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Bula do Sulpirida

Princípio Ativo: Sulpirida

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 13 de Fevereiro de 2020.

Sulpirida, para o que é indicado e para o que serve?

Comprimido

Este medicamento é destinado ao tratamento da esquizofrenia.

Cápsula

Medicamento a base de Sulpirida, indicado para pacientes com problemas neurolépticos, como estados neuróticos depressivos, síndromes vertiginosas, e esquizofrenia.

Quais as contraindicações do Sulpirida?

Sulpirida é contraindicado para uso por:

  • Pacientes com hipersensibilidade à Sulpirida ou a qualquer componente da fórmula;
  • Pacientes com tumor dependente de prolactina (ex. prolactinomas da glândula pituitária e câncer de mama);
  • Pacientes com diagnóstico ou suspeita de feocromocitoma;
  • Lactação;
  • Utilização concomitante com levodopa ou medicamentos antiparkinsonianos (incluindo ropinirol);
  • Porfiria aguda.

Como usar o Sulpirida?

Comprimido

Os comprimidos devem ser administrados com líquido, por via oral.

Esquizofrenia

400 a 800 mg ao dia, em duas ingestões. A posologia pode ser aumentada, se necessário, até o máximo de 1200 mg ao dia.

Sintomas predominantemente excitatórios (delírios, alucinações) respondem melhor utilizando-se doses maiores, iniciando-se o tratamento com 400 mg duas vezes ao dia e aumentando-se até 1200 mg ao dia, se necessário.

Sintomas predominantemente depressivos respondem melhor a doses iguais ou inferiores a 800 mg ao dia.

Pacientes com sintomatologia mista respondem geralmente a uma posologia de 400 - 600 mg duas vezes ao dia.

Não há estudos dos efeitos de Sulpirida administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via oral.

Populações especiais

Pacientes com insuficiência renal

Deve-se reduzir a dose de Sulpirida em casos de insuficiência renal.

Cápsula

As cápsulas devem ser administradas com líquido, por via oral.

Estados neuróticos depressivos

100 a 200 mg (2 a 4 cápsulas de 50 mg) ao dia, administrados em 2 ingestões diárias (manhã e noite).

Síndromes vertiginosas

150 a 300 mg ao dia, em duas ingestões.

Esquizofrenia

400 a 800 mg ao dia, em duas ingestões. A posologia pode ser aumentada, se necessário, até o máximo de 1200 mg ao dia.

Sintomas predominantemente excitatórios (delírios, alucinações) respondem melhor utilizando-se doses maiores, iniciando-se o tratamento com 400 mg, duas vezes ao dia e aumentando-se até 1200 mg ao dia, se necessário.

Sintomas predominantemente depressivos respondem melhor a doses iguais ou inferiores a 800 mg ao dia.

Pacientes com sintomatologia mista respondem geralmente a uma posologia de 400 - 600 mg, duas vezes ao dia.

Não há estudos dos efeitos de Sulpirida administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via oral.

Populações especiais

Pacientes com insuficiência renal

Deve-se reduzir a dose de Sulpirida em casos de insuficiência renal.

Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Sulpirida?

  • Muito comum: ≥ 10%;
  • Comum: ≥ 1 e < 10%;
  • Incomum: ≥ 0,1 e < 1%;
  • Raro: ≥ 0,01 e < 0,1%;
  • Muito raro: < 0,01%, desconhecido (não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis).

Distúrbios autonômicos

  • Crises hipertensivas (em hipertensos ou portadores de feocromocitomas).

Distúrbios do sangue e sistema linfático

  • Incomum: leucopenia.
  • Frequência desconhecida: neutropenia, agranulocitose.

Distúrbios do sistema imunológico

Distúrbios endócrinos

  • Comum: hiperprolactinemia.

Distúrbios psiquiátricos

  • Comum: insônia.
  • Frequência desconhecida: confusão.

Distúrbios do sistema nervoso

  • Comum: sedação ou sonolência, distúrbios extrapiramidais (estes sintomas geralmente são reversíveis após administração de medicamentos antiparkinsonianos), parkinsonismo, tremor, inquietação.
  • Incomum: hipertonia, discinesia, distonia.
  • Rara: crises oculógiras.
  • Frequência desconhecida: síndrome neuroléptica maligna, que é uma complicação potencialmente fatal, hiposcinesia, discinesia tardia (tem sido reportada, como com todos os neurolépticos, após a administração de neuroléptico por mais de 3 meses. Medicação antiparkinsoniana é ineficaz ou pode induzir o agravamento dos sintomas), convulsão.

