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Bula do Vesanoid

Princípio Ativo: Tretinoína

Classe Terapêutica: Todos Os Outros Antineoplásicos

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 6 de Dezembro de 2024.

Vesanoid, para o que é indicado e para o que serve?

Vesanoid® é indicado para indução da remissão em leucemia promielocítica aguda (tipo de câncer da medula óssea e do sangue).

Podem ser tratados com ácido all-trans-retinoico tanto pacientes que ainda não receberam nenhum tratamento para esta doença quanto pacientes que apresentaram recaída após quimioterapia padrão (antraciclina e citosina arabinosídeo ou tratamentos equivalentes) ou pacientes resistentes a qualquer quimioterapia.

A associação de quimioterapia ao ácido all-trans-retinoico aumenta a sobrevida e reduz o risco de recidiva comparada à quimioterapia isolada. O tratamento de manutenção ainda está sendo pesquisado, mas foi relatada a perda da capacidade de resposta ao ácido all-trans-retinoico em pacientes mantidos somente com ácido all-trans-retinoico.

Como o Vesanoid funciona?

Vesanoid® contém em sua formulação uma substância derivada da vitamina A, a tretinoína. Deve ser usado somente para o tratamento de leucemia promielocítica aguda.

Estudos com a tretinoína demonstraram sua ação sobre as células sanguíneas, incluindo as células da leucemia mieloide humana. Vesanoid® começa a agir logo após sua administração.

Quais as contraindicações do Vesanoid?

Você não deve utilizar Vesanoid® nas seguintes condições:

  • Hipersensibilidade conhecida ao ácido all-trans-retinoico ou a qualquer um dos componentes desse medicamento;
  • O uso do ácido all-trans-retinoico em combinação com vitamina A é contraindicado. Você deve informar ao seu médico se estiver fazendo uso da vitamina A antes do início do tratamento com Vesanoid®.

Gravidez e amamentação

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o tratamento.

Vesanoid® é teratogênico, isto é, pode ocasionar graves defeitos físicos ao feto quando ocorrer gravidez durante o seu uso ou até um mês após sua interrupção. Seu uso é contraindicado para mulheres grávidas e para mulheres que possam vir a engravidar durante ou até um mês após o término do tratamento, a menos que, devido à gravidade das condições da paciente e urgência do tratamento, o médico chegue à conclusão de que o benefício do tratamento com ácido all-trans-retinoico possa ser maior que o risco de anormalidades fetais. Em caso de gravidez durante o uso do medicamento, existe um risco extremamente alto de nascimento de uma criança deformada, independente da dose utilizada ou do tempo de tratamento.

O tratamento com o ácido all-trans-retinoico somente deve ser iniciado em mulheres com possibilidade de engravidar se ela concordar em seguir todas as seguintes recomendações:

  • A paciente deve ser informada por seu médico sobre o perigo de engravidar durante e após um mês do término do tratamento com o ácido all-trans-retinoico;
  • A paciente deseja aderir e cumprir as medidas anticoncepcionais obrigatórias. É absolutamente essencial que toda mulher com possibilidade de engravidar e que vai iniciar o uso do ácido all-trans-retinoico, utilize um método de contracepção eficaz durante o tratamento e por até um mês após a interrupção do tratamento;
  • Testes de gravidez devem ser realizados mensalmente durante o tratamento.

Apesar dessas precauções, caso ocorra gravidez durante o tratamento com o ácido all-trans-retinoico ou em até um mês após a sua interrupção, há um grande risco de malformação grave do feto, particularmente se a paciente tomou o ácido alltrans-retinoico no primeiro trimestre da gravidez. Você deve informar ao seu médico a ocorrência de gravidez na vigência do tratamento ou no mês seguinte após o término do tratamento.

Vesanoid® pode passar para o leite materno e por este motivo, se você estiver amamentando deve suspender o aleitamento no início do tratamento com Vesanoid®. Informe seu médico se você estiver amamentando antes de iniciar o tratamento com Vesanoid®.

Atenção: risco para mulheres grávidas. Causa graves defeitos na face, nas orelhas, no coração e no sistema nervoso do feto.

Como usar o Vesanoid?

Vesanoid® deve ser administrado por via oral. Recomenda-se que Vesanoid® seja administrado junto com a refeição ou logo após, porque os alimentos melhoram a absorção deste medicamento.

