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Bula do Nootropil

Princípio Ativo: Piracetam

Classe Terapêutica: Nootrópicos

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 7 de Dezembro de 2024.

Nootropil, para o que é indicado e para o que serve?

Este medicamento é indicado para:

  • Tratamento sintomático da síndrome psico-orgânica (referente à parte mental) cujas características melhoradas pelo tratamento são: perda de memória, distúrbios da atenção e falta de direção;
  • Tratamento de dislexia (transtorno caracterizado pela habilidade deficiente em compreender palavras ou frases escritas) em crianças, em associação com medidas apropriadas como fonoaudiologia (conjunto de métodos utilizados para a correção de vícios de pronúncia);
  • Tratamento de vertigem (tontura) e alterações de equilíbrio associadas, exceto nas vertigens de origem vasomotora (quando ocorre a modificação do calibre de um vaso sanguíneo através de uma ação nervosa, química ou física) ou psíquica (mental).

Como o Nootropil funciona?

Nootropil atua melhorando as funções cerebrais envolvidas em processos de aprendizagem, memória, atenção e consciência. Está indicado no tratamento de perda de memória, perda de atenção e direção; vertigem e dificuldade de aprendizado em crianças.

O alívio dos sintomas torna-se geralmente aparente em poucos dias com a administração de altas doses por via intravenosa. No tratamento das doenças em fase crônica, o efeito ótimo é geralmente alcançado após 6 a 12 semanas. Após 3 meses de tratamento, o médico deve reavaliar a necessidade da continuação do tratamento.

Quais as contraindicações do Nootropil?

Nootropil não deve ser utilizado nos seguintes casos:

Caso você apresente alergia conhecida ao piracetam, aos derivados de pirrolidona ou a qualquer componente do produto. Nootropil também não deve ser utilizado caso você apresente hemorragia cerebral, doença renal (dos rins) em estágio final e caso sofra de Coreia de Huntington (doença hereditária, que começa na meia idade, caracterizada por coreia (movimentos convulsivos, rápidos, forçosos e involuntários que podem ser sutis ou se tornar confluentes, alterando marcadamente os padrões de movimento), sintomas neuropsiquiátricos e déficit no aprendizado).

Este medicamento é contraindicado para menores de 3 anos.

Como usar o Nootropil?

Comprimido revestido / Solução injetável

A duração do tratamento depende do seu estado clínico.

No tratamento das doenças em fase crônica, o efeito ótimo é geralmente alcançado após 6 a 12 semanas. Após 3 meses de tratamento, deve-se reavaliar a necessidade da continuação do mesmo. 

A posologia recomendada está apresentada abaixo, por indicação terapêutica.

Uso em adultos

Tratamento sintomático das síndromes psico-orgânicas

De 2,4 a 4,8 g/dia divididas em 2 ou 3 administrações diárias.

Tratamento da vertigem

De 2,4 a 4,8 g/dia divididas em 2 ou 3 administrações diárias.

Uso em crianças

Tratamento de dislexia em associação com medidas fonoaudiólogas em crianças a partir de 8 anos de idade e adolescentes

3,2 g/dia dividida em 2 administrações diárias.

Não há estudos dos efeitos de Nootropil administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente pela via oral, conforme recomendado pelo médico.

Populações especiais

Pacientes idosos

Recomenda-se ajuste de dose em pacientes idosos com comprometimento da função dos rins. Para tratamento a longo prazo em pacientes idosos, o médico deve avaliar regularmente o clearance (eliminação) de creatinina para realizar ajuste de dose se necessário.

Pacientes com insuficiência dos rins

A dose diária deve ser individualizada de acordo com a sua função dos rins. A tabela a seguir demonstra a dose conforme indicado pelo médico.

