Incivo 375mg, caixa com 168 comprimidos
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Bula do Incivo
Este medicamento é indicado como parte de um tratamento da hepatite C crônica. Ele deve ser tomado em combinação com outros dois medicamentos (alfapeginterferona e ribavirina). Esta combinação de medicamentos é usada para tratar pacientes adultos (com idade entre 18 e 65 anos). IncivoTM (telaprevir) não deve ser tomado isolado e deve ser tomado em combinação com alfapeginterferona e ribavirina para garantir que o tratamento funcione. IncivoTM pode ser usado por pacientes com infecção por hepatite C crônica que nunca foram tratados anteriormente ou pode ser usado por pacientes com infecção por hepatite C crônica que tenham sido previamente tratados com um regime baseado em interferona.
IncivoTM contém uma substância chamada telaprevir e pertence a um grupo de medicamentos chamados “inibidores da protease NS3-4A”. Os inibidores da protease NS3-4A reduzem a quantidade de vírus da hepatite C no seu corpo.
Após um periodo de 1 a 4 horas depois de iniciar a terapia com IncivoTM, houve um declínio inicial rápido de HCV RNA durante as primeiras 24 horas.
Este medicamento é contraindicado para pessoas que possuem sensibilidade aumentada (alergia) ao princípio ativo (telaprevir) ou aos componentes da fórmula do produto
Não tome IncivoTM com nenhum dos seguintes medicamentos, uma vez que eles podem aumentar o risco de efeitos colaterais graves, e/ou afetar o modo como IncivoTM ou outros medicamentos atuam:
Medicamento (nome do princípio ativo) | Indicação do medicamento |
Alfuzosina | Para tratar sintomas de próstata aumentada (antagonistas dos adrenoreceptores alfa-1) |
Amiodarona, bepridil, quinidina, outros antiarrítmicos classe Ia ou III | Para tratar certos distúrbios do coração tais como batimento irregular do coração (antiarrítmicos) |
Astemizol, terfenadina | Para tratar sintomas alérgicos (anti-histamínicos) |
Rifampicina | Para tratar algumas infecções como tuberculose (antimicobacterianos) |
Di-hidroergotamina, ergonovina, ergotamina, metilergonovina | Para tratar enxaqueca e dor de cabeça (derivados do ergot) |
Cisaprida | Para tratar algumas condições estomacais (agentes para motilidade gastrintestinal) |
Erva de São João (Hypericum perforatum) | Um fitoterápico para tratar ansiedade |
Atorvastatina, lovastatina, sinvastatina | Para diminuir os níveis de colesterol (inibidores da HMG-CoA redutase) |
Pimozida | Para tratar condições psiquiátricas (neurolépticos) |
Sildenafila, tadalafila | Sildenafila ou tadalafila não devem ser usados com telaprevir para tratar um distúrbio do coração e do pulmão chamado de hipertensão arterial pulmonar. Há outros usos para sildenafila e tadalafila |
Midazolam e triazolam (administrados por via oral) | Para ajudar a dormir e/ou aliviar a ansiedade (sedativos/ hipnóticos) |
Carbamazepina, fenobarbital,fenitoína | Para tratar convulsões epiléticas (anticonvulsivantes) |
Se você estiver usando qualquer um dos medicamentos acima, pergunte ao seu médico sobre trocar para outro medicamento.
Uma vez que IncivoTM deve ser usado em combinação com alfapeginterferona e ribavirina consulte a lista de contraindicações destes medicamentos em suas respectivas bulas (por exemplo: precauções de gravidez para homens e mulheres). Consulte seu médico caso você não esteja certo sobre qualquer contraindicação mencionada na bula.
IncivoTM deve ser tomado por via oral.
A dose usual é de 2 comprimidos (750 mg) de IncivoTM a cada 8 horas, junto com uma refeição. A dose total é de 6 comprimidos por dia.
Você deve sempre tomar IncivoTM acompanhado de alimentos, pois isto é importante para atingir os níveis corretos do medicamento no seu corpo. Você não deve reduzir sua dose de IncivoTM. Os comprimidos devem ser ingeridos inteiros. Não mastigue, quebre, ou dissolva os comprimidos antes de engolí-los. Informe o seu médico caso você tenha problemas para engolir os comprimidos.
Como o tratamento com IncivoTM sempre precisa ser utilizado em conjunto com alfapeginterferona e ribavirina, consulte as bulas destes medicamentos para suas intruções de dosagem. Se precisar de ajuda, pergunte ao seu médico ou farmacêutico.
Tome IncivoTM com alfapeginterferona e ribavirina por 12 semanas. A duração total do tratamento de alfapeginterferona e ribavirina varia de 24 a 48 semanas dependendo da resposta ao tratamento e se você houver sido tratado anteriormente. Seu médico irá medir as quantidades de vírus no seu sangue nas semanas 4 e 12 para determinar a duração do seu tratamento. Verifique com seu médico e siga a duração do tratamento recomendada.
Se o seu médico interromper o uso de IncivoTM devido aos efeitos colaterais ou porque o seu tratamento não está funcionando, IncivoTM não deve ser reiniciado.
Frasco plástico vem com uma tampa a prova de criança e deve ser aberto da seguinte maneira:
- Aperte a tampa plástica para baixo girando em sentido anti-horário.
- Remova a tampa de rosca.
Populações especiais
Insuficiência dos rins
Não é recomendado ajuste de dose de IncivoTM em pacientes com HCV com insuficiência dos rins. Não há dados clínicos sobre o uso de IncivoTM em pacientes em hemodiálise.
Veja também a bula da ribavirina para pacientes com CrCl < 50mL/min.
Insuficiência do fígado
IncivoTM não é recomendado em pacientes com insuficiência moderada a severa do fígado ou doença do fígado descompensada [asciste (inchaço no abdômen), hemorragia portal hipertensiva, encefalopatia, ou ictérica que não seja a Síndrome de Gilbert]. Não é necessário ajustar a dose de IncivoTM em pacientes com hepatite C com insuficiência leve do fígado.
Consulte também as bulas da alfapeginterferona e da ribavirina que são contraindicadas em Child Pugh escore ≥6.
Idosos
Os dados clínicos do uso de IncivoTM em pacientes com HCV e com idade > 65 anos são limitados.
População pediátrica
A segurança e a eficácia de IncivoTM em crianças com idade inferior a 18 anos ainda não foram estabelecidas. Não há dados disponíveis.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Se você esqueceu de tomar uma dose e ainda não se passaram 4 horas além da hora programada, tome os dois comprimidos imediatamente, sempre com alimentos. Se já se passaram mais de 4 horas desde que você se esqueceu de tomar uma dose, pule esta tomada e tome a próxima dose no horário programado.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
IncivoTM deve ser tomado em combinação com alfapeginterferona e ribavirina. É portanto muito importante que você leia, também, as bulas destes medicamentos. Se você tiver alguma dúvida, converse com seu médico ou farmacêutico.
Certifique-se de checar os seguintes pontos e converse com seu médico que está tratando sua hepatite C caso alguma das situações abaixo se aplicar a você:
Reações cutâneas e erupção cutânea severa
Durante o tratamento com IncivoTM você pode desenvolver uma erupção cutânea. Pode haver coceira com a erupção cutânea. Em geral, a erupção cutânea é leve ou moderada, mas ela pode ser, ou pode se tornar, severa.
Podem ocorrer reações graves na pele, com potencial ameaça à vida e fatais, incluindo necrólise epidérmica tóxica no tratamento combinado com IncivoTM. Casos fatais foram relatados em pacientes com erupção cutânea progressiva e sintomas sistêmicos que continuaram a receber tratamento combinado com IncivoTM após a identificação de uma reação cutânea severa.
Se uma erupção cutânea severa (definida como evolvendo mais do que 50 % da superfície da área do corpo, ou associada com vesículas, bolhas, outras ulcerações exceto a síndrome de Stevens-Johnson) ocorrer, IncivoTM deve ser descontinuado imediatamente. A alfapeginterferona e a ribavirina podem ser continuadas. Se não for observada melhora em até 7 dias da descontinuação do IncivoTM, deve ser considerada interrupção ou descontinuação sequencial ou simultânea da ribavirina e/ou alfapeginterferona. Pode ser necessária descontinuação ou interrupção da alfapeginterferona e ribavirina mais cedo, se indicada pelo médico.
Reações cutâneas graves incluindo erupção cutânea com sintomas sistêmicos, erupção cutânea severa progressiva, erupção bolhosa generalizada, DRESS [reação de hipersensibilidade ao medicamento com aumento de eosinófilos (um tipo de células brancas do sangue) e sintomas sistêmicos], síndrome de Stevens- Johnson/necrólise epidérmica tóxica, pustulose exantemática aguda generalizada, eritema multiforme, requer descontinuação permanente e imediata de IncivoTM, alfapeginterferona e ribavirina. No caso de uma reação cutânea grave deve-se considerar a descontinuação de outros medicamentos conhecidamente associados com reações cutâneas graves.