A dose de Vesanoid® deve ser calculada por seu médico. Habitualmente a dose recomendada é de aproximadamente 8 cápsulas diárias para um adulto [45 mg/m2]. A dose para crianças é variável, dependendo do peso e altura, e de eventuais efeitos colaterais que possam aparecer. O médico poderá reduzir a dose para crianças com cefaleia intratável (dor de cabeça) e para pessoas com insuficiência hepática (funcionamento inadequado do fígado) e/ou renal (funcionamento inadequado dos rins).

Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.

O tratamento deve ser continuado por 30 a 90 dias até que se obtenha remissão (diminuição dos sintomas) completa da doença.

Após remissão completa, seu médico poderá iniciar um esquema de quimioterapia de consolidação incluindo antraciclina e citosina arabinosídeo; por exemplo, três séries em intervalos de 5 a 6 semanas. Se houve remissão com Vesanoid® isolado, não é necessário modificar as doses da tretinoína se ela for utilizada com quimioterapia.

Posologia do Vesanoid


Pacientes idosos

  • Se você tem 65 anos ou mais, não há recomendações especiais de dose para você. Você deve ser tratado com a mesma dose que é recomendada para adultos jovens [45 mg/m2].

Pacientes pediátricos

  • Pacientes pediátricos devem ser tratados com a mesma dose recomendada para adultos [45 mg/m2], a menos que apresentem sinais de toxicidade grave. A redução da dose deve ser particularmente considerada para crianças que apresentarem cefaleia intratável.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

O que devo fazer quando me esquecer de usar o Vesanoid?

Se você se esquecer de tomar as cápsulas de Vesanoid®, você deve tomá-las com uma refeição, assim que você se lembrar.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico ou cirurgião-dentista.

Quais cuidados devo ter ao usar o Vesanoid?

O ácido all-trans-retinoico só deve ser utilizado em pacientes portadores de leucemia promielocítica aguda (LPA) sob a supervisão de um médico com experiência no tratamento de doenças/câncer no sangue.

Durante estudos clínicos foi freqüentemente observado (75%) aumento exagerado dos glóbulos brancos no sangue (responsáveis pela proteção do corpo contra infecções), algumas vezes associado com a “Síndrome do Ácido Retinoico” (SAR). A SAR foi relatada em muitos pacientes portadores de leucemia promielocítica aguda (até 25% em alguns estudos clínicos) tratados com o ácido all-trans-retinoico.

A SAR é caracterizada por febre, dispneia (dificuldade para respirar), desconforto respiratório agudo, infiltrados pulmonares, hipotensão (queda de pressão), derrame pleural e no pericárdio (acúmulo de líquido entre as membranas que envolvem os pulmões e o coração), edema (inchaço), aumento do peso, insuficiência hepática, insuficiência renal e falência de múltiplos órgãos. Essa síndrome está frequentemente associada à hiperleucocitose e pode ser fatal.

Para os pacientes com número exagerado dos glóbulos brancos ao receber ácido all-trans-retinoico isoladamente, a SAR pode ser evitada pela adição de quimioterapia com antraciclinas ao tratamento com ácido all-trans-retinoico baseado no número de glóbulos brancos. Se você apresentar essa síndrome, seu médico saberá qual é a recomendação atual nesses casos. O tratamento poderá incluir a combinação de Vesanoid® com outros medicamentos em diversos esquemas de doses e com duração de tratamento variável. Em caso de dúvida, converse com o seu médico.

Em caso de SAR moderada e grave a interrupção temporária do tratamento com ácido all-trans-retinoico poderá ser considerada.

Há risco de trombose (obstrução por coágulos nas veias e artérias), que pode envolver qualquer sistema corpóreo, durante o primeiro mês de tratamento. Portanto, a combinação de Vesanoid® e agentes antifibrinolíticos, como ácido tranexâmico, ácido aminocaproico ou aprotinina, deve ser usada com cautela.

Durante o tratamento com Vesanoid® seu médico estará atento em relação a alguns problemas que poderão ocorrer, como sangramentos e infecções, e adotará as condutas recomendadas nesses casos. Você deverá fazer alguns exames de laboratório, incluindo, exames de sangue, como hemograma completo, teste de coagulação do sangue, testes da função hepática (fígado), níveis de triglicérides e colesterol.

