão baixa.

Pacientes epilépticos

Devido a suas ações convulsivas, todas as anestesias locais devem ser usadas muito cautelosamente.

Pacientes com doenças hepáticas

Deve ser usada a dose mais baixa capaz de produzir efeito anestésico eficiente (no máximo 2 carpules), dada menor velocidade de metabolismo que estes pacientes apresentam.

Pacientes com doenças renais

Deve ser usada a dose mais baixa capaz de causar efeito anestésico eficiente (no máximo 2 carpules), dada menor taxa de eliminação observada nestes pacientes.

Pacientes que recebam tratamento com antiagregante plaquetário/anticoagulantes

Há um maior risco de sangramento intenso se durante o procedimento a agulha atingir um vaso sanguíneo acidentalmente e mesmo durante cirurgia buco-maxilo-facial. O dentista deverá tomar medidas de monitoramento de INR e cuidados para não ocorrer o sangramento.

Pacientes com diabetes descontrolada

Este produto deve ser usado com cuidado em diabéticos.

Pacientes idosos

As dosagens devem ser reduzidas em pacientes idosos com mais de 70 anos de idade (falta de dados clínicos). Em pacientes com outras doenças, o dentista deve avaliar o contato com o profissional médico coadjuvante do tratamento.

Uso durante a gravidez e lactação

Apesar de estudos em animais não terem demonstrado efeitos nocivos da mepivacaína, não foram realizados estudos clínicos em mulheres gestantes e nenhuma literatura relatou casos de mulheres gestantes injetadas com mepivacaína 30 mg/mL. O uso em mulheres grávidas deve ser feito com extrema cautela.

Mães amamentando são aconselhadas a não amamentar por 10 horas após a anestesia com Mepisv 3%.

Gravidez

Categoria de risco C - Não existem estudos controlados em mulheres grávidas. Durante a amamentação, não há informação segura sobre a passagem do medicamento para o leite materno.

Usar com cautela em Gestante e Lactante. Recomenda-se sempre obter o parecer do médico antes de iniciar o tratamento.

Injeção Intramuscular acidental

Injeção intravascular acidental pode ser ligada a reações adversas graves, como convulsões, seguidas por depressão do sistema nervoso central ou cardiorrespiratório e coma, progredindo, por fim, a parada respiratória devido ao nível repentinamente alto de mepivacaína na circulação sanguínea.

Para garantir que a agulha não penetre em um vaso sanguíneo durante a injeção, O dentista deverá realizar a técnica correta de aplicação com aspiração.

Risco associado com a injeção intraneural

A injeção intraneural incidental pode fazer o medicamento se mover de forma retrógrada pelo nervo. Para evitar injeção intraneural e prevenir lesões dos nervos ligadas a bloqueios de nervos, a agulha sempre deve ser ligeiramente removida se uma sensação de choque elétrico for sentida pelo paciente ou se a injeção for particularmente dolorosa.

Risco de cardiomiopatia de Takotsubo ou cardiomiopatia induzida por stress

O dentista deverá tomar precauções e monitoramento caso: pacientes sob estresse anteriormente ao procedimento dental; dose administrada do AL mais alta do que o recomendado; injeção intravascular acidental. Nestes casos, o dentista deverá considerar a dose mínima de anestésico local com vasoconstritor para obter a anestesia.

Uso em pacientes com distúrbios mentais

Relatar aos responsáveis o risco de traumatismos pós-anestesia, enquanto o anestésico estiver atuando, observando atentamente se o paciente não está mordendo lábios, bochechas e língua, nem tampouco consumindo alimentos muito quentes, que causariam queimaduras extensas.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Mepisv?

As reações adversas após o uso de Mepisv 3% são similares em natureza das reações observadas com os outros anestésicos locais do mesmo tipo. Essas reações adversas são, em geral, relacionadas à dose e podem resultar de altos níveis de plasma causados por overdose, absorção rápida ou injeção intravascular não intencional. Elas também podem resultar de hipersensibilidade, idiossincrasia ou tolerância diminuída pelo paciente específico.

Reações adversas graves geralmente são sistêmicas.

A classificação de frequências pode ser definida como:

  • Muito comum (≥ 1/10);
  • Comum (≥1/100 a <1/10);
  • Incomum ((≥1/1.000 a <1/100);
  • Rara (≥1/10.000 a <1/1.000);
  • Muito rara (<10.000);
  • Não conhecida (não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis).

Muito comum (≥1/10)

  • Insucessos na anestesia local e reações psicogênicas.

Comum (≥1/100 a <1/10)

  • Palpitações, dor de cabeça, hipertensão, hipotensão e palidez (local, regional, geral).