Informe imediatamente ao médico se você apresentar uma erupção cutânea ou se ocorrer piora da erupção cutânea. IncivoTM não deve ser reiniciado se descontinuado pelo seu médico. Você deve ler cuidadosamente a informação sobre erupção cutânea no item “Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Incivo?”.
Anemia (diminuição do número de glóbulos vermelhos do sangue)
Informe ao médico se você apresentar cansaço, fraqueza, respiração curta, tontura e/ou sensação de batimento cardíaco acelerado. Estes podem ser sintomas de anemia (diminuição do número de glóbulos vermelhos do sangue).
Problemas cardíacos
Informe ao médico se você apresentar insuficiência cardíaca, batimentos irregulares do coração, frequência cardíaca baixa, anormalidade mostrada no traçado do coração (eletrocardiograma – ECG) chamado de “síndrome do QT longo” ou histórico familiar de uma condição cardíaca chamada “síndrome QT congênita”.
Seu médico poderá solicitar monitoramento adicional durante o tratamento com IncivoTM.
Problemas no fígado
Informe ao médico se você teve outros problemas no fígado como insuficiência do fígado ou doença descompensada do fígado. Os sinais podem ser: pele ou olhos amarelados (icterícia), inchaço do abdômen (ascites) ou das pernas devido a líquidos, e sangramento das veias inchadas (varizes) da garganta (esôfago). O médico irá avaliar a gravidade de sua doença no fígado antes de decidir se você pode tomar IncivoTM.
Infecções
Informe ao médico se você tem infecção por HIV ou hepatite B, pois o uso de IncivoTM não é recomendado nesta situação.
Transplante de órgãos
Informe ao médico se você teve ou terá um transplante de fígado ou de outros órgãos, uma vez que IncivoTM não é recomendado nesta situação.
Problemas avançados do fígado
Informe seu médico se você tem ou teve problemas avançados no fígado, baixos níveis de albumina (Proteínas no sangue) e baixa contagem de plaquetas, pois estes fatores, assim como o uso de interferona, podem aumentar o risco de piora na doença do fígado, (por exemplo, descompensação do fígado e infecções graves causadas por bactérias).
Informe seu médico também, se você apresenta taxas altas de anemia (diminuição do número de glóbulos vermelhos do sangue). IncivoTM em combinação com alfapeginterferona e ribavirina não é recomendado em pacientes com plaquetas < 90.000/mm3 e/ou albumina, < 33 g/L e/ou sinais de coagulopatias.
Testes sanguíneos
Seu médico irá realizar exames de sangue antes do tratamento e regularmente durante o tratamento:
- Para checar qual a quantidade de vírus em seu sangue e para determinar se você tem o tipo de vírus (genótipo 1) que pode ser tratado com IncivoTM. Decisões com relação ao seu tratamento podem ser feitas com base nos resultados destes testes. Seu médico irá monitorar sua resposta inicial ao tratamento e a quantidade de vírus no seu sangue. Se o tratamento não estiver funcionando, seu médico poderá interromper o uso do medicamento.
- Se o seu médico interromper o tratamento com IncivoTM, ele não deve ser reiniciado.
- Para checar se você possui anemia (diminuição do número de glóbulos vermelhos do sangue).
- Para checar variações em alguns valores das suas células do sangue. Estes parâmetros podem ser avaliados em exames de sangue. Seu médico poderá explicá-los para você.
Exemplos:
- Níveis de células do sangue, níveis de hormônios da tireoide (uma glândula em seu pescoço que controla o metabolismo), testes do fígado e dos rins, níveis de albumina (proteínas no sangue).
IncivoTM não é recomendado para crianças e adolescentes, pois ele não foi suficientemente avaliado em pacientes com menos de 18 anos de idade.
IncivoTM foi usado por um número limitado de pacientes com idade igual ou superior a 65 anos. Se você pertencer a esta faixa etária, discuta o uso de IncivoTM com seu médico.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas
Alguns pacientes apresentaram desmaio ou problemas com a visão durante o tratamento com IncivoTM. Não dirija ou opere máquinas caso você tenha sensação de desmaio ou tenha problemas com a visão enquanto estiver tomando IncivoTM.
Consulte também as bulas de alfapeginterferona e ribavirina.
Gravidez e lactação
Você não deve tomar IncivoTM se estiver grávida. IncivoTM deve ser utilizado em combinação com alfapeginterferona e ribavirina. A ribavirina pode causar danos ao bebê durante a gestação. Assim, é muito importante que você tome todas as precauções para não engravidar durante o tratamento.
Se você ou sua parceira ficarem grávidas durante o tratamento com IncivoTM ou nos meses seguintes, você deve entrar em contato com seu médico imediatamente.
Consulte seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Precauções de gravidez para homens e para mulheres
Uma vez que IncivoTM deve ser usado em combinação com alfapeginterferona e ribavirina e a ribavirina pode ser muito prejudicial para o bebê durante a gestação, tanto as mulheres como os homens devem tomar precauções especiais a fim de prevenir a gravidez caso exista qualquer possibilidade de que ocorra gravidez.
Qualquer método anticoncepcional pode falhar e, portanto, você e seu parceiro devem usar pelo menos dois métodos eficazes para evitar a gravidez durante este tratamento e por 6 meses após o término de todos os tratamentos.
Mulheres em idade fértil e seus parceiros
O tratamento combinado com IncivoTM só deve ser iniciado após um teste de gravidez negativo imediatamente antes de iniciar o tratamento. Este teste deve ser repetido uma vez por mês durante o tratamento combinado com IncivoTM e por 6 meses após o término de todos o tratamentos.
Um anticoncepcional hormonal (pílula) pode não ser confiável durante o tratamento com IncivoTM. Portanto, você e seu parceiro devem usar outros dois métodos anticoncepcionais enquanto você estiver tomando IncivoTM e durante 2 meses após a última dose de IncivoTM. Exemplos de métodos contraceptivos não hormonais incluem preservativo masculino ou preservativo feminino (a combinação de ambos não é adequada), diafragma com geleia espermicida ou capuz cervical com geleia espermicida. Dois meses após completar o tratamento com IncivoTM, contraceptivos hormonais podem ser usados novamente como um dos dois métodos contraceptivos efetivos requeridos, entretanto, as recomendações específicas da bula devem ser respeitadas.
Homens e suas parceiras em idade fértil
Os homens e suas parceiras em idade fértil devem usar dois métodos contraceptivos efetivos durante o tratamento com IncivoTM e por 6 meses após o término de todos os tratamentos. Os homens cujas parceiras estão grávidas devem ser instruídos para usar preservativo para minimizar a exposição da parceira à ribavirina.
O teste de gravidez em parceiras não grávidas é recomendado antes do tratamento combinado com IncivoTM, mensalmente durante o tratamento e por 6 meses após o término do tratamento com a ribavirina.
Você deve ler as bulas da alfapeginterferona e da ribavirina para informações adicionais.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Uso durante a amamentação
Se você estiver amamentando, interrompa a amamentação antes de iniciar o tratamento com IncivoTM.
Não se sabe se o telaprevir é encontrado no leite materno humano.
IncivoTM não reduz o risco de transmissão de HCV por contato sexual ou contaminação sanguínea. Você deve continuar a usar precauções apropriadas (um preservativo ou outro método de barreira) para diminuir a chance de contato sexual com quaisquer outros fluidos corpóreos como sêmem, secreções vaginais ou do sangue.
Informação importante sobre alguns dos excipientes de IncivoTM
Este medicamento contém 2,3 mg de sódio por comprimido, o que deve ser levado em consideração em pacientes em dieta controlada de sódio. Informe ao médico se você tem necessidade de controlar a quantidade de sal ingerida e seguir uma dieta de baixa quantidade de sal.
Erupção cutânea
Pacientes tomando IncivoTM frequentemente apresentam uma pele rachada e com coceira. Geralmente, a erupção cutânea é de leve a moderada, mas a erupção cutânea pode ser, ou se tornar, severa. Podem ocorrer transtornos da pele e do tecido subcutâneo no tratamento com telaprevir em combinação com alfapeginterferona e ribavirina como a necrólise epidérmica tóxica (doença da pele em que a camada superficial se solta em placas) e eritema multiforme (uma inflamação da pele, caracterizada por lesões avermelhadas, vesículas e bolhas que se espalham pelo corpo).
Raramente os pacientes podem apresentar outros sintomas com a erupção cutânea que podem ser um sinal de reação grave de pele.
Entre em contato com seu médico imediatamente se você apresentar uma erupção cutânea.
Também entre em contato com seu médico imediatamente:
- Se a erupção cutânea piorar, ou se você desenvolver outros sintomas com a erupção cutânea, tais como:
- Febre;
- Cansaço;
- Inchaço da face;
- Inchaço dos gânglios linfáticos;
- Se você apresentar erupção cutânea amplamente distribuída com descamação da pele, que pode ser acompanhada de febre, sintomas de gripe, bolhas na pele doloridas, e bolhas na boca, olhos e/ou genitais.