O ácido all-trans-retinoico pode causar hipertensão intracraniana/pseudotumor cerebral (aumento da pressão dentro da cabeça como ocorre na presença de tumores cerebrais). A administração concomitante de outros agentes que sabidamente causam hipertensão intracraninana/pseudotumor cerebral, como as tetraciclinas, pode aumentar o risco de ocorrência desta condição.

Pílulas contraceptivas com baixa dosagem de progesterona (“mini-pílulas”) podem não ser adequadas como método para evitar a gravidez durante o tratamento com ácido all-trans-retinoico.

Distúrbios psiquiátricos

Depressão, depressão agravada, ansiedade e alterações de humor foram relatadas em pacientes tratados com retinoides sistêmicos, incluindo o ácido all-trans retinoico. Um cuidado especial deve ser tomado em pacientes com histórico de depressão. Os pacientes devem ser monitorados quanto a sinais de depressão e encaminhados para tratamento apropriado, se necessário. A consciência da família ou dos amigos pode ser útil para detectar a deterioração da saúde mental.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas

Você não deverá dirigir veículos ou operar máquinas durante o tratamento com Vesanoid®, pois a sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.

Até o momento, não há informações de que Vesanoid® possa causar doping. Em caso de dúvidas, consulte o seu médico.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Vesanoid?

Vesanoid® ocasiona, em geral, vários efeitos colaterais, que exigem acompanhamento médico permanente.

Pele 

  • Secura, eritema (vermelhidão), exantema (erupção generalizada de pele), prurido (coceira), sudorese (transpiração excessiva) e perda de cabelo. Ulceração genital e Síndrome de Sweet (dermatose neutrofilica febril aguda) foram relatadas infrequentemente. Eritema nodoso (nódulos dolorosos sob a pele) foi relatado raramente;

Membranas mucosas

  • Queilite (ressecamento dos lábios), secura da boca, nariz, conjuntiva e outras membranas mucosas com ou sem sintomas inflamatórios;

Sistema nervoso central

  • Estado de confusão mental, ansiedade, depressão, insônia, cefaleia (dor de cabeça), hipertensão intracraniana/pseudotumor cerebral (aumento da pressão dentro da cabeça como ocorre na presença de tumores cerebrais), principalmente em crianças, febre, tremores, tontura, confusão, parestesias (formigamento, dormência), insônia e mal-estar;

Sistema neuro-sensorial

  • Distúrbios da visão e audição;

Sistema músculo-esquelético

  • Dor óssea e torácica. Miosite (inflamação muscular) foi relatada raramente;

Trato gastrintestinal

  • Náusea, vômito, dor abdominal, constipação (prisão de ventre), diarreia, apetite diminuído e pancreatite (inflamação do pâncreas);

Disfunções metabólicas, hepáticas e renais

  • Elevação de triglicérides, colesterol, transaminases (ALT, AST) e creatinina séricos. Foram relatados casos ocasionais de hipercalcemia (aumento de cálcio no sangue);

Sistema respiratório

  • Dispneia (dificuldade para respirar), insuficiência respiratória, derrame pleural (acúmulo de líquido entre as membranas que revestem o pulmão, popularmente chamado de “água no pulmão”) e síndrome semelhante à asma;

Sistema cardiovascular

  • Arritmias, ruborização e edema (inchaço). Alguns casos de trombose (venosa e arterial) envolvendo vários locais (por exemplo: acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e infarto renal) foram relatados infrequentemente;

Hematológico

  • Trombocitose (aumento do número de plaquetas) foi relatada raramente. Basofilia (aumento dos basófilos - um tipo de glóbulos brancos) acentuada com ou sem hiper-histaminemia (aumento da histamina) sintomática foi relatada raramente, principalmente em pacientes com uma variação rara de LPA associada com diferenciação basofílica;

Outros

  • Vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos), predominantemente envolvendo a pele, foi relatada raramente.

A decisão de interromper ou continuar o tratamento deve se basear na avaliação do benefício do tratamento em relação à gravidade dos efeitos colaterais.

Se você apresentar ao mesmo tempo, febre, dificuldade para respirar, desconforto respiratório agudo, queda de pressão, sensação de opressão no peito e inchaço você poderá estar apresentando uma condição chamada “Síndrome do Ácido Retinoico” (SAR), que requer cuidados médicos imediatos, e se não for convenientemente tratada, pode ser fatal.

