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Bula do Biomatrop

Princípio Ativo: Somatropina

Classe Terapêutica: Hormônios Do Crescimento

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 9 de Outubro de 2024.

Biomatrop, para o que é indicado e para o que serve?

Biomatrop é destinado ao tratamento de deficiências de crescimento decorrentes da secreção diminuída ou ausência de um hormônio produzido pela hipófise (hormônio de crescimento ou somatropina), por doenças como a Síndrome de Turner ou insuficiência renal crônica.

Como o Biomatrop funciona?

Biomatrop é um medicamento obtido através de engenharia genética, constituindo-se numa proteína totalmente idêntica ao hormônio de crescimento secretado pela hipófise humana.

Biomatrop estimula o crescimento esquelético em pacientes pediátricos com deficiência do hormônio do crescimento com ação sobre as placas epifisárias (áreas localizadas nas extremidades dos ossos responsáveis pelo crescimento) dos ossos longos. O tratamento com hormônio de crescimento resulta também no aumento do número e do tamanho das células musculares esqueléticas e na síntese de sulfato de condroitina e colágeno, componentes da estrutura musculoesquelética.

Quais as contraindicações do Biomatrop?

Biomatrop é contraindicado para uso por pacientes alérgicos a um ou mais componentes da fórmula, incluindo alergia prévia à bactéria E.coli.

Em caso de retardo de crescimento, Biomatrop não deve ser utilizado em pacientes com epífises ósseas já consolidadas.

Biomatrop não deve ser utilizado em pacientes que tenham doenças que afetam a retina (localizada na parte interna do olho) como a retinopatia diabética ativa proliferativa ou não proliferativa, bem como não deve ser utilizado em pacientes com qualquer evidência de tumor.

Caso ocorra a descoberta ou já exista acompanhamento para um tumor em atividade, em qualquer parte do corpo, o medicamento deve ser descontinuado.

Caso exista o diagnóstico de um conjunto de manifestações clínicas denominado de Síndrome de Prader-Willi, a medicação não deverá ser utilizada.

Como usar o Biomatrop?

Antes do uso, reconstituir o pó liofilizado com 1 ml de água para injetáveis. Fazer movimentos giratórios suaves até sua completa dissolução. Não agitar a solução durante a preparação.

Biomatrop deve ser administrado exclusivamente por via intramuscular ou subcutânea.

Antes e após a administração, deve-se limpar o tampão com algodão embebido em álcool isopropílico para prevenir contaminação por extrações repetidas.

Em caso de administração subcutânea, é aconselhável variar o local de aplicação a fim de evitar a possível ocorrência de lipodistrofia (perda de gordura) local.

A administração do medicamento por via diferente da recomendada pode acarretar a não eficácia da medicação ou a ocorrência de efeitos adversos.

Posologia do Biomatrop


A dose deve ser determinada individualmente e somente deverá ser estabelecida pelo médico. De um modo geral, recomenda-se a dose de 0,50-0,70 UI/kg/semana ou, aproximadamente, 12 UI/m2/semana, divididas em 6-7 injeções subcutâneas ou 2-3 injeções intramusculares.

Na Síndrome de Turner, recomendam-se doses de 1,0 UI/kg de peso corporal/semana ou 30 UI/m2/semana, administradas por via subcutânea. Alternativamente, a dosagem semanal pode ser dividida em doses diárias iguais.

Idosos

Os pacientes idosos são mais sensíveis à ação do hormônio de crescimento e, portanto, são mais propensos a desenvolver reações adversas. A administração de Biomatrop a esses pacientes deve ser cautelosa e sempre se iniciar com a menor dose possível.

Insuficiência renal

A eliminação da somatropina pode estar reduzida em pacientes com insuficiência renal crônica. Em pacientes sob hemodiálise, a administração de Biomatrop deve ser realizada à noite, antes de deitar ou pelo menos 3 a 4 horas após a hemodiálise para prevenir a ocorrência de hematomas. Pacientes em diálise peritoneal crônica cíclica devem receber a dose de Biomatrop pela manhã, após completar a diálise.