Seu médico deverá verificar sua erupção cutânea para determinar como conduzir este aspecto. Seu médico pode interromper seu tratamento. IncivoTM não deve ser reiniciado, se interrompido pelo médico.
Entre em contato com seu médico imediatamente também se você desenvolver algum dos seguintes sintomas:
- Cansaço, fraqueza, respiração curta, tontura e/ou sensação de batimento cardíaco acelerado. Estes podem ser sintomas de anemia (diminuição do número de glóbulos vermelhos do sangue);
- Desmaio;
- Inflamação dolorosa das articulações mais comumente nos pés (gota);
- Problemas com a sua visão;
- Sangramento do ânus;
- Inchaço da face.
A taxa de frequência dos eventos adversos associados à IncivoTM está descrita abaixo:
- Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): contagem baixa de células vermelhas do sangue (anemia); náusea, diarreia, vômito; veias inchadas no reto ou ânus (hemorroidas), dor no ânus ou reto, erupção cutânea e coceira na pele.
- Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): infecção por fungos na boca; contagem baixa de plaquetas no sangue, diminuição do número de linfócitos (um tipo de célula branca do sangue), diminuição da atividade da glândula tireoide, diminuição do nível de potássio no sangue, aumento do ácido úrico no sangue, aumento da bilirrubina no sangue; alteração do paladar; desmaio; coceira ao redor ou próximo ao ânus; sangramento ao redor ou próximo ao ânus ou reto, pequeno rompimento da pele que reveste o ânus que pode causar dor e/ou sangramento durante os movimentos do intestino, pele vermelha, seca, com rachaduras e descamação (eczema); erupção cutânea com pele vermelha, seca, com rachaduras e descamação (erupção cutânea esfoliativa); inchaço da face; inchaço dos braços e/ou pernas (edema), gosto anormal do produto.
- Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento): aumento da creatinina no sangue; inflamação dolorosa das articulações mais comumente nos pés (gota); lesão do fundo do olho (retina); inflamação do ânus e reto; erupção cutânea grave que pode ser acompanhada de febre, cansaço, inchaço da face ou dos gânglios linfáticos, aumento do número de eosinófilos (tipo de célula branca do sangue), efeitos sobre o fígado, rim ou pulmão (uma reação chamada DRESS), urticária.
- Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento): erupção cutânea grave disseminada com descamação da pele que pode ser acompanhada por febre, sintomas do tipo gripal, bolhas na boca, olhos e/ou genitais (síndrome de Stevens-Johnson).
Consulte também as bulas da alfapeginterferona e da ribavirina para os efeitos colaterais reportados para estes produtos.
Outras reações adversas ao tratamento com telaprevir em combinação com alfapeginterferona e ribavirina identificadas na experiência pós-comercialização:
- Transtornos Gastrintestinais: Pancreatite.
- Transtornos da pele e do tecido subcutâneo: Eritema multiforme (uma inflamação da pele, caracterizada por lesões avermelhadas, vesículas e bolhas que se espalham pelo corpo).
- Transtornos renais e urinários: Azotemia pré-renal (elevação da ureia e creatinina no sangue) com ou sem insuficiência renal aguda.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.
Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, informe seu médico ou cirurgião-dentista.
Comprimidos revestidos 375 mg
Em embalagem contendo 4 frascos com 42 comprimidos.
Uso oral.
Uso adulto.
Cada comprimido revestido contém:
375 mg de telaprevir.
Excipientes: succinato de acetato de hipromelose, fosfato de cálcio dibásico, celulose microcristalina, dióxido de silício, laurilsulfato de sódio, croscarmelose sódica, estearilfumarato de sódio, álcool polivinílico, macrogol, talco, dióxido de titânio e óxido férrico.
A maior dose de IncivoTM administrada e documentada é 1.875 mg a cada 8 horas durante 4 dias em voluntários sadios.
Nesse estudo, os seguintes eventos adversos comuns foram relatados com maior frequência com a dose de 1.875 mg a cada 8 horas em comparação com 750 mg a cada 8 horas:
- Náusea, dor de cabeça, diarreia, apetite diminuído, paladar alterado e vômito.
Não há nenhum antídoto disponível em caso de superdose de IncivoTM. O tratamento da dose excessiva de IncivoTM consiste de medidas gerais de suporte incluindo monitoramento dos sinais vitais e observação do estado clínico do paciente. Se indicado, a eliminação da substância ativa não absorvida pode ser obtida por emese ou lavagem gástrica. Deve ser feita lavagem gástrica somente se puder ser realizada dentro de uma hora após a ingestão. A administração de carvão ativado também pode ser usada para auxiliar na remoção da substância ativa não absorvida.
Não se sabe se o telaprevir é dialisável por diálise peritoneal ou hemodiálise.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
IncivoTM pode afetar outros medicamentos ou outros medicamentos podem afetar IncivoTM. Informe ao médico ou farmacêutico se você estiver tomando ou tiver tomado recentemente qualquer medicamento, inclusive medicamentos sem prescrição médica.
Informe ao médico se você estiver tomando algum dos medicamentos a seguir:
Medicamento (nome do princípio ativo) | Indicação do medicamento |
Alfentanila, fentanila | Para aliviar a dor (analgésicos) |
Flecainida, propafenona | Para tratar certos distúrbios do coração tais como batimento irregular do coração (antiarrítmicos) |
Digoxina, lidocaína intravenosa | Para tratar certos distúrbios do coração tais como batimento anormal do coração (antiarrítmicos) |
Claritromicina, eritromicina, telitromicina, troleandomicina | Para tratar infecções (antibacterianos) |
Varfarina, dabigatrana | Para prevenir coágulos no sangue (anticoagulantes) |
Escitalopram, trazodona | Para tratar alterações do humor (antidepressivos) |
Domperidona | Para tratar vômito e náusea (antieméticos) |
Itraconazol, cetoconazol, posaconazol, voriconazol | Para tratar infecções por fungos (antifúngicos) |
Colchicina | Para tratar artrite inflamatória (agentes antigotosos) |
Rifabutina | Para tratar certas infecções (antimicobacterianos) |
Quetiapina | Para tratar distúrbios psicóticos, por exemplo, esquizofrenia (agentes antipsicóticos) |
Alprazolam, midazolam injetável | Para ajudar a dormir e/ou aliviar a ansiedade (benzodiazepínicos) |
Zolpidem | Para ajudar a dormir e/ou aliviar a ansiedade (sedativos não benzodiazepínicos) |
Amlodipina, diltiazem, felodipina, nicardipina, nifedipina, nisoldipina, verapamil | Para diminuir a pressão arterial (bloqueadores de canais de cálcio) |
Maraviroque | Para tratar infecções por HIV (bloqueia a interação entre o CCR5 e a glicoproteína 120 do HIV) |
Budesonida, fluticasona nasal/por inalação, dexametasona se tomada por via oral ou injetável | Para tratar asma ou tratar condições inflamatórias e condições autoimunes (corticosteroides) |
Bosentana | Para tratar um distúrbio do coração e pulmão chamado hipertensão arterial pulmonar (antagonista do receptor da endotelina) |
Atazanavir/ritonavir, darunavir/ritonavir, fosamprenavir/ritonavir, lopinavir/ritonavir | Para tratar infecções por HIV (inibidores de protease do HIV) |
Abacavir, efavirenz, fumarato de tenofovir disoproxila, zidovudina | Para tratar infecções por HIV (inibidores da transcriptase reversa) |
Fluvastatina, pitavastatina, pravastatina, rosuvastatina | Para diminuir os níveis de colesterol (inibidores da HMG-CoA redutase) |
Todos os tipos de anticoncepcionais hormonais (pílula) | Anticoncepcionais hormonais |
Medicamentos a base de estrogênio | Terapia de reposição hormonal |
Ciclosporina, sirolimo, tacrolimo | Para baixar seu sistema imunológico (imunossupressores), medicamentos utilizados em algumas doenças reumáticas ou para evitar problemas com transplantes de órgãos |
Salmeterol | Para melhorar a respiração para asma (beta-agonistas inalatórios) |
Repaglinida | Para tratar diabetes |
Metadona | Para o tratamento da dependência de opioides (narcóticos) |
Sildenafila, tadalafila, vardenafila | Para tratar disfunção erétil ou um distúrbio do coração e do pulmão chamado de hipertensão arterial pulmonar (inibidores da PDE-5) |
Interação com alimentos
O telaprevir deve ser sempre tomado com alimentos. O alimento é importante para se atingir os níveis corretos do medicamento no seu sangue.
Interação com álcool
A combinação de IncivoTM e álcool não foi avaliada. Não é esperado que o IncivoTM afete as enzimas envolvidas com o metabolismo do álcool ou altere suas propriedades farmacodinâmicas; não se espera que o álcool afete a farmacocinética do telaprevir.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Telaprevir deve ser tomado com alimentos.