Grupo

Clearance de creatinina (mL/min)

Dose e Frequência

Normal

> 80

Dose usual diária, dividida em 2 – 4 doses

Leve

50 – 79

2/3 da dose usual diária, dividida em 2 – 3 doses

Moderada

30 – 49

1/3 da dose usual diária, dividida em 2 doses

Severa

< 30

1/6 da dose usual diária, uma vez ao dia

Doença dos Rins em Estágio Final

------

Contraindicado

Pacientes com insuficiência do fígado

Não é necessário ajuste de dose caso você apresente exclusivamente insuficiência do fígado. Em pacientes com insuficiência do fígado e dos rins recomenda-se ajuste de dose.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompa o tratamento sem o conhecimento de seu médico.

Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.

Exclusivo Comprimido revestido

Você deve tomar os comprimidos de Nootropil com líquido, por via oral, com ou sem alimento.

Exclusivo Solução injetável

Não há estudos dos efeitos de Nootropil administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente pela via intravenosa.

Nootropil solução injetável deve ser administrado por via intravenosa durante vários minutos. A infusão deve ser administrada continuamente na dose diária recomendada durante um período de 24 horas.

O piracetam é compatível (compatibilidade físico-química) com a perfusão de:

  • Glicose 5%, 10%, 20%;
  • Frutose 5%, 10%, 20%;
  • Cloreto de sódio 0,9%;
  • Dextrano 40 (10% em solução de cloreto de sódio 0,9%);
  • Ringer;
  • Manitol 20%;
  • Solução HEA (Hidroxi Etil Amido) 6% e 10%.

A estabilidade destas soluções foi demonstrada por um período mínimo de 24 horas.

A administração intravenosa deve ser utilizada na fase aguda das doenças e quando você apresenta dificuldade de deglutição ou está inconsciente, na mesma dose diária recomendada. Em caso de tratamento prolongado ou de tratamento da doença na fase crônica, a administração deve ser oral.

O alívio dos sintomas torna-se geralmente aparente em poucos dias com a administração de altas doses por via parenteral.

O que devo fazer quando me esquecer de usar o Nootropil?

Caso esqueça de administrar uma dose, administre-a assim que possível. No entanto, se estiver próximo do horário da dose seguinte, espere por este horário, respeitando sempre o intervalo determinado pela posologia. Nunca devem ser administradas duas doses ao mesmo tempo.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico.

Quais cuidados devo ter ao usar o Nootropil?

Efeitos na agregação plaquetária

Devido aos efeitos do piracetam na agregação plaquetária (processo de junção das plaquetas do sangue), recomenda-se cautela caso você apresente sangramento severo, risco de sangramento como, por exemplo, úlcera gastrintestinal, alterações básicas de hemostasia basais (equilíbrio entre a formação e a dissolução de coágulo), pacientes com histórico de derrame cerebral hemorrágico, caso você tenha sido submetido a cirurgias de grande porte incluindo cirurgia dental, ou caso você esteja utilizando medicamentos anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários, incluindo baixas doses de ácido acetilsalicílico.

Descontinuação

A descontinuação abrupta do tratamento com Nootropil deve ser evitada caso você apresente movimentos mioclônicos (contrações involuntárias tipo choque, irregulares, seguidas de relaxamento, de um músculo ou grupo de músculos), uma vez que pode induzir a uma recaída súbita ou convulsões em decorrência da síndrome de abstinência.

Verifique sempre o prazo de validade que se encontra na embalagem do produto e confira o nome para não haver enganos. Não utilize Nootropil caso haja sinais de violação ou danificações da embalagem.

Gravidez

Não existem dados adequados sobre o uso de piracetam em gestantes. O piracetam atravessa a barreira placentária. Como não há estudos sobre uso de piracetam em mulheres grávidas disponíveis, na ausência de dados conclusivos, o uso de Nootropil durante a gravidez não é recomendado. Os níveis de medicamento em recém-nascidos são de aproximadamente 70% - 90% dos níveis maternos. O piracetam não deve ser utilizado durante a gravidez a menos que seja estritamente necessário, quando os benefícios superarem os riscos e o estado clínico da mãe grávida requerer tratamento com piracetam.