Teratogenicidade

*Corpo como um todo

  • Hemorragia (sangramento) (60%), infecção (58%), coagulação intravascular disseminada (um tipo de distúrbio da coagulação do sangue) (26%), mialgia (dor muscular) (14%), dor no flanco (dor na lateral do corpo) (9%), celulite (8%), desequilíbrio hídrico (6%), palidez (6%), distúrbios linfáticos (6%), acidose (acidez do sangue) (3%), hiponatremia (redução de sódio) (3%) e ascite (barriga d'água) (3%);

*Disfunções do sistema urinário

  • Insuficiência renal (redução da função dos rins) (11%), falência renal aguda (redução rápida da função dos rins) (3%), disúria (dificuldade para urinar) (9%), aumento da frequência de micção (aumento da frequência de urinar) (3%), necrose tubular renal (relacionada à redução da função dos rins) (3%) e hiperplasia prostática (aumento da próstata) (3%);

*Sistema cardiovascular

  • Hipotensão (pressão baixa) (14%), hipertensão (pressão alta) (11%), flebite (inflamação da veia) (11%), insuficiência cardíaca (6%) e, para 3% dos pacientes, ocorreram parada cardíaca, cardiomegalia (aumento no tamanho do coração), sopro cardíaco, isquemia (diminuição do fluxo de sangue), acidente vascular cerebral (derrame), miocardite (inflamação do músculo do coração), pericardite (inflamação da bolsa que envolve o coração), hipertensão pulmonar (dificuldade da passagem do sangue pelo pulmão) e cardiomiopatia secundária (doença do músculo do coração);

*Sistema nervoso central e periférico

  • Hemorragia cerebral (9%), agitação (9%), alucinações (6%) e, para 3% dos pacientes, ocorreram alteração na marcha (caminhada), agnósia (dificuldade de reconhecer ou identificar objetos), afasia (dificuldade de falar e escrever), flapping, (tremor nas mãos), edema cerebelar (inchaço no cerebelo), desordens cerebelares (doenças do cerebelo, uma parte do cérebro), convulsões, coma, depressão do sistema nervoso central, disartria (dificuldade de falar), encefalopatia (comprometimento cerebral), paralisia facial, hemiplegia (paralisação de um lado do corpo), hiporreflexia (diminuição dos reflexos), hipotaxia (dificuldade para caminhar), ausência de reflexo à luz, reações neurológicas, distúrbios da medula espinhal, fraqueza nas pernas, inconsciência, demência, esquecimento, sonolência e fala lentificada;

*Sistema neuro-sensorial

  • Desordens oculares (diminuição da acuidade visual, defeitos no campo visual), dor de ouvido foi reportada por 23% dos pacientes e perda auditiva (inclusive perda irreversível da audição em menos de 1% dos casos);

*Sistema respiratório

  • Distúrbios do trato respiratório superior (63%), pneumonia (14%), estertor (ruídos na respiração) (14%), sibilância expiratória (chiados no peito ao soltar o ar) (14%), infiltração pulmonar (6%), edema pulmonar (presença indevida de líquidos no pulmão) (3%), edema de laringe (3%) e doença pulmonar não especificada (3%);

*Trato gastrintestinal

  • Hemorragia gastrointestinal (34%), dispepsia (indigestão gástrica) (14%), distensão abdominal (inchaço na região abdominal) (11%), hepatoesplenomegalia (aumento do tamanho do fígado e do baço) (9%), hepatite (3%), úlcera (3%) e desordens hepáticas não especificadas (3%).

*Tais reações adversas foram inseridas mediante solicitação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, utilizando como referência texto de bula emitido pela empresa Barr Laboratories Inc. disponível no DailyMed.

As informações sobre a segurança do uso da tretinoína em crianças são limitadas. Houve alguns relatos de aumento da toxicidade em crianças tratadas com tretinoína, particularmente pseudotumor cerebral (aumento da pressão dentro da cabeça, simulando um tumor cerebral).

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento.

Informe a empresa sobre o aparecimento de reações indesejáveis e problemas com este medicamento, entrando em contato através do Sistema de Atendimento ao Consumidor (SAC).

Apresentações do Vesanoid

Cápsulas 10 mg

Em caixa com frasco contendo 100 cápsulas.

Via oral.

Uso adulto e pediátrico.

Qual a composição do Vesanoid?

Cada cápsula de Vesanoid® contém:

10 mg de tretinoína (ácido all-trans-retinoico).

