Cloridrato de Alfuzosina é indicado no tratamento dos sintomas funcionais da hiperplasia prostática benigna.
Também é destinado ao tratamento adjuvante do cateterismo vesical nos quadros de retenção urinária aguda, relacionada com a hiperplasia benigna da próstata.
Cloridrato de Alfuzosina é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade ao Cloridrato de Alfuzosina ou a qualquer componente da fórmula, em associação com outros bloqueadores alfa-1, em associação com inibidores potentes da CYP3A4 e em pacientes com insuficiência hepática.
O comprimido deve ser administrado com líquido, por via oral.
A posologia recomendada é de 1 comprimido de Cloridrato de Alfuzosina ao dia, após uma refeição.
Não há estudos dos efeitos de Cloridrato de Alfuzosina administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via oral.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
Em caso de superdose, o paciente deve ser hospitalizado, manter-se deitado e deve ser administrado tratamento convencional para hipotensão.
O Cloridrato de Alfuzosina é altamente ligada às proteínas plasmáticas, portanto, a diálise não deve ser benéfica.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Bloqueadores do receptor alfa 1, inibidores potentes da CYP3A4 como o cetoconazol, itraconazol e ritonavir uma vez que os níveis sanguíneos de Cloridrato de Alfuzosina podem estar aumentados.
Medicamentos anti-hipertensivos, nitratos.
Como com todos os bloqueadores alfa-1, em alguns pacientes, em particular pacientes recebendo medicamentos anti-hipertensivos, a hipotensão postural com ou sem sintomas (tontura, fadiga, sudorese) pode desenvolver-se entre as poucas horas após a administração. Em tais casos, o paciente deve deitar-se até o completo desaparecimento dos sintomas. Estes efeitos são usualmente transitórios, ocorrem no início do tratamento e usualmente não impedem a continuação do tratamento.
Foi relatada pronunciada queda na pressão sanguínea em acompanhamento pós-comercialização em pacientes com fatores de risco preexistentes (tais como doenças cardíacas subjacentes e/ou tratamentos concomitantes com medicamento anti-hipertensivo). O risco de desenvolvimento de hipotensão e reações adversas relacionadas pode ser maior em pacientes idosos.
O paciente deve ser informado de possível ocorrência de tais eventos.
É necessário cautela quando Cloridrato de Alfuzosina é administrado em pacientes com hipotensão ortostática sintomática ou em pacientes com medicamento anti-hipertensivo ou nitratos.
Utilizar com cuidado em pacientes com prolongamento do intervalo QT congênito ou adquirido ou que estejam tomando medicamentos que prolongam o intervalo QT.
O Cloridrato de Alfuzosina, assim como outros bloqueadores alfa-1, tem sido associada com priapismo (ereção peniana dolorosa persistente não-relacionada à atividade sexual). Como esta condição pode levar a impotência permanente se não tratada adequadamente, os pacientes devem ser alertados sobre a gravidade desta condição.
É necessário cautela quando do uso de Cloridrato de Alfuzosina em pacientes que apresentaram pronunciada resposta hipotensiva a outro bloqueador alfa-1.
Em pacientes com coronariopatia, o tratamento específico para insuficiência coronariana deve ser continuado. Caso angina pectoris reaparecer ou agravar, o uso de Cloridrato de Alfuzosina deve ser interrompido.
Durante a cirurgia de catarata, observou-se Síndrome da Íris Flácida Intra-Operatória (IFIS, uma variante da síndrome da pupila pequena) em alguns pacientes em tratamento ou previamente tratados com alguns bloqueadores alfa-1.
Embora o risco deste evento com Cloridrato de Alfuzosina pareça muito baixo, os cirurgiões oftalmológicos devem ser informados anteriormente à cirurgia de catarata do uso corrente ou prévio de bloqueadores alfa-1, visto que IFIS pode causar aumento de complicações do procedimento. Os oftalmologistas devem estar preparados para possíveis modificações nas suas técnicas cirúrgicas.
Os pacientes devem ser informados que os comprimidos devem ser engolidos inteiros.
Apesar de não terem sido detectados casos de oclusão intestinal com o uso de Cloridrato de Alfuzosina existe esta possibilidade pela presença de óleo de rícino como excipiente do produto.
Não há dados disponíveis no efeito de dirigir veículos. Reações adversas, tais como vertigem, tontura e astenia podem ocorrer essencialmente no início do tratamento. Isto deve ser considerado quando na condução de veículos e operação de máquinas.
Devido à indicação de uso, esta seção não é aplicável.
A eficácia do medicamento não foi demonstrada em estudo com crianças entre 2 a 16 anos, portanto Cloridrato de Alfuzosina não é indicado para uso na população pediátrica.