Amamentação

O piracetam é excretado no leite materno. Como não há estudos sobre uso de piracetam em mulheres grávidas disponíveis, na ausência de dados conclusivos, o uso de Nootropil durante a lactação não é recomendado. Portanto, piracetam não deve ser usado durante a amamentação ou a amamentação deve ser interrompida, enquanto durar o tratamento. Uma decisão deve ser tomada entre suspender a amamentação ou descontinuar a terapia com piracetam tendo em conta o benefício da amamentação para a criança e o benefício da terapêutica para a mulher.

Fertilidade

Não existem dados clínicos disponíveis sobre o efeito do piracetam na fertilidade. Os estudos em animais indicam que o piracetam não tem nenhum efeito sobre a fertilidade em ratos machos ou fêmeas.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Efeitos na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas

Em decorrência dos eventos adversos observados com a administração de piracetam, uma influência negativa na habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas é possível, e deve ser considerada.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Nootropil?

Comprimido revestido / Solução injetável 

  • Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento).
  • Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento).
  • Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento).
  • Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento).
  • Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento).

Os seguintes eventos adversos foram relatados para o piracetam:

Distúrbios do sistema nervoso
  • Comum: hipercinesia (movimentos excessivos, intensos).
Investigações
  • Comum: aumento de peso.
Distúrbios psiquiátricos
Distúrbios gerais e condições no local da administração
  • Incomum: astenia (fraqueza).

Experiência pós-comercialização

As seguintes reações adversas adicionais foram relatadas:
  • Distúrbios dos sistemas sanguíneos e linfáticos: distúrbio hemorrágico (de sangramento), distúrbios de coagulação, hemorragia (sangramento). Em altas doses de Nootropil, inibe a agregação plaquetária e reduz a viscosidade do sangue;
  • Distúrbios do sistema imunológico: reações anafilactóides (reação alérgica grave e imediata), hipersensibilidade (alergia ou intolerância);
  • Distúrbios psiquiátricos: agitação, ansiedade, confusão, alucinação, distúrbio do sono, nervosismo;
  • Distúrbios do sistema nervoso: ataxia (falta de coordenação dos movimentos), diminuição do equilíbrio, piora da epilepsia, dor de cabeça, insônia, tontura, sonolência, tremor;
  • Distúrbios auditivos e do labirinto: tontura;
  • Distúrbios gastrintestinais: dor abdominal, dor abdominal superior, diarreia, náusea, vômito;
  • Distúrbios cutâneos e subcutâneos: edema angioneurótico (edema transitório súbito de áreas da pele ou membranas mucosas e ocasionalmente das vísceras, geralmente associadas com urticária, eritema e púrpura), dermatite (reação alérgica da pele), prurido (coceira e/ou ardência), urticária (erupção na pele, geralmente de origem alérgica, que causa coceira), angioedema (inchaço em região subcutânea ou em mucosas, geralmente de origem alérgica), rash (erupções cutâneas);

Exclusivo solução injetável

  • Distúrbios vasculares: casos raros de tromboflebite (reação inflamatória da parede venosa associada à trombose) e hipotensão (pressão baixa) foram relatados após a administração intravenosa;
  • Distúrbios gerais e condições no local da administração: casos raros de dor no local da injeção, e febre foram relatados após a administração intravenosa.

Informe ao seu médico ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também a empresa através do seu serviço de atendimento.

População Especial do Nootropil

Pacientes idosos

Recomenda-se ajuste de dose em pacientes idosos com comprometimento de função dos rins. Para tratamento a longo prazo em idosos, o médico deve avaliar regularmente o clearance (eliminação) de creatinina para que o médico realize ajuste de dose quando necessário.

Crianças

Não existem recomendações especiais quanto ao uso de Nootropil em crianças.