Excipientes: cera amarela, óleo de soja hidrogenado, óleo de soja parcialmente hidrogenado e óleo de soja, contidos em uma cápsula constituída por gelatina, glicerol, karion (sorbitol, manitol, amido), dióxido de titânio, óxido de ferro amarelo e óxido de ferro vermelho

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Vesanoid maior do que a recomendada?

Em caso de superdosagem com o uso de Vesanoid®, podem aparecer sinais reversíveis de hipervitaminose A (dor de cabeça, náusea, vômito, alterações nas mucosas e na pele). A dose recomendada em leucemia promielocítica aguda é de um quarto da dose máxima tolerada em pacientes portadores de tumores sólidos e abaixo da dose máxima tolerada em crianças.

Não há tratamento específico no caso de uma superdose. No entanto, é importante que o paciente seja tratado em uma clínica especializada.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações sobre como proceder.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Vesanoid com outros remédios?

Assim como ocorre para muitos medicamentos, existe a possibilidade do ácido all-trans-retinoico sofrer interferência ou interferir na ação de outros medicamentos.

Seu médico saberá reconhecer situações em que isso pode ser importante, como por exemplo:

  • Com medicamentos que interferem na coagulação do sangue (agentes antifibrinolíticos, inibidores da coagulação sanguínea, como o ácido tranexâmico, ácido aminocaproico e aprotinina). Casos de complicações trombóticas fatais foram relatados raramente, em pacientes tratados ao mesmo tempo com ácido all-trans-retinoico e agentes antifibrinolíticos;
  • Com medicamentos que também possam causar aumento da pressão dentro da cabeça/pseudotumor cerebral como as tetraciclinas;
  • Com a Vitamina A, pois os sintomas de hipervitaminose A (excesso de vitamina A) podem ser agravados;
  • Medicamentos que podem requerer cuidado especial quando coadministrados ao Vesanoid incluem antimicóticos do tipo imidazol e triazol (para infecções fúngicas, por exemplo: cetoconazol).

Informe seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para sua saúde.

Qual a ação da substância do Vesanoid?

Resultados de Eficácia


Cápsula

A análise conjunta de três estudos clínicos mostrou que o número de pacientes que atingiram remissão completa após tratamento com Tretinoína nas doses recomendadas de 45mg/m2 /dia na maioria dos casos [25 mg/m2 /dia em alguns casos], isoladamente ou em combinação com quimioterapia, tanto para pacientes tratados pela primeira vez quanto para pacientes que apresentavam recidiva da doença após quimioterapia prévia, variou entre 62% e 90%. Estes índices foram considerados dentro da faixa esperada após quimioterapia, relatada como sendo da ordem de 60% a 80%, e são compatíveis com outras informações da literatura. Além disso, a literatura refere que a duração da remissão completa com o tratamento combinado, pode variar entre 6 e 24 meses.

Referências bibliográficas:

1. Fenaux P., Castaigne S, Dombrei H., et al. All-trans retinoic acid followed by intensive chemotherapy gives a high complete remission rate and may prolong remission in newly diagnosed acute promyelocytic leukemia: a pilot study on 26 cases. Blood 80:2176-2181, 1992.
2. Fenaux P. and Degos L. Treatment of acute promyelocytic leukemia with all-trans retinoic acid. Leukemia Res. 15:655-657, 1991.
3. Warrell RP. Frankel SR., Miller WH., et al. All-trans retinoic acid for remission induction of acute promyelocytic leukemia (APL). Results of The New York Study. Abstract from the American Cancer Society of Hematology, pp1430, 1992.
4. Wiley JS. and Firkin FC. A phase I study of all-trans retinoic acid (ATRA) for remission induction of poor risk acute promyelocytic leukemia (APL). Abstract from the American Cancer Society of Hematology, Proceedings 1992, pp 436a.
5. Ohno R. et al. All-trans retinoic acid (ATRA) as a differentiation therapy for refractory acute promyelocytic leukemia (APL). Proc Am Assoc Cancer Res 33:234, 1992.
6. Zhang F, Wu L., Li X., et al. Comparison of clinical observations between patients with acute promyelocytic leukemia treated with all-transretinoic acid and chemotherapy. J Shanghai Second Med Univ. 6:83-87, 1992.
7. Mulvey K., Dahut W., Frane J and Phares J. All-trans retinoic acid is effective induction therapy in de novo chemo-resistant acute promyelocytic leukemia. Abstract from the American Society of Hematology. Proc. 1992. pp108a, 1992.
8. Degos L. All-trans retinoic acid (Ro 01-5488) / Acute Promyelocytic Leukemia. Expert Research Report nº B-159’764 Dated 28 May 93. Data on file F.Hoffman La Roche Ltd. - Basiléia – Suíça.
9. Fenaux P., Robert M-C., Castaigne S., et al. A multicenter, randomized trial evaluating the effects of all-trans retinoic acid in newly-diagnosed acute promyelocytic leukemia. Data on file F.Hoffman La Roche Ltd. - Basileia – Suíça.