Interação com álcool
A combinação de telaprevir e álcool não foi avaliada. Não é esperado que o telaprevir afete as enzimas envolvidas com o metabolismo do álcool (por exemplo: CYP2E1, álcool desidrogenase ou acetaldeído desidrogenase) ou altere suas propriedades farmacodinâmicas; não se espera que o álcool afete a farmacocinética do telaprevir.
Resultados de Eficácia
A eficácia e a segurança de telaprevir em pacientes com hepatite C genótipo 1 crônica foram avaliadas em três estudos fase 3: dois no tratamento de pacientes virgens de tratamento e um em pacientes previamente tratados (com recidiva, resposta parcial e resposta nula). Nestes estudos (108, 111 e C216), os pacientes tinham doença hepática compensada, ácido ribonucleico de vírus da hepatite C (HCV RNA) detectável e histopatologia hepática consistente com hepatite C crônica. Exceto se indicado de outra forma, telaprevir foi administrado na dose de 750 mg a cada 8 horas; a dose de alfapeginterferona 2a foi 180mcg/semana e de ribavirina foi 1.000 mg/dia (pacientes pesando <75 kg) ou 1.200 mg/dia (pacientes pesando > 75 kg). Os valores do HCV RNA plasmático foram mensurados usando o teste Cobas TaqMan para HCV (versão 2.0) para uso com o “High Pure System”. O ensaio tinha um limite inferior de quantificação de 25 UI/mL. Na descrição dos resultados do estudo fase 3 abaixo, a resposta virológica sustentada (RVS), considerada cura virológica, foi definida com base na avaliação do HCV RNA na semana 72 do estudo, utilizando a última medida deste período. No caso de dados faltantes na semana 72, foi usada a última medida de HCV RNA a partir da semana 12 de acompanhamento. Além disso, o limite de quantificação de 25 UI/mL foi utilizado para determinar a RVS.
Eficácia em adultos virgens de tratamento
Estudo 108 (ADVANCE)
Um estudo fase 3, randomizado, duplo-cego, de grupo paralelo, controlado com placebo conduzido em pacientes virgens de tratamento. Telaprevir foi administrado nas primeiras 8 semanas de tratamento (esquema T8/PR) ou nas primeiras 12 semanas de tratamento (esquema T12/PR). Cada um destes grupos foram tratados em combinação com a alfapeginterferona 2ª e ribavirina por 24 ou 48 semanas. Os pacientes que tinham HCV RNA indetectável na 4a e 12a semanas receberam 24 semanas de tratamento com alfapeginterferona 2ª e ribavirina, e os pacientes que não apresentavam níveis indetectáveis de HCV RNA na 4ª e 12ª semanas receberam 48 semanas de tratamento com alfapeginterferona 2ª e ribavirina. O esquema do grupo controle (Pbo/PR) tinha uma duração fixa de 48 semanas de tratamento, com administração do placebo correspondente do telaprevir durante as primeiras 12 semanas e alfapeginterferona 2ª e ribavirina durante 48 semanas.
Os 1088 pacientes recrutados tinham idade mediana de 49 anos (variação:18-69 anos); 58% dos pacientes eram homens, 23% tinham índice de massa corporal > 30kg/m2; 9% eram negros, 11% hispânicos ou latinos; 77% tinham níveis de HCV RNA > 800.000 UI/mL na linha de base; 15% tinham fibrose em ponte, 6% tinham cirrose, 59% tinham HCV genótipo 1a e 40% HCV genótipo 1b.
A taxa de RVS para o grupo T8/PR foi 72% (261/364) (P<0,0001 em comparação ao grupo Pbo/PR48). A Tabela 1 mostra as taxas de resposta para os grupos T12/PR recomendado e Pbo/PR48.
Tabela 1: Taxas de resposta: Estudo 108
Desfecho do tratamento |
T12/PR |
Pbo/PR48 |
RVSa |
79% (285/363) |
46% (166/361) |
HCV RNA indetectável na 4ª e 12ª semanas (RVRe) |
58% (212/363) |
8% (29/361) |
RVS em pacientes RVRe |
92% (195/212) |
93% (27/29) |
Não RVRe |
42% (151/363) |
92% (332/361) |
RVS em pacientes não RVRe |
60% (90/151) |
42% (139/332) |
HCV RNA indetectável no final do tratamento |
82% (299/363) |
62% (225/361) |
Recidivac |
4% (13/299) |
26% (58/225) |
T12/PR: Telaprevir por 12 semanas com alfapeginterferona 2a e ribavirina por 24 ou 48 semana.
Pbo/PR: placebo por 12 semanas com alfapeginterferona 2a e ribavirina por 48 semanas.
a P<0,0001: T12/PR comparado a Pbo/PR48. A diferença nas taxas de RVS (intervalo de confiança 95%) entre os grupos de T12/PR e Pbo/PR foi 33 (26,39).
b Intervalo de confiança 95%.
c Recidiva foi definida como tendo HCV RNA menor que 25 UI/mL no final do tratamento planejado, seguido por HCV RNA ≥ 25 UI/mL na última observação na visita de acompanhamento de RVS.
As taxas de RVS foram maiores (diferença absoluta de pelo menos 28%) para o grupo T12/PR do que para o grupo Pbo/PR48 entre os subgrupos por sexo, idade, raça, etnia, índice de massa corporal, subtipo de genótipo de HCV, HCV RNA na linha de base (<800.000, > 800.000 UI/mL) e extensão da fibrose hepática. A Tabela 2 mostra as taxas de RVS para subgrupos de pacientes.
Tabela 2: Taxas de RVS para subgrupos de pacientes: Estudo 108
Subgrupo |
T12/PR |
Pbo/PR48 |
Homens |
78% (166/214) |
46% (97/211) |
> 45 a < 65 anos de idade |
73% (157/214) |
39% (85/216) |
Negros |
62% (16/26) |
29% (8/28) |
Hispânico Latino |
77% (27/35) |
39% (15/38) |
IMC > 30 kg/m² |
73% (56/77) |
44% (38/87) |
HCV RNA basal > 800.000 UI/Ml |
77% (215/281) |
39% (109/279) |
HCV genótipo 1a |
75% (162/217) |
43% (90/210) |
HCV genótipo 1b |
84% (119/142) |
51% (76/149) |
Fibrose hepática na linha de base |
||
Sem fibrose, fibrose mínima ou fibrose portal |
82% (237/290) |
49% (140/288) |
Fibrose em ponte |
63% (33/52) |
35% (18/52) |
Cirrose |
71% (15/21) |
38% (8/21) |
T12/PR: Telaprevir durante 12 semanas com alfapeginterferona 2a e ribavirina durante 24 ou 48 semanas.
Pbo/PR: placebo durante 12 semanas com alfapeginterferona 2a e ribavirina durante 48 semanas
Estudo 111 (ILLUMINATE)
O Estudo 111 foi um estudo fase 3, randomizado, aberto, conduzido em pacientes virgens de tratamento. O estudo foi desenhado para comparar as taxas de RVS em pacientes com HCV RNA indetectável na 4a e 12a semanas que foram tratados com telaprevir por 12 semanas em combinação com alfapeginterferona 2a e ribavirina durante 24 semanas (esquema T12/PR24) ou 48 semanas (esquema T12/PR48). Pacientes com HCV RNA indetectável na 4a e 12a semanas foram randomizados na 20a semana para receber 24 semanas ou 48 semanas de tratamento com alfapeginterferona 2a e ribavirina. A avaliação primária foi uma avaliação de não inferioridade, usando uma margem de -10,5% do esquema de 24 semanas comparado ao esquema de 48 semanas em pacientes com HCV RNA indetectável na 4a e 12a semanas.
Os 540 pacientes recrutados tinham idade mediana de 51 anos (variação: 19 a 70); 60% dos pacientes eram homens, 32% tinham índice de massa corporal > 30 kg/m2; 14% eram negros, 10% hispânicos ou latinos; 82% tinham níveis de HCV RNA >800.000 UI/mL na linha de base; 16% tinham fibrose em ponte, 11% tinham cirrose, 72% tinha HCV genótipo 1a e 27% tinham HCV genótipo 1b.
Um total de 352 (65%) pacientes tinha HCV RNA indetectável na 4a e 12a semanas. A Tabela 3 mostra as taxas de resposta. Em pacientes que tinham HCV RNA indetectável na 4a e 12a semanas, não houve benefício adicional em estender o tratamento com alfapeginterferona 2a e ribavirina por 48 semanas (diferença de 2% nas taxas de RVS; intervalo de confiança 95%: -4%, 8%).