Pacientes com insuficiência dos rins

Uma vez que piracetam é excretado pelos rins, precauções devem ser adotadas em casos de insuficiência renal.

Pacientes com insuficiência do fígado

Caso você apresente insuficiência do fígado e dos rins recomenda-se ajuste de dose. Não é necessário ajuste de dose caso você apresente exclusivamente insuficiência do fígado.

Apresentações do Nootropil

Comprimidos revestidos 800 mg

Embalagem com 30.

Uso oral.

Uso adulto e pediátrico acima de 8 anos.

Solução injetável 200 mg/mL

12 ampolas com 5 mL

Uso intravenoso.

Uso adulto e pediátrico acima de 8 anos.

Qual a composição do Nootropil?

Cada comprimido revestido contém:

800 mg de piracetam.

Excipientes: dióxido de silício, macrogol 6000, estearato de magnésio, propilenoglicol, hietelose.

Cada mL da solução injetável contém:

200 mg de piracetam.

Excipientes: acetato de sódio tri-hidratado, ácido acético, água para injetáveis.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Nootropil maior do que a recomendada?

Sintomas

A maior superdosagem relatada com piracetam foi a ingestão oral de 75g. Foi relatado um caso de diarreia sanguinolenta com dor abdominal associado à ingestão diária de dose oral de 75 g de piracetam. Este caso ocorreu provavelmente devido à dose extremamente alta de sorbitol contida na formulação utilizada. No entanto, o Nootropil que você está utilizando não contém sorbitol em sua formulação.

Nenhum evento adverso adicional especificamente relacionado com superdose foi relatado com piracetam.

Tratamento

Em caso de superdose significativa aguda, deve-se proceder ao esvaziamento gástrico por meio de lavagem gástrica ou de indução do vômito. Não existe antídoto específico no caso de superdose com piracetam.

Deve-se instituir tratamento sintomático que pode incluir hemodiálise (método artificial de filtração do sangue). A eficiência da extração do piracetam pelo dialisador é de 50 – 60%.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Nootropil com outros remédios?

Interações farmacocinéticas

Espera-se que o potencial de interação medicamentosa resultando em alterações na farmacocinética (absorção, metabolização e eliminação) do piracetam seja baixo uma vez que aproximadamente 90% da dose do piracetam é excretada pela urina na forma inalterada.

Uma interação metabólica do piracetam com outros fármacos é pouco provável.

Hormônios tireoidianos

Em caso de tratamento concomitante com hormônios tireoidianos (T3 + T4), pode-se aumentar seus efeitos centrais, como confusão, irritabilidade e alteração do sono.

Acenocumarol

Informe seu médico se estiver fazendo uso desse medicamento. Em um estudo publicado envolvendo pacientes com trombose venosa recorrente severa, 9,6 g/dia de piracetam não modificaram a dose de acenocumarol necessária, porém comparado com os efeitos do acenocumarol em monoterapia, a adição de 9,6 g/dia de piracetam reduziu significativamente a agregação plaquetária, a liberação de beta-tromboglobulina, os níveis de fibrinogênio e os fatores de von Willebrand e a viscosidade total do sangue e do plasma. Sangramento moderado, como hematúria e hematoma, ocorreu em 3 a 4 % dos pacientes. Qualquer interação parece rara, mas tenha isso em mente em caso de sangramento inesperado. O piracetam tem atividade antiplaquetária.

Antiepilépticos

A administração de uma dose diária de 20 g de piracetam durante quatro semanas não modificou os níveis séricos (sanguíneos) de fármacos antiepilépticos (carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, valproato) em pacientes epilépticos que estão recebendo doses constantes do medicamento.

Varfarina

Informe seu médico se estiver fazendo uso desse medicamento. O médico deve realizar monitoramento cuidadoso. Poderão ser necessários ajustes na dose de varfarina de forma a manter o nível desejável de anticoagulação.