Creme / Gel

Acne é uma doença extremamente comum, com uma prevalência de 80-85% entre os indivíduos na puberdade (Thielitz et al, 2008).

Embora seja geralmente considerada uma doença da adolescência, a acne também pode continuar na idade adulta (> 20 anos de idade) (Collier et al, 2008).

A tretinoína foi primeiramente usada no início da década de sessenta por Stüttgen e Beer. Sua eficácia clínica foi demonstrada na monoterapia em pacientes com acne comedoniana leve a moderada (N = 257) ou acne inflamatória (N = 61). Em um estudo de bioquivalência publicado recentemente, duas preparações diferentes de tretinoína, em diferentes formulações e concentrações, foram eficazes contra acne inflamatória moderada a severa quando comparadas ao placebo (N = 1642). Além disso, a tretinoína é eficaz contra microcomedões com uma redução significativa de 50% após seis semanas e de 80% após doze semanas de tratamento com 0,1% de tretinoína creme (N = 15)(Thielitz, 2008).

Na acne vulgar, a aplicação a longo prazo de gel de tretinoína a 0,025% obteve a remissão completa confirmada por um estudo que envolveu 74 pacientes por um período de 12 semanas. A mensuração da eficácia foi determinada por diminuição na contagem de comedões e lesões inflamatórias nos dias 7, 14, 28, 56 e 84 (Lucky et al, 1998).

No fotoenvelhecimento, em um estudo monocêntrico randomizado, três grupos totalizando cerca de cem participantes foram tratados com creme de tretinoína a 0,1%, 0,025% ou veículo. Os resultados indicaram que o tratamento seja com as concetrações de 0,1% ou 0,025% induziu uma melhoria estatisticamente significativa nos efeitos do fotoenvelhecimento em comparação com o veículo. Não foram encontradas diferenças significativas na eficácia clínica geral do tratamento com concentrações de 0,1% contra 0,025% de tretinoína (Kang, 1998).

A eficácia e irritação de duas concentrações de tretinoína creme, 0,1% e 0,025%, foram comparadas. Quando utilizada uma vez por dia ao longo de 48 semanas, não houve diferença significativa entre as duas concentrações na melhora global da pele fotoenvelhecida, mas a concentração mais elevada (0,1%) de tretinoína foi significativamente mais irritante. Dois grandes estudos multicêntricos conduzidos nos Estados Unidos confirmaram a observação de que a tretinoína é um tratamento eficaz para pele fotoenvelhecida. Estes estudos recrutaram um total de 547 indivíduos, dos quais 393 utilizaram tretinoína creme uma vez por dia em concentrações que variavam entre 0,001% a 0,05%. A partir dos seus resultados, os investigadores concluíram que aplicações uma vez ao dia, por 6 meses de um creme emoliente de tretinoína a 0,05% especificamente formulado para o tratamento da pele fotoenvelhecida é uma terapia eficaz para a melhoria de rugas finas, hiperpigmentação, e aspereza da pele associada com a exposição ao sol crônica. Demonstrou-se que a aplicação de creme emoliente de tretinoína a 0,05% três vezes por semana mantém a melhoria obtida, no entanto cessar a terapia resultou em alguma deterioração clínica e, em parte, a reversão para o estado prétratamento(Singh, 2006).

Referências bibliográficas:

1. COLLIER, C. N. et al. The prevalence of acne in adults 20 years and older. J Am Acad Dermatol. 2008. v. 58. p. 56-59.
2. LUCKY, A. et al. Comparative efficacy and safety of two 0.025% tretinoin gels: results from a multicenter, doubleblind, parallel study. J Am Acad Dermatol, 1998. v. 38. p. S17-S23.
3. THIELITZ, A.; ABDEL-NASER, M. B.; FLUHR, J. W. et al. Topical retinoids in acne – an evidence-based overview. Journal of the German Society of Dermatology (JDDG), 2008. vol. 6. p. 1023-1031.
4. KANG, S.; VOORHEES, J.J.; ARBOR, A. Photoaging therapy with topical tretinoin: an evidence-based analysis. Journal of the American Academy of Dermatology, 1998. p. S55-S61.
5. SINGH, M.; GRIFFITHS, C. E. M. The use of retinoids in the treatment of photoaging. Dermatologic Therapy, 2006. v. 19, p. 297–305.