Distúrbios metabólicos e de nutrição

  • Frequência desconhecida: hiponatremia, síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH).

Distúrbios cardíacos

  • Rara: arritmia ventricular, fibrilação ventricular, taquicardia ventricular.
  • Frequência desconhecida: prolongamento do intervalo QT, parada cardíaca, torsades de pointes, morte súbita.

Distúrbios vasculares

  • Incomum: hipotensão ortostática.
  • Frequência desconhecida: tromboembolismo venoso, embolismo pulmonar, algumas vezes fatal, trombose venosa profunda e aumento da pressão arterial.

Distúrbios respiratórios, torácicos e mediastinal

  • Frequência desconhecida: pneumonia aspirativa (principalmente em associação com outros depressores do Sistema Nervoso Central).

Distúrbios gastrintestinais

  • Comum: constipação.
  • Incomum: hipersecreção salivar.

Distúrbios hepatobiliares

  • Comum: aumento das enzimas do fígado.
  • Frequência desconhecida: lesão hepatocelular, lesão colestática ou lesão mista.

Distúrbios da pele e tecidos subcutâneos

  • Comum: rash máculo-papular.

Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conjuntivo

  • Frequência desconhecida: torcicolo, trismo, rabdomiólise

Gravidez e condições no puerpério e perinatais

  • Frequência desconhecida: sintomas extrapiramidais, síndrome de abstinência neonatal.

Distúrbios do sistema reprodutivo e mama

  • Comum: dor nas mamas, galactorreia.
  • Incomum: aumento das mamas, amenorreia, orgasmo anormal, disfunção erétil.
  • Frequência desconhecida: ginecomastia.

Distúrbios gerais e Condições do local de administração

  • Comum: aumento de peso.
  • Desconhecida: hipertermia

Investigações

  • Desconhecida: creatina fosfoquinase sanguínea aumentada.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificação de Eventos Adversos a Medicamentos - VIGIMED, disponível em http://portal.anvisa.gov.br/vigimed, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Sulpirida com outros remédios?

Associação contraindicada

  • A levodopa, medicamentos antiparkinsonianos (incluindo ropinirol): antagonismo recíproco dos efeitos dos neurolépticos e da levodopa ou dos medicamentos antiparkinsonianos (incluindo ropinirol).

Associações não recomendadas

  • Álcool: o álcool aumenta o efeito sedativo dos neurolépticos. Bebidas alcoólicas e medicamentos contendo álcool, não devem ser ingeridos durante o tratamento com Sulpirida.
  • Uso concomitante com medicamentos que podem causar o prolongamento do intervalo QT ou induzir torsades de pointes:
    • Medicamentos que induzem bradicardia como betabloqueadores, bloqueadores de canal de cálcio (diltiazem, verapamil), clonidina, guanfacina e digitálicos.
    • Medicamentos que induzem hipocalemia: diuréticos hipocalêmicos, laxativos, anfotericina B, glicocorticoides e tetracosactídeos. A hipocalemia deve ser corrigida.
    • Antiarrítmicos classe Ia como quinidina e disopiramida.
    • Antiarrítmicos classe III como amiodarona e sotalol.
    • Outros medicamentos como pimozida, sultoprida, haloperidol, tioridazina, metadona, antidepressivos imipramínicos, lítio, bepridil, cisaprida, eritromicina IV, vincamina IV, halofantrina, pentamidina, esparfloxacino.

Associações que devem ser consideradas

  • Agentes anti-hipertensivos: efeito anti-hipertensivo e possibilidade de hipotensão ortostática aumentada (efeito aditivo).
  • Depressores do SNC incluindo narcóticos, analgésicos, anti-histamínicos H1 sedativos, barbitúricos, benzodiazepínicos e outros ansiolíticos, clonidina e derivados.
  • Antiácidos e sucralfato: quando coadministrados ocorre a diminuição da absorção da Sulpirida. Portanto, a Sulpirida deve ser administrada no mínimo duas horas antes destes fármacos.
  • Lítio: aumenta o risco de reações adversas extrapiramidais. A descontinuação dos dois medicamentos é recomendada aos primeiros sinais de neurotoxicidade.