Tabela 3: Taxas de resposta: Estudo 111
Pacientes com HCV RNA indetectável na 4ª e 12ª semanas | T12/PR Todos os pacientesa N=540 |
||
Desfecho do tratamento | T12/PR24 N=162 |
T12/PR48 N=160 |
|
RVS | 92% (149/162) (87%, 96%)b |
90% (144/160) (84%, 94%)b |
74% (398/540) (70%, 77%)b |
HCV RNA indetectável no final do tratamento | 98% (159/162) | 93% (149/160) | 79% (424/540) |
Recidivac | 6% (10/159) | 1% (2/149) | 4% (19/424) |
T12/PR24: Telaprevir durante 12 semanas com alfapeginterferona 2a e ribavirina durante 24 semanas.
T12/PR48: Telaprevir durante 12 semanas com alfapeginterferona 2a e ribavirina durante 48 semanas.
a Todos os pacientes inclui os 322 pacientes com HCV RNA indetectável na 4ª e 12ª semanas e os outros 218 pacientes tratados no estudo (118 que não tinham HCV RNA indetectável na 4ª e 12ª semanas e 100 que descontinuaram o estudo antes da 20ª semana, quando ocorreu a randomização.
b Intervalo de confiança de 95%.
c. Recidiva foi definida como tendo HCV RNA menor que 25 UI/mL no final do tratamento planejado, seguido por HCV RNA ≥ 25 UI/mL na última observação na visita de acompanhamento de RVS.
A taxa de RVS para pacientes negros foi 62% (45/73). A Tabela 4 mostra as taxas de RVS por extensão da fibrose hepática na linha de base.
Tabela 4: Taxas de RVS por extensão da fibrose hepática na linha de base: Estudo 111
Subgrupo | Pacientes com HCV RNA indetectável na 4ª e 12ª semanas | T12/PR Todos os pacientesa | |
T12/PR24 | T12/PR48 | ||
Sem fibrose, fibrose mínima ou fibrose portal | 96% (119/124) | 91% (115/127) | 77% (302/391) |
Fibrose em ponte | 95% (19/20) | 86% (18/21) | 74% (65/88) |
Cirrose | 61% (11/18) | 92% (11/12) | 51% (31/61) |
T12/PR24: Telaprevir durante 12 semanas com alfapeginterferona 2a e ribavirina durante 24 semanas.
T12/PR48: Telaprevir durante 12 semanas com alfapeginterferona 2a e ribavirina durante 48 semanas.
a Todos os pacientes inclui os 322 pacientes com HCV RNA indetectável na 4ª e 12ª semanas e os outros 218 pacientes tratados no estudo (118 que não tinham HCV RNA indetectável na 4ª e 12ª semanas e 100 que descontinuaram o estudo antes da 20ª semana, quando ocorreu a randomização).
Estudo 110
O estudo 110 foi um estudo fase 2 randomizado, duplo-cego, controlado com placebo conduzido em pacientes com coinfecção crônica pelo HCV genótipo 1 do HCV/HIV que eram virgens de tratamento para hepatite C. Pacientes que ou não estavam em terapia antirretroviral (contagem de CD4 ≥ 500 células/mm3), ou tinham HIV controlado estável (HIV RNA <50 cópias/ml, contagem de CD4 ≥ 300 células/mm3) em uso de efavirenz ou atazanavir/ritonavir em combinação com tenofovir disoproxil fumarato e emtricitabina ou lamivudina. Os pacientes foram randomizados para 12 semanas de telaprevir (750 mg a cada 8 horas, se coadministrados com atazanavir/ritonavir, tenofovir disoproxil fumarato e emtricitabina ou lamivudina OU 1125 mg a cada 8 horas, se coadministrado com efavirenz, tenofovir disoproxil fumarato e emtricitabina) ou placebo. Todos os pacientes receberam alfapeginterferona 2a e ribavirina por 48 semanas. Cinquenta e cinco dos sessenta indivíduos receberam ribavirina numa dose fixa de 800 mg/dia e os cinco indivíduos restantes receberam uma dose de ribavirina baseado no peso. A Tabela 5 mostra as taxas de resposta para os braços T12/PR48 e Pbo/PR48.
Tabela 5: Taxa de resposta: Estudo 110
Desfecho do tratamento |
T12/PR48 |
Pbo/PR |
Taxa global de SVR12ª |
74% (28/38) |
45% (10/22) |
Pacientes em esquema de tratamento baseado em efavirenz |
69% (11/16) |
50% (4/8) |
Pacientes em esquema de tratamento baseado em atazanavir/ritonavir |
80% (12/15) |
50% (4/8) |
Pacientes que não receberam tratamento antirretroviral |
71% (5/7) |
33% (2/6) |
ª HCV RNA< 25 IU/ml na semana 12 de seguimento do tratamento.
Eficácia em adultos previamente tratados
Estudo C216 (REALIZE)
O estudo C216 foi um estudo fase 3, randomizado, duplo-cego, controlado com placebo, conduzido em pacientes que não alcançaram RVS com o tratamento anterior com alfapeginterferona 2a e ribavirina ou alfapeginterferona 2b e ribavirina. O estudo recrutou pacientes com recidiva anterior (pacientes com HCV RNA indetectável ao final do tratamento com esquema baseado em interferona peguilada, mas HCV RNA detectável dentro de 24 semanas de seguimento do tratamento) e pacientes não respondedores (que não tinham níveis indetectáveis de HCV RNA durante ou ao término de um curso anterior de pelo menos 12 semanas de tratamento). A população de não respondedores era composta por dois subgrupos: pacientes com resposta parcial prévia (redução maior ou igual a 2 log10 do HCV RNA na 12a semana, mas não atingindo HCV RNA indetectável ao final do tratamento com uma peginterferona e ribavirina) e pacientes com resposta nula prévia (redução menor que 2 log10 do HCV RNA na 12a semana de tratamento prévio com peginterferona e ribavirina).
Os pacientes foram randomizados na proporção de 2:2:1 para um dos três grupos de tratamento: início simultâneo (T12/PR48): Telaprevir do 1o dia até a 12a semana; início tardio [T12(DS)/PR48]: Telaprevir da 5a semana até a 16a semana; Pbo/PR48: placebo até a 16a semana. Todos os esquemas de tratamento tinham 48 semanas de tratamento com alfapeginterferona 2a e ribavirina.
Os 662 pacientes recrutados tinham idade mediana de 51 anos (variação: 21 a 70), 70% dos pacientes eram homens; 26% tinham índice de massa corporal > 30 kg/m2; 5% eram negros, 11% hispânicos ou latinos; 89% tinham níveis de HCV RNA > 800.000 UI/mL na linha de base; 22% tinham fibrose em ponte; 26% tinham cirrose; 54% tinham HCV genótipo 1a e 46% HCV genótipo 1b.
As taxas de RVS para o grupo T12(DS)/PR foram 88% (124/141) para pacientes com recidiva prévia, 56% (27/48) para pacientes com resposta parcial prévia e 33% (25/75) para pacientes com reposta nula prévia. A Tabela 6 mostra as taxas de resposta para o braço com início simultâneo recomendado (T12/PR48) e o braço com Pbo/PR48.
Tabela 6: Taxas de resposta: Estudo C216
Desfecho do tratamento |
T12/PR |
Pbo/PR48 |
RVS |
||
Recidiva préviaa |
84% (122/145) |
22% (15/68) |
Resposta parcial préviaa |
61% (30/49) |
15% (4/27) |
Resposta nula préviaa |
31% (22/72) |
5% (2/37) |
HCV RNA indetectável no final do tratamento |
||
Recidiva prévia |
87% (126/145) |
63% (43/68) |
Resposta parcial prévia |
73% (36/49) |
15% (4/27) |
Resposta nula prévia |
39% (28/72) |
11% (4/37) |
Recidivac |
||
Recidiva prévia |
3% (4/126) |
63% (27/43) |
Resposta parcial prévia |
17% (6/36) |
0% (0/4) |
Resposta nula prévia |
21% (6/28) |
50% (2/4) |
T12/PR48: Telaprevir durante 12 semanas seguido por placebo por 4 semanas em combinação com alfapeginterferona 2a e ribavirina por 48 semanas.
Pbo/PR48: placebo durante 16 semanas em combinação com alfapeginterferona 2a e ribavirina por 48 semanas.
a P<0,001, T12/PR comparado a Pbo/PR48. A diferença nas taxas de RVS (95% de intervalo de confiança) entre os grupos T12/PR e Pbo/PR foram 63 (51, 74) para pacientes com recidiva prévia, 46 (27,66) com resposta parcial e 26 (13, 39) para pacientes com resposta nula prévia.
b Intervalo de confiança de 95%.
c Recidiva foi definida como tendo HCV RNA menor que 25 UI/mL no final do tratamento planejado, seguido por HCV RNA ≥ 25 UI/mL na última observação na visita de acompanhamento de RVS.
Para todas as populações no estudo (com recidiva prévia, com resposta parcial prévia e resposta nula prévia), as taxas de RVS foram maiores para o grupo T12/PR do que para o grupo Pbo/PR48 entre os subgrupos por sexo, idade, raça, etnia, índice de massa corporal, subtipo de genótipo do HCV, nível de HCV RNA na linha de base e extensão da fibrose hepática. A Tabela 7 mostra as taxas de RVS por extensão da fibrose hepática.