Álcool

A administração concomitante de álcool não apresenta efeito sobre os níveis séricos de piracetam.

Os níveis séricos de álcool não foram alterados por uma dose oral de 1,6 g de piracetam.

Não há dados disponíveis até o momento sobre a interferência de piracetam em testes laboratoriais.

Informe ao seu médico se você está fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.

Qual a ação da substância do Nootropil?

Resultados de Eficácia


Distúrbios Cognitivos

Uma revisão da literatura publicada em 1991 (Vernon, M.W. 1991) sobre o uso do Piracetam nos distúrbios cognitivos senis mostrou que em vários estudos foram obtidos resultados favoráveis quanto à melhora da memória e funções intelectuais dos pacientes. O Piracetam foi extremamente bem tolerado em dosagens variando entre 2,4 a 4,8 g/dia, sendo praticamente isento de efeitos colaterais.

Dislexia

Em um estudo, 225 crianças com dislexia, entre 7 e 12 anos de idade receberam 3,3 g/dia de Piracetam durante 36 semanas. No final do tratamento, o Piracetam melhorou significativamente a leitura, em comparação com placebo, conforme medido pela pontuação total de passagem do Teste Gray de Leitura Oral (alteração média de ajuste a partir do basal: 7,5 e 6,0 para Piracetam e placebo, respectivamente, p = 0,043) e pela pontuação abrangente do Teste Gilmore de Leitura Oral (alteração média de ajuste a partir do basal: 4,3 e 2,7 para Piracetam e placebo, respectivamente, p = 0,009) (Wilsher, C. 1985).

Vertigem

Redução da frequência do ataque, redução da severidade do mal-estar e desequilíbrio entre os episódios, bem como uma redução da duração de incapacidade foram benefícios atribuídos ao Piracetam 800 mg, 3 vezes ao dia, por 8 semanas, em um estudo controlado multicêntrico com 143 pacientes com vertigens.

A severidade de cada episódio não foi influenciada nem pelo Piracetam nem pelo placebo, e não houve diferenças significativas entre tratamentos de outros sintomas ou sinais gerais durante os intervalos entre os episódios. Qualquer benefício de Piracetam foi perdido no acompanhamento de 4 semanas após a interrupção do tratamento. Os resultados foram similares em um subgrupo diagnosticado com Doença de Meniere.

Para inclusão, vertigem foi definida como uma ilusão de movimentos rotatórios e/ou marítimos, com 3 ou mais eventos mensais durante pelo menos os 3 meses anteriores. Somente pacientes com vertigem de origem central ou periférica foram incluídos. Doze pacientes de cada grupo foram excluídos do estudo devido a eventos adversos, embora apenas um foi atribuído à terapia com o fármaco; um total de 54 pacientes não cumpriram por completo as 8 semanas de estudo. Os resultados foram similares para ambas as análises, de intenção de tratar ou limitada para aqueles que finalizaram com sucesso as 8 semanas (Rosenhall, U. 1996).

Um pequeno estudo não-controlado relatou efeitos benéficos de Piracetam 800 mg 3 vezes ao dia por 1 mês em pacientes com vertigem (pré-vertigem ou insuficiência vertebrobasilar). A atividade de caminhar melhorou em todos os 5 pacientes tratados, em associação com o alívio sintomático da vertigem (Fernandes, C.M.C. 1985).

Referências:

1- Vernon MW, Sorkin EM. Piracetam. An overview of its pharmacological properties and a review of its therapeutic use in senile cognitive disorders. Drugs Aging. 1991 Jan;1(1):17-35.
2- Wilsher CR, et al. Piracetam and dyslexia: effects on reading tests. J Clin Psychopharmacol. 1987 Aug;7(4):230- 7.
3 - Rosenhall U,Deberdt W, Friberg V,Kerr A, Oosterveld W: Piracetam in patients with chronic vertigo. Clin Drug Invest 1996;'11(5):251-260.
4- Fernandes CM, Samuel J. The use of Piracetam in vertigo. S Afr Med J. 1985 Nov 23;68(11):806-8.