Rara (≥1/10.000 a <1/1.000)

  • Distúrbios de condução, bloqueio atrioventricular, arritmia com redução de frequência cardíaca, aumento da frequência cardíaca, redução da frequência cardíaca, edema da face/língua/lábio/garganta/laringe/região dos olhos, urticária, erupção cutânea, coceira, manchas vermelhas, hipersensibilidade, reações anafiláticas/anafilactoides, neuropatia, dor neuropática, dormência, sabor metálico e/ou alteração do paladar, ausência de paladar, Síndrome de Horner (pálpebra caída e olho afundado), tremor, movimento do olho, tontura, cabeça leve, vômito, náusea, dor, dor no local da injeção, hematoma no local da injeção, cegueira parcial, cegueira total, visão dupla, dilatação da pupila, contração da pupila, comprometimento visual, visão embaçada, distúrbio de acomodação, falta de ar, broncoespasmo/asma, lesão de nervo, dor durante ou depois da anestesia.

Muito rara (<10.000)

  • Sensação de ardência, sensação de picada cutânea ou formigamento sem causa física aparente, Parestesia oral e de estruturas próximas a boca.

Não conhecida (não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis)

  • Parada cardíaca, depressão miocárdica, arritmia do coração com aumento da frequência cardíaca, angina pectoris, inchaço do rosto, excesso de suor, desconforto do ouvido, zumbido nos ouvidos, audição dolorosa, vertigem, depressão profunda do SNC: perda de consciência, coma, convulsão, pré-síncope, síncope, perda do equilíbrio, dificuldade de falar, sonolência, trismo (incapacidade de abertura adequada da boca), contrações musculares, feridas ou inchaço de língua, lábios e gengivas, dificuldade de engolir, descamação da mucosa gengival/oral, estomatite, inflamação da língua, aumento da salivação, diarreia, inchaço local, inchaço no local da injeção, mal-estar, calafrios ou tremor, sensação de frio, sensação de calor, perda da força física, desconforto, estado de confusão, desorientação, ansiedade/nervosismo/inquietação, agitação, humor eufórico, compulsão por falar, depressão respiratória, parada respiratória, falta de oxigenação (inclusive cerebral), frequência respiratória aumentada, frequência respiratória reduzida, aumento do gás carbônico na circulação, bocejo, alteração da voz/rouquidão, vasoconstrição, vasodilatação, gengivite.

Reações alérgicas

A alergia é caracterizada por lesões na pele, coceira, inchaço ou reação anafilática (dificuldade em respirar por obstrução da entrada de ar na faringe – edema de glote). O paciente pode ser alérgico a qualquer um dos componentes do anestésico local, sendo que, caso haja suspeita prévia, o paciente deve ser encaminhado para investigação médica, e realização dos testes de sensibilidade.

Em casos de choque anafilático, a administração parenteral de epinefrina 1:1.000 (0,5 ml para adultos e 0,1 ml em crianças), associado a anti-histamínico e corticoide é fundamental para reversão do quadro emergencial. A estimativa das reações anafiláticas está entre 1:3.500 e 1:20.000 anestesias e a mortalidade entre 3 e 6%.

Tratamento

Chamar o socorro se a reação alérgica for grave.

  • Reações cutâneas imediatas: Desenvolvem em 60 min;
  • Administrar oxigênio;
  • Administrar 0,5 mL de adrenalina 1:1000 (adultos), por via intramuscular/subcutânea;
  • Encaminhar ao médico especialista;
  • Administrar um Anti-histamínico.

Em casos graves, chamar o Socorro Médico e monitorar o paciente até a sua chegada.

Reações Psicogênicas

Eventos desencadeados por ansiedade estão entre as reações adversas mais comuns associadas aos AL. Podem ser manifestadas por vários sintomas como síncope, hiperventilação, náusea, vômitos, alterações nos batimentos cardíacos e pressão sanguínea.

A mepivacaína deve ser usada com cautela em pacientes com histórico de distúrbios graves do ritmo cardíaco ou parada cardíaca.

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento.

Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.

Apresentações do Mepisv

Solução estéril injetável 30 mg/mL

Cada embalagem contém 10, 30, 50 ou 100 tubetes acondicionadas em tubetes de vidro de 1,8 mL.

Via de administração: parenteral, com injeção intra-óssea, conjuntival e intracanal.

Uso pediátrico e adulto.

Qual a composição do Mepisv?

Cada tubete com 1,8 mL da solução injetável de Mepisv contém:

Cloridrato de mepivacaína

54,0 mg

Excipientes q.s.p.