Características Farmacológicas


Cápsula

Farmacodinâmica

O ácido all-trans-retinoico é um metabólito endógeno do retinol e pertence à classe dos retinoides, que compreende análogos naturais e sintéticos. Estudos com o ácido all-trans-retinoico in vitro demonstraram indução de diferenciação e inibição de proliferação celular em linhagens de células hematopoiéticas transformadas, incluindo as linhagens de células leucêmicas mieloides humanas.

O mecanismo de ação na leucemia promielocítica aguda (LPA) não é conhecido, podendo ser devido a uma alteração na ligação do ácido all-trans-retinoico a um receptor de ácido retinoico (RAR) no núcleo celular, uma vez que o receptor do ácido retinoico é alterado pela fusão com a proteína chamada LPM.

Farmocinética

O ácido all-trans-retinoico é um metabólito endógeno da vitamina A e se encontra normalmente presente no plasma.

Doses orais do ácido all-trans-retinoico são bem absorvidas e concentrações plasmáticas máximas em voluntários saudáveis são obtidas após 3 horas. Ocorre ampla variação no próprio indivíduo e de paciente para paciente na absorção do ácido all-trans-retinoico. No plasma, o ácido all-trans-retinoico liga-se extensamente às proteínas plasmáticas. Após atingir o pico, as concentrações plasmáticas decrescem com uma meia-vida de eliminação média de 0,7 horas. Após dose única de 40 mg as concentrações plasmáticas retornam aos níveis endógenos após 7 a 12 horas.

Não se observou acúmulo após doses múltiplas. O ácido all-trans-retinoico não se acumula nos tecidos. A excreção renal de metabólitos formados por oxidação e glucuronização é a principal via de eliminação (60%). O ácido all-trans-retinoico é isomerizado para ácido 13-cis-retinoico e oxidado para metabólitos 4-oxo.

Esses metabólitos apresentam meia-vida mais longa que a do ácido all-trans-retinoico e pode ocorrer algum acúmulo.

Durante o tratamento contínuo pode ocorrer diminuição acentuada na concentração plasmática, possivelmente devida à indução enzimática pelo citocromo P450, que aumenta a depuração e diminui a biodisponibilidade após doses orais.

Farmacocinética em situações clínicas especiais

A necessidade de ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal ou hepática não foi pesquisada. Como medida de precaução, a dose deverá ser diminuída para 25 mg/m2/dia.

Creme / Gel

Mecanismo de ação na acne

A tretinoína é um metabólito conhecido da vitamina A, que regula o crescimento e a diferenciação de células epiteliais.

Acredita-se que a tretinoína aplicada por via tópica na acne atue:
  • Estimulando a mitose na epiderme;
  • Reduzindo a coesão intercelular no estrato córneo;
  • Atenuando a hiperceratose característica da acne vulgar;
  • Auxiliando a descamação, prevenindo a formação de lesões;
  • Mediando um aumento da produção de células epidérmicas sebáceas menos coesas, o que parece promover a expulsão inicial de comedões e a sua subsequente prevenção.

A tretinoína apresenta ações anti-inflamatórias tópicas, que são mediadas pela inibição da migração de leucócitos polimorfonucleares induzida pelo leucotrieno B4. Uma fraca inibição é apresentada pela tretinoína tópica. O efeito mais fraco de tretinoína comparado a isotretinoína pode explicar o maior efeito rebote visto com a tretinoína tópica quando comparada com a isotretinoína tópica.

Mecanismo de ação na pele fotodanificada

Foi relatado que a tretinoína tópica corrige muitas das anormalidades estruturais da pele fotodanificada.

Por meio da produção de alterações epidérmicas e dérmicas no nível epidérmico, a tretinoína:
  • Aumentou a espessura da camada (acantose) e a camada granular média;
  • Diminuiu a concentração de tonofilamentos e desmossomos;
  • Aumentou a secreção de uma substância semelhante ao glicosaminoglicano no espaço intracelular;
  • Reduziu a coesão de células epidérmicas;
  • Aumentou a perda de água transepidérmica;
  • Reduziu a atividade de melanócitos.