Características Farmacológicas


Propriedades farmacodinâmicas

Piracetam pertence ao grupo farmacoterapêutico dos nootrópicos. Piracetam tem como princípio ativo o Piracetam que é uma pirrolidona (2-oxo-1-pirrolidina-acetamida), um derivado cíclico do ácido gama-aminobutírico (GABA).

Mecanismo de ação

Os dados disponíveis sugerem que o mecanismo de ação básico do Piracetam não é célula ou órgão-específico. O Piracetam liga-se fisicamente de modo dose-dependente à extremidade polar dos modelos de membranas fosfolipídicas, induzindo à restauração da estrutura de membrana lamelar caracterizada pela formação de complexos de princípio ativo-fosfolipídeo móveis. Este fato provavelmente contribui para o aumento da estabilidade da membrana, permitindo que as proteínas da membrana e da transmembrana mantenham ou recuperem a estrutura tridimensional ou ainda que se dobrem o suficiente para desempenharem suas funções. O Piracetam apresenta efeitos neuronal e vascular.

Efeito Neuronal

O Piracetam exerce sua atividade na membrana de vários modos em nível neuronal. Em animais, o Piracetam melhora vários tipos de neurotransmissão, principalmente por meio de modulação pós sináptica da densidade e atividade dos receptores. Tanto em animais como em seres humanos, as funções envolvidas em processos cognitivos como aprendizagem, memória, atenção e consciência foram aprimoradas, em indivíduos normais assim como naqueles com deficiências destas funções, sem o desenvolvimento de efeitos sedativos ou psicoestimulantes. O Piracetam protege e restabelece as habilidades cognitivas em animais e em seres humanos após várias lesões cerebrais como hipóxia, intoxicações e tratamento eletroconvulsivo. Também protege contra alterações na função cerebral induzidas por hipóxia e na performance, conforme avaliado pelo eletroencefalograma (EEG) e avaliações psicométricas.

Efeito Vascular

O Piracetam exerce seu efeito hemorreológico nas plaquetas, hemácias e paredes dos vasos sanguíneos através do aumento da deformabilidade eritrocitária e diminuição da agregação plaquetária, adesão de eritrócitos às paredes dos vasos e vasoespasmo capilar.

Efeito nas hemácias

Em pacientes com anemia falciforme, o Piracetam melhora a deformabilidade da membrana dos eritrócitos, diminui a viscosidade sanguínea e evita a formação de rouleau (“empilhamentos” de hemácias).

Efeito nas plaquetas

Em estudos abertos com voluntários saudáveis e em pacientes com fenômeno de Raynaud, o aumento das doses de Piracetam até 12 g foi associado com uma redução dose-dependente nas funções plaquetárias quando comparado aos valores pré-tratamento (testes de agregação induzida por ADP, colágeno, epinefrina e liberação de beta-tromboglobulina), sem alteração significativa da contagem plaquetária. Nestes estudos, o Piracetam prolongou o tempo de sangramento.

Efeito nos vasos sanguíneos

Em estudos com animais, o Piracetam inibiu o vasoespasmo e neutralizou os efeitos de vários agentes espasmogênicos. Não apresentou nenhuma ação vasodilatadora, não induziu o fenômeno de sequestro sanguíneo, fluxo ou refluxo e nem efeitos hipotensores.

Em voluntários saudáveis, o Piracetam diminuiu a adesão de hemácias ao endotélio vascular e apresentou também um efeito estimulante direto na síntese de prostaciclina no endotélio saudável.