1,8 mL

Excipientes: cloreto de sódio, hidróxido de sódio, água para injeção.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Mepisv maior do que a recomendada?

Este medicamento é administrado por um cirurgião-dentista treinado e de forma restrita a seu consultório, que é um ambiente ambulatorial, portanto não se espera que o paciente receba uma dose maior que a indicada. Caso isso ocorra, o próprio cirurgião-dentista irá detectar e dar os primeiros socorros. Caso, de alguma outra forma, o paciente entre em contato indevido com a medicação, fora do consultório, ele deverá ser encaminhado o mais rápido possível para um pronto-socorro.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Mepisv com outros remédios?

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está utilizando algum medicamento.

Interações do anestésico (mepivacaína) com medicamentos:

Medicamentos Efeito
Outros anestésicos locais A toxicidade de anestésicos locais é aditiva. Não é relevante considerando as doses de anestesia dental e níveis de sangue, mas é uma preocupação com crianças. A dose total de Mepisv 3% administrada não deve ultrapassar a dose máxima recomendada
Narcóticos (opioides), ansiolíticos, fenotiazínicos e antihistamínicos Potencializam os efeitos cardiorespiratórios dos anestésicos locais
Barbitúricos Aumentam a velocidade de metabolização dos anestésicos locais do tipo amida
Álcool Alteram a metabolização do anestésico local
Inibidores de CYP1A2 (fluoroquinolonas, como ciprofloxacino, bloqueador de canal de cálcio verapamil e inibidores seletivos de recaptação de serotonina, como fluvoxamina, fluoxetina) Altera o metabolismo do ME PISV 3%

Interações que exigem precauções para o uso:

Medicamentos Efeito
Antagonista Beta Adrenérgicos Pode haver aumento da pressão arterial e/ou reações cardiovasculares
(Beta bloqueadores não seletivos, como: propranolol e nadolol) Recomenda-se que o dentista faça um monitoramento cardiovascular
Anestésicos Gerais (Halotano) Risco de arritmias cardíacas. Consultar o anestesista
Vasopressores simpatomiméticos (Anfetaminas, fenilefrina, pseudoefedrina, oximetazolina) e outros simpatomiméticos (clorfeniramina, difenidramina) Risco de arritmias e aumento de pressão arterial. Usar doses reduzidas de Mepisv 3%
Hormônios Tireoidianos Efeito aditivo de Mepisv 3% aos efeitos do hipertireoidismo especialmente quando existe excesso de hormônios. Em caso de hipertireoidismo, usar com cautela
Inibidores de Monoamina oxidase (IMA O – seletivos: brofaromina, moclobemida, toloxatone; não-seletívos: fenelzina, tranilcipromina, linezolida) Pode haver potencialização dos efeitos adrenérgicos. Usar sob estrita supervisão médica
Inibidores de catecolamina transferase – inibidores COMT (entacapone, tolcapone) Pode ocorrer arritmias, taquicardia e variações na pressão. O dentista deverá fazer o monitoramento cardiovascular
Inibidores de recaptação de serotonina-noradrenalina – ISRSN (venlafaxina, milnaciprano) A dose e taxa de administração de Mepisv 3% devem ser reduzidas devido aos efeitos aditivos ou sinérgicos sobre a pressão sanguínea e a frequência cardíaca. O monitoramento cardiovascular (preferivelmente por ECG) é recomendado
Medicamentos ocitócicos de tipo ergótico (metisergida, ergotamina, ergonovina) Nestes casos, o uso de Mepisv 3% somente sob supervisão médica rigorosa devido a aumentos de pressão arterial e/ou isquêmica

Sempre que houver uma possível interação medicamentosa, usar a menor dose de anestésico local ou vasopressor clinicamente eficaz.

A mepivacaína, quando associada a outros anestésicos locais, pode produzir metemoglobinemia. Os sinais clínicos de metemoglobinemia são dor de cabeça, tontura e náusea, podendo evoluir para dispneia, confusão, convulsão e coma. Mesmo em níveis baixos, pode apresentar cianose dos leitos ungueais e lábios.

Interações com Exames

A injeção intramuscular de cloridrato de mepivacaína pode resultar em alteração na detecção de creatina fosfoquinase, o que pode comprometer o resultado deste exame.

Qual a ação da substância do Mepisv?

Resultados de Eficácia


A eficácia do cloridrato de mepivacaína é equivalente à do cloridrato de lidocaína. MALAMED, SF. Manual de Anestesia Local. 6a. Ed. Elsevier, 2013.

