Somatostatina
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Tipo de receita
- Branca Comum (Dispensação Sob Prescrição Médica Restrito a Hospitais)
Classe terapêutica
- Hemostáticos Sistêmicos
Forma farmacêutica
- Pó para solução injetável
Categoria
- Doenças do Sangue
- Medicamentos
Dosagem
- 3mg
Fabricante
- Merck
Princípio ativo
- Somatostatina
Tipo do medicamento
- Novo
Quantidade
- 1 Unidades
- 1 mL
Stilamin 3mg, com 1 ampola de pó liofilizado para solução injetável
Indisponível
Merck
Somatostatina
Bula do Somatostatina
Somatostatina, para o que é indicado e para o que serve?
- Tratamento da hemorragia aguda severa do trato gastrointestinal alto, resultante de úlcera gástrica e/ou duodenal, erosão gástrica, gastrite hemorrágica ou varizes esofágicas.
- Em casos de hemorragia severa devida a varizes esofágicas, somatostatina não se constitui em alternativa à sonda de Sengstaken-Blakemore.
- Fístulas pancreáticas e intestinais: o tratamento é adjuvante ao tratamento convencional.
- Tratamento profilático de complicações pós-operatórias conseqüentes à intervenção cirúrgica sobre o pâncreas.
Observação: Não está indicado em casos de hemorragias de artérias de médio e grande calibre,quando se faz necessária a cirurgia.
Quais as contraindicações do Somatostatina?
Somatostatina é contraindicado em:
- Pacientes com hipersensibilidade a somatostatina ou a qualquer outro componente da fórmula;
- Gravidez;
- Puerpério;
- Lactação.
Tipo de receita
Como usar o Somatostatina?
O conteúdo da ampola com substância ativa deve ser reconstituído imediatamente antes do uso, com solução fisiológica salina ou com uma solução de glicose a 5%.
A diluição é ajustada para que seja garantida a taxa de infusão de 250μg de somatostatina/hora. A utilização de uma seringa de perfusão é recomendada.
Tratamento da hemorragia aguda severa do trato gastrointestinal alto
Salvo orientação em contrário, somatostatina deverá ser administrado em solução salina estéril e apirogênica por infusão intravenosa contínua na dose de 3,5 mcg /kg/hora (em média 250 mcg /hora).
Uma vez cessada a hemorragia o tratamento deverá ser continuado por 48-72 horas, com o objetivo de se evitar o ressangramento. O tratamento completo não deverá exceder 120 horas; na verdade, a utilidade de um período de infusão mais longo não foi ainda estabelecido.
Tratamento profilático de complicações pós-operatórias consequentes à cirurgia pancreática
Somatostatina deverá ser administrado desde o início da intervenção cirúrgica (250 mcg /hora) e o tratamentodeverá ser mantido por 5 dias.
Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Somatostatina?
A administração de somatostatina pode causar transitoriamente náusea, tontura e rubor na face. Estas reações aparecem quando o fármaco é injetado por via intravenosa muito rápida e não durante infusão continua.
Estudos publicados com somatostatina demonstraram que:
- Arritmias foram raramente relatadas durante a infusão;
- Hipersecreção de rebote de hormônio de crescimento ocorreu após a interrupção da infusão;
- Náusea, vômitos, diarreia e cólicas abdominais foram relatadas durante o uso. Em um estudo controlado, náusea, vômito ou ambos foram relatados em 25% dos pacientes em tratamento de varizes com infusão de somatostatina;
- Leucocitose foi relatada em pacientes com artrite psoriática em tratamento com somatostatina.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificação de Eventos Adversos a Medicamentos - VIGIMED, disponível em http://portal.anvisa.gov.br/vigimed, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Somatostatina com outros remédios?
A somatostatina prolonga o efeito hipnótico do hexobarbital e potencializa a ação do pentetrazol. Sendo assim somatostatina não deve ser administrado concomitantemente com essas substâncias, somente após o encerrado o efeito das mesmas.
Estudos publicados com somatostatina demonstraram que o uso concomitante desta substância com a morfina reduz o efeito analgésico da morfina.
Incompatibilidades
Com exceção de uma solução de glicose a 5%, somatostatina não deve ser misturado com outras soluções contendo açúcar.
Quais cuidados devo ter ao usar o Somatostatina?