Efeitos nos fatores de coagulação

Em voluntários saudáveis a administração de até 9,6 g de Piracetam reduziu os níveis plasmáticos de fibrinogênio e dos fatores de von Willebrand (VIII: C; VIII R: AG; VIII R: vW ) em 30 a 40% e aumentou o tempo de sangramento, quando comparados aos valores pré-tratamento. Quando se compara pacientes com fenômeno de Raynaud primário e secundário e valores de pré-tratamento, 8 g/dia de Piracetam durante 6 meses reduziu em 30 a 40% os níveis de fibrinogênio no plasma e os fatores de von Willebrand (VIII: C; VIII R: AG; VIII R: vW (RCF)), reduziu a viscosidade plasmática e aumentou o tempo de sangramento.

Outro estudo em voluntários saudáveis não demonstrou qualquer diferença estatisticamente significativa entre o Piracetam (até 12 g duas vezes ao dia) e o placebo com relação aos efeitos nos parâmetros da hemostasia e no tempo de sangramento.

Propriedades farmacocinéticas

O perfil farmacocinético do Piracetam é linear e independe do tempo, com baixa variabilidade interpaciente em ampla variação de doses. Isto é consistente com a alta permeabilidade, alta solubilidade e metabolismo mínimo do Piracetam. A meia-vida plasmática do Piracetam é de cinco horas, sendo semelhante em voluntários adultos e em pacientes; e maior em idosos (principalmente devido ao clearance renal prejudicado) e em indivíduos com insuficiência renal. As concentrações plasmáticas do estado de equilíbrio são atingidas no terceiro dia de tratamento.

Absorção

O Piracetam é rápida e extensivamente absorvido após administração oral. As concentrações plasmáticas máximas são alcançadas uma hora após a administração em indivíduos em jejum. A biodisponibilidade absoluta do Piracetam em formulações orais é próxima de 100%. A ingestão de alimentos não afeta a extensão da absorção de Piracetam, porém diminui a Cmáx em 17% e aumenta o tmáx de 1 para 1,5 horas. As concentrações de pico são tipicamente 84 µg/mL e 115 µg/mL após administração de uma única dose oral de 3,2 g e de doses repetidas de 3,2 g, três vezes ao dia, respectivamente.

Distribuição

O Piracetam não se liga às proteínas plasmáticas e seu volume de distribuição é de aproximadamente 0,6 L/kg. O Piracetam foi quantificado no líquor, pois atravessa a barreira hematoencefálica após administração intravenosa. No líquor, o tmáx foi alcançado em aproximadamente 5 horas após a administração e a meia-vida foi próxima de 8,5 horas. Em animais, a maior concentração cerebral de Piracetam foi no córtex cerebral (lobos frontal, parietal e occipital), córtex cerebelar e gânglios basais. O Piracetam difunde-se para todos os tecidos, exceto o tecido adiposo, atravessa a barreira placentária e penetra as membranas de hemácias isoladas.

Biotransformação

O Piracetam não é metabolizado pelo corpo humano. Esta ausência de metabolismo é baseada na duração da meiavida plasmática em pacientes anúricos e na alta recuperação do componente não metabolizado na urina.

Eliminação

A meia-vida plasmática do Piracetam em adultos é de aproximadamente 5 horas após administração intravenosa ou oral. O clearance aparente total corpóreo é de 80-90 mL/min. A principal via de excreção é a urinária, correspondendo a 80-100% da dose. O Piracetam é excretado por filtração glomerular.

Linearidade

A farmacocinética do Piracetam é linear no intervalo de dose de 0,8 a 12 g. As variáveis farmacocinéticas como a meia-vida e o clearance não sofrem alteração com relação à dose e duração do tratamento.

Características em pacientes

Sexo

Em um estudo de bioequivalência comparando formulações na dose de 2,4 g, os valores de Cmáx e AUC foram aproximadamente 30% maiores em mulheres (N = 6) comparados aos homens (N = 6). Entretanto, os clearances ajustados de acordo com o peso corpóreo foram comparáveis.