Quais cuidados devo ter ao usar o Sulpirida?

Uma vez que existem relatos de hiperglicemia em pacientes tratados com fármacos antipsicóticos atípicos, os pacientes que estão iniciando o tratamento com Sulpirida e que apresentam diagnóstico estabelecido de diabetes mellitus ou fatores de risco para diabetes, devem receber uma monitorização glicêmica adequada.

Os neurolépticos podem diminuir o limiar epileptogênico e alguns casos de convulsão foram reportados com o uso de Sulpirida. Portanto, os pacientes com histórico de epilepsia devem ser cuidadosamente monitorados durante o tratamento com a Sulpirida.

Em pacientes com comportamento agressivo ou agitação com impulsividade, a Sulpirida pode ser administrada com um sedativo.

Foram reportadas leucopenia, neutropenia e agranulocitose no tratamento com medicamentos antipsicóticos, incluindo Sulpirida. Infecções inexplicáveis ou febre podem ser evidências de discrasias sanguíneas e requerem investigação hematológica imediata.

Sulpirida deve ser utilizado com cautela em pacientes com histórico de glaucoma, íleo paralítico, estenose digestiva congênita, retenção urinária ou hiperplasia de próstata.

Sulpirida deve ser utilizado com cautela em pacientes hipertensos, especialmente em pacientes idosos, devido o risco de crise hipertensiva. Monitoramento adequado deve ser realizado.

Gravidez

Estudos em animais não indicaram efeitos danosos diretos ou indiretos com respeito à teratogenicidade e embriofetotoxicidade. Estudos em animais são insuficientes em relação aos transtornos do desenvolvimento neurológico em filhotes. A Sulpirida atravessa a placenta. Em humanos, existem dados clínicos muito limitados sobre a exposição de mulheres grávidas à Sulpirida. O uso de Sulpirida não é recomendado durante a gravidez e em mulheres com potencial para engravidar que não utilizam métodos contraceptivos eficazes, a menos que os benefícios justifiquem os riscos potenciais.

Os neonatos expostos a medicamentos antipsicóticos, incluindo Sulpirida, durante o terceiro trimestre da gravidez correm o risco de apresentar reações adversas incluindo sintomas extrapiramidais e/ou de abstinência que podem variar em severidade e duração após o parto. Existem relatos de agitação, hipertonia, hipotonia, tremor, sonolência, dificuldade respiratória ou distúrbios de alimentação. Consequentemente, os recém-nascidos devem ser monitorados cuidadosamente.

Categoria de risco na gravidez: C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Fertilidade

Foi observada uma diminuição na fertilidade ligada aos efeitos farmacológicos do fármaco (efeito mediado pela prolactina) nos animais tratados.

Lactação

A Sulpirida é excretada no leite materno. A amamentação é contraindicada.

Populações especiais

Pacientes idosos

Como com outros neurolépticos, a Sulpirida deve ser usada com cautela em pacientes idosos, pois a sensibilidade ao produto está aumentada nessa faixa etária. No caso de pacientes idosos com demência.

Insuficiência renal

Deve-se reduzir a dose de Sulpirida em casos de insuficiência renal.

Crianças

A segurança e eficácia de Sulpirida não foram completamente investigadas em crianças. Por essa razão, deve-se ter cautela ao prescrever Sulpirida a crianças.

Alterações na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas

Mesmo quando utilizado da maneira recomendada, a Sulpirida pode causar sedação.

Durante o tratamento o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.