No nível dérmico, foram relatados vasodilatação e angiogênese da vasculatura superficial, bem como colágeno dérmico papilar aumentado.

Efeitos farmacodinâmicos

A ação farmacológica da tretinoína ainda precisa ser completamente elucidada. Quando administrada sistemicamente, ela apresenta as seguintes ações:
  • Suprime a atividade das glândulas sebáceas;
  • Reduz a produção de sebo;
  • Previne ou reduz a comedogênese;
  • Suprime o Propionibacterium acnes;
  • Reduz a inflamação.

Farmacocinética

Absorção

A absorção percutânea do ácido retinoico marcado com 14C a 0,1% p/p foi estudada em seis voluntários do sexo masculino adultos.

Entre 0,3% e 2,18% do ácido retinoico foi absorvido após uma aplicação única. Nenhum efeito tóxico sistêmico foi relatado após a administração tópica de diferentes formulações da tretinoína.

Em pacientes pré-tratados com tretinoína não marcada, leves aumentos na radioatividade sanguínea foram observados 8 horas após a aplicação do material radiomarcado. Em pacientes que não foram pré-tratados, nenhum aumento significativo na radioatividade foi observado.

Distribuição

A tretinoína foi minimamente detectável na camada córnea e nas glândulas sebáceas da pele normal em duas e quatro horas após a aplicação de tretinoína radiomarcada. Níveis consideravelmente mais altos foram encontrados nos folículos pilosos e nas glândulas apócrinas. Vinte e quatro horas após a aplicação, nenhuma penetração de radioatividade foi detectada abaixo da camada malpighiana.

Metabolismo

A tretinoína parece formar produtos de oxidação inativos, que são excretados na urina, e glicuronídeos, que são excretados nas fezes.

Dados limitados estão disponíveis em humanos.

Eliminação

Estudos de recuperação na urina em sujeitos de pesquisa que não foram pré-tratados com tretinoína mostraram excreção urinária de 1,24% a 2,60% (média: 1,82%) da dose aplicada. A excreção urinária média dos sujeitos de pesquisa pré-tratados foi de 4,45%.

Entre 0,3% e 2,89% (média: 1,58%) do material foi recuperado nas fezes de sujeitos de pesquisa pré-tratados. A extração de radioatividade de bandagens oclusivas da pele foi responsável por 73% a 96% (média: 85,9%) da dose aplicada.

Como devo armazenar o Vesanoid?

Você deve conservar o frasco de Vesanoid® bem fechado, em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C) e protegê-lo da luz.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.

Característica físicas e organolépticas

Vesanoid® é uma cápsula oval e possui coloração laranja e marrom. O conteúdo interno da cápsula possui coloração amarela a amarela esverdeada.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Caso você observe alguma mudança no aspecto do medicamento que ainda esteja no prazo de validade, consulte o médico ou o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Mensagens de Alerta do Vesanoid

As informações disponíveis nessa bula aplicam-se exclusivamente ao Vesanoid® (tretinoína). Solicitamos a gentileza de ler cuidadosamente as informações abaixo. Caso não esteja seguro a respeito de determinado item, favor informar ao seu médico.

Dizeres Legais do Vesanoid

M.S - 1.0390.0198

Farm. Resp.:
Dra. Marcia Weiss I. Campos
CRF-RJ nº 4499

Importado por:
Farmoquímica S/A
Av. José Silva de Azevedo Neto, 200, Bloco 1
1º andar, Barra da Tijuca
Rio de Janeiro – RJ - CEP: 22775-056
CNPJ: 33.349.473/0001-58

Fabricado por:
Catalent Germany Eberbach GmbH
Eberbach, Alemanha

Embalado (primário e secundária) por:
Cenexi S.A.S
Fontenay-Sous-Bois - França

E/ou

Embalado (secundário) por:
Farmoquímica S/A
Rua Viúva Cláudio, 300, Jacaré
Rio de Janeiro – RJ - CEP: 20970-032
CNPJ: 33.349.473/0003-10
Indústria Brasileira

Venda sob prescrição médica.

Só pode ser vendido com retenção de receita.

Quer saber mais?

Consulta também a Bula do Tretinoína


O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 6 de Dezembro de 2024.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 6 de Dezembro de 2024.

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