Etnia

Não foram realizados estudos formais de farmacocinética com relação aos efeitos das raças. Contudo, uma comparação de estudos cruzados envolvendo caucasianos e asiáticos mostrou que a farmacocinética do Piracetam foi comparável entre as duas raças. Uma vez que o Piracetam é excretado principalmente por via renal e não existem diferenças importantes no clearance de creatinina entre raças, não são esperadas diferenças farmacocinéticas relacionadas à raça.

Idosos

A meia-vida do Piracetam é aumentada em idosos e este aumento está relacionado à diminuição da função renal nesta população.

Crianças

Nenhum estudo formal de farmacocinética foi conduzido em crianças.

Insuficiência renal

O clearance de Piracetam está correlacionado ao clearance de creatinina, portanto, recomenda-se a realização de ajuste posológico da dose diária de Piracetam com base nos dados de clearance de creatinina em pacientes com insuficiência renal. Em indivíduos anúricos em estágio terminal de doença renal, a meia-vida do Piracetam é aumentada até 59 horas. A remoção fracionada de Piracetam foi de 50 – 60% durante uma sessão típica de diálise com duração de quatro horas.

Insuficiência hepática

A influência da insuficiência hepática na farmacocinética do Piracetam não foi avaliada. Uma vez que 80 a 100% da dose administrada são excretados na urina na forma de fármaco inalterado, não se espera que haja efeito significativo na eliminação de Piracetam em caso de insuficiência hepática.

Dados de segurança pré-clínica

Os dados de segurança pré-clínica indicam que o Piracetam apresenta um baixo potencial de toxicidade. Estudos com administração de dose única demonstraram ausência de toxicidade irreversível após doses orais de 10 g/kg em camundongos, ratos e cães. Não foi observado órgão-alvo para toxicidade com doses repetidas em estudos de toxicidade crônica em camundongos (até 4,8 g/kg/dia) e em ratos (até 2,4 g/kg/dia). Efeitos gastrintestinais leves (emese, alteração da consistência fecal, aumento do consumo de água) foram observados em cães quando Piracetam foi administrado oralmente durante um ano na dose crescente de 1 a 10 g/kg/dia. De modo semelhante, a administração intravenosa de 1 g/kg/dia durante 4-5 semanas em ratos e cães não produziu toxicidade.

Estudos in vitro e in vivo não demonstraram potencial genotóxico e carcinogênico.

Como devo armazenar o Nootropil?

Nootropil deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C).

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Exclusivo solução injetávelApós aberto, Nootropil solução injetável deve ser utilizado imediatamente. Não é recomendado o reaproveitamento do seu conteúdo ou seu armazenamento para ser reutilizado em pacientes.

Características do medicamento

Comprimido revestido

Comprimido revestido oblongo, biconvexo, com vinco em um dos lados, de coloração branca.

Solução injetável

Solução límpida, incolor a levemente amarelada.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Nootropil

Comprimido revestido / Solução injetável

MS - 1.8326.0420

Sob licença de:
UCB S.A. Divisão Farmacêutica
Bélgica

SAC
sac.brasil@sanofi.com
0800-703-0014

Exclusivo comprimido revestido

Farm. Resp.:
Ricardo Jonsson
CRF-SP: nº 40.796

Sanofi Medley Farmacêutica Ltda.
Rua Conde Domingos Papaiz, 413 – Suzano – SP
CNPJ - 10.588.595/0010-92
Indústria Brasileira

Comercializado por:
UCB Biopharma Ltda.
Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 1327 - 5º Andar
São Paulo - SP

Exclusivo solução injetável

Farm. Resp.:
Mauricio R. Marante
CRF-SP: 28.847

Sanofi Medley Farmacêutica Ltda.
Rua Conde Domingos Papaiz, 413 – Suzano – SP
CNPJ - 10.588.595/0010-92
Indústria Brasileira

Comercializado por:
UCB Biopharma Ltda.
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 4300 - 2º Andar - São Paulo - SP

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O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 7 de Dezembro de 2024.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 7 de Dezembro de 2024.

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