Advertências do Sulpirida


  • Prolongamento do intervalo QT:
    • A Sulpirida pode induzir o prolongamento do intervalo QT. Este efeito é conhecido por potencializar o risco de arritmias ventriculares graves como torsades de pointes.
    • Antes da administração de Sulpirida e se possível de acordo com o estado clínico do paciente, recomenda-se monitorização de fatores que podem favorecer a ocorrência dessas arritmias, como por exemplo:
      • Bradicardia (menos que 55 bpm).
      • Desequilíbrio eletrolítico, em particular hipocalemia.
      • Prolongamento congênito do intervalo QT.
      • Tratamento concomitante com medicamentos que podem causar bradicardia considerável (< 55 bpm).
      • Hipocalemia.
      • Condução intracardíaca diminuída ou prolongamento do intervalo QT.
  • Acidente Vascular Cerebral:
    • Em estudos clínicos randomizados versus placebo realizados em uma população de pacientes idosos com demência e tratados com fármacos antipsicóticos atípicos foi observado um aumento de 3 vezes no risco da ocorrência de eventos cerebrovasculares. O mecanismo pelo qual ocorre esse aumento não é conhecido. Um aumento no risco com a administração de outros fármacos antipsicóticos ou outras populações de pacientes não pode ser excluído. A Sulpirida deve ser usada com cautela em pacientes com fatores de risco para acidente vascular cerebral.
  • Assim como com outros neurolépticos, pode ocorrer Síndrome Neuroléptica Maligna (SNM), uma complicação potencialmente fatal, caracterizada por hipertermia, rigidez muscular e disfunção autonômica. Foram observados casos com características atípicas, tais como hipertermia sem rigidez muscular ou hipertonia. Em caso de hipertermia de origem desconhecida, que pode ser considerado como um sinal/sintoma precoce de SNM ou como uma SNM atípica Sulpirida deve ser descontinuada, prontamente com supervisão médica.
  • Quando o tratamento com neurolépticos é absolutamente necessário em pacientes portadores do mal de Parkinson, a Sulpirida pode ser utilizada, porém com cautela.
  • Pacientes idosos com demência:
    • Os pacientes idosos com psicose relacionada à demência, tratados com medicamentos antipsicóticos, estão sob risco de óbito aumentado. A análise de 17 estudos placebo-controlados (duração modal de 10 semanas), majoritariamente em pacientes utilizando medicamentos antipsicóticos atípicos, revelou um risco de óbito entre 1,6 a 1,7 vezes maior em pacientes tratados com o medicamento do que em pacientes tratados com placebo. Durante o curso de um típico estudo controlado por 10 semanas, a taxa de óbito em pacientes tratados com o medicamento foi de aproximadamente 4,5%, comparado com a taxa de aproximadamente 2,6% no grupo recebendo placebo. Embora os casos de óbito em ensaios clínicos com antipsicóticos atípicos sejam variados, a maioria dos óbitos parece ter ocorrido naturalmente por problemas cardiovasculares (exemplo: insuficiência cardíaca, morte súbita) ou infecciosos (exemplo: pneumonia). Estudos observacionais sugerem que, similarmente aos medicamentos antipsicóticos atípicos, o tratamento com medicamentos antipsicóticos convencionais pode aumentar a mortalidade. Não está claro o quanto este achado de mortalidade aumentada pode ser atribuído ao medicamento antipsicótico ao invés de algumas características dos pacientes.
  • Tromboembolismo venoso:
    • Casos de tromboembolismo venoso, algumas vezes fatais, foram reportados com medicamentos antipsicóticos. Portanto, Sulpirida deve ser utilizado com cautela em pacientes com fatores de riscos para tromboembolismo.
  • Câncer de mama:
    • A Sulpirida pode aumentar os níveis de prolactina. Portanto, recomenda-se precaução e os pacientes com história ou uma história familiar de câncer de mama devem ser cuidadosamente monitorizados durante o tratamento.

Qual a ação da substância do Sulpirida?

Resultados de Eficácia


Esquizofrenia

Quando administrada em altas doses, a Sulpirida apresenta efeitos neurolépticos como um antipsicótico atípico, com açãonos sintomas negativos e positivos, e que tem mostrado um resultado satisfatório no tratamento de pacientesesquizofrênicos. Estudos sugerem que em tratamentos de curto prazo, isto é, entre 3 e 16 semanas de uso, a Sulpirida têm semostrado tão eficaz quanto os antipsicóticos típicos. Do mesmo modo, estudos em longo prazo, 4 a 42 meses, têm demonstrado sua eficácia, embora na sua maioria sejam estudos abertos (Borenstein et aI., 1968; Cassano et aI., 1975;Edwards et aI., 1980; Lepola et aI., 1989; Mauri et al 1996).

Em estudo para avaliar a eficácia da Sulpirida em 38 pacientes com esquizofrenia crônica, randomizado e controlado comtrifluoroperazina, o grupo que recebeu Sulpirida apresentou melhora significativa na avaliação global de gravidade dadoença em comparação à avaliação basal após 2, 4 e 6 semanas. O grupo da trifluoroperazina também apresentou melhora,não havendo diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos, concluindo que Sulpirida é tão eficaz quantotrifluoroperazina (Edwards et al. 1980).