Devido ao seu efeito inibidor na secreção de insulina e glucagon, somatostatina deve ser administrado com cautela em pacientes hemorrágicos insulino-dependentes. Nestes pacientes pode ser observado hipoglicemia que pode ser precedida, após 2-3 horas, de hiperglicemia.
É portanto aconselhável verificar regularmente a glicemia (a cada 3-4 horas) tentando evitar um fornecimento adicional de açúcar devido ao aumento temporário da dose de insulina.
Nos casos de fístulas pancreáticas ou intestinais devidas a problemas inflamatórios ou neoplásicos, é necessário tratar primeiramente tais casos.
Gravidez e lactação
Nos estudos de reprodução em animais, não demonstrou risco fetal, no entanto não foram realizados estudos controlados em mulheres grávidas.
Entretanto, somatostatina é contraindicado no período de gravidez, durante a lactação ou no período pré-natal, em razão de seus efeitos inibitórios na secreção de hormônio do crescimento.
Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas
Até o momento, não existem dados sobre efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas.
Populações especiais
Não estão disponíveis estudos clínicos a respeito da administração de somatostatina a crianças e adolescentes abaixo de 16 anos de idade.
Qual a ação da substância do Somatostatina?
Resultados de Eficácia
Dados pré-clínicos
Os estudos da toxicidade aguda e subcrônica em diversas espécies animais (roedores e não-roedores) não forneceram evidência de efeitos tóxicos específicos.
A somatostatina não foi testada para efeitos mutagênicos. Como uma substância que é inerente ao organismo, a somatostatina utilizada em doses terapêuticas não é suspeita à mutagenicidade. Não estão disponíveis estudos em longo prazo do potencial tumorigênico em animais.
A somatostatina é capaz de atravessar a placenta. A toxicidade reprodutiva da somatostatina não foi suficientemente investigada, mas sabe-se que não ocorreram eventos adversos em camundongos. Entretanto, efeitos em algum nível não podem ser excluídos em teste de embriotoxicidade especifica em ratos embora o dano visualizado fosse inespecífico.
Dados clínicos
Hemorragia aguda severa do trato gastrointestinal superior
Em uma meta-análise publicada nos Anais de Medicina Interna de 1997, 14 estudos clínicos randomizados foram incluídos comparando somatostatina ou ocreotida a um antagonista H2 (7 estudos com cimetidina e 5 estudos com ranitidina) ou a placebo (7 estudos placebo-controlados). Oito (8) desses estudos eram duplo-cego. Os pacientes incluídos eram portadores de hemorragia superior aguda não-variceal com confirmação da fonte do sangramento por endoscopia.
Quando todos os 1.829 pacientes referentes aos 14 estudos clínicos randomizados foram considerados, a somatostatina reduziu o risco de sangramento contínuo ou ressangramento para 0,53, uma redução de 47% do risco. Em relação aos 12 estudos que mediam o sangramento contínuo isolado, a eficácia da somatostatina fez com que o risco reduzisse em 56%. Em 13 estudos que mediram a necessidade de cirurgia, a somatostatina reduziu o risco para 0,71, redução esta de 29% do risco.
Referências:
Imperiale, T. F., Birgisson, S. Somatostatin or ocreotide compared with H2 antagonists and placebo in the management of acute nonvariceal upper gastrointestinal hemorrhage: a meta-analysis. Annals of Internal Medicine, v. 127, n. 12, p. 1062-1071, 1997.
Profilaxia de complicações pós-cirúrgicas
Uma meta-análise incluiu 28 estudos clínicos sobre o uso de somatostatina (12 estudos), octreotida (10 estudos) e mesilato de gabexato (6 estudos) após condução de colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (ERCP). As medições das evoluções avaliadas foram a incidência de pancreatite aguda, hiperamilasemia e dor pancreática. Quando todos os estudos foram analisados, somatostatina e mesilato de gabexato foram associados significativamente com melhoras nessas três evoluções.
As odds ratio (OR) para mesilato de gabexato foram 0,27 com p = 0,001 para pancreatite aguda, 0,66 com p = 0,007 para hiperamilasemia e 0,33 com p = 0,0005 para dor pós-procedimento. Somatostatina reduziu OR para pancreatite aguda para 0,38 com p < 0,001, OR para dor para 0,24, com p < 0,001 e OR para hiperamilasemia para 0,65 com p = 0,008. Octreotida foi associada apenas com uma redução do risco de hiperamilasemia pós ERCP, com OR 0,51 e p = 0,007, mas não teve nenhum efeito sobre pancreatite aguda nem dor. A lesão pancreática depois de ERCP pode ser prevenida com a administração de somatostatina ou mesilato de gabexato, mas somatostatina é mais efetiva em termos de custo-benefício.