Pacientes em diálise peritoneal contínua ambulatorial devem receber a dose de Biomatrop à noite, por ocasião do horário da troca noturna.

Insuficiência hepática

A eliminação da somatropina pode estar diminuída em pacientes hepatopatas crônicos.

Mulheres sob terapia de reposição estrogênica oral (reposição hormonal)

Mulheres sob terapia de reposição estrogênica oral podem necessitar de doses maiores.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

O que devo fazer quando me esquecer de usar o Biomatrop?

A dose e a frequência de administração devem ser definidas pelo médico. Em caso de esquecimento da administração, deve-se aguardar o horário da próxima dose e retomar o esquema habitual. Não aplicar duas doses de uma só vez.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Quais cuidados devo ter ao usar o Biomatrop?

O tratamento com Biomatrop deve ser feito somente por médicos experientes no diagnóstico e controle do paciente com deficiência do hormônio de crescimento (disfunção de crescimento).

Em caso de administração subcutânea, é aconselhável variar o local de aplicação a fim de evitar a possível ocorrência de lipodistrofia (perda de gordura) local.

Recomenda-se manter controle constante de pacientes portadores de psoríase.

A terapia com Biomatrop pode estar associada, no período inicial, com o desenvolvimento de hipoglicemia (queda dos níveis de glicose no sangue) e posteriormente o hormônio de crescimento pode induzir um estado de resistência à insulina com o desenvolvimento de hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no sangue); por este motivo, os pacientes devem ser constantemente monitorados quanto aos níveis de glicose sanguínea.

Pacientes com diabetes mellitus podem necessitar de ajuste na sua terapia antidiabética.

A terapia com medicamentos glicocorticoides pode inibir o crescimento induzido pelo hormônio de crescimento.

Alguns pacientes podem desenvolver hipotireoidismo (deficiência no funcionamento da tireoide) durante o tratamento com o hormônio de crescimento. Portanto, deve ser realizada avaliação periódica da função tireoidiana e tratamento de reposição, se necessário.

A duração do tratamento é determinada pelo médico e o tratamento deve continuar enquanto o paciente responder, até que o paciente adquira a estatura de adulto maduro ou até que as epífises ósseas se fechem.

Observação: não há ainda resultados disponíveis sobre a eficácia da utilização a longo prazo do hormônio de crescimento na Síndrome de Turner e o tratamento deve ser realizado sob o estrito controle médico.

Este medicamento pode causar doping.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Biomatrop?

As reações adversas ao Biomatrop foram classificadas da seguinte forma:

  • Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento).
  • Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento).
  • Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento).
  • Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento).

Reações muito comuns

  • Cardiovasculares: edema periférico e edema facial.
  • Dermatológicas: eczema (inflamação da pele com sintomas de inchaço local, vermelhidão e coceira), reações da pele no local de aplicação da injeção.
  • Endócrinas: aumento do nível de hemoglobina glicada em crianças, hipotireoidismo (16%).
  • Gastrintestinais: dor abdominal, náuseas e vômitos.
  • Hematológicas: eosinofilia (aumento das células tipo eosinófilo no sangue), hematomas (9%).
  • Musculoesqueléticas: dores articulares e dores musculares.
  • Neurológicas: parestesias (perda de sensibilidade).
  • Otológicas: distúrbios da audição e otite externa.
  • Respiratórias: rinite.
  • Infecciosas: infecções virais, sintomas semelhantes aos da gripe.

Reações comuns

  • Cardiovasculares: aumento da pressão arterial.
  • Dermatológicas: aumento da sudorese, prurido (coceira), eritema (mancha vermelha arredondada na pele, com uma bolha central e acompanhada de uma mancha vermelha circular ao seu redor).
  • Endócrinas: diagnóstico de diabetes em pacientes sem diagnóstico prévio da doença, aumento dos níveis de triglicérides, intolerância à glicose.
  • Gastrintestinais: gastroenterite.
  • Imunológicas: desenvolvimento de anticorpos anti-proteína da somatropina.
  • Musculoesqueléticas: escoliose adquirida, dores musculoesquelética, dores nos membros inferiores.
  • Neurológicas: tonturas fadiga dor de cabeça e insônia.
  • Psiquiátricas: depressão.
  • Respiratórias: bronquite, infecção das vias aéreas superiores.

Reações raras

  • Endócrinas: ginecomastia (aumento das mamas).
  • Gastrintestinais: pancreatite (inflamação do pâncreas).
  • Musculoesqueléticas: síndrome do túnel do carpo.
  • Oftalmológicas: hiperemia ocular, prurido do olho, progressão de retinopatia diabética.
  • Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino: asma, tosse, sinusite.

Reações muito raras

  • Dermatológicas: rash cutâneo (manchas avermelhadas e elevadas na pele), aumento do crescimento de nevos preexistentes, psoríase.
  • Endócrinas: baixos níveis de açúcar no sangue.
  • Hematológicas: leucemia.
  • Imunológicas: imunodeficiência induzida por medicação.
  • Musculoesqueléticas: acromegalia (crescimento das extremidades ósseas), deslocamento das epífises ósseas com sintomas de dor.
  • Neurológicas: aumento da pressão intracraniana e convulsões.
  • Psiquiátricas: comportamento antissocial.
  • Renais: glicosúria (perda de glicose na urina), proteinúria (perda de proteína na urina).
  • Outras: doença de Creutzfeldt-Jakob. Foi relatada morte súbita em pacientes com síndrome de Prader-Willi.

A literatura cita ainda as seguintes reações adversas, sem frequência conhecidas:

  • Cardiovasculares: taquicardia (batimento cardíaco aumentados).
  • Neurológicas: foi relatado o desenvolvimento de neoplasias (tumores) secundárias e a expansão de tumor intracraniano em pacientes sob tratamento com somatropina.

Experiências adversas relatadas após a comercialização

As seguintes reações adversas foram relatadas após a comercialização de Biomatrop (somatropina). Como essas reações são relatadas voluntariamente por uma população de tamanho incerto, nem sempre é possível estimar sua frequência de forma confiável ou estabelecer a relação causal com a exposição ao medicamento.

  • Afecções oculares: prurido ocular (coceira no olho).
  • Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino: asma.
  • Infecções e infestações: sinusite.

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.

População Especial do Biomatrop

Os pacientes idosos são mais sensíveis à ação do hormônio de crescimento e, portanto, são mais propensos a desenvolver reações adversas. A administração de Biomatrop a esses pacientes deve ser cautelosa e sempre se iniciar com a menor dose possível.

Gravidez e lactação

Não se recomenda que o medicamento seja utilizado em mulheres grávidas ou em fase de amamentação.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Apresentações do Biomatrop

Pó liofilizado para solução injetável 4 UI

Embalagem com 1 frasco-ampola + 1 diluente.

Uso intramuscular ou subcutâneo.

Uso adulto e pediátrico.

Qual a composição do Biomatrop?

Cada frasco-ampola de Biomatrop contém:

Somatropina

4 UI

Diluente

1 ml

Excipientes: glicina, fosfato de sódio dibásico e fosfato de sódio monobásico.

Diluente: água para injetáveis.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Biomatrop maior do que a recomendada?

Uma superdose aguda pode acarretar em uma hipoglicemia inicial e, subsequentemente, à uma hiperglicemia. Uma superdose durante longos períodos pode resultar em sinais e sintomas de acromegalia, consistente com os efeitos conhecidos do excesso de hormônio de crescimento humano.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações sobre como proceder.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Biomatrop com outros remédios?

Hormônios esteroides anabolizantes, androgênios, estrogênios e/ou hormônios tireoidianos podem acelerar o fechamento de epífises ósseas.

O uso concomitante com hormônios adrenocorticóides, glicocorticoides, ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) e corticosteroides, principalmente na utilização crônica, diminui a eficácia da terapia do hormônio de crescimento.

O hormônio de crescimento pode desencadear resistência à insulina em diabéticos; portanto, recomendase uma monitorização constante da glicemia.

Em caso de déficit concomitante de ACTH, o tratamento eventual com glicocorticoides deve ser ajustado para evitar o efeito inibidor do crescimento.

A seguir estão listadas as principais interações de Biomatrop, de acordo com sua gravidade:

Interação medicamento-medicamento

Gravidade: moderada

A associação entre somatropina e medicamentos como clorpropamida, glimepirida, glipizida, glibenclamida, insulina, nateglinida, repaglinida ou tolbutamida pode levar a alterações do controle glicêmico pela diminuição da sensibilidade à insulina.

O uso associado de somatropina e o acetato de cortisol, prednisona e outros corticoides pode levar a diminuição dos efeitos do hormônio de crescimento pela inibição da 11-beta-hidroxiesteroide desidrogenase.

Interação medicamento-exame laboratorial

A literatura cita as seguintes interações medicamento-exame laboratorial, apesar de não possuírem significância clínica relevante:

Aumento dos níveis de triglicérides, aumento da fosfatase alcalina, aumento dos níveis da enzima creatinofosfoquinase, aumento da enzima lactato desidrogenase, glicosúria (perda de glicose na urina), hipocalemia (baixos níveis de potássio no sangue), acidose, hipoalbuminemia (baixos níveis de albumina no sangue).

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.

Interação Alimentícia: posso usar o Biomatrop com alimentos?

Deve-se evitar a utilização de Álcool concomitante nos pacientes com síndrome do intestino curto.

Qual a ação da substância do Biomatrop?

Resultados de Eficácia


Somatropina (hormônio do crescimento humano recombinante – rhGH – ou Somatropina, LG Life Sciences, Coreia), produzido por tecnologia DNA-recombinante, utilizando Sacaromyces cerevisiae modificado por engenharia genética, foi estudado quanto à eficácia e segurança clínica, ficando demonstrados os seus benefícios nas condições em que está indicado.

Crianças

O efeito por longo tempo sobre o crescimento foi avaliado durante o tratamento com Somatropina em crianças com deficiência de hormônio do crescimento e primeiro contato com hormônio do crescimento (GH). Os resultados indicaram que o tratamento com Somatropina por até 7 anos, em crianças com deficiência de GH, é efetivo na melhora das taxas de crescimento sem efeitos colaterais indesejáveis (1).

A eficácia e segurança clínica de Somatropina foram avaliadas no tratamento de pacientes com Síndrome de Turner. O tratamento com Somatropina por 12 meses significativamente aumentou a velocidade de crescimento nesses pacientes, especialmente em crianças na faixa etária de 4 a 8 anos. Nenhum evento adverso específico foi observado durante o tratamento (2).

O efeito da terapia com Somatropina foi avaliado por um ano, numa dose de 1 UI (0,33 mg)/kg/semana, sobre a velocidade de crescimento de portadores de Síndrome de Turner. Ao final do período de estudo, houve um incremento médio significativo na velocidade de crescimento estatural, de 6,7 cm/ano, contrastando com 3,8 cm/ano antes do tratamento, mostrando que as pacientes se beneficiaram do tratamento com o rhGH (3).

A eficácia do uso de Somatropina, 0,7 UI (0,23 mg)/kg/semana, foi avaliada em crianças com deficiência de GH, tendo-se verificado também um aumento significativo da velocidade de crescimento estatural. O estudo mostrou também que crianças com deficiência de GH se beneficiaram do tratamento com rhGH mesmo quando iniciado tardiamente, havendo um potencial para incremento da altura final (4).

Um estudo aberto, não randomizado, realizado durante um ano em crianças, visando avaliar a eficácia e a segurança do Somatropina em estimular o efeito de crescimento crianças com Síndrome de Turner, foi verificado que ele foi capaz de estimular o crescimento ósseo de maneira significativa (3.4 ± 1.5 cm/ano no baseline para 8.0 ± 2.6 cm/ano no Mês 6, e para 7.1 ± 1.9 cm/ano no Mês 12). Somatropina foi considerado seguro e bem tolerado, sem nenhum evento adverso significante reportado (5).

Referências Bibliográficas

1. Lee BC; Long-term Growth Response to Growth Hormone Therapy in Children with Growth Hormone Deficiency [Korean Journal of Pediatrics 1997; 40(5); 672-678]. 
2. Kim DH, Lee BC, Yang SW e Chung WY [Korean Journal Of Pediatric Endocrinology 1998; 3(2): 172-181]. 
3. Khadilkar VV, Khadilkar AV, Nandy M, Maskati GB; Growth Hormone in Turner Syndrome [Indian Pediatrics 2006; 43 (March 17):236-240]. 
4. Khadilkar VV, Khadilkar AV, Nandy M, Maskati GB; Multicentric Study of Efficacy and Safety of Growth Hormone use in Growth Hormone Deficient Children in India [Indian J Pediatrics 2007; 74(1):51-54]. 
5. LGLS; Open, multi-center, non-randomized, uncontrolled phase III study to evaluate efficacy and safety of Eutropin (recombinant human growth hormone) in patients with Turner syndrome.

Características Farmacológicas


Somatropina, pó liofilizado branco, estéril, para injeção subcutânea/intramuscular, contém Somatropina, um hormônio polipeptídico de origem DNA recombinante. Sua molécula tem resíduos de 191 aminoácidos e possui peso molecular entre 21000 e 23000 daltons. Há décadas ele já existe como terapêutica de reposição, mas a sua quantidade era muito pequena, uma vez que era extraído de hipófises de cadáveres. A tecnologia do DNA recombinante tornou possível a produção de um rhGH semelhante ao GH natural.

Farmacodinâmica

A Somatropina promove crescimento ósseo, muscular e de outros tecidos, estimula o anabolismo proteico, promovendo síntese celular das proteínas e dos ácidos nucleicos, e afeta o metabolismo adiposo e mineral. Seu efeito mais notável é a estimulação do crescimento longitudinal dos ossos. Atua também aumentando a densidade mineral óssea após a interrupção do crescimento longitudinal e o fechamento das epífises. Estes efeitos envolvem a diferenciação dos pré-condrócitos em condrócitos e a estimulação da proliferação dos osteoclastos em osteoblastos. Seus efeitos anabólicos e de promoção do crescimento são mediados, indiretamente, pela indução do fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1). O IGF-1 produzido localmente em muitos tecidos é crítico para o crescimento.

Após o início do tratamento com a Somatropina, ocorre uma retenção de nitrogênio, como demonstrado pela redução de sua excreção urinária e dos baixos níveis séricos e urinários da ureia.

No que diz respeito ao metabolismo dos carboidratos, observa-se que as crianças com hipopituitarismo apresentam, algumas vezes, episódios de hipoglicemia em jejum, que tendem a melhorar com o tratamento com o hormônio do crescimento.

Em relação ao metabolismo lipídico, o hormônio do crescimento determina mobilização dos lipídeos, com redução das gorduras de depósitos e aumento dos ácidos graxos livres no plasma.

Quanto ao metabolismo mineral, o hormônio do crescimento favorece retenção do sódio, potássio e fósforo, enquanto aumenta a excreção dos íons de cálcio.

Farmacocinética

Os estudos realizados em coelhos demonstram a dose-dependência para os valores de meia-vida final, o tempo médio de permanência e o volume aparente de distribuição no estado estacionário, enquanto que os valores médios de clearance total no corpo e clearance renal e não renal não foram dose-dependente após administração intravenosa (i.v.) em bolus de Somatropina (0,2 a 5,0 UI/Kg). A porcentagem de Somatropina intacta excretada dentro de 24 horas após a administração da dose pela via intravenosa foi negligenciável, implicando que aproximadamente toda Somatropina foi metabolizada. A biodisponibilidade absoluta da Somatropina depois da administração subcutânea de 0,5 UI /Kg em coelhos foi estimada em cerca de 80% quando comparada com a biodisponibilidade após a administração por via intravenosa.

A concentração plasmática máxima (Cmax) de Somatropina após administração subcutânea de 0,5 UI/Kg em coelhos foi de cerca de 40 a 50 ng/mL e aparece de três a quatro horas após administração (Tmax). Verificou-se que a Somatropina apresentou alta concentração renal e hepática (relação entre tecido e plasma [T/P] maior do que um) e menos concentrado no estômago, coração, pulmão, baço, intestino grosso, músculo e cérebro.

Parâmetros Farmacocinéticos de Somatropina após administração intravenosa em bolus de 0,2, 0,5, 2,0, ou 5,0 UI/Kg em coelhos

Médias (DP)

- - - -
- 0,2 UI/Kg 0,5 UI/Kg 2,0 UI/Kg

5,0 UI/Kg

t1/2 (min)

9,3 (2,06) 16,8 (4,75)b 22,2 (6,74)b

25,8 (6,78)b

TMP(min)

11,6 (1,74) 21,7 (2,92)a 26,7 (7,32)a

37,9 (7,44)b

Vss (mL/Kg)

166 (31,8) 218 (27,4)b 342 (73,0)b

556 (46,0)b

ClT (mL/min x Kg)

14,2 (5,61) 10,2 (0,79) 14,3 (0,79)

14,7 (3,13)

ClR (mL/min x Kg)

0,042 (0,0386) 0,009 (0,0483) 0,007 (0,1430)

0,016 (0,0455)

ClNR (mL/min x Kg)

13,9 (6,62) 10,1 (0,71) 14,2 (0,78)

14,2 (2,10)

 a p < 0,01; b p < 0,001 quando comparado com o valor de 0,2 UI/Kg.

Abreviações:

  • t1/2 = meia-vida final;
  • TMP = tempo médio de permanência;
  • Vss = volume aparente de distribuição no estado estacionário;
  • ClT = clearance total do organismo;
  • ClR = clearance renal;
  • ClNR = clearance não-renal; mL = mililitro; min = minuto;
  • Kg = quilograma;
  • UI = unidade internacional;
  • DP = desvio padrão.

Nota: 1 UI de rhGH corresponde a 0,33 mg de proteína.

Como devo armazenar o Biomatrop?

Conservar sob refrigeração (temperatura entre 2 e 8°C). Não congelar. Em caso de congelamento, desprezar o produto.

Após preparo, manter sob refrigeração (temperatura entre 2 e 8°C) por 7 dias. Não congelar.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Característica do medicamento

Cada frasco-ampola de Biomatrop contém pó liofilizado branco ou quase branco, que, após a reconstituição, se torna uma solução para aplicação injetável.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Biomatrop

M.S.: 1. 0573.0529

Farmacêutica Responsável:
Gabriela Mallmann
CRF-SP nº 30.138

Registrado por:
Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.
Av. Brigadeiro Faria Lima, 201 - 20º andar
São Paulo - SP - CNPJ 60.659.463/0029-92
Indústria Brasileira

Fabricado por:
Bio Sidus S. A.
Buenos Aires – Argentina

Diluente:
Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.
Av. das Nações Unidas, 22.428 - São Paulo – SP

Importado e embalado por:
Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.
Av. das Nações Unidas, 22.428 - São Paulo - SP

Venda sob prescrição médica.

Só pode ser vendido com retenção da receita.

Quer saber mais?

Consulta também a Bula do Somatropina


O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF-PR 39421). Última atualização: 9 de Outubro de 2024.

Karime Halmenschlager SleimanRevisado clinicamente por:Karime Halmenschlager Sleiman. Atualizado em: 9 de Outubro de 2024.

Biomatrop 4UI, caixa com 1 frasco-ampola com pó para solução de uso intramuscular ou subcutâneo + 1 ampola com 1mL de diluente

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