Tabela 7: Taxas de RVS por extensão da fibrose hepática na linha de base: Estudo C216
Extensão da fibrose hepática |
T12/PR |
Pbo/PR48 |
Com recidiva prévia |
||
Sem fibrose ou fibrose mínima ou fibrose portal |
84% (68/81) |
32% (12/38) |
Fibrose em ponte |
86% (31/36) |
13% (2/15) |
Cirrose |
82% (23/28) |
7% (1/15) |
Com resposta parcial prévia |
||
Sem fibrose ou fibrose mínima ou fibrose portal |
79% (19/24) |
18% (3/17) |
Fibrose em ponte |
71% (5/7) |
0 (0/5) |
Cirrose |
33% (6/18) |
20% (1/5) |
Com resposta nula prévia |
||
Sem fibrose ou fibrose mínima ou fibrose portal |
31% (9/29) |
6% (1/18) |
Fibrose em ponte |
47% (8/17) |
0 (0/9) |
Cirrose |
19% (5/26) |
10% (1/10) |
T12/PR48: Telaprevir durante 12 semanas seguido por placebo por 4 semanas em combinação com alfapeginterferona 2a e ribavirina por 48 semanas.
Pbo/PR48: placebo durante 16 semanas em combinação com alfapeginterferona 2a e ribavirina por 48 semanas.
A tabela 8 mostra as taxas de resposta (redução de HCV RNA < 1 log10 ou ≥ 1 log10) na semana 4 para respondedores parciais prévios ou respondedores nulos prévios no grupo T12(DS)/PR.
Tabela 8: Taxas de resposta RVS (redução < 1 log10 ou ≥ 1 log10) na semana 4 no grupo T12(DS)/PR48: Estudo C216
Resposta prévia ao tratamento |
T12(DS)/PR |
|
Redução de HCV RNA < 1 log10 na 4ª semana |
Na Redução de HCV RNA < 1 log10 na 4ª semana Redução de HCV RNA ≥ 1 log10 na 4ª semana |
|
Resposta parcial prévia |
56% (10/18) | 63% (17/27) |
Resposta nula prévia |
15% (6/41) | 54% (15/25) |
a inclui somente dados de pacientes cujo HCV RNA estava disponível na 4ª semana.
Estudo 106 e Estudo 107
O Estudo 106 era de fase 2, randomizado, duplo-cego, controlado com placebo e recrutou pacientes que haviam falhado ao tratamento anterior com alfapeginterferona 2a e ribavirina ou alfapeginterferona 2b e ribavirina. Entre aqueles com recidiva prévia no grupo de tratamento T12/PR24 que tinham HCV RNA indetectável na 4a e 12a semanas de tratamento, a taxa de RVS foi 89% (25/28) e a taxa de recidiva foi 7%.
O Estudo 107 era um estudo aberto de seguimento para os pacientes que foram tratados no grupo controle (placebo, alfapeginterferona 2a e ribavirina) de um estudo fase 2 de Telaprevir e que não alcançaram RVS no estudo fase 2. Entre aqueles com recidiva prévia no grupo de tratamento T12/PR24 que tinham HCV RNA indetectável na 4a e 12a semana de tratamento, a taxa de RVS foi de 100% (24/24).
Uso de alfapeginterferona 2a ou 2b
No estudo C208, fase 2a, randomizado, aberto, foram estudados dois tipos de alfapeginterferona (2a e 2b) em pacientes virgens de tratamento.
Todos os pacientes receberam 12 semanas de Telaprevir em combinação com o tratamento padrão com alfapeginterferona/ribavirina. Os pacientes foram randomizados para um dos quatro grupos de tratamento:
- Telaprevir 750 mg a cada 8 horas com 180 mcg/semana de alfapeginterferona 2a e 1.000 ou 1.200 mg/dia de ribavirina.
- Telaprevir 750 mg a cada 8 horas com 1,5 mcg/kg/semana de alfapeginterferona 2b e 800 ou 1.200 mg/dia de ribavirina.
- Telaprevir 1.125 mg a cada 12 horas com 180 mcg/semana de alfapeginterferona 2a e 1.000 ou 1.200 mg/dia de ribavirina.
- Telaprevir 1.125 mg a cada 12 horas com 1,5 mcg/kg/semana de alfapeginterferona 2b e 800 ou 1.200 mg/dia de ribavirina.
A alfapeginterferona 2a, a alfapeginterferona 2b e a ribavirina foram usadas de acordo com as respectivas bulas.
Na 12a semana, a administração de telaprevir foi encerrada e os pacientes continuaram com o tratamento padrão apenas. 73,8% (59/80) dos pacientes do grupo alfapeginterferona 2a agrupado atingiram o critério (HCV RNA indetectável na 4a a 20a semana) para a duração de tratamento reduzida a 24 semanas com alfapeginterferona/ribavirina versus 61,7% (50/81) dos pacientes do grupo alfapeginterferona 2b agrupado.
Tabela 8: Taxa de resposta agrupada: Estudo C208
Desfecho do tratamento |
T12P(2a)R48 |
T12P(2b)R48 |
RVSa |
83,8 (67/80) |
81,5 (66/81) |
Escape viral (“viral breaktrough”) |
5 (4/80) |
12,3 (10/81) |
Recidiva |
8,1 (6/74b) |
4,2 (3/71b) |
T12/P(2a)R48: Telaprevir por 12 semanas em combinação com alfapeginterferona 2a e ribavirina por 24 ou 48 semanas.
T12/P(2b)R48: Telaprevir por 12 semanas em combinação com alfapeginterferona 2b e ribavirina por 24 ou 48 semanas.
a a diferença foi (-10,8, 12,1) para o intervalo de confiança de 95%.
b o denominador foi o número de pacientes com HCV RNA indetectável no final do tratamento.
Dados de eficácia a longo prazo
Estudo 112 (EXTEND)
Um estudo de seguimento de 3 anos de pacientes que alcançaram RVS com o esquema a base de telaprevir mostrou que >99% (122/123) dos pacientes manteve o seu estado de RVS durante o período de seguimento disponível (duração mediana de 22 meses).
Efeitos farmacodinâmicos
Estudos clínicos avaliando o Intervalo QT
Em dois estudos duplo-cegos, randomizados, controlados com placebo e com ativo conduzidos para avaliar o efeito sobre o intervalo QT, o Telaprevir, em monoterapia na dose de 750 mg a cada 8 horas, não foi associado a efeito clinicamente relevante sobre o intervalo QTcF. Em um desses estudos, um esquema de 1.875 mg de telaprevir a cada 8 horas foi avaliado e o aumento médio máximo no QTcF, ajustado para o placebo, foi 8,0 ms (IC 90%: 5,1-10,9). As concentrações plasmáticas com o Telaprevir na dose de 1.875 mg a cada 8 horas, usada neste estudo, foram comparáveis àquelas observadas em estudos em pacientes com infecção por HCV que receberam 750 mg de telaprevir a cada 8 horas em combinação com alfapeginterferona 2a e ribavirina.
População pediátrica
Não foram conduzidos estudos clínicos em crianças.
Referências Bibliográficas
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PROVE3 Final Results and 1-Year Durability of SVR with Telaprevir-Based Regimen in Hepatitis C Genotype 1-Infected Patients with Prior Non-response, Viral Breakthrough or Relapse to Peginterferon-Alfa-2a/b and Ribavirin Therapy. McHutchison JG, Manns MP, Muir AJ, Terrault N, Jacobson IM, Afdhal NH, Heathcote EJ, Zeuzem S, Reesink HW, Bsharat M, George S, Adda N, Di Bisceglie AM. Hepatology 2009 ; 50 (Suppl 4): 334A.
Telaprevir q8h or q12h Combined with Either Peginterferon (PEG-IFN,P) alfa-2a or alfa-2b and Ribavirin (RBV, R) in Treatment-naïve Genotype1 Hepatitis C Patients: Final Results of the Randomized, Open-label,Multicenter Phase 2 Study C208. Patrick Marcellin, Xavier Forns, Tobias Göser, Peter Ferenci, Frederik Nevens, Giampiero Carosi, Joost P. Drenth, Lawrence Serfaty, Koen De Backer, Rolf Van Heeswijk, Els De Paepe, Sandra De Meyer,Maria Beumont-Mauviel. Hepatol Int (2010) 4:2–93. FP-105.
Telaprevir in Combination with Peginterferon and Ribavirin in Genotype 1 HCV Treatment-Naïve Patients, Prior Relapsers and Prior Non-Responders: Pooled Analysis of PROVE1, PROVE2, PROVE3 and Study 107. Mitchell L. Shiffman, Thomas Berg, Andrew J. Muir, John G. McHutchison, Jean-Michel Pawlotsky, Stefan Zeuzem, Leif Bengtsson, Nathalie Adda, Shelley George, Robert Kauffman, and Fred F Poordad.