Referências:
Andriulli, A. et al. Pharmacologic treatment can prevent pancreatic injury after ERCP: a meta-analysis. Gastrointestinal Endoscopy, Rome, v. 51, n. 1, p. 1-7, 2000.
Tratamento de fístulas pancreáticas
Um estudo prospectivo randomizado controlado incluindo 51 pacientes com fístulas gastrintestinais ou pancreáticas aferiu, avaliou e comparou o potencial benefício clínico e economicidade de farmacoterapia (somatostatina (SS) vs. octreotida (OC) em relação à terapia convencional. A porcentagem de fechamento de fístula foi de 84% no grupo SS, 65% no grupo OC e 27% no grupo controle. (p = 0,007). A porcentagem total de mortalidade foi menor do que 5%.
Em geral, a terapia farmacológica (SS e OC) foi mais custo efetiva do que a terapia convencional e a somatostatina foi mais efetiva em termos de custo-benefício do que a octreotida. A média de permanência hospitalar foi: 21,6 dias para SS, 27,0 dias para OC e 31,5 dias para o grupo controle. Esses dados sugerem que a farmacoterapia reduz o custo envolvido no tratamento de fístula (reduzindo a internação) e também promove uma porcentagem aumentada de fechamento espontâneo.
Tratamento de pancreatite aguda
Foi conduzida uma meta-análise de estudos clínicos em que somatostatina (SS), octreotida (OC) e mesilato de gabexato (FOY) foram usados para tratar pacientes com pancreatite aguda (PA). Foram avaliados cinco endpoints: mortalidade precoce e global, pacientes com complicações, porcentagem de complicação e pacientes que necessitaram de cirurgia.
Em PA leve, nenhum agente demonstrou ter valor. Em PA grave, tanto SS quanto OC foram benéficos na melhora de mortalidade geral com OR 0,36 e p = 0,001 para SS e 0,57 e p = 0,006 para OC, respectivamente. Agentes antissecretórios, como SS e OC, são capazes de reduzir a mortalidade sem afetar as complicações, enquanto que antiproteases, como FOY, não têm efeito sobre a mortalidade, mas reduzem as complicações.
Referências:
Andriulli, A. et al. Meta-analysis of somatostatin, ocreotide and gabexate mesilate in the therapy of acute pancreatitis. Aliment Pharmacol Ther, 12, p.237-245, 1998.
Características Farmacológicas
Farmacodinâmica
A somatostatina é um tetradecapeptídeo cíclico obtido por síntese. Sua estrutura e ação são idênticas à da somatostatina natural.
Em humanos, a somatostatina é encontrada principalmente no trato gastrointestinal, hipotálamo e nas terminações nervosas. A somatostatina inibe a secreção de gastrina, ácido gástrico e pepsina, diminui as secreções endócrinas e exócrinas do pâncreas e reduz a secreção de hormônio do crescimento.
A ação favorável da somatostatina no tratamento da cetoacidose diabética é atribuída à sua atividade inibitória sobre a secreção do glucagon. Além disso, a somatostatina é capaz de reduzir significativamente o fluxo sanguíneo esplâncnico sem determinar alterações notáveis na pressão arterial sistêmica.
No sistema nervoso central, a somatostatina está envolvida no mecanismo de dor.
Farmacocinética
Em indivíduos saudáveis, os níveis de somatostatina endógenos no plasma periféricos são muito baixos, na ordem de 175 pg/ml.
Com administração intravenosa, os níveis plasmáticos dependem da velocidade da infusão. Para uma dose de 250 mcg/h, o nível máximo é atingido em 15 minutos. Os níveis plasmáticos normais são normalmente entre 300 e 3000 pg/ml.
A somatostatina administrada por via endovenosa possui meia-vida plasmática muito curta. Em indivíduos saudáveis (medida por radioimunoensaio), ela é de 1,1 a 3,0 minutos.
Cinética em situações clínicas particulares
A meia-vida plasmática em pacientes com distúrbios hepáticos é prolongada para 1,2-4,8 minutos e, em pacientes com insuficiência renal, para 2,6-4,9 minutos.
Fontes consultadas
Fonte: Bula do Profissional do Medicamento Stilamin®.
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