Exclusivo Cápsula

Depressão

Quando dada em baixas doses a Sulpirida tem uma ação antidepressiva. Estudo realizado com pacientes sofrendo componentes depressivos em neuroses de diferentes tipos, demonstrou que a Sulpirida foi superior ao placebo no efeito antidepressivo (Wada, 1974).

Em um estudo duplo-cego comparando o uso de imipramina versus Sulpirida em pacientes com depressão de vária etiologias, demonstrou que os paciente que fizeram uso da Sulpirida apresentaram boa resposta assim como os que fizeram uso da imipramina (Yura et aI. 1976). O mesmo foi identificado quando se comparou a Sulpirida a amitriptilina no tratamento de pacientes com depressão (Aylward et aI., 1981; Standish-Barry et aI., 1983: Bruynooghe et aI., 1992).

Vertigem

A Sulpirida apresenta efetividade no tratamento da vertigem, sendo que seus efeitos geralmente são notados em 3 a 4 dias de tratamento. Entretanto, o aparecimento de resposta terapêutica em 48 horas também tem sido relatado (Lebon, 1983).

Caraterísticas Farmacológicas


Propriedades Farmacodinâmicas

Sulpirida é um neuroléptico do grupo das benzamidas, antagonista farmacológico da dopamina, estruturalmente distintodos fenotiazínicos, butirofenonas e tioxantenos. Sulpirida atua de forma bimodal: bloqueia os receptores dopaminérgicospós-sinápticos, como os neurolépticos convencionais, porém de forma seletiva, bloqueando somente receptores não-dependentes da adenilciclase (receptores D2). Sulpirida bloqueia também os receptores dopaminérgicos autoinibitóriospré-sinápticos, aumentando a quantidade de neurotransmissor na fenda sináptica. Tal ação pré-sináptica é dominante embaixas concentrações teciduais do fármaco, o que pode explicar seu efeito antidepressivo em baixa posologia.

Sulpirida também difere dos neurolépticos convencionais em relação aos efeitos observados em testes experimentais emanimais; é inativo em alguns testes rotineiramente utilizados para avaliação da atividade neuroléptica. Tais efeitos, aliados auma fraca lipofilicidade, podem explicar sua baixa atividade sedante em uso clínico.

Em baixas posologias, Sulpirida apresenta um efeito predominantemente antidepressivo devido a seu mecanismo de açãobimodal. Esta ação estimulante simula um efeito dopaminérgico e pode explicar o desencadeamento de crises hipertensivas(paralelamente a um aumento da excreção urinária de ácido vanilmandélico) observado em alguns pacientes hipertensostratados com Sulpirida ou de feocromocitomas em pacientes em que esta patologia é latente.

A esquizofrenia, caracterizada por perda de contato social, pode ser tratada com Sulpirida. Em geral, em pacientesesquizofrênicos, observa-se uma melhor sociabilização após alguns dias de tratamento e controle dos sintomas.

Sulpirida exerce uma ação depressora direta sobre as funções vestibulares. Vários estudos constataram sua eficácia notratamento de vertigens de origens diversas: pós-traumáticas, Menière, de origem cervical, pós-operatórias, vasculares,neurológicas, psicossomáticas, iatrogênicas e outras.

Como outros neurolépticos, que também são inibidores da dopamina, Sulpirida pode produzir reações extrapiramidais,sedação, inibição central da êmese e induzir a liberação de prolactina.

Propriedades Farmacocinéticas

A absorção da Sulpirida, após administração via oral, ocorre em 4,5 horas e pode sofrer influência da ingesta concomitante de alimentos. A biodisponibilidade do fármaco é de 25 a 35%, com variações individuais significativas. Suas concentrações plasmáticas são proporcionais às doses administradas, e são máximas entre 1 e 6h da sua administração oral. Ocorre baixa difusão ao sistema nervoso central, onde é encontrada em maior proporção na hipófise. Sua taxa de ligação proteica é inferior a 40%, sua meia-vida plasmática é de 7 horas e 90% da dose administrada via intravenosa é excretada na urina sem metabolização. A eliminação do fármaco é essencialmente renal.

Fontes consultadas

Fonte: Bula do Profissional do Medicamento Equilid®.

O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 13 de Fevereiro de 2020.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 13 de Fevereiro de 2020.

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