Telaprevir in Combination with Peginterferon and Ribavirin in Genotype 1 HCV Treatment-naïve Patients: Final Results of Phase 3 ADVANCE Study. John G. Mchutchison, Ira M. Jacobson, Geoffrey M. Dusheiko, Adrian M. Di Bisceglie, Rajender Reddy, Natalie H. Bzowej, Patrick Marcellin, Andrew J. Muir, Leif Bengtsson, Ann Marie Dunne, Nathalie Adda, Shelley George, Robert Kauffman, And Stefan Zeuzem.
Telaprevir in Combination with Peginterferon Alfa2a and Ribavirin for 24 or 48 weeks in Treatment-Naïve Genotype 1 HCV Patients who Achieved an Extended Rapid Viral Response: Final Results of Phase 3 ILLUMINATE Study. K. E. Sherman; S. L. Flamm; N. H. Afdhal; D. R. Nelson; M. S. Sulkowski; G. T. Everson; M. W. Fried; K. Kleber; M. Martin; A. J. Sankoh; R. S. Kauffman; S. George; C. I. Wright; F. Poordad.
Efficacy and safety of telaprevir-based therapy in genotype 1 hepatitis C virus-infected patients with prior null response, partial response or relapse to peginterferon alfa-2a and ribavirin therapy: final results of the REALIZE phase III trial. Stefan Zeuzem, Pietro Andreone, Stanislas Pol, Eric Lawitz, Moises Diago, Stuart Roberts, Roberto Focaccia, Zobair Younossi, Graham Foster, Andrzej Horban, Rolf Van Heeswijk, Sandra de Meyer, Don Luo, Gaston Picchio, Maria Beumont.
Características farmacológicas
Propriedades farmacodinâmicas
Mecanismo de ação
O telaprevir é um inibidor da protease serina HCV NS3•4A, que é essencial para a replicação viral.
Após um periodo de 1 a 4 horas depois de iniciar a terapia com telaprevir, houve um declínio inicial rápido de HCV RNA durante as primeiras 24 horas.
Estudos in vitro
Atividade do telaprevir contra HCV
Em um estudo de réplicon do HCV subtipo 1b, o valor de IC50 do telaprevir contra o tipo selvagem do HCV foi 0,354 microM, semelhante ao valor de 0,28 microM encontrado em um ensaio do vírus infeccioso subtipo 1a.
Resistência
Variantes do HCV associadas com falha virológica ou recidiva durante o tratamento foram avaliadas por mutagênese sítio-direcionada no ensaio de réplicon. As variantes V36A/M, T54A/S, R155K/T e A156S conferiram níveis menores de resistência ao telaprevir in vitro (aumento de 3 a 25 vezes no IC50 do telaprevir), e as variantes A156V/T e V36M+R155K conferiram níveis maiores de resistência ao telaprevir in vitro (aumento > 25 vezes no IC50 do telaprevir). As variantes do réplicon geradas das sequências derivadas de pacientes mostraram resultados semelhantes.
A capacidade de replicação in vitro de variantes resistentes ao telaprevir foi menor que a do vírus do tipo selvagem.
Resistência cruzada
Variantes resistentes ao telaprevir foram testadas para resistência cruzada contra inibidores de protease representativos no sistema de réplicon do HCV. Réplicons com substituições simples na posição 155 ou 156 e variantes duplas com substituições nos resíduos 36 e 155 mostraram resistência cruzada para todos os inibidores de protease testados em uma ampla faixa de sensibilidade. Todas as variantes resistentes ao telaprevir estudadas permaneceram totalmente sensíveis a alfainterferona, ribavirina e inibidores nucleosídeos e não nucleosídeos da polimerase do HCV no sistema de réplicon. Não há dados clínicos no retratamento de pacientes que falharam à terapia com inibidor de protease NS3-4A do HCV, tais como o telaprevir, nem há dados de cursos repetidos de tratamento com o telaprevir.
Estudos de virologia clínica
Em estudos clínicos fase 2 e 3 do telaprevir, pacientes virgens de tratamento e com falha em tratamento prévio. era rara a predominância de variantes resistentes ao telaprevir na linha de base (pré-tratamento) (V36M, T54A e R155K<1% e T54S 2,7%). A predominância da resistência ao telaprevir na linha de base não impede o sucesso do tratamento com telaprevir, alfapeginterferona e ribavirina. O impacto de variantes predominantes resistentes ao telaprevir na linha de base é provavelmente maior em pacientes com baixa resposta ao interferon, tais como pacientes respondedores nulos anteriormente.
Um total de 215 de 1169 pacientes tratados com um regime T12/PR em um estudo clínico fase 3 tiveram falha virológica durante o tratamento (n=125) ou recidiva (n=90). Com base nas análises do sequenciamento populacional do HCV nestes 215 pacientes, a emergência de variantes do HCV resistentes ao telaprevir foi detectada em 105 (84%) falhas virológicas e em 55 (61%) dos casos de recidiva e o vírus tipo selvagem foi detectado em 15 (12%) falhas virológicas e em 24 (27%) casos de recidiva. Os dados de sequenciamento do HCV não eram avaliáveis para 16 (7%) pacientes. As análises da sequência das variantes resistentes ao telaprevir identificaram substituições em 4 posições na região da protease NS3-4A, consistente com o mecanismo de ação do telaprevir (V36A/M, T54A/S, R155K/T e A156S/T/V). A falha virológica durante o tratamento com o telaprevir estava associada, predominantemente, a níveis mais altos de variantes resistentes e a recidiva estava associada, predominantemente, a níveis mais baixos de variantes resistentes ou vírus tipo selvagem.
Em pacientes com HCV genótipo 1a houve predominância das variantes V36M e R155K isoladas e em combinação, enquanto que em pacientes com HCV genótipo 1b a predominância foi de variantes V36A, T54A/S e A156S/T/V. Esta diferença deve-se, provavelmente, a maior barreira genética para as substituições V36M e R155K para o genótipo 1b que para o genótipo 1a. Entre os pacientes tratados com telaprevir, a falha virológica foi mais frequente em pacientes com genótipo 1a do que com genótipo 1b e mais frequente naqueles com resposta prévia nula do que em outras populações (virgens de tratamento, com recidiva prévia, com resposta parcial prévia).
A análise de seguimento dos pacientes tratados com telaprevir que não alcançaram RVS mostrou que a população de vírus tipo selvagem aumentou e a população de variantes resistentes ao telaprevir tornou-se indetectável com o tempo após o término do tratamento com telaprevir. Em uma combinação de 255 pacientes virgens de tratamento e previamente tratados de estudos clínicos fase 3 (estudos 108, 111 e C216) nos quais variantes resistentes ao telaprevir emergiram durante o tratamento, 152 (60%) pacientes não tinham mais variantes resistentes detectadas pelo sequenciamento da população (seguimento mediano de 10 meses). Das 393 variantes resistentes detectadas nos 255 pacientes, 68% de NS3-36, 85% de NS3-54, 59% de NS3-155, 86% de NS3-156 e 52% de NS3-36M+NS3-155K não foram mais detectadas.
Em um estudo de seguimento de 98 pacientes virgens de tratamento e antes da falha do tratamento que foram tratados com telaprevir em um estudo clínico fase 2 ou 3 e não alcançaram RVS, as variantes resistentes ao telaprevir não eram mais detectadas em 85% (83/98) dos pacientes (seguimento mediano de 27,5 meses). A análise do sequenciamento clonal de um subgrupo de pacientes que tinham HCV tipo selvagem pelo sequenciamento populacional (n=20), comparando a frequência de variantes resistentes antes do início do tratamento com telaprevir e no seguimento, mostrou que a população de variantes do HCV em todos os pacientes havia retornado aos níveis antes do tratamento. O tempo mediano para que as variantes resistentes ao telaprevir se tornem indetectáveis pelo sequenciamento populacional foi maior para as variantes NS3-36 (6 meses), NS3-155 (9 meses) e NS3-36M+NS3-155K (12 meses) predominantemente observadas em pacientes com genótipo 1a do que para as variantes NS3-54 (2 meses) e NS3-156 (3 meses) predominantemente observadas em pacientes com genótipo 1b.
Propriedades farmacocinéticas
As propriedades farmacocinéticas do telaprevir foram avaliadas em voluntários adultos sadios e em pacientes com infecção crônica por HCV. O telaprevir deve ser administrado por via oral, com alimentos, como comprimido de 375 mg, na dose de 750 mg a cada 8 horas por 12 semanas, em combinação com alfapeginterferona e ribavirina. A exposição ao telaprevir é maior durante a coadministração de alfapeginterferona e ribavirina do que após a administração do telaprevir isolado.
A exposição ao telaprevir é comparável durante a coadministração com alfapeginterferona 2a e ribavirina ou alfapeginterferona 2b e ribavirina.