Para evidenciar a eficácia e segurança a longo prazo de Cloridrato de Alfuzosina, 518 pacientes portadores de hiperplasia benigna prostática foram randomizados para receber Cloridrato de Alfuzosina (7,5-10 mg) ou placebo por 6 meses. Em 6 meses, a taxa de fluxo urinário médio aumentou (p<0.05) e o volume residual diminuiu (p=0,017), no grupo tratado com Cloridrato de Alfuzosina, apesar dos dois grupos terem sido marginalmente similar em relação ao amento da taxa de fluxo de pico. (1)
Existem 2 estudos com populações semelhantes que foram desenhados para documentar a eficácia e segurança de Cloridrato de Alfuzosina 10 mg OD. O estudo europeu (ALFORTI) comparou Cloridrato de Alfuzosina 10 mg dose única diária com Cloridrato de Alfuzosina 2.5mg três vezes ao dia e placebo; o estudo americano, multicêntrico, randomizado, placebo-controlado (ALFUS) comparou a formulação de 10 mg dose única diária, com 15 mg e com placebo. O estudo ALFORTI demonstrou uma alteração significativa no escore de IPSS (score doença-específico de qualidade de vida) (p=0,002) e na taxa de pico de fluxo urinário (p<0,05) (2). De acordo com os dados do estudo ALFUS, em concordância com os achados do estudo ALFORTI, houve uma melhora significativa no score IPSS (p<0,001) e na taxa de pico do fluxo urinário (p=0,0004). De um modo geral, Cloridrato de Alfuzosina foi bem tolerada em ambos os estudos. (3)
Além dos estudos randomizados, Cloridrato de Alfuzosina foi estudada num estudo observacional envolvendo 6523 homens com hiperplasia benigna prostática, ALF-ONE, corroborando os resultados dos estudos duplo-cegos randomizados na população real, que demonstraram que Cloridrato de Alfuzosina 10 mg é eficaz e bem tolerado. (4)
De acordo com o estudo cego e randomizado comparando Cloridrato de Alfuzosina 10 mg a placebo em pacientes com o primeiro episódio de retenção urinária aguda (RUA), a possibilidade de o paciente permanecer sem a sonda de demora após tentativa de retirada da mesma (TWOC – Trial without catheter), seu endpoint primário, TWOC foi de 61,9% no grupo do Cloridrato de Alfuzosina contra 47,9% no grupo placebo, conferindo assim uma significância estatística (p= 0,012). (5)
O Cloridrato de Alfuzosina é um derivado quinazolínico ativo por via oral e que se constitui em um antagonista seletivo dos receptores adrenérgicos alfa-1 pós-sinápticos. Estudos farmacológicos realizados “in vitro” confirmaram a especificidade do Cloridrato de Alfuzosina pelos adrenoreceptores alfa-1 situados no trígono vesical, uretra e próstata.
Os bloqueadores alfa-1 por uma ação direta sobre o músculo liso do tecido da próstata diminuem a obstrução infra-vesical. Estudos “in vivo” em animais evidenciaram que o Cloridrato de Alfuzosina reduz a pressão uretral e, consequentemente, a resistência ao fluxo miccional.
Estes efeitos conduziram a uma melhora dos sintomas de irritação urinária e obstrução. Não produziram efeitos deletérios sobre as funções sexuais.
No estudo ALFAUR, o efeito do Cloridrato de Alfuzosina na retomada miccional foi avaliado entre 357 homens de idade superiores a 50 anos, que apresentavam um primeiro episódio doloroso de retenção urinária aguda (RUA), ligada à hiperplasia benigna da próstata (HBP) com um resíduo miccional compreendido entre 500 e 1500 ml durante a colocação sob cateter e durante a primeira hora após esta.
Neste estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego, em dois grupos paralelos, comparando 10 mg/dia de Cloridrato de Alfuzosina LP com um placebo, a avaliação de retomada miccional foi realizada 24 horas após a retirada do cateter, pela manhã, depois de pelo menos dois dias de tratamento com o Cloridrato de Alfuzosina. O tratamento com o Cloridrato de Alfuzosina permitiu aumentar significativamente (p = 0,012) o índice de retomada miccional após a retirada do cateter, entre os pacientes que passaram por um primeiro episódio de RUA ou 146 retomadas miccionais (61,9%) no grupo do Cloridrato de Alfuzosina contra 58 (47,9%) no grupo do placebo.
Os parâmetros farmacocinéticos da Concentração Máxima (Cmáx) e da Área Sob a Curva (ASC) não são aumentados nos pacientes idosos, quando comparados com voluntários sadios de meia-idade.
Os valores médios de Cmáx e de ASC são moderadamente aumentados nos pacientes com insuficiência renal moderada (depuração de creatinina > 30 mL/min), sem modificação da meia vida de eliminação, comparativamente ao paciente com função renal normal.
O ajuste posológico, não é necessário para os pacientes com insuficiência renal moderada com uma depuração de creatinina > 30 mL/min.
A CYP3A4 é a principal enzima hepática isofórmica envolvida no metabolismo do Cloridrato de Alfuzosina. O cetoconazol é um inibidor potente do CYP3A4. Repetidas doses de cetoconazol 200 mg diariamente por sete dias, resultaram num aumento da Cmax = 2,11 vezes e da ASCfinal = 2,46 vezes de Cloridrato de Alfuzosina 10 mg uma vez ao dia (pós-prandial). Outros parâmetros, tais como tmáx e t½Z não foram modificados. No 8° dia de administração repetida de cetoconazol 400 mg/dia houve aumento da Cmax de Cloridrato de Alfuzosina para 2,3 vezes e ASCfinal e ASC para 3,2 e 3,0, respectivamente.
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica da farmacêutica responsável: Rafaela Sarturi Sitiniki (CRF-PR 37364). Consulte a bula original. Última atualização: 29 de Junho de 2022