Características Farmacológicas


Farmacodinâmica

Os anestésicos locais (ALs) impedem a geração e a condução de um impulso nervoso, ocasionando perda da sensibilidade sem perda de consciência O mecanismo subjacente à ação anestésica da mepivacaína é semelhante ao de outros anestésicos locais comumente usados. Consiste em diminuir ou prevenir o grande aumento transitório da permeabilidade das membranas excitáveis ao sódio (Na +) que normalmente é produzido por uma ligeira despolarização da membrana. Essas ações conduzem à ação anestésica. À medida que a ação anestésica se desenvolve progressivamente no nervo, o limiar de excitabilidade elétrica aumenta gradualmente, a taxa de aumento do potencial de ação diminui e a condução do impulso diminui. O pKa da mepivacaína foi estimado em 7,7. O pH de uma solução anestésica e o pH do tecido no qual é injetado um AL tem grande influência sobre sua ação de bloqueio nervoso. A acidificação do tecido reduz a eficácia da anestesia local. A anestesia pode ser inadequada quando os ALs são injetados em áreas infectadas ou inflamadas. O cloridrato de mepivacaína produz apenas ligeira vasodilatação.

Farmacocinética

Absorção

O cloridrato de mepivacaína (cloridrato de 1-metil-2´,6´- pipecoloxilidida) é um AL do tipo amida, sendo relativamente resistente à hidrólise. Apresenta um pKa de 7,7, com rápido início de ação, uma vez que o efeito anestésico da mepivacaína pode aparecer 5 minutos após a sua administração, e durar 25 a 40 minutos para infiltração e bloqueio do nervo alveolar, respectivamente, e 90 a 165 minutos em tecidos moles. Os níveis plasmáticos de mepivacaína após injeções periorais da solução de 30 mg/mL de mepivacaína, durante procedimentos odontológicos usuais, foram determinados em vários estudos clínicos. O nível plasmático máximo de mepivacaína foi alcançado aproximadamente após 30-60 minutos da administração. As concentrações máximas de mepivacaína relatadas foram entre 0,4 - 1,2 μg/mL, em cerca de 30 minutos após a injeção intraoral com um carpule, e entre 0,95-1,70 μg/mL com dois carpules. Essas concentrações plasmáticas estão 10 a 25 vezes abaixo do limiar de toxicidade para o sistema nervoso central (SNC) e cardiovascular, respectivamente.

Distribuição

A mepivacaína é distribuída em todos os tecidos do corpo, atravessando facilmente a barreira hematoencefálica. Concentrações mais altas são encontradas em tecidos altamente perfundidos, como fígado, pulmões, coração e cérebro. A mepivacaína possui taxa de ligação protéica de 75% e pode atravessar a barreira placentária por difusão simples, entrando no sistema circulatório do feto em desenvolvimento.

Biotransformação

O local primário da biotransformação dos AL do tipo amida é o fígado, pelas oxidases de função mista microssomais. A hidroxilação e a N-desmetilação desempenham importantes papéis no metabolismo do cloridrato de mepivacaína. Mais de 50% de uma dose é excretada como metabólitos na bile, mas provavelmente passam pela circulação entero-hepática, visto que apenas pequenas quantidades aparecem nas fezes.

Eliminação

A mepivacaína possui tempo de meia-vida aproximado de duas horas, mas a eliminação das amidas depende do fluxo sanguíneo hepático. A meia-vida plasmática pode ser prolongada caso o paciente apresente insuficiência renal ou hepática. A duração do efeito da anestesia local não está relacionada à meia-vida, pois sua ação é encerrada quando o medicamento é removido do receptor. Os metabólitos são excretados na urina com menos de 5% de mepivacaína inalterada. A eliminação pode ser acelerada acidificando a urina.

Como devo armazenar o Mepisv?

Conservar à temperatura ambiente de 15 a 30º C e ao abrigo da luz.

O prazo de validade do Mepisv 3% é de 36 meses.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características do medicamento

O Mepisv 3% apresenta-se como líquido límpido e incolor. A qualquer sinal de alteração de cor do conteúdo do carpule, suspender o uso.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja dentro do prazo de validade e você observe alguma mudança em sua aparência, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Mepisv

M.S - 101770030

Farmacêutico responsável:
Renata Caroline Magalhães
CRF-RJ 21674

Fabricado e distribuído por:
DFL Indústria e Comércio S.A
Estrada do Guerenguê, 2059
Rio de Janeiro - RJ, Brasil
CEP: 22713-002
CNPJ: 33.112.665/0001-46
Indústria Brasileira

SAC
0800 602 68 80
sac@dfl.com.br

Exclusivamente para uso profissional.

Quer saber mais?

Consulta também a Bula do Cloridrato de Mepivacaína


O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 9 de Outubro de 2024.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 9 de Outubro de 2024.

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