Absorção
O telaprevir está disponível por via oral, absorvido mais provavelmente no intestino delgado, sem nenhuma evidência de absorção no cólon. As concentrações plasmáticas máximas depois de uma dose única de telaprevir são alcançadas, em geral, depois de 4-5 horas. Estudos in vitro realizados com células Caco-2 humanas indicaram que o telaprevir é um substrato da P-glicoproteína (P-gp).
A exposição ao telaprevir foi aumentada em 20% quando tomado após uma refeição altamente calórica (56g de gordura, 928 kcal) em comparação a uma tomada após refeição calórica padrão (21 g de gordura, 533 kcal). Quando comparado com a administração após uma refeição calórica padrão, a exposição (ASC, área sob a curva) diminuiu em 73% quando o telaprevir foi tomado com o estômago vazio, em 26% após uma refeição de baixo teor calórico e alto teor proteico (9g de gordura, 260 kcal) e em 39% após uma refeição de baixo teor calórico e baixo teor de gordura (3,6 g de gordura, 249 kcal). Portanto, o telaprevir deve ser tomado com alimentos.
Distribuição
Aproximadamente 59% a 76% do telaprevir estão ligados às proteínas plasmáticas. O telaprevir liga-se principalmente à alfa-1 glicoproteína ácida e à albumina.
Após a administração oral, o volume de distribuição aparente típico (Vd) foi estimado em 252 L, com variabilidade interindividual de 72,2%.
Metabolismo
O telaprevir é extensivamente metabolizado no fígado, envolvendo hidrólise, oxidação e redução. Múltiplos metabólitos foram detectados nas fezes, plasma e urina. Depois da administração oral repetida, o R-diastereômero do telaprevir (30 vezes menos ativo), ácido pirazinoico, e um metabólito do telaprevir que sofreu redução na ligação α-cetoamida do telaprevir (não ativo) foram considerados os metabólitos predominantes do telaprevir.
Estudos in vitro usando isoformas do citocromo P450 (CYP) humano recombinante indicaram que a CYP3A4 era a principal isoforma do CYP responsável pelo metabolismo do telaprevir mediado pelo CYP. Estudos in vivo usando aldo cetoredutases recombinantes indicam que essas e potencialmente outras redutases também são responsáveis pela redução do telaprevir. Outras enzimas proteolíticas podem estar envolvidas na hidrólise do telaprevir. Estudos usando supersomas do CYP humano recombinante mostraram que o telaprevir era um inibidor da CYP3A4 e foi observada inibição da CYP3A4 pelo telaprevir, dependente do tempo e da concentração, em microssomas hepáticos humanos. Não foi observada inibição relevante in vitro das isoenzimas CYP1A2, CYP2A6, CYP2B6, CYP2C8, CYP2C9, CYP2C19 CYP2D6 e CYP2E1 pelo telaprevir. Não foi observada indução relevante in vitro das isoenzimas CYP1A2, CYP2B6, CYP2C e CYP3A pelo telaprevir. Baseado nos resultados de estudos clínicos de interações medicamentosas, não se pode excluir indução por enzimas metabólicas.
Estudos in vitro demonstraram que telaprevir não é um inibidor de UGT1A9 ou UGT2B7. Estudos in vitro com UGT1A3 recombinante sugerem que telaprevir pode inibir esta enzima. A relevância clinica é incerta uma vez que a administração de telaprevir com uma dose única de buprenorfina, um substrato parcial da UGT1A3, não resultou em aumentos nas exposições à buprenorfina para pacientes adultos saudáveis. Não foi observada inibição relevante in vitro de álcool desidrogenase pelo telaprevir.
Transportadores
Estudos in vitro demonstraram que telaprevir é um inibidor de polipeptideos transportadoes de ânions orgânicos (OATP) OATP1B1 e OATP2B1.
Não foi observada inibição relevante in vitro do transportador de cátion orgânico (OCT) OCT2, ou transportador de ânion orgânico (OAT) OAT1 pelo telaprevir.
O telaprevir é um inibidor in vitro fraco dos transportadores de múltiplos ativos e extrusão de toxina (MATE) MATE1 e MATA2-K com um IC50 de 28.3 μM e 32.5 μM, respectivamente. As implicações clínicas destes achados são atualmente desconhecidas.
Eliminação
Após a administração de uma dose oral única de 750 mg de 14C-telaprevir em pacientes sadios, 90% da radioatividade foi recuperada nas fezes, urina e ar aspirado dentro de 96 horas após a administração. A mediana da recuperação da dose radioativa administrada foi aproximadamente 82% nas fezes, 9% no ar exalado e 1% na urina.
A contribuição do 14C-telaprevir inalterado e VRT-127394 para a radioatividade total recuperada nas fezes foi 31,8% e 18,7% respectivamente.
Após a administração oral, a depuração total aparente (Cl/F) foi estimada em 32,4L, com variabilidade interindividual de 27,2%, A meia-vida de eliminação média após uma dose oral única de 750 mg de telaprevir variou de 4,0 a 4,7 horas. No estado de equilíbrio, a meia-vida efetiva é cerca de 9-11 horas.
Linearidade/não linearidade
Em um estudo de doses múltiplas, o aumento na dose de 750 mg a cada 8 horas para 1.875 mg a cada 8 horas resultou em aumento menos que proporcional (isto é, cerca de 40%) da exposição do telaprevir.
Populações especiais
População pediátrica
Atualmente não há dados disponíveis na população pediátrica.
Insuficiência renal
A farmacocinética do telaprevir foi avaliada após a administração de uma dose única de 750 mg a pacientes negativos para HCV com disfunção hepática severa (CrCl < 30 mL/min). A Cmax e a ASC médias do telaprevir foram 10% e 21% maiores, respectivamente, em comparação aos pacientes sadios.
Insuficiência hepática
O telaprevir é metabolizado principalmente no fígado. A exposição ao telaprevir no estado de equilíbrio foi 15% menor em pacientes com insuficiência hepática leve (Child-Pugh Classe A, escore 5-6) em comparação aos pacientes sadios. A exposição ao telaprevir no estado de equilíbrio foi 46% menor em pacientes com insuficiência hepática moderada (Child-Pugh Classe B, escore 7-9) em comparação com pacientes sadios. Não é conhecido efeito na concentração de telaprevir não ligado a proteínas.
Sexo
O efeito do sexo do paciente na farmacocinética do telaprevir foi avaliado usando a farmacocinética da população de dados de estudos fase 2 e 3 de telaprevir. Nenhum efeito relevante relacionado ao sexo foi identificado.
Raça
A análise da farmacocinética da população de telaprevir e pacientes infectados pelo HCV indicou que a exposição ao telaprevir foi similar em negros/afro-americanos e caucasianos.
Idosos
Os dados farmacocinéticos do uso de telaprevir são limitados em pacientes com HVC e idade 65 anos e não há dados em pacientes com idade > 70 anos.
Dados pré-clínicos de segurança
Toxicologia animal e/ou farmacologia
Em ratos e cães, o telaprevir foi associado à redução reversível dos parâmetros dos glóbulos vermelhos acompanhada por resposta regenerativa. Tanto em ratos como cães, as elevações de AST/ALT foram observadas na maioria dos estudos, nos quais o aumento de ALT em ratos não foi normalizado após recuperação. Achados histopatológicos no fígado foram similares tanto nos estudos de ratos como de cães, dentre os quais nem todos foram totalmente normalizados após recuperação. Em ratos, o telaprevir causou alterações degenerativas nos testículos, as quais foram reversíveis e não afetaram a fertilidade.
Carcinogenese e mutagênese
O telaprevir não foi testado quanto ao seu potencial carcinogênico. Nem o telaprevir nem seu metabólito principal causaram dano ao DNA quando testados ensaios padrão de mutagênese na presença e ausência de ativação metabólica.
Prejuízo da fertilidade
O telaprevir não teve efeitos sobre a fertilidade ou fecundidade quando avaliado em ratos.
Desenvolvimento embrio-fetal
O telaprevir atravessa facilmente a placenta tanto em ratos como em camundongos gestantes: exposição materna de 19-50%. O telaprevir não teve nenhum potencial teratogênico em ratos e camundongos. Foi observado um aumento nas concepções não viáveis em estudos com ratos avaliando a fertilidade e o desenvolvimento embrionário precoce. Administração aos animais não resultou em nenhuma margem de exposição quando comparado à exposição em humanos.
Excreção no leite
Quando administrado a ratas em lactação, os níveis de telaprevir e seu principal metabólito foram maiores no leite em comparação ao plasma. A prole de ratas exposta ao telaprevir no útero mostrou peso corporal normal ao nascimento. No entanto, quando alimentados do leite de fêmeas tratadas com telaprevir, o ganho de peso dos filhotes foi menor que o normal (provavelmente devido a aversão ao sabor). Após o desmame, o ganho de peso dos filhotes voltou